sábado, 19 de fevereiro de 2011

Luta sem treguas

Quando vim para Sines em 1988, entre trabalhos na area do comercio alimentar, estive também a trabalhar na area da metalurgica, actividade para a qual não reunia as melhores condições fisicas, tendo sido informado de que face à minha situação, teria direito a uma pensão por invalidez, pensão essa pela qual lutei, tendo-me sido atribuida e com o valor de 26000$00, a qual foi sendo actualizada, sendo em Setembro de 2007, de 256 euros.
Neste país ninguém consegue viver apenas com aquele montante, e se bem que estou incapaz para executar trabalhos que exijamm esforço fisico, não me sinto inválido, razão pela qual procurei um trabalho que pudesse exercer e cujo vencimento em conjunto com a minha pensão, fossem suficientes para fazer face ás dificuldades.
Em Setembro de 2007 recebi uma carta da segurança social a comunicar-me que por força de um decreto-lei, foi-me retirada a pensão e pedida a devolução de cerca de 11.000 euros.
Imediatamente comecei a escrever a todas as entidades que me ocorreram, pedindo audiências a deputados, Ordem dos Advogados, Comissões Parlamentares, comunicação social, e procurei contactar também o secretário geral de uma central sindical com o objectivo de usar os seus conhecimentos, e colocar-me em contacto com alguém da comunicação social, no sentido de fazer eco da minha situação. A resposta que recebi via email, foi que o meu pedido não se enquadrava na missão da central sindical.
Depois de ter sido recebido numa comissão parlamentar, a resposta que recebi num relatório que me foi remetido posteriormente, é que por força de um decreto-lei, não havia nada a fazer.
Depois de contactar tantas entidades, sem que as respostas viessem de encontro à correcção daquilo que considero uma injustiça social, senti-me naturalmente qual bola de ping pong, ao ser encaminhado de um lado para o outro, havendo inclusive uma ou duas cartas ás quais não obtive resposta por parte dos seus destinatários.
Em simultâneo com uma petição que lancei na internet para a recolha de assinaturas com o objectivo de que seja alterado o decreto-lei que me penalizou a mim e certamente a outros cidadãos, enviei também uma carta ao CDS PP cuja resposta veio em 24 de Setembro de 2009, mostrando preocupação com o meu caso, que é o espelho das injustiças sociais gritantes.
No dia 3 de Abril de 2010, fui chamado á Assembleia da Republica para uma audiência com um deputado do CDS PP, o qual me apresentou um projecto-lei que vem alterar o decreto-lei, do qual me foi dada cópia, e cuja aprovação no plenário da Assembleia da Republica, contará com a aprovação de todos os partidos, á excepção do Partido Socialista.
Quando a alteração do projecto de lei for debatida e aprovada no parlamento, terei com certeza razões para ficar contente , não apenas por mim, mas também por outros portugueses que estão em situações semelhantes ou piores que a minha.
Pena é que vivamos num país onde uma grande maioria das pessoas cruza os braços, esperando que sejam outros a fazer o que nos compete a todos nós.

3 comentários:

efernandes disse...

Pena que a maioria prefere cruzar os braços e/ou esperar que outros façam algo por nós sem que sejamos nós próprios a contribuir p'ra nada...
Eu digo apenas que, é pena!

MLança disse...

São pessoas como o Américo lutando por aquilo que é claramente injusto que admiro, força neles nos truques nas aldrabiçes.
Viram o que se passou ontem com um tal Armando Vara, num centro de saude? Passou á frente de toda a gente e pronto. Em nome de quê porquê? È por estas e por outras que o Américo tem razão.
MLança

Anónimo disse...

Grande Américo, quem disse que não se pode mudar o mundo?

António Braz