sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DESTRUIÇÃO DE EMPREGO CONTINUA EM PORTUGAL

O Instituto Nacional de Estatística acabou de publicar os dados sobre o emprego e desemprego em Portugal referentes ao 2º Trimestre de 2010.
E Sócrates, no lugar de analisar com cuidado e profundamente esses dados publicados pelo INE, com a pressa e a ignorância que o caracteriza, e sem respeito pela situação dramática em que já vivem centenas de milhares de portugueses, entrou na propaganda ignorando a realidade.
O problema grave que o 1º ministro e muitos outros se esqueceram de dizer é que a destruição do pouco emprego que existe em Portugal continuou no 2º Trimestre de 2010; que, apesar de muitos trabalhadores desempregados e válidos para o trabalho estarem a ser empurrados prematuramente para reforma com pensões próximas do limiar da pobreza, o desemprego efectivo, que inclui muitos desempregados não incluídos nas estatísticas oficias de desemprego, aumentou; que o apoio aos desempregados está a diminuir lançando muitos mais milhares na miséria devido aos cortes significativos que o governo está fazer, também por pressão do PSD e do CDS, na despesa pública, incluindo investimentos, devido à obsessão de reduzir o défice em plena crise económica e social; e que o desemprego vai continuar a aumentar por essa razão, até porque a destruição de emprego vai prosseguir.

O APOIO AOS DESEMPREGADOS CONTINUA A DIMINUIR EM PORTUGAL: entre Abril e Junho de 2010, perderam o direito ao subsidio 16.033 desempregados

Apesar do emprego continuar a ser destruído em Portugal a um ritmo elevado e, consequentemente, o desemprego real aumentar, o apoio aos desempregados, como consequência das alterações à lei do subsidio de desemprego (Decreto Lei 220/2006 e outras), como referimos em estudo anterior, está a diminuir. A prová-los estão os próprios dados publicados pelo Ministério do Trabalho. Assim de acordo com o Boletim Estatístico de Julho de 2010, entre Abril e Junho deste ano, o numero de desempregados a receber o subsidio desemprego baixou de 252.522 para 245.594 (menos 6.928), e o numero de desempregados a receber o subsidio social de desemprego, cujo valor é inferior ao limiar da pobreza, conforme consta de um nosso estudo anterior, baixou de 118.609 para 109.502 (menos 9.105). E as consequências das alterações à lei do subsidio de desemprego ainda não se fizeram totalmente sentir, já que algumas delas só entraram em vigor no dia 1 de Agosto de 2010.

É tudo isto que Sócrates tem sistematicamente omitido nas suas declarações, apesar destes dados terem sido também publicados quer pelo INE quer pelo Ministério do Trabalho, e que é preciso que seja dito também aos portugueses para a opinião publica não ser enganada com as declarações do 1º ministro. A omissão ou a tentativa de esconder a realidade, e a situação dramática em que já vivem mais de 730 mil portugueses, a quem lhes é negado o direito constitucional ao trabalho, só poderá servir para que não se tomem medidas urgentes, contribuindo assim para que a situação se prolongue e se agrave ainda mais.

9 comentários:

Marius Herminius disse...

Quando há dias ouvi o Secretário de Estado do Trabalho, o inenarrável Valter Lemos, a cantar hossanas à política deste governo só porque o número de trabalhadores desempregados estagnou nos 700 mil, só confirmei aquilo que eu já sabia.
É que este governo só se preocupa com os trabalhadores desempregados que AINDA recebem subsídio de desemprego. Nos outros já nem pensa, adquirida que está a ideia de nunca mais arranjarão trabalho e como já não “dão despesa” aos cofres do Estado figuram apenas como números estatísticos.
Entretanto, e no seguimento dos cortes no subsídio de desemprego e outros apoios sociais, estou à espera que José Sócrates - sim, que é ele que costuma anunciar as boas notícias – apareça na TV a apregoar a efectiva redução de desempregados porque estes deixaram de ser malandros e correram a aceitar os baixos salários que os mui beneméritos (des)empregadores lhes ofereceram.
Sim, porque no entender de muito boa gente há em Portugal muitos empregos. “Só” não há é dinheiro para pagar os respectivos e condignos ordenados porque os trabalhadores portugueses – dizem sem pudor algum - ganham demais, ainda que esse “demais” seja, em média, 600 euros.
Decerto que todos saberão que a existência de trabalhadores desempregados tem o efeito - salutar, para os nossos patrões - que é o de fazer baixar o custo do trabalho.
Ora, se depois lhe juntarmos as políticas governamentais que têm vindo a ser aplicadas, tudo fica mais complicado.

Marius Herminius disse...

Esqueci-me de referir que apesar dos muitos milhões poupados na redução dos apoios sociais e do aumento da receita fiscal graças ao aumento de impostos, a despesa do Estado cresceu 5,7%!
Quer isto dizer que poupam com os fracos e gastam com os fortes.
Depois aparece aquela figurinha patética, que responde pelo nome de Vitalino Canas - e que segundo Baptista Bastos tem um corte de cabelo "à ucraniana" - a anunciar mais aumentos de impostos lá para 2014!
Isto se nessa altura Portugal ainda existir...

Zeca Diabo disse...

Pois......façam como o Presidente da Câmara do Alvito que sazonal ou não, lá consegue arranjar emprego para os seus municipes, em vez de andarem a lamentar-se com "barriginha cheia", principalmente os sindicalistas!

Marius Herminius disse...

Zeca Diabo

Ainda que nada se espere de quem usa um "nome" destes, ainda lhe digo que se há sindicalistas com "barriga cheia" - presume-se cheia de algo que se coma - já os diabos costumam ter cheia, não a barriga, mas sim a cabeça. Cheia de m...a.
E a ver pelo seu comentário, você não degenerou.

efernandes disse...

Aos Zecas diabos e a outros que aqui aparecem só para desconversar ou encostar-se à voz do dono, talvez um dia lhes conte a história do ratinho.
"Sr Márius", esse gente não sei se merece a água que bebe.

Anónimo disse...

Sou anónimo, não sou tratado por Sr. e hoje ainda bebi água.
Depois de ler o post acho que tudo se resolve. Matamos o 1ª Ministro e já agora alguns empresários de preferência banqueiros e revogamos o (Decreto Lei 220/2006 e outras).
Acreditam?

Zeca Diabo disse...

Depois da matança, põe-se a governar esta rapaziada sindicalista e outros que aqui armados em "intelectulacoides", continuam a pensar como o "Botas", que quem não é como eu não pode manifestar a sua opinião.

efernandes disse...

Nesta história de comentar coisas escritas por outros e fazer referências, ainda que pontuais à liberdade de expressão, têm algo que se lhe diga.
Há coisas que se escrevem ou comentam que dão "para os dois lados"-está na moda não é seu "zequinha"?
É que os "Sindicalistas" vão dando a cara e enfrentando os "Toiros" tentando como podem "abrir" algumas mentes de boa vontade mas que por uma razão ou por outra não se aperceberam do que está em causa.
Outros, já se percebeu que quando falam da liberdade, falam da deles e nunca consideram a dos outros.
Como se costuma dizer: Quando não se traz uma mais valia à discussão, então, mais valia...

Anónimo disse...

Esta conversa do "corte nos subsidios de desemprego", é um pau de dois bicos...

Por um lado, não há duvida que caminhamos para a miseria, para a falta de garantias básicas, A coisa tá negra ...

Por outro, não menos verdade, é o facto de muitos considerarem o dito subsidio a boa maneira para umas férias. Todos sabemos ser verdade, que vários "subsidiados" apresentam-se nas ofertas de trabalho, já dizendo não estarem interessados, que por agora, preferem descansar ....~
Então o que fazer ???

É certo que falta fiscalização séria e liderança. Todos estamos mais pobres, os que não tem emprego / ordenado, e nós que vamos pagando impostos, para que muitos vão podendo "descansar as costas" !!!

Isto é um facto.