domingo, 26 de dezembro de 2010

Orçamento Municipal 2011 ou o Mundo Encantado da Popota



Este ano ao contrário da última década, pelo menos, nada escrevi sobre as grandes opções do plano e orçamento municipal para o ano seguinte.

Para quem conheça minimamente  a realidade económica e financeira da autarquia de Sines, o seu passado de incumprimento orçamental ou seja credor aflito de vários - muitos - meses, o orçamento de 2011 é intelectualmente ofensivo.

Não perderei um minuto a escrever sobre as propostas apresentadas, as intenções de redução de custos, as incríveis previsões de receitas ou quejandos, pelo mesmo motivo que não escrevo da suposta existência do pai Natal ou do mundo encantado da Popota. Falar de fantasias é alimentá-las no imaginário dos crédulos.


Existe um afastamento irrecuperável (tipo Sporting-FC Porto) entre a realidade quotidiana de Sines e o exercício do poder, em que o expoente máximo desta evidência é o jornal oficial da autarquia, o infeliz Siniense. Imagino um gestor privado a apresentar um orçamento deste à sua administração e no dia seguinte engrossaria a fila para o desemprego. Quantos dos seguidores acreditarão verdadeiramente naquilo que aprovam, dormindo tranquilamente o sono dos justos, eis a dúvida

Saí da politica activa e desde algum tempo parece que a politica, felizmente, já saiu de dentro de mim, na medida em que é possível separar a intervenção cívica da politica. Não estou nem mais nem menos motivado para intervir socialmente, apenas mais pragmático.

Estou certo que a solução já não passa pelo políticos que temos, são demasiados anos. Fosse como mulher ou amante, quase todos dormiram confortavelmente na cama do orçamento. Estes são parte do problema e não da solução, esta - a solução - andará algures entre aqueles que desconhecem os corredores do poder e as suas maquinações e creio, porque sou optimista, que esta surgirá como um ovo de Colombo, na medida que está à vista de todos nós. 

Não surgirá um qualquer D. Sebastião, mas creio numa geração que despreza a politica tal como nós a conhecemos actualmente. A politica deixou de ser um acto de nobreza, tornando-se um exercício de interesses pessoais, arrepiantemente aceite pela maioria que a pratica.

Aos outros, políticos sérios, que ainda existem, apesar de serem espécie rara em vias de extinção, balançam na opinião geral entre honrados e sérios e ingénuos por não aproveitarem as oportunidades.
Para mim serão sempre obstinadamente honrados e obcecadamente sérios, como todos deveriam ser.

10 comentários:

Anónimo disse...

Saudo o regresso do braz aos grandes textos. Espero que o retorno em definitivo, a estação e Sines por consequência estam orfãos do teu espirito livre, critico, inteligente e acutilante.

Um bom ano com muitos pot's destes

Anónimo disse...

"Estou certo que a solução já não passa pelos políticos que temos, são demasiados anos."

"Não surgirá um qualquer D. Sebastião, mas creio numa geração que despreza a politica tal como nós a conhecemos actualmente. A politica deixou de ser um acto de nobreza, tornando-se um exercício de interesses pessoais, arrepiantemente aceite pela maioria que a pratica."

Belíssimo e lúcido texto. Todo ele.
Parabéns. Várias vezes aqui me manifestei no sentido do quanto me têm cansado os políticos e forma como exercem a política (poder ou oposição). Acredito também que é necessária uma nova geração e um novo pensamento. E, mais do que tudo, uma acção concertada, transparente e consequente.

Anónimo disse...

viva os grandes homens e mulheres do SIM e o sr professor engenheiro doutor Coelho assim mesmo é que é venda mas é o parque de campismo aos grandes construtores deste pais venda o IOS também aos construtores venda o castelo também que isso só dá é despesa não arranje as estradas e não tape os buracos que é para os condutores andarem mais devagar e não haver acidentes VIVA O SIM

Anónimo disse...

Bem vindo amigo confesso que não tenho o prazer de o conhecer mas sempre que leio algo seu encontro-o no mesmo caminho que percorro não sei porquê. Continue a dar-nos o prazer dos seus escritos porque são excelentes documentários para deleite de meus olhos e espirito e serão decerto para muitos outros leitores também Bom Ano 2011 com tudo o que deseja de melhor em seu momento futuro e presente.

Alguém

Anónimo disse...

mais que o post, muito bem escrito, pela clareza de ideias, que em poucas palavras exprime a muita revolta que sentimos, é o regresso do braz. fossemos um pais a sério é serias pago apenas para manteres este blog.

Um bom ano para ti

Anónimo disse...

No calendário chinês 2011 vai ser o ano do COELHO
Andam muito eufóricos
Nem lhes passa pela cabeça a desgraça de ano que vão ter
Deveriam ter pedido informações há população de SINES

Anónimo disse...

o movimento SIM só quer o bem de Sines estradas esburacadas para se andar mais devagar contentores sem serem lavados que é para cheirarem bem aos sinienses para os deficientes não há acessos para irem aos passos do conselho uma grua a apodrecer no meio duma rua

Anónimo disse...

Bom texto, com um senão, a metáfora Sporting-Porto não está correcta uma vez que estes são amigos inseparáveis contra os Lampiões. Quanto ao resto, o corpo do post sai fora das fronteiras do concelho de Sines, para chegar aos cantos mais profundos deste Portugal de políticos e magistrados corruptos ou complacentes com o sistema em vigor. Lutemos por dias melhores!
Cumps

Anónimo disse...

Site Municipal.
"A Câmara Municipal informa que não se realiza espectáculo de fogo-de-artifício na baía de Sines, na passagem de ano 2010/2011."

Anónimo disse...

Sobre a famosa "grua", numa assembleia municipal, já ocorrida há uns meses, a que eu tive o prazer de estar presente, aquando um cidadão presente, levantou a questão da presença da grua e da sua real necessidade para a conclusão da obra, uma Sra Vereadora disse que a grua só estaria montada mais uns dias, a pedido do empreiteiro, para conclusão dos trabalhos...
Passados estes meses todos, a grua lá continua.
Será que o empreiteiro está a pagar à câmara, a taxa de ocupação da via pública? Se está, é uma receita extra que a câmara está a receber, mas eu "ouvi" dizer que NÃO ESTÁ a pagar nada...
Se não paga, se não está lá a fazer nada, porque se mantém lá a grua e a rua fechada ao transito?

Só nesta Terra...