quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Para onde vamos, Quem assume o Leme?

Temos assistido há já algum tempo, a um tempo a que chamo de “faz de conta que somos um povo livre, civilizado, evoluído e bem governado”. Mas continuamos a fazer de conta.

Se alguns tiverem a memória para conseguirem fazer um “rewind” na sua “fita” magnética alguns anos, talvez seja possível encontrarem frases no ar tais como: A Europa dos cidadãos, A Europa dos direitos e oportunidades, a Europa da economia social e do progresso, a Europa Solidária, a Europa da Paz e da cooperação, entre outras. Se puxarmos mais atrás a bobine, talvez alguns se lembrem de frases como Sociedade sem classes, Sociedade Solidária, Educação gratuita, Igualdade de oportunidades, Serviço Nacional de Saúde Tendencialmente gratuito e universal, Trabalho para todos com direitos e deveres, Justa distribuição da riqueza produzida, entre outras também.

Tudo isto, inscrito na constituição da República, não necessariamente com estas ordens e frases, constituía para os cidadãos alguma segurança quer nos valores, quer nos direitos.

Penso para mim que 2003 depois de uma era “cavaquista” de aproveitamentos de dinheiros públicos e/ou mal utilizados, é o tal ano de viragem de muitos dos conceitos sociais aceitáveis e que muitos dos países civilizados os resguardam ainda “religiosamente” não sendo por isso que as suas economias sejam diminuídas, antes pelo contrário.

A partir do ano em que um tal primeiro-ministro tem a “lata” de dizer na sede da Democracia Portuguesa que o nosso país estava de “tanga”, nunca mais a esperança com que cada um tem o direito de viver, sorriu, antes pelo contrário.

Nessa altura, dão-se mudanças estruturais radicais no “puzle” Português e Europeu que conduziram sem qualquer margem para dúvidas ao estado actual de esmagamento dos mais pobres ou remediados pelos muito ricos. A Luta de classes põe os poderosos com cada vez mais força à custa de incoerentes sectores e organizações que, cognominando-se de organizações de esquerda, nos seu actos, facturam vitórias para a direita mais conservadora ou mais retrógrada que age como uma Monarquia fossilizada.

Chegamos assim, a uma altura da nossa vida, em que a generalidade dos cidadãos, deixa de acreditar perigosamente nos políticos e nas políticas perseguidas.

A verdade é mesmo essa – A propósito de relançar a economia, relançar o emprego e desenvolver as empresas, há um tal “Iluminado” que inventa (?) a criação de um tal Código do Trabalho que com as sucessivas remodelações e contestações, mesmo do Partido que hoje é Poder que diga-se o agravou, não conseguiu nenhum dos objectivos a que se tinham proposto e argumentado quanto aos seus benefícios. Pelo contrário, a desregulamentação do trabalho já de si com regras na prática de aplicação duvidosa, com a Autoridade para as condições de trabalho praticamente imobilizada, com o incentivo á criação das Empresas de Trabalho Temporário que colocam todos os dias trabalhadores temporários nas empresas em trabalho efectivo, agrava-se o tecido laboral com todas estas implicações no tecido social. O desemprego, o desrespeito pela sociedade e o descrédito no futuro está de facto instalado na sociedade sem dúvida nenhuma. É um facto que estamos a perder a luta por melhores condições de vida e cuja volta ou luta pela volta só se conseguirá com lutas profundas, sérias e aguerridas dos sectores democráticos (Associações, Sindicatos, Movimentos, Partidos, etc).

Portugal tem definitivamente e há muito tempo um problema que me recuso ainda, a considerá-lo como intrinsecamente Português: A tendência para desenvolver desigualdades e para distribuir a riqueza produzida de forma disforme. É inaceitável este estado de coisas.

Sabemos que o Estado só pode proporcionar os bens sociais impreteríveis e outros, se tiver dinheiro, se tiver fundos e se tiver política séria. Para a prossecução dos objectivos sociais, os impostos dos contribuintes são assaz importantes. É inaceitável que Um banco ou um qualquer empreiteiro de obras públicas ou outro, pague menos impostos do que os seus trabalhadores – Falo de Justiça e neste caso, de Justiça fiscal.

Creio com todas as bases que o problema de fundo deste País não está nas pessoas. Durante mais de 30 anos, tivemos à frente das finanças e da economia deste país (segundo dizem), os melhores “mestres” nas matérias, catedráticos que ainda hoje “botam faladura” como que não fossem eles também os responsáveis por este estado de coisas. O Problema principal como dizia, está nas POLÍTICAS adoptadas. Mudem de políticas que este Estado mudará certamente.

Acho mesmo assim, que o País tem futuro, porque remadores não faltam para levar esta “grande barcaça” a bom porto. O que falta são timoneiros e homens do leme que não enganem os remadores e que não estejam do lado dos “Adamastores”. Há muito mais vida para além do deficit que o capitalismo mundial nos impõe a cumprir rapidamente e que o Partido Socialista de Portugal com a ajuda dos seus companheiros de viagem se mantém refém. Os trabalhadores não são madraços.

ef

MUSP - Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos

Recebido na caixa do Correio para divulgação

Vasco da Gama começa com empate

Primeiro onze oficial da época 2010/11

Domingo começou o campeonato da 1ª Divisão Distrital de Setúbal, recebemos em Sines nesta primeira jornada o Palmelense e empatámos (2-2). É grande a expectativa em redor da nossa equipa para este campeonato e este por ser o primeiro jogo oficial em Sines havia a desconfiança do nosso valor em competição e o entrosamento já existente com os novos reforços.

O primeiro jogo de qualquer competição ou campeonato é quase sempre um pouco imprevisível quanto ao vencedor, as equipas ainda estão longe do ritmo desejado e o respeito e desconfiança é grande onde ninguém quer entrar a perder. Na minha opinião isso não aconteceu da nossa parte neste jogo onde fomos sempre a única equipa a querer ganhar e o Palmelense com um constante anti-jogo e com 14 'jogadores' em campo todo o jogo saiu premiado com o empate.

Jogando em nossa casa assumimos desde logo todas as iniciativas do jogo como nos competia, boa circulação de bola em toda a largura do campo e sectores sempre bem ligados entre si permitiram o controlo quase absoluto do jogo na primeira parte. Chegamos ao 1-0 através de uma grande penalidade, falta clara sobre o nosso avançado Luiz Gustavo que isolado cara-a-cara com o guarda-redes do Palmelense é derrubado por trás e o defesa vê apenas cartão amarelo. Incompetência ou decisão propositada em não expulsar o jogador? Parece-me mais a segunda, em qualquer parte um jogador isolado objectivamente e travado em falta é normalmente expulsão para quem comete a falta. Daniel Direito converteu o penalti em golo, o único da primeira parte.

Na segunda parte perdemos um pouco da consistência que tínhamos tido no primeiro tempo, o Palmelense começou finalmente a aproximar-se da nossa baliza tendo mesmo virado o resultado para 1-2 em apenas 5 minutos. Dois golos resultantes de cruzamentos para a nossa área e o Palmelense com grande eficácia aproveitou bem. Se a perder a postura do Palmelense era de um anti-jogo constante, a ganhar foi bem pior e sempre com o consentimento da equipa de arbitragem que estranhamente admitiu várias reacções agressivas contra si própria por parte dos jogadores de Palmela. Mesmo contra estes obstáculos todos mantivemos a serenidade possível e lutamos em busca do empate que acabou por aparecer depois de um excelente passe do Idi a desmarcar o Ricardo Oliveira que fez um belo golo neste seu regresso ao Vasco da Gama.

Não foi um resultado positivo, só a vitória nos interessa em qualquer jogo para atingirmos o nosso objectivo. Há um aspecto a tirar deste jogo, vamos apanhar muitas arbitragens habilidosas como esta e sabemos que só jogar bem pode não chegar, somos o candidato à subida mais deslocado de Setúbal.


1ª JORNADA:

Grandolense 4-0 Comércio Indústria

Amora 1-0 Beira Mar Almada

Zambujalense 1-1 Alfarim

Olímpico Montijo 1-0 Marítimo Rosarense

Vasco da Gama 2-2 Palmelense

Trafaria 2-2 1º Maio Sarilhense

Barreirense 6-0 Almada

União Santiago - Desportivo Portugal (adiado para 30/01/2011)


Domingo, 03/10/2010 às 15h em Sarilhos 2ª jornada: 1º de Maio Sarilhense vs Vasco da Gama.
Como já é meia-noite ontem tivemos reunião de câmara extraordinária. A mesma treta - projectos que têm que ser aprovados até ao fim do mês, hoje, fundos comunitários que se perdem se não forem aprovados ... e nessa precipitação provocada pela incompetência vai prevalecendo a condescendência em vez da inteligência. Mas quero apenas realçar o novo projecto da novissima escola de música, ontem apresentado. Foi mais ou menos assim:
- Onde? No edificio da câmara velha. Então e os inquilinos? O partido comunista e o partido socialista, a associação de artesãos, o restaurante-bar ponto de encontro já foram contactados e estão de acordo? Bem contactados apenas a associação de artesãos. E concorda a associação com a sua saída destas instalações? Existe protocolo de acordo? Protocolo de acordo se fará mais tarde. E os dois partidos politicos já sabem que têm que sair? Não, ainda não sabem mas brevemente vão ser contactados para esse efeito. E o restaurante-bar já tem conhecimento desta pretensão da câmara? Bem também não. E as obras são para fazer quando? Para começar até ao fim deste ano. O quê? A câmara quer começar obras dentro de três meses e os seus inquilinos ainda nada sabem? Não houve tempo para tratar do assunto atempadamente?
Claro que votei contra e apelidei a iniciativa da câmara de prepotente e desrespeitadora dos direitos mais elementares de entidades de interesse público como são os partidos politicos e das entidades privadas referidas.
Poderão perguntar se esteve presente algum relatório que justifique uma terceira escola de música para além da estação de caminho de ferro e da sede da Banda. Não, não existe relatório justificativo. Aguardemos desenvolvimentos ...
Francisco do Ó Pacheco

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nos tempos que correm estes desabafos vão sendo públicos

Recebida na caixa do correio
CARTA AO MIN. DAS FINANÇAS


Carta escrita por um cidadão ao nosso Ministro das Finanças; é verídica.

Se todos tivéssemos a atitude deste homem, que não conheço, quem sabe se o nosso Portugal não melhorava, e os nossos governantes pensassem mais no povo que governam e que os elegeram. Este é sem dúvida, num país de "bufos" (esta é a minha opinião), um acto de coragem...


«Ex.mo Senhor Ministro das Finanças

Victor Lopes da Gama Cerqueira, cidadão eleitor e contribuinte deste País, com o número de B.I. 8388517, do Arquivo de identificação de Lisboa, contribuinte n.º152115870 vem por este meio junto de V. Exa. para lhe fazer uma proposta:

A minha Esposa, Maria Amélia Pereira Gonçalves Sampaio Cerqueira, vítima de CANCRO DE MAMA em 2008, foi operada em 6 Janeiro com a extracção radical da mesma.

Por esta 'coisinha' sem qualquer importância foi-lhe atribuída uma incapacidade de 80%, imagine, que deu origem a que a minha Esposa tenha usufruído de alguns benefícios fiscais.

Assim, e tendo em conta as suas orientações, nomeadamente para a CGA, que confirmam que para si o CANCRO é uma questão de só menos importância.

Considerando ainda, o facto de V. Ex.ª, coerentemente, querer que para o ano seja retirado os benefícios fiscais, a qualquer um que ganhe um pouco mais do que o salário mínimo, venho propor a V. Ex.ª o seguinte:

A devolução do CANCRO de MAMA da minha Mulher a V. Exa. que, com os meus cumprimentos, o dará à sua Esposa ou Filha.

Concomitantemente com esta oferta gostaria que aceitasse para a sua Esposa ou Filha ainda:

a) Os seis (6) tratamentos de quimioterapia.

b) Os vinte e oito (28) tratamentos de radioterapia.

c) A angústia e a ansiedade que nós sofremos antes, durante e depois.

d) Os exames semestrais (que desperdício Senhor Ministro, terá que orientar o seu colega da saúde para acabar com este escândalo).

e) A ansiedade com que são acompanhados estes exames.

f) A angústia em que vivemos permanentemente.

Em troca de V. Ex.ª ficar para si e para os seus com a doença da minha Esposa e os nossos sofrimentos eu DEVOLVEREI todos os benefícios fiscais de que a minha Esposa terá beneficiado, pedindo um empréstimo para o fazer.

Penso sinceramente que é uma proposta justa e com a qual, estou certo, a sua Esposa ou filha também estarão de acordo.

Grato pela atenção que possa dar a esta proposta, informo V. Exa. que darei conhecimento da mesma a Sua Ex.ª o Presidente da República, agradecendo fervorosamente o apoio que tem dispensado ao seu Governo e a medidas como esta e também o aumento de impostos aos reformados e outras...

Reservo-me ainda o direito (será que tenho direitos?) de divulgar esta carta como muito bem entender. E por isso peço a todos aqueles que receberem e lerem esta mensagem e se assim concordarem que enviem aos vossos amigos. Obrigado.

Como V. Ex.ª não acreditará em Deus (por se considerar como tal...) e por isso dorme em paz, abraçando e beijando os seus, só lhe posso desejar que Deus lhe perdoe, porque eu não posso (jamais) perdoar-lhe.

Com os melhores cumprimentos,

Atentamente,

Victor Lopes da Gama Cerqueira»

CORDIALMENTE E A BEM DA NAÇÃO

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Depois das medidas de austeridade IMPOSTAS hoje pelos cérebros do Capitalismo Mundial ao nosso povo, eu até posso propor outra coisa:
Nós deixamos o salário TODO  (os que ainda o têm) nos vossos cofres mas, em contrapartida, a saúde, a educação, a alimentação o vestuário e todos os bens de 1ª, 2ª e 3ªs necessidades são por vossa conta, pode ser?
ef

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Na minha própria opinião pessoal

"..a câmara vai continuar a garantir apoio às colectividades e instituições de Sines, num quadro de parcerias em que sejam tidas em conta:

1 - A importância para o município e para a sociedade siniense das actividades e acções a desenvolver por cada entidade parceira (do desporto, cultura e acção social);

2 - o grau de desempenho de cada colectividade na boa gestão dos recursos e o seu empenhamento em procurar outros meios e apoios"

São palavras de Manuel Coelho, presidente da Câmara Municipal de Sines, no editorial dum jornal editado pela autarquia, do qual Manuel Coelho é director e escriba. Ou seja é o Presidente a escrever sobre si e a sua gestão num jornal que dirige. Trata-se pois de um exercício de pura propaganda politica e dar lustro ao ego.

Quanto às suas palavras é a eterna crença que uma mentira de tanto repetida se torne verdade.
A importância das actividades e acções desenvolvidas pelas entidades parceiras - conceito vago, em que é aceite quem Manuel Coelho decide - é um critério subjectivo decidido por - Manuel Coelho o Presidente e director do jornal.

"O grau de desempenho de cada colectividade na boa gestão dos recursos", é mais uma análise subjectiva decidida por quem já sabemos, quanto ao "empenhamento em procurar outros meios e apoios", traduz-se em minha opinião em "castigar" quem não quis ajudar à festa nas Tasquinhas, pagando agora essa afronta. Até porque outros meios e apoios, como por exemplo da Petrogal, são canalizados, geridos e distribuídos por... adivinharam.

Uma IPSS como a Cáritas, com 40 postos de trabalho, gestora de um infantário com quase 200 crianças entre os 6 meses e 6 anos, que gera resultados económicos positivos à quase uma década, distribui roupa e alimentos a mais de uma centena de famílias do Concelho e realiza um investimento de quase dois milhões de euros num equipamento social de excelência, não cabe nos subjectivos critérios de quadros de parcerias,  importância para o município e para a sociedade siniense das actividades e acções desenvolvidas, nem satisfaz o grau de  desempenho na boa gestão dos recursos.

É lastimável, no minímo.

Marcamos o Tempo com a Luta de quem Trabalha



De âmbito Local e Nacional!
Incontestável

domingo, 26 de setembro de 2010

Salão do Povo, ATL provisório?


Durante anos o ATL era a oportunuidade das crianças desenvolverem actividade de enriquecimento curricular num suposto ambiente de segurança e com apoio pedagógico, mas principalmente onde os pais ocupados nos seus postos de trabalho e sem o apoio familiar - avós, tios, etc - ou rede de apoio social - vizinhos, amigos, etc - doutros tempos podiam deixar os filhos até acaberem as obrigações profissionais.  

No caso de Sines o ATL trata-se de uma instituição sem fins lucrativos gerida pela Junta de Freguesia. Como muitas coisas incompreensíveis neste país não existe legislação nem fiscalização para os ATL sem fins lucrativos, apenas para aqueles que tem fins lucrativos.

A única legislação existente é a que regulamenta os espaços exteriores (de jogo e recreio), que também se aplica aos ATL e que determina coimas e multas quando por exemplo as instalações forem inadequadas face ao número de utentes que frequentam o espaço comparativamente ao número licenciado; as condições de higiene e de segurança forem deficientes; devem existir compartimentos, quer utilizando as paredes, quer colocando portas corta-fogo, que isolem o fogo ou o fumo em determinadas zonas, de modo a manter livres os caminhos de evacuação; as zonas com maior risco de incêndio (sala de trabalhos manuais, biblioteca e cozinha) devem situar-se ao nível do solo, em compartimentos separados, e dispor de portas corta-fogo com fecho automático; devem existir meios adequados para alertar as pessoas e combater o incêndio até os bombeiros chegarem; o acesso ao exterior do edifício deve ser fácil e seguro, isto é, não devem existir obstáculos pelo caminho e tem de existir uma correcta e visível sinalização das saídas de emergência; salas em número suficiente para a actividade desempenhada, ou seja, não basta uma sala individual para cada grupo; deve ainda existir uma sala polivalente para diversas actividades (desporto, dança, entre outros), além de uma sala de refeições; salas com janelas e bastante luz; pavimento "quente" e fabricado em material "elástico", que permita às crianças saltarem e jogarem sem correrem riscos de se magoarem; salas com espaço livre para as crianças brincarem; equipamento (cadeiras, mesas, armários) adaptado à estatura das crianças; no exterior, um espaço adjacente e protegido, com pavimento macio (por exemplo, areia) e equipamento, para as crianças jogarem e praticarem desporto.

Entre outros que manda a lei e o senso comum estes são os princípios básicos a que devem obedecer os equipamentos ATL. Por cá decidiu a Junta de Freguesia iniciar obras, cuja necessidade não se questiona, no inicio do ano lectivo ao invés de aproveitar a pausa escolar e como se não bastasse esta falta de planeamento as instalações provisórias encontradas - Salão do Povo - não respondem aos critérios mínimos exigíveis.

Nem o Salão do Povo reúne as condições  de climatização, salas individualizadas, condições de segurança, etc, como o espaço exterior - campo de Jogos do IOS - é partilhado pela população em geral e circulam viaturas no seu espaço. Desconheço o tempo que demorarão as obras, mas para as condições provisórias encontradas qualquer tempo é demasiado e depois existiam melhores alternativas como por exemplo a colónias de férias junto ao Infantário "A Conchinha" ou protocolar junto do Agrupamento a utilização de uma das escolas primárias. 

sábado, 25 de setembro de 2010

Assembleia Municipal de 24-9-10

Na verdade uma muito boa assembleia municipal, esta de ontem 24 de Setembro de 2010. Muita gente na assistência como uma democracia participativa exige e muitas questões colocadas à câmara municipal. Pelos munícipes e pelos deputados municipais no período "antes da ordem do dia" donde não se saíu já passava da meia noite. A limpeza da cidade, as obras que não se fazem e as que se fazendo deixam bicos por fazer que as tornam piores do que se nada se tivesse feito, consumos de água inexplicáveis mas que se insistem em cobrar, horários indevidos das actividades extra curriculares, sinalização de trânsito ausente e propostas de cidadãos para sua resolução, arruamentos por pavimentar há anos, e até a questão de como solicitar o célebre motocão para limpeza das produções caninas mas que ficou sem resposta. De salientar a intervenção do presidente do clube desportivo de Porto Covo sobre a tentativa da câmara em demolir as suas instalações e sobre decisões do tribunal nesta demanda e nesta incompreensivel atitude da câmara municipal de recusar reconhecer o trabalho do povo de Porto Covo e do seu clube. A deputada municipal do Bloco de Esquerda insistiu na incompetência da câmara para tratar das pequenas coisas do dia a dia da vida dos cidadãos e da degradação do ambiente urbano de Sines. Os deputados do PS e da CDU, esta em declaração política, concluíram que a câmara municipal não respeita a assembleia municipal e não cumpre a lei em várias matérias, desde a informação financeira, às actas das suas reuniões devidamente aprovadas e a concursos realizados com aprovação da assembleia e depois anulados sem explicações. Três horas de debate sobre a cidade e o município e sobre a incapacidade da câmara em fazer face aos problemas mais comezinhos dos cidadãos. Um bom exercício do poder local tal como eu o idealizo. O resto da ordem de trabalhos será discutido proximamente em Porto Covo. Aqui fica o convite à presença e à participação.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Divulgação Hóquei em Patins

SENIORES
INICIADOS
ESCOLARES
No último domingo realizou-se a apresentação das equipas do nosso clube. Por impedimento do Aljustrelense não foi possível realizar-se o jogo na categoria de escolares.
A equipa de iniciados perdeu por três bolas a zero. O Alverca apresentou uma equipa com um nível de preparação mais avançada.
Quanto ao jogo de Seniores terminou com uma vitória dos Tigres de Almeirim por sete bolas a três. A equipa do HCVG deu uma excelente réplica à equipa da 2ª divisão Nacional. Os nossos golos foram apontados po Felipe, Luís Custódio e Paulo Pereira.
Esta jornada desportiva ficou ensombrada pela lesão grave que sofeu Luís Custódio, o capitão Siniense.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Empresas mais que Municipais

O Sines Tecnopolo , associação privada sem fins Lucrativos, da qual a Câmara Municipal de Sines detêm mais de 90% do fundo associativo e o Presidente da autarquia é presidente do Conselho de Administração, apresenta em 2009 um resultado de exploração negativo de € 242.987 e resultado liquido negativo de € 314.505.

 A Pró-Artes de Sines, cuja principal promotora é a Câmara Municipal de Sines, entidade gestora da Escola de Artes das Sines, apresenta em 2009 um resultado operacional de € 39.561 e um resultado liquido negativo de € 43.125.

Trata-se na essência, mas não na forma, de autênticas empresas municipais, sem as obrigações legais destas. No caso do Sines Tecnopolo a autarquia detêm mais de 90% pelo que prevejo a  curto prazo a participação no necessário aumento de capital. O segundo caso, em que a direcção coincide quase integralmente, chegando a confundir-se com o executivo, a autarquia "alimenta" a máquina.

Em termos económicos ambas estão longe de serem casos de sucesso, nenhuma consegue gerar receitas para financiar as suas actividades, estando dependentes de receitas extraordinárias, normalmente subsídios vindos dos cofres da autarquia. Ou seja não só não são sustentáveis como parte substancial das suas receitas resultam de subsídios da autarquia 

Pode-se e deve-se discutir a obrigação da autarquia financiar actividades culturais, desportivas, de acção social, etc - aliás delegadas pelo poder central, das quais verbas-, mas sem que se perca de vista o rigor da gestão e da prioridade.

É importante perceber qual a sustentabilidade destas Instituições, a sua dependência da autarquia,  a  importância da actividade/existência de per si e comparativamente com as restantes instituições. 

Por fim do ponto de vista ético quem decide a atribuição das verbas não deve exercer simultaneamente cargos fundamentais nas Instituições beneficiárias.   

Vasco da Gama A.C. apresenta-se aos sócios

Plantel do Vasco da Gama Atlético Clube apresentado para a época 2010/2011

Sábado foi apresentado o plantel sénior 2010/11, do Vasco da Gama A.C. aos seus sócios e adeptos, num num particular com o Despertar de Beja. Em relação ás duas ultimas épocas foram muitas as novidades com a entrada de doze jogadores no plantel, seis jogadores da região de Sines mais cinco jogadores brasileiros resultantes do protocolo entre o Vasco da Gama A.C. Sines e o Clube de Regatas Vasco da Gama, Rio Janeiro.


Plantel 2010/2011:


- Permanências: Filipe Mariano, Daniel Direito, Henrique Martins, João Nunes, Cadu, Roberto, Nuno Diogo, Paulinho, Mascarenhas, Gerson Estrela, Idy, Tiago Sobral e Cuca.
- Entradas: Lee, Rui Silva e João Batista (União Santiago), José Brito e Ricardo Oliveira (Aljustrelense), Ricardo Rodrigues (Praia Milfontes), Luiz Fassy (Albufeira Futsal) e vindos do Brasil o guarda-redes Gotti, o defesa lateral direito Baruerí, o médio Dico e os avançados Eder e Luís Gustavo.

Equipa Técnica: João Direito (treinador), Aníbal Machado e Chano Ortiz (treinadores adjuntos).


A pré-época começou a 11 de Agosto ainda com o plantel incompleto em comparação ao que foi apresentado no sábado, já que os cinco colegas vindos do Brasil só integraram os trabalhos no clube a semana passada depois de todos os problemas burocráticos resolvidos, que impediram uma chegada a Sines mais cedo. Realizamos seis jogos de preparação sempre no final de semanas intensivas de treinos, como é costume na pré-época, não sendo os resultados desses mesmos jogos o mais importante para o grupo mas sim o ritmo adquirido em cada um e o consolidar de processos de jogo, esses sim factores importantes numa pré-época.


Jogos Particulares:
Moura 2-2 Vasco da Gama;
Vasco da Gama 1-5 Moura;
Juv.Évora 5-0 Vasco da Gama;
Trafaria 1-2 Vasco da Gama; Praia Milfontes 0-2 Vasco da Gama
Vasco da Gama 0-0 Despertar de Beja.


A politica definida pelo clube nos primeiros jogos de pré-época foi o de defrontar equipas de campeonatos superiores, como o Moura da 3ª divisão nacional e o Juv. Évora da 2ª divisão B, com fases de preparação quase concluídas para ficarem demonstrados as nossas debilidades e fragilidades para serem corrigidas e trabalhadas em vista a uma época cheia de sucesso. Os restantes jogos já foram contra equipas do nosso escalão de prova em que a nossa superioridade foi evidente.


Este ano estamos inseridos em duas provas oficiais, Campeonato da 1ª Divisão Distrital e Taça Distrital, esta segunda competição é o reeditar de uma prova em que constam equipas da 1ª e 2ª divisões do distrital de Setúbal. Os objectivos para esta época 2010/11 são vencer estas duas competições e revalidar o título da época passada, a Taça Disciplina.


Domingo, dia 26/09/2010 às 15h em Sines para a 1ª jornada: Vasco da Gama vs Palmelense.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Correio dos Leitores: Assim SIM


por manifesta falta de espaço não se publica as várias centenas de imagens possíveis

Correio dos Leitores: Poluição



Não sei o dia, nem a hora, nem tão-pouco o motivo, nem tãopouco interessa. Trata-se somente de mais um dia, a qualquer hora e os motivos são sempre os mesmos, tal como a desresponsabilização dos dirigentes locais.
A importância dos postos de trabalha, da criação de riqueza, da importância geo-económica de Sines, do poder de compra, etc, sobrepõe-se, sempre, mas sempre às questões verdadeiramente importantes, até ser tarde demais.

Francisco do Ó Pacheco


Francisco Maria Pereira do Ó Pacheco nado e criado em Sines, presidente da Câmara Municipal de Sines durante 22 anos (1976 - 1997), presidente da assembleia Municipal de Sines, jornalista, escritor, com várias distinções desde a RT Costa Azul, ANMP, medalha de mérito Municipal e actual vereador, o Siniense que liderou a "primeira greve verde" e que referindo à sua passagem pela presidência da autarquia de Sines disse um dia que “Encontrei um estaleiro, deixei uma cidade", é desde hoje colaborador da Estação de Sines.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

COMUNICADO STAL
Direitos Consagrados não podem ser Roubados!!!

As modificações verificadas ao nível da gestão de recursos humanos na Câmara Municipal de Sines, nomeadamente no que diz respeito ás competências delegadas na sua “Chefia”, configuram alterações significativas, no que se refere ao relacionamento, não só, com os trabalhadores, mas também, com a Comissão Sindical, pelo que não podemos deixar de informar os trabalhadores, de alguns aspectos que consideramos relevantes:
Manifestação Nacional dia 8 de Julho de 2010 - A C. S., como aliás sempre tem vindo a fazer, solicitou ao executivo, a dispensa dos trabalhadores que se quisessem juntar a este protesto de luta, marcado pela Central Sindical da CGTP,
Estranhamente obtivemos como resposta o “Indeferimento”.

O actual Executivo e o Sr. Presidente, nunca, em cerca de 9 anos de mandato, tinha impedido os trabalhadores de participar numa luta pela defesa dos seus interesses.

Esse indeferimento foi pronunciado pela chefe de Recursos Humanos em face das novas competências que lhe foram delegadas, tendo esta, agido, obviamente, em conformidade com os seus princípios.
Onde fica a solidariedade para com os trabalhadores?
A Comissão Sindical marcou para esse mesmo dia um Plenário Geral de Trabalhadores (informando do facto o Sr. Presidente), que culminou na decisão de partir para a manifestação.
A C.S., no cumprimento integral da legislação em vigor, informou o Sr. Presidente, com oficio dirigido ao Gabinete da Presidência, quais os funcionários que efectivamente estiveram presentes no Plenário, tendo juntado cópia, para que não restassem dúvidas, da informação que lhe foi dirigida dando nota, da realização do Plenário.

A Chefe de Recursos Humanos querendo levar a sua até às últimas consequências (neste caso, para os trabalhadores, claro está), considerou insuficiente o Oficio da C.S. e pediu parecer sobre o assunto ao Gabinete Jurídico;
O parecer emitido, por intermédio de jurista (relevando compulsada pesquisa à Legislação), responde “à voz do dono”, no sentido de considerar injustificadas, as faltas dadas neste âmbito;
A C.S. retira deste desenlace algumas considerações:

Considerações:
1. Não existe fluidez na troca de informação entre o Sr. Presidente e a Chefe de Recursos Humanos;
2. A Chefe de Recursos Humanos, revela total desinteresse pelas dificuldades e aspirações dos trabalhadores, com o aval do executivo;
3. A Chefe de Recursos Humanos revela ainda, desconfiança no organismo sindical representante dos trabalhadores;
4. A desconfiança existente, leva-a a cometer alguns erros, que se podem constatar neste comunicado, com consequências a longo e curto prazo para “todos”.
5. Os trabalhadores que foram à manifestação, viram-se “obrigados” a preencher, “esse direito”, com as normas internas e dias de folga por gozar, que não se aplicam a estas situações, sendo uma ausência do
serviço que, pela sua natureza, se justifica automaticamente.
6. A Chefe de Recursos Humanos e a Jurista do G. J. que enumera compulsada pesquisa à legislação revelam desconhecimento pela Lei Sindical. Não sabem que, “todos os funcionários têm direito”, independentemente de exercerem funções sindicais, a um determinado número de horas (Ver art.º 331, Lei 59/2008 de 11 Setembro, bem como acórdãos de acções ganhas pelo STAL em tribunais administrativos directamente relacionados com este assunto) para participarem em actividades sindicais.
Providências:
1. A Comissão Sindical irá exigir a reposição das normas e folgas;
2. A Comissão Sindical já entregou o processo ao gabinete jurídico da direcção regional do STAL;
3. O processo irá até aos tribunais caso não seja reposta a justiça;
O clima instalado no seio de quem participa nas formas de luta “legais” existente ficou fragilizado (seria esta a intenção da “Chefe”?).
Não vamos permitir que sejam as administrações das Autarquias, a deliberar sobre as formas de luta do nosso sindicato, com a aceitação dos trabalhadores.
Recorreremos a tudo o que tiver ao nosso alcance, para que isso não aconteça. Estas atitudes não dignificam nem respeitam, os gestores das Autarquias Locais.
A C.S., considera estritamente necessário, que exista uma boa relação entre as partes envolventes neste processo de parceria, previsto na Constituição da República, entre as “Comissões de Trabalhadores ou Estruturas Sindicais representativas dos trabalhadores e as Administrações”.
A C.S. continua, como sempre, aberta ao dialogo com o executivo, lançando porem um alerta para a forma como todos os assuntos relacionados com os trabalhadores estão a ser tratados pelos serviços competentes.
A C.S., eleita democraticamente em Plenário Geral de Trabalhadores, é a estrutura local que os representa, expressando a sua dignidade e força colectiva.
Nunca deixaremos de honrar os compromissos assumidos, nem de dignificar o elevado historial de luta da estrutura Sindical que representamos.

A Comissão Sindical
Agosto 2010

_____________________________________________

INFORMAÇÃO AOS TRABALHADORES

Face ao comunicado emitido no dia 10 de Setembro pela Comissão Sindical do STAL, intitulado “Direitos
Consagrados não podem ser Roubados”, cumpre informar do seguinte:

A 5 de Julho de 2010, deu entrada nos serviços da Câmara um pedido de dispensa dos trabalhadores para
participação no “Dia Nacional de Protesto e Luta contra as Medidas de Austeridade do Governo”, o qual,
mediante despacho do Sr. Presidente da Câmara, foi remetido para a Chefe de Divisão de Recursos Humanos, Dr.ª Mónica Brito.

Considerando que, em Janeiro de 2010, havia já ocorrido situação idêntica, no âmbito da qual foi solicitado parecer jurídico sobre o enquadramento legal de tal dispensa, o qual concluía pela ilegalidade da mesma, porque não prevista na lei, a supra – identificada Chefe de Divisão proferiu competente despacho de indeferimento, suportado no referido parecer jurídico e consequente orientação do executivo, dando de tal despacho conhecimento à Comissão Sindical.
Assim, o acto de indeferimento do pedido de dispensa de trabalhadores, com fundamento em parecer jurídico que conclui que a participação em manifestação de trabalhadores não se encontra tipificada entre os fundamentos das faltas justificadas dos trabalhadores, afigura-se-nos um acto legítimo e o único enquadrado na lei, já que estando a autarquia vinculada ao princípio da legalidade, não podem os autarcas, obviamente, praticar actos contrários aos respectivos normativos legais.

A este acto de indeferimento responde a Comissão Sindical com a convocatória de um Plenário de Trabalhadores a realizar no dia 8 de Julho, data da manifestação em Setúbal, pretendendo, então, justificar as faltas dos trabalhadores não ao abrigo da presença na manifestação mas ao abrigo da presença no plenário, o qual viria a ter “como desenvolvimento a deslocação a Setúbal à Manifestação Nacional marcada pela CGTP”, vindo agora reputar como ilegal o despacho camarário, com fundamento na violação do artigo 331º da Lei n.º 59/2008, de 11 de Setembro, o que, desde já repudiamos!

Senão vejamos:
A Comissão Sindical, tendo solicitado dispensa dos trabalhadores para participação em manifestação de trabalhadores, pedido indeferido nos termos e fundamentos já aduzidos, marca posteriormente à tomada de conhecimento do despacho de indeferimento, um plenário geral de trabalhadores, em local não identificado, em horário coincidente com o da partida prevista para Setúbal, sendo que tal plenário teve como desenvolvimento a deslocação a Setúbal – objectivo da primeira solicitação.

Pretendia, assim, a Comissão Sindical integrar a dispensa dos trabalhadores, não já no regime de faltas justificadas para participação em manifestação, mas no regime previsto no artigo 331º do RCTFP (reuniões de trabalhadores no órgão ou serviço), conforme resulta do comunicado ora emitido, iludindo assim o regime jurídico que fundamentou a decisão de indeferimento do pedido inicial por parte da Câmara.

Porém, a acusação de falta de conhecimento do regime jurídico aplicável à actividade sindical que a Comissão Sindical lança aos funcionários da autarquia com intervenção directa neste processo, pode e deve ser devolvida à referida Comissão Sindical, já que a subsecção em que se integra o aludido artigo 331º do RCTFP diz respeito ao “exercício da actividade sindical no órgão ou serviço”, conforme expressamente refere a sua própria epígrafe, pelo que tal normativo não se aplica à situação em apreço, porquanto a reunião não decorreu no órgão ou serviço, porquanto a autarquia de Sines não tem qualquer órgão ou serviço instalado na cidade de Setúbal, como é do conhecimento geral.
Mais, refere o artigo 330º, n.º2, que o exercício do direito a desenvolver actividade sindical no órgão ou serviço não pode comprometer a realização do interesse público e o normal funcionamento dos órgãos, dispondo, por sua vez, o n.º 2 do artigo 331º que os trabalhadores podem reunir-se durante o horário de trabalho até um período máximo de 15 horas por ano, desde que assegurem o funcionamento dos serviços de natureza urgente e essencial, o que pressupõe a verificação efectiva desta condicionante.
Nestes termos, a leitura integrada de toda a subsecção IV do RCTFP permite concluir claramente pela não aplicabilidade do seu clausulado à situação em apreço, sendo, no nosso entender, forçada a interpretação da Comissão Sindical.
Assim, e ao contrário do que parece advogar a Comissão Sindical, o exercício da actividade sindical, que nos merece o maior respeito, não legitima interpretações abusivas dos normativos legais, o exercício da actividade sindical está também ele sujeito ao princípio da legalidade, sendo essa a única forma de garantir a prossecução do princípio da igualdade de tratamento entre os trabalhadores e o respeito pelos direitos de todos os trabalhadores - os sindicalizados e os não sindicalizados, os que concordam com os fundamentos da manifestação e os que deles discordam, todos sem excepção e sem diferenças!
Porque, na verdade, o que a Comissão Sindical defende é um regime de excepção para os que acompanham a luta sindical e pretendem participar em manifestações de protesto e os demais. Não se encontrarão porventura para todos e cada um dos trabalhadores motivos tão nobres e atendíveis, como a participação numa jornada de luta, para justificar uma ausência ao trabalho e, ainda assim, apesar de fundamentadas em motivos nobres e atendíveis, tais ausências, desde que não suportadas nos fundamentos tipificados na lei não têm que ser suportadas em férias, folgas ou normas internas?!

De realçar, neste ponto, que a “norma interna”, tal como o próprio nome indica, é em si mesmo um benefício concedido ao trabalhador mediante regulamento municipal que lhe permite ausentar-se do trabalho para tratar de assuntos do seu interesse pessoal, ou seja, a natureza jurídica da norma interna é muito diferente da natureza jurídica do direito a férias ou do direito a descanso compensatório, os quais são direitos universais. Não será a participação em jornada de luta pela defesa dos seus direitos enquanto trabalhadores, uma decisão individual de cada trabalhador e, como tal, um assunto que pessoalmente lhes interessa acautelar, tendo, como tal, todo o cabimento na natureza da norma interna, em que para todos os efeitos, incluindo remuneratórios, é como se o trabalhador tivesse estado ao serviço?

Por último e já no que respeita às considerações tecidas pela Comissão Sindical acerca de duas funcionárias desta Câmara Municipal, a saber a Chefe de Divisão de Recursos Humanos, Dr.ª Mónica Brito e a Jurista, Dr.ª Helena Leal, cumpre-nos dizer que as mesmas se nos afiguram lamentáveis, sobretudo quando proferidas por uma estrutura que tem como missão a defesa dos trabalhadores – Não serão estas funcionárias, trabalhadores como todos os outros? É legítimo que a Comissão Sindical insulte estas trabalhadoras na forma de exercício das suas funções, acusando inclusive uma delas de “responder à voz do dono”?!

Pensamos claramente que não, a jurista da Câmara pronunciou-se sobre a questão que lhe foi colocada, baseando-se para o efeito e como é seu dever, em normativos legais; a Chefe de Divisão de Recursos Humanos, mediante despacho, limitou-se a indeferir um pedido que, nos termos do parecer jurídico, carecia de enquadramento legal, sem qualquer intenção de fragilizar o clima instalado no seio de quem participa nas formas de luta legais, como afirma a Comissão Sindical.
Na verdade, as formas de luta são efectiva e felizmente legais, não tendo sido em, momento algum, questionadas - a única questão colocada foi a forma de justificar as ausências dos trabalhadores que, a Comissão Sindical entende como direito do trabalhador (sendo, como tal, legítimo inferir que no entender da Comissão Sindical os trabalhadores que participam nas diversas formas de luta têm mais direitos que os outros que nelas não participam) e a Câmara Municipal, com base em parecer jurídico que expressamente solicitou, entende que tal ausência não pode ser justificada com um acto de dispensa dos trabalhadores.

Assim, a Câmara Municipal não teve nunca qualquer intenção de deliberar sobre as formas de luta do sindicato, muito menos de limitar a participação dos trabalhadores nessas mesmas formas de luta, apenas teve a intenção de, à semelhança do que acontece com as demais decisões tomadas diariamente, CUMPRIR A LEI, na defesa dos princípios gerais de direito, que se fundam nos princípios do Estado de Direito Democrático, entre os quais se incluem com especial relevância e protecção os Direitos dos Trabalhadores que, em momento algum, deixaram de ser acautelados!

Face ao exposto e considerando que:
- A decisão tomada relativamente ao solicitado pela Comissão Sindical é, de acordo com o parecer jurídico
de que dispomos, a única decisão possível de acordo com Lei;
- Não ocorreu qualquer violação dos direitos dos trabalhadores que não foram, de forma alguma, impedidos de participar na referida manifestação;
- Não ocorreu qualquer violação do direito ao exercício à actividade sindical, quer pelas suas estruturas
dirigentes, quer pelos trabalhadores.

A Câmara Municipal de Sines mantém como válida e eficaz a decisão tomada, repudiando veementemente e com os fundamentos expostos, todas as acusações que são dirigidas pela Comissão
Sindical às funcionárias supra – identificadas e ao executivo municipal.

Sines, 13 de Setembro de 2010
A Vice – Presidente da Câmara Municipal de Sines,

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sines x Porto Covo

Facebook


A Estação já se encontra no facebook, "alojada" na minha página pessoal. Para aceder basta seguir o link que se encontra no campo superior do blogue.

Ainda longe dos três anos de existência e com mais de 500.000 de visitas a Estação de Sines é  inequivocamente uma referência, como ponto de encontro e debate da nossa região, alargar o seu âmbito para uma rede social mais intimista e interactiva como o Facebook, é resultado de um processo reflectido, que pretende aproximar-me dos leitores.

Doravante os mais de 500 visitantes diários habituais, podem interagir e participar, para além dos normais comentários. Este novo espaço não substitui, - nem pretende fazê-lo - os comentários habitualmente enviados para o blogue, mas antes criar outro registo em termos de diálogo e partilha de ideias e opiniões.

Apenas os posts de minha autoria serão colocados no Facebook, deixando ao critério dos colabores se pretendem fazê-lo também nas suas páginas pessoais.

Aguardo para breve poder comunicar mais novidade, nomeadamente a nível de colaboradores, que contribuirão para o enriquecimento deste espaço, abrindo ainda mais o leque de ideias e temas.


António Braz

Por Favor não entre nem tome banho na zona de Pesca

Prova Oficial Autorizada pela FPPD ARCPD e Capitania do Porto de Sines

Era este o pequeno cartaz que a praia da Fonte do Cortiço (Areias Brancas) exibia ontem, logo ao fundo das escadas de acesso à mesma.
Sendo domingo e estando no Verão, qualquer cidadão tendo uma praia perto onde normalmente vai dar o seu mergulho e apanhar um pouco de sol logo pela manhã, convenhamos que o cenário encontrado - Algumas dezenas de pescadores desportivos bem "artilhados" e estendidos pela praia e com a PROIBIÇÃO de acesso à água não é coisa que passasse pela cabeça ao mais pintado.

Mas de facto aconteceu!

Sabado e Domingo houve concurso de pesca a nível nacional e a dita praia das Areias Brancas foi "invadida" pelos pescadores que estavam, obviamente autorizados pela Capitania do Porto de Sines.
Não me chateia nada que os pescadores pratiquem a actividade que gostam, antes pelo contrário mas, daí a IMPEDIREM os cidadãos que apenas querem refrescar-se tomando um banho naquelas águas, parece-me demais.
A Capitania do Porto de Sines no meu entender não teve a sensatez de reservar um espaço que nem precisava de ser muito grande, para que os interesses dos Desportistas não colidissem com os interesses dos demais cidadãos.

Não, não estou a inventar nada. Passou-se comigo que, só por um grande favor, tive o prazer de dar um mergulho, enquanto um pescador e com o acordo daquele, "empatava" o seu anzol, já que a pescaria estava fraca.
Enfim, é o país que temos onde "manda quem pode" e como neste caso, nem sequer quem autoriza o evento se faz representar na obrigação de vigilância que tem pela jurisdição que responde.

Apelo desesperado


Sr. Presidente da Câmara Municipal de Sines, Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Porto Covo, Comandante da GNR, Comandante dos Bombeiros, Presidente da Liga dos ex-combatentes, presidente da associação de comerciantes, deputados, políticos, alcoviteiros e todos, mas todos que tenham algum poder e representação social e também aqueles que não têm poder, nem capacidade de decisão, nem sobre si próprio, esta reclamação e apelo é para vós.

Não me queixo do cheiro nauseabundo que nos invade as fossas nasais, como se o corpo putrefacto do Complexo Industrial regugitasse sobre Sines; não me refiro às nuvens negras de fumo que invadem Sines  pintando o céu de negro e beijando de morte os nossos pulmões; nem das pilhas de carvão que parecem querer desafiar a serra do Cercal, em dimensão, porque em cor nada as iguala – às pilhas de carvão –; já não ligo pevas à rotunda da Costa do Norte, contra todo o bom-senso; nem à falência financeira da autarquia, muito menos ao amordaçamento que o "Estado Novo" Siniense impõe, nem o drama e tragédia da ausência de oposição digna desse nome. Não me queixo destas minudências, porque já estou habituado e nada representam perante o problema que me impele a efectuar esta reclamação.

É o caravanismo, as caravanas e os caravaneiros (só pode ser este o seu nome) que me tiram o sono, causam azia, más digestões, urticária e aguda flatulência que restringem a minha vida social ao mínimo essencial. Considero-me tolerante e condescendente, menos com o caravanismo, onde todo o meu ódio se explana.

Perante a incapacidade do meu psicólogo e psiquiatra, terapia familiar e de grupo, optei pela reflexão (até porque sobrava-me tempo, dados os meus problemas intestinais) e racionalização deste ódio.

E meus senhores não há só gaivotas em terra quando um homem se põe a pensar (e pronto tinha de prestar  a minha homenagem ao Zeca e ao 25 de Abril) e fez-se luz: estamos perante uma conspiração de âmbito mundial que em comparação o aquecimento global é uma ninharia.

Alguém sabe porque todos os proprietário de caravanas estacionam de forma horizontal à linha de água e o mais perto possível da beira das falésias, como se fizessem questão de se fundirem com o mar, senão para proibir a visão tranquilizadora do mare nostro e o estacionamento e acesso às praias.

Existirá vivalma, que explique porque raio circula esta gente, nunca a mais de 50 Kms/hora e sempre no meio da via, senão para nos atrasar e enervar, tentando que tenhamos um acidente;

Já porventura, pensaram que esta gente dorme sobre os próprios dejectos e fluídos corporais de toda a espécie, normalmente lava os pés a porta da caravana em alguidares onde corta as unhas, monta a mesa e cadeiras junto à caravana, apropriando-se da área circundante, não gasta um tostão no comércio local, quanto muito uma bica e 2 horas a ocupar a esplanada do café, e depois todos têm um cão, normalmente um irritante caniche, que mija e caga, como se o mundo fosse acabar.

E depois, e isso é o que mais me irrita, alguém já viu uma gaja boa a viajar de caravana? Nunca! Porque os caravaneiros são velhos, com esposas gordas que nem Popotas, vestem fato de treino e sandálias com meias brancas e como se não fosse suficiente ainda conduzem sem camisa.

Depois dos estacionamentos juntos às praias, marginais e falésias, eles começarão a ocupar as nossas avenidas, ruas, bairros, garagens e brevemente o mundo será deles.

Já não será suficiente taxar absurdamente a sua estadia. Furar os pneus ou abastecê-los de gasolina em vez de gasóleo é de todo desaconselhável, pois só aumentaria a sua permanência, injuriá-los ou buzinar insistentemente durante a noite junto às caravanas é escusado, posso confirmá-lo por experiência própria.

Muitos mais argumentos existem, mas penso que bastam para nos unirmos e salvarmos o que resta da sociedade civilizada.

Apelo à unidade para que o nosso Concelho, proíba todas as formas de caravanismo com uma Postura Municipal que permita correr à paulada, que isto não vai de outra forma e que deste modo possamos ostentar orgulhosamente em todas as entradas do nosso Concelho: "Benvindo a Sines, Concelho livre de Caravanas."

domingo, 19 de setembro de 2010

A Lição do Ratinho

 Uma excelente fábula para ser divulgada principalmente em grupos de trabalho

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida q haveria ali. Ao descobrir q era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!

A galinha disse:

- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo q isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !

- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:

- O que? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira...

Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.

A mulher do fazendeiro correu para ver o que a ratoeira havia pegado.

No escuro, ela não viu q a ratoeira havia pegado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...

O fazendeiro levou-a imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha.

O fazendeiro pegou no seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou por morrer.

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Moral da História:

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.

O problema de um é problema de todos!

'Nós aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a conviver como irmãos. Cada um só "coça" os seus males ignorando os dos outros.

" Os direitos existem para ser exercidos na sua plenitude e não apenas quando nos interessa, ou quando quem está no poder é um adversário político."

Que comentários obter de vós?

sábado, 18 de setembro de 2010

Vasco X Vasco


Cinco jogadores do Vasco da Gama do Brasil foram cedidos ao clube homónimo de Sines para integrar, na próxima época, a equipa alentejana, que disputa a primeira divisão distrital de Setúbal, no âmbito de uma parceria entre os clubes.
O protocolo celebrado entre os dois clubes, depois de uma visita a Sines, em Fevereiro deste ano, do presidente do Clube de Regatas do Vasco da Gama (Brasil), Carlos Roberto de Oliveira (ou Roberto "Dinamite", como é mais conhecido), prevê o intercâmbio de jogadores "sem qualquer custo" para o clube português.

"Basicamente é um protocolo de colaboração entre o Vasco da Gama Atlético Clube e o Clube de Regatas do Vasco da Gama, que inclui o intercâmbio de jogadores", disse hoje à Agência Lusa Carlos Pereira, presidente do clube alentejano.

"Pode passar por virem jogadores do Brasil para cá ou de cá para o Brasil", especificou, tendo avançado que, "por enquanto", ainda não foi enviado nenhum jogador português, mas ressalvando que "se houver algum com qualidade para isso há sempre essa oportunidade".

O Clube de Regatas do Vasco da Gama disputa o Brasileirão, o principal campeonato do Brasil, e conta com uma "torcida" estimada em 16 milhões de pessoas.

O objectivo do clube de Sines passa por fomentar o seu desenvolvimento em Portugal para que regresse, "o mais rápido possível, aos campeonatos nacionais", depois de se ter sagrado duas vezes campeão nacional da terceira divisão.

Fundado em 1966, o Vasco da Gama Atlético Clube, que conta com cerca de mil sócios, disputou durante várias épocas os campeonatos nacionais da II e III divisões, mas disputa actualmente a I Divisão Distrital de Setúbal.

Os brasileiros Eder, Luís Gustavo, Baruerí, Gotti e Dico vão reforçar a equipa de Sines, que passa a contar, assim, com mais um guarda-redes, um médio, um lateral e dois avançados, que já começaram a treinar e devem entrar em campo no sábado, para um jogo amigável com o Despertar de Beja, agendado para as 16:00.

Se os certificados internacionais estiverem prontos até ao início da época, os jogadores brasileiros, com idades entre os 19 e os 22 anos, vão estar disponíveis para a primeira jornada do campeonato distrital, a 26 de Setembro, com um jogo em casa contra o Palmelense.

Lusa

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Alívio

Por altura dos finais de Agosto passado, alguns pescadores que navegavam na baía de Sines, sentiram um forte e quente sopro vindo dos lados da cidade de Sines. Mas coisa curiosa, à medida que se aproximavam do porto de pesca o sopro desaparecia, o mesmo acontecendo quando se aproximavam do pontal, aquele enorme rochedo negro a nascente da praia Vasco da Gama. Coisa intrigante aquela uma vez que o dito sopro permaneceu activo por mais de meia hora e logo desapareceu. Mas ao mesmo tempo repararam que o dito sopro trazia consigo alguns cheiros a comidas, a peixe assado e a caldeiradas, a carne e a gorduras pisadas e dejectos humanos e não só. Que seria pensaram alguns homens do mar.

Repararam então que as últimas barracas de comes e bebes e as últimas tendas dos feirantes acabavam de ser levantadas da avenida da praia e que a circulação automóvel se voltava a fazer com toda a normalidade.

Não querem lá ver que o sopro era o alívio da cidade de Sines por lhe terem aberto de novo aquela artéria, que havia sido encerrada por mais de um mês entupindo tudo e principalmente entupindo a paciência de muitos simples mortais? Primeiro um palco enorme atravessado nas duas faixas de rodagem da avenida obrigando o trânsito do sul a subir ao castelo e a entrar para dentro da cidade, coisa que uma boa parte não pretenderia, mas que a tanto obrigados vêm chatear residentes e veraneantes cujo passear nas ruas passou a ser um risco sério. Depois o trânsito que vem do norte e que è forçado a subir a estrada da ribeira, alguns enfiam direito ao largo dos Penedos da Índia com as suas roulottes, outros andam às aranhas pela rua Marquês de Pombal com enormes camiões e os residentes obrigam-se a suplícios de trânsito nunca imaginados. Depois uma dúzia de barracas de comes e bebes com casa de banho à discrição, isto é, a praia, a falésia e algumas casinhas WC para recepção das necessidades dos humanos, mas que por não darem vazão vão deixando que pelo alcatrão se espalhem urinas e cheiros que invadem as várias dezenas de tendas de venda de artesanato e algumas viaturas de venda de sandes e de cachorros e bebidas das mais variadas, a que pomposamente chamaram a feira de Agosto de Sines. Ai minha bela feira de Agosto comparada com aquilo que nem tem tendas nem vozes e gritos de ciganos e feirantes, para venda de roupas e calçados, como qualquer feira que se preza. E depois vêm com a treta de que a isto se chama promover o turismo no município de Sines.

Afinal estava esclarecido o mistério do sopro que naquele dia de Agosto passado alguns pescadores sentiram e cheiraram na baía de Sines. Foi o sopro de alívio da cidade por se rever liberta das grades que não a deixavam respirar convenientemente.



Francisco do Ó Pacheco

Ainda a Festa do Avante...

A Confissão de um "Reaccionário"

Independentemente da opinião política de cada um...
Vale a pena ler e guardar para reler quando nos sentirmos deprimidos ou com ataques tontos de anti-comunismo.

Independentemente da opinião política de cada um leiam, porque vale a pena.“Dizem-se muitas mentiras acerca da Festa do Avante! Estas são as mais populares: que é irrelevante; que é um anacronismo; que é decadente; que é um grande negócio disfarçado de festa; que já perdeu o conteúdo político; que hoje é só comes e bebes.

Já é a Segunda vez que lá vou e posso garantir que não é nada dessas coisas e que não só é escusado como perigoso fingir que é. Porque a verdade verdadinha é que a Festa do Avante faz um bocadinho de medo.

O que se segue não é tanto uma crónica sobre essa festa como a reportagem de um preconceito acerca dela - um preconceito gigantesco que envolve a grande maioria dos portugueses. Ou pelo menos a mim.

Porque é que a Festa do Avante faz medo?

É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?

É sempre desconfortável estar rodeado por pessoas com ideias contrárias às nossas. Mas quando a multidão é gigante e a ideia é contrária é só uma só – então, muito francamente, é aterrador.

Até por uma questão de respeito, o Partido Comunista Português merece que se tenha medo dele. Tratá-lo como uma relíquia engraçada do século XX é uma desconsideração e um perigo. Mal por mal, mais vale acreditar que comem criancinhas ao pequeno-almoço.

BEM SEI QUE A condescendência é uma arma e que fica bem elogiar os comunistas como fiéis aos princípios e tocantemente inamovíveis, coitadinhos.

É esta a maneira mais fácil de fingir que não existem e de esperar, com toda a estupidez, que, se os ignoramos, acabarão por se ir embora.

As festas do Avante, por muito que custe aos anticomunistas reconhecê-lo, são magníficas.

É espantoso ver o que se alcança com um bocadinho de colaboração. Não só no sentido verdadeiro, de trabalhar com os outros, como no nobre, que é trabalhar de graça.

A condescendência leva-nos a alvitrar que “assim também eu” e que as festas dos outros partidos também seriam boas caso estivessem um ano inteiro a prepará-las. Está bem, está: nem assim iam lá. Porque não basta trabalhar: também é preciso querer mudar o mundo. E querer só por si, não chega. É preciso ter a certeza que se vai mudá-lo.

Em vez de usar, para explicar tudo, o velho chavão da “ capacidade de organização” do velho PCP, temos é que perguntar porque é que se dão ao trabalho de se organizarem.

Porque os comunistas não se limitam a acreditar que a história lhes dará razão: acreditam que são a razão da própria história. É por isso que não podem parar; que aguentam todas as derrotas e todos os revezes; que são dotados de uma avassaladora e paradoxalmente energética paciência; porque acreditam que são a última barreira entre a civilização e a selvajaria. E talvez sejam. Basta completar a frase "Se não fossem os comunistas, hoje não haveria..." e compreende-se que, para eles, são muitas as conquistas meramente "burguesas " que lhe devemos, como o direito à greve e à liberdade de expressão.

É por isso que não se sentem “derrotados”. O desaparecimento da URSS, por exemplo, pode ter sido chato mas, na amplitude do panorama marxista-leninista, foi apenas um contratempo. Mas não é só por isso que a Festa do Avante faz medo. Também porque é convincente. Os comunas não só sabem divertir-se como são mestres, como nunca vi, do à-vontade. Todos fazem o que lhes apetece, sem complexos nem receios de qualquer espécie. Até o show off é mínimo e saudável.

Toda a gente se trata da mesma maneira, sem falsas distâncias nem proximidades. Ninguém procura controlar, convencer ou impressionar ninguém. As palavras são ditas conforme saem e as discussões são espontâneas e animadas. É muito refrescante esta honestidade. É bom (mas raro) uma pessoa sentir-se à vontade em público. Na Festa do Avante é automático.

Dava-nos jeito que se vestissem todos da mesma maneira e dissessem e fizessem as mesmas coisas - paciência. Dava-nos jeito que estivessem eufóricos; tragicamente iluminados pela inevitabilidade do comunismo - mas não estão. Estão é fartos do capitalismo - e um bocadinho zangados.

Não há psicologias de multidões para ninguém: são mais que muitos, mas cada um está na sua. Isto é muito importante. Ninguém ali está a ser levado ou foi trazido ou está só por estar. Nada é forçado. Não há chamarizes nem compulsões. Vale tudo até o aborrecimento. Ou seja: é o contrário do que se pensa quando se pensa num comício ou numa festa obrigatória. Muito menos comunista.

Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. Convinha-nos pensar que as comunas eram um rebanho mas a parecença é mais com um jardim zoológico inteiro. Ali uma zebra; em frente um leão e um flamingo; aqui ao lado uma manada de guardas a dormir na relva.

QUANDO SE CHEGA à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.

Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete. Nos tempos que correm, vale ouro. Há milhares de pessoas a entrar e a sair mas não há bichas. A circulação é perfeitamente sanguínea. É muito bom quando não desconfiamos de nós.

Mesmo assim tenho de confessar, como reaccionário que sou, que me passou pela cabeça que a razão de tanta preocupação talvez fosse a probabilidade de todos os potenciais bombistas já estarem lá dentro, nos pavilhões internacionais, a beber copos uns com os outros e a divertirem-se.

A Festa do Avante é sempre maior do que se pensa. Está muito bem arrumada ao ponto de permitir deambulações e descobertas alegres. Ao admirar a grandiosidade das avenidas e dos quarteirões de restaurantes, representando o país inteiro e os PALOP, é difícil não pensar numa versão democrática da Exposição do Mundo Português, expurgada de pompa e de artifício. E de salazarismo, claro.

Assim se chega a outro preconceito conveniente. Dava-nos jeito que a festa do PCP fosse partidária, sectária e ideologicamente estrangeirada. Na verdade, não podia ser mais portuguesa e saudavelmente nacionalista.

O desaparecimento da União Soviética foi, deste ponto de vista, particularmente infeliz por ter eliminado a potência cujas ordens eram cegamente obedecidas pelo PCP.

Sem a orientação e o financiamento de Moscovo, o PCP deveria ter também fenecido e finado. Mas não: ei-lo. Grande chatice.

Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! Que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez.

A teimosia comunista é culturalmente valiosa porque é a nossa própria cultura que é teimosa. A diferença às modas e às tendências dos comunistas não é uma atitude: é um dos resultados daquela persistência dos nossos hábitos. Não é uma defesa ideológica: é uma prática que reforça e eterniza só por ser praticada. (Fiquemos por aqui que já estou a escrever à comunista).

A Exposição do Mundo português era “para inglês ver”, mas a Festa do Avante! Em muitos aspectos importantes, parece mesmo inglesa. Para mais, inglesa no sentido irreal. As bichas, direitinhas e céleres, não podiam ser menos portuguesas. Nem tão-pouco a maneira como cada pessoa limpa a mesa antes de se levantar, deixando-a impecável.

As brigadas de limpeza por sua vez, estão sempre a passar, recolhendo e substituindo os sacos do lixo. Para uma festa daquele tamanho, com tanta gente a divertir-se, a sujidade é quase nenhuma. É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.

Se a Festa do Avante dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau. A coisa está tão bem organizada que não se vê. Passa-se o mesmo com os seguranças - atentos mas invisíveis e deslizantes, sem interromper nem intimidar uma mosca.

O preconceito anticomunista dá-os como disciplinados e regimentados – se calhar, estamos a confundi-los com a Mocidade portuguesa. Não são nada disso. A Festa funciona para que eles não tenham de funcionar. Ao contrário de tantos festivais apolíticos, não há pressa; a ansiedade da diversão; o cumprimento de rotinas obrigatórias; a preocupação com a aparência. Há até, sem se sentir ameaçado por tudo o que se passa à volta, um saudável tédio, de piquenique depois de uma barrigada, à espera da ocupação do sono.

Quando se fala na capacidade de “mobilização” do PCP pretende-se criar a impressão de que os militantes são autómatos que acorrem a cada toque de sineta. Como falsa noção, é até das mais tranquilizadoras. Para os partidos menos mobilizadores, diante do fiasco das suas festas, consola pensar que os comunistas foram submetidos a uma lavagem ao cérebro.

Nem vale a pena indagar acerca da marca do champô.

Enquanto os outros partidos puxam dos bolsos para oferecer concertos de borla, a que assistem apenas familiares e transeuntes, a Festa do avante enche-se de entusiásticos pagadores de bilhetes.

E porquê? Porque é a festa de todos eles. Eles não só querem lá estar como gostam de lá estar. Não há a distinção entre “nós” dirigentes e “eles” militantes, que impera nos outros partidos. Há um tu-cá-tu-lá quase de festa de finalistas.

É UM ALÍVIO A FALTA de entusiasmo fabricado – e, num sentido geral de esforço. Não há consensos propostos ou unanimidades às quais aderir. Uns queixam-se de que já não é o que era e que dantes era melhor; outros que nunca foi tão bom.

É claro que nada disto será novidade para quem lá vai. Parece óbvio. Mas para quem gosta de dar uma sacudidela aos preconceitos anticomunista é um exercício de higiene mental.

Por muito que custe dize-lo, o preconceito - base, dos mais ligeiros snobismos e sectarismos ao mais feroz racismo, anda sempre à volta da noção de que “eles não são como nós”. É muito conveniente esta separação. Ma é tão ténue que basta uma pequena aproximação para perceber, de repente, que “afinal eles são como nós”

Uma vez passada a tristeza pelo desaparecimento da justificação da nossa superioridade (e a vergonha por ter sido tão simples), sente-se de novo respeito pela cabeça de cada um.

Espero que não se ofendam os sportinguistas e comunistas quando eu disser que estar na Festa do Avante! Foi como assistir à festa de rua quando o Sporting ganhou o campeonato. Até aí eu tinha a ideia, como sábio benfiquista, que os sportinguistas eram uma minúscula agremiação de queques em que um dos requisitos fundamentais era não gostar muito de futebol.

Quando vi as multidões de sportinguistas a festejar – de todas as classes, cores e qualidades de camisolas -, fiquei tão espantado que ainda levei uns minutos a ficar profundamente deprimido.

POR OUTRO LADO, quando se vê que os comunistas não fazem o favor de corresponder à conveniência instantaneamente arrumável das nossas expectativas – nem o PCP é o IKEA -, a primeira reacção é de canseira. Como quem diz:”Que chatice – não só não são iguais ao que eu pensava como são todos diferentes. Vou ter de avaliá-los um a um. Estou tramado. Nunca mais saiu daqui.”

Nem tão pouco há a consolação ilusória do pick and choose.

...É uma sólida tradição dizer que temos de aprender com os comunistas... Infelizmente é impossível. Ser-se comunista é uma coisa inteira e não se pode estar a partir aos bocados. A força dos comunistas não é o sonho nem a saudade: é o dia-a dia; é o trabalho; é o ir fazendo; e resistindo, nas festas como nas lutas.

Hás uma frase do Jerónimo de Sousa no comício de encerramento que diz tudo. A propósito de Cuba (que não está a atravessar um período particularmente feliz), diz que “resistir já é vencer”.

É verdade – sobretudo se dermos a devida importância ao “já”. Aquele “já” é o contrário da pressa, mas é também “agora”.

Na Festa do Avante! Não se vêem comunistas desiludidos ou frustrados. Nem tão pouco delirantemente esperançosos. A verdade é que se sente a consciência de que as coisas, por muito más que estejam, poderiam estar piores. Se não fossem os comunistas: eles.

Há um contentamento que é próprio dos resistentes. Dos que existem apesar de a maioria os considerar ultrapassados, anacrónicos, extintos. Há um prazer na teimosia; em ser como se é. Para mais, a embirração dos comunistas, comparada com as dos outros partidos, é clássica e imbatível: a pobreza. De Portugal e de metade do mundo, num Portugal e num mundo onde uns poucos têm muito mais do que alguma vez poderiam precisar.

NA FESTA DO AVANTE! Sente-se a satisfação de chatear. O PCP chateia. Os sindicatos chateiam. A dimensão e o êxito da Festa chateiam. Põem em causa as desculpas correntes da apatia. Do ensimesmamento online, do relativismo ou niilismo ideológico. Chatear é uma forma especialmente eficaz de resistir. Pode ser miudinho – mas, sendo constante, faz a diferença.

Resistir é já vencer. A Festa do Avante é uma vitória anualmente renovada e ampliada dessa resistência. ... Verdade se diga, já não é sem dificuldade que resisto. Quando se despe um preconceito, o que é que se veste em vez dele? Resta-me apenas a independência de espírito para exprimir a única reacção inteligente a mais uma Festa do Avante: dar os parabéns a quem a fez e mais outros a quem lá esteve. Isto é, no caso pouco provável de não serem as mesmíssimas pessoas.

Parabéns! E, para mais, pouquíssimo contrariado.”(E só com um bocadinho de nada com medo).

SÁBADO dia 13 de Setembro de 2007
Por: M E C