terça-feira, 19 de abril de 2011

Portugal ou reestrutura dívida ou vai ficar dependente da ajuda externa "por muitos anos"

A unidade de estudos económicos da "The Economist" acredita que Portugal terá de reestruturar a sua dívida pública. E se não o fizer, o País vai ficar permanente da ajuda externa por "muitos anos e muito além do período actualmente previsto pelas autoridades europeias."


"A decisão de pedir ajuda marca apenas o início de um processo de ajustamento extremamente doloroso e demorado", alertam os economistas da Economist Intellegence Unit – secção de estudos económicos da "The Economist".
"O endividamento de Portugal pode aumentar rapidamente para níveis insustentáveis, aumentando a perspectiva de uma reestruturação de dívida pública no futuro."
Contudo, a questão agora centra-se na capacidade dos "contribuintes portugueses pagarem totalmente o crescente endividamento do Estado no longo prazo". E é por isso que a unidade de estudos económicos considera que "o incumprimento e a reestruturação [de dívida] permanece como um risco elevado".
"Na ausência de qualquer reestruturação de dívida, a probabilidade de Portugal ficar dependente do financiamento da UE/FMI por muitos anos e muito além do período actualmente previsto pelas autoridades europeias", adianta a mesma fonte.
O estudo adianta que Portugal vai tentar negociar de forma a conseguir taxas de juro semelhantes às cobradas à Grécia e à Irlanda (entre 5% e 6%), mas "as autoridades europeias, especialmente a Alemanha, devem endurecer as negociações".
Os economistas da "Economist Intelligence Unit" acreditam que ainda poderá ser feito um empréstimo intercalar, ainda que com "outro nome", uma vez que este tipo de financiamento "não é popular entre a União Europeia" e Portugal está à porta de uma eleição legislativa, o que poderá retirar alguma legitimidade ao Governo de gestão liderada por José Sócrates.
A unidade de estudos salienta que "o processo de ajustamento durante a consolidação orçamental vai ser severo e pode-se esperar contestação social".
"A decisão de pedir ajuda marca apenas o início de um processo de ajustamento extremamente doloroso e demorado."
Portugal está a desenvolver actualmente negociações com a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional para receber ajuda. Tem-se falado sobre a possibilidade de haver um empréstimo intercalar até que seja eleito um novo Governo, mas as autoridades europeias têm rejeitado essa possibilidade.

Incumprimento

Define o momento em que uma entidade deixa de ter liquidez para pagar os juros do dinheiro que pediu emprestado, ou para devolver o capital ao credor. Quando um Estado entra em bancarrota, tem de renegociar as condições do seu empréstimo, renegociação essa que pode levar a alterações no valor dos juros prometidos, na maturidade dos títulos ou no valor do capital. Em regra, os credores preferem negociar a ir para tribunal, uma vez que os soberanos estão juridicamente bem protegidos.

Reestruturação da dívida

É um processo com consequências semelhantes aos descritos no ponto anterior, mas ocorre ainda antes de os Estados chegarem ao "fim da linha". Os governos tomam a iniciativa de se sentarem à mesa com os credores, antes de entrarem em incumprimento. A História mostra que esta antecipação costuma ser premiada pelos investidores.

3 comentários:

Anónimo disse...

Continuem a votar nos mesmos
Eu voto no FMI
Estou farto dos políticos chulos que nos temos

Anónimo disse...

isso é só fogo de vista se eles se aguentarem eu tambem me aguento nem que tenha que comer umas papas de milho amarelo todos os dias fico rijo que nem um aço

Alberto disse...

Portugal, ou se reestrutura ou continua a pedir dinheiro emprestado. Pedir, porque ninguém tem dúvidas que não consegue pagar. Nunca ninguém teve coragem de tomar medidas, populares ou não, para nos tornar menos dependentes. Quisemos acompanhar a Europa com a entrada na CEE, ficámos dependentes dos empréstimos, perdemos as pescas (até nos pagaram para abater barcos), ficámos com uma agricultura da treta, sujeitos a leis que não nos beneficiavam em nada. Era uma fartura de subsidios. Agora tiveram de vir os estrangeiros por ordem nisto porque não conseguimos controlar o polvo que criámos. Mas os srs. FMI não conseguem que o tempo volte para trás e quem se abotoou com o que não era dele continua a viver sem remorços e impune.