sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cinema em Sines


Sou do tempo em uma localidade ter sala de cinema era sinónimo de desenvolvimento social e o Cine-Teatro Vasco da Gama motivo de orgulho, nomeadamente perante os nossos vizinhos de Santiago do Cacém.

Os tempos mudaram, o Cine-Teatro veio abaixo, apareceram leitores de video e depois de CD's, e a HD e o Blue-Ray, pelo meio os clubes de vídeo, a pirataria informática com os downloads da internet, os dvd's piratas, etc, etc, etc e foi-se a magia do escuro da sala de cinema.

Desde o encerramento e posterior demolição do Cine-Teatro Vasco da Gama, ainda houve uma tentativa, bem sucedida durante algum tempo, de manter uma sala de cinema a funcionar em Sines que acabou por claudicar. Agora a reabertura desta sala coloca fim a quase dois anos sem cinema comercial em Sines, agora com novo equipamento que vai ser instalado, nomeadamente sistema digital e 3D e a exibição de grandes filmes em estreia a nível nacional.

14 comentários:

Anónimo disse...

Muito boa notícia. Que bom.

Rosa disse...

Que saudades do velho cine vasco da gama e do ambiente desses tempos!!!! Foi pena ter-se perdido uma sala tão emblemática de sines, onde passámos muitos momentos inesqueciveis e que ficam na nossa memória para o resto da vida

Anónimo disse...

Gosto da fotografia. E faz-me pensar o que tanta gente porventura já pensou. Esse edificio restaurado era tão mais bonito e enquadrado nessa zona da cidade... E tinha-se e continuaria-se a poupar tanto aos cofres da Câmara...

Anónimo disse...

Quando se deitou abaixo o cine- teatro Vasco da Gama, destruiu-se um bom bocado da alma de Sines e dos sineenses. Só quem não nasceu e cresceu em Sines é que não sentiu isso como um golpe no coração.

Anónimo disse...

SEM COMENTÁRIOS.
A. C.

Anónimo disse...

só falta dizer que entretanto santiago teve cinema, bilioteca digna desse nome, pavilhão desportivo novo, piscinas, anfiteatro a sério, ruas arranjadas, e cresceu, cresceu muito.

sines já foi o líder da região, hoje é motivo de gozo, até santo andré, simples freguesia, já passou socialmente sines, e nem falemos de grêndola, para não ficarmos envergonhados.

O actual presidente da camara, vai ficar na históeria mas pelos piores motivos.

megalómano, despesista e transformou sines numa espécie de favela.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 6:42 PM, Julho 23, 2010, eu não nasci em Sines mas acredite, senti algo de semelhante. Foi como se um bocadinho daquela Sines que me acolheu tivesse morrido. Por tudo aquilo que se fala que aí vem de novo, tenho receio que sejam mais uns não sei quantos projectos fantasiosos, porque fora do contexto social, histórico, arquitectónico, etc, e que mais uma vez vão desfigurar a Sines de todos aqueles que aqui nasceram, e também de todos aqueles que aqui se radicaram, e que aprenderam a gostar dela tal qual ela efectivamente é. Será que teremos capacidade de por um ponto final a este rumo?

Anónimo disse...

Há aparentemente em curso uma vaga que tem vindo a descaracterizar Sines ao longo das últimas décadas, e não falo do complexo industrial. O Cine-Teatro Vasco da Gama, ou a sua demolição, é disso exemplo. Perdeu Sines, perdeu a população, e perdeu a identidade social e cultural do concelho, quando não se optou pela requalificação do espaço, de tão grande significado e simbolismo para todos nós, e para as gerações que nos antecederam. Morreu uma parte de Sines e desse luto nunca iremos recuperar. Pelo menos quem lá passou bons e inesqueciveis momentos.

Anónimo disse...

Uma das mais valias que Sines tem do ponto de vista cultural é precisamente a existência de uma sala que passa as estreias comerciais de maior qualidade. O Cinema do CAS é cinema do circuito comercial. Comercialíssimo. Qualquer pessoa que tenha a decência de ler jornais já ouviu falar dos filmes que ali costumam estrear. Não é preciso ser douror: basta não ser burro.
Se a ideia é querer implicitamente afirmar que uns são alternativos e outros são comeciais, o melhor mesmo dar três ou quatro chapadas na cara a ver se a coisa vai ao sítio.
Os filmes que passam no CAS estão bastante longe de serem filmes obscuros: são filmes premiados em circuitos comerciais, com uma industria fortíssima que os suporta e por aí adiante. Se são alternativos para si, infelizmente isso só poderá ser sinónimo de um valente défice cultural. Não haverá problerma de maior nisso: é nesta linha de pensamento que a dialética cultural se tem erguido e é por estas e por outras que o CAS em Sines é um óasis muito interessante (cheio de problemas e virtudes, naturalmente).

Nós, os tugas, não somos os piores devido aos problemas económicos. Ou dito por outras palavras: não somos os piores só ao nível económico: a relação que temos com a Cultura é fraquissima e só nos torna um povo mais mesquinho e, enfm, burro. Somos os piores porque não lemos, porque não vemos filmes, porque não fazemos nada a não ser um consumismo parvo e televisivo.
A culpa disto tudo, do estado em que estão as coisas, não é da crise do euro, nem do défice nem de nada senão isto: Somos burros e somos mesmo maus.

Caramba, se até um tipo como o Sócrates - muito de longe de ser uma referência decente do ponto de vista cultural - reconhece que a falta de invesitmento na Culltura foi uma falha no seu anterior governo, imaginemos então a importância dada à cultura dada nos países de primeira linha.

Os outros países e os outros povos não estão mais avançados do que nós só porque o ordenado mínimo é superior: são superiores porque têm uma relação com o Mundo filtrada por outro tipo de lente, por uma Cultura digna desse nome. Aqui, na terra dos mesquinhos e pequeninos, criticam-se os filme com alguma responsabilidade social em nome da permanência de uma cultura estéril e cancerígena. Pensar na Cultura como forma de olhar o mundo é que não, a mentalidade da avestruz continua e os efeitos estão à vista: somos os piores.

As estreais comerciais de que você fala são regra geral uma trampa valente. São dispensáveis e do ponto de vista do desenvolvimento social Sines passa bem sem ele.

Mas fiquemos por aqui quanto a questões de cultura: este post é mais uma caça às postas de pescada e o debate cultural por aqui é uma perca de tempo tanto para mim como para os donos do blogue.


Aproveitem o ciclo documental do FMM,: esses filme sim merecem atenção dada à sua visibilidade reduzida do ponto de vista comercial, relevância essa diametralmente oposta à sua relevância para esse tal desenvolvimento social que você aqui apregoa.


Lamento imenso mas a realidade é esta: uma sala de cinema comercial em Sines é um pesadelo do ponto de vista económico e, infelizmente, não será de prever com um sucesso desta reabertura.

Anónimo disse...

so o ridiculo mata-se o peseudo intelectual e parolo, armado ao cucos fala de cinema comercial no CAS, aquilo é para os "intectuais papalvos" do CAS, veja os filmes ocmerciasis do seu CAS, execpto um filme, o resto são actores e realizadores e produções, desconhecidas e maioritariamente mediocres, para pessoal de óculo redonmco e moleskine, tão fora, esqueçam.


"Ao encontro das músicas do mundo em Sines"
“Excursão"
“Visita guiada“A casa que eu quero”
“Canto da Terra d’Água”
“O lago”
“O significado”
“Folk-lore video-magazine”
“Les couleurs du thé”
“Enjoy poverty”
“Benda Bilili!”

3 DE JUNHO: “AFTERSCHOOL”, DE ANTONIO CAMPOS (EUA, 2009, 107')
Robert, estudante numa escola americana de elite, capta acidentalmente, com a sua câmara, a morte de duas colegas. Uma incursão pela psicologia adolescente na era do Youtube.

10 DE JUNHO: “FANTASIA LUSITANA”, DE JOÃO CANIJO (PORTUGAL, 2010, 65')
Documentário sobre Lisboa durante a II Guerra Mundial, quando Portugal foi local de passagem entre a Europa e América para os refugiados do nazismo.







24 DE JUNHO: “PRECIOUS”, DE LEE DANIELS (EUA, 2009, 109')
Precious foi violada pelo pai, maltratada pela mãe, tem peso a mais e é analfabeta. Mas, no corpo de Gabourey Sidibe, é uma das luminosas personagens do cinema americano recente.

Anónimo disse...

Estranho a falta do comentário do Bruno Leal, estará de férias. Este seria o tema ideal para dar largas ao seu pedantismo militante e já agora dar-nos a todos lições de cinema evoluido e à conta disso demonstrar-nos por a mais b quão ignorante somos por não gostarmos daquilo que ele gosta. Há ai um senhor anónimo que tomou o lugar do nosso Bruno. Pois para um e para outro,senão são o mesmo, quero dizer-lhes que não há cultura sem Povo e se este não gosta é porque não presta, sendo que o contrário não se aplica. Anda muita porcaria por aí metida a martelo com doses industriais de propaganda e o povo gosta. Quem não gosta deve fugir ao julgamento fácil...para não ser julgado.

Cumprimentos

Nepumoceno Guedelhas

Anónimo disse...

Caro "Nepumoceno Guedelhas", és de uma tristeza assombrosa, tal como o teu mentor(es). Devo desde já dizer que não sou defensor oficioso do Bruno, porque ele não precisa, como sobejamente o tem demonstrado nestas páginas. Invocas o seu nome para o provocares, oxalá ele não te responda, acho que não! A sua superioridade moral, está acima das tuas reles picardias.
Quanto ao tema em causa, acho muito bem que o circuito dito comercial, volte a existir em Sines. Nós os incultos, que não temos capacidade intelectual para compreender os filmes do CAS, bem podemos agradecer à entidade que teve a coragem de reactivar a bela sala existente. Agora é preciso que os sineenses respondam positivamente, tornando viável o investimento.

Anónimo disse...

" Mas fiquemos por aqui quanto a questões de cultura: este post é mais uma caça às postas de pescada e o debate cultural por aqui é uma perca de tempo tanto para mim como para os donos do blogue."

E não é que o distinto é mesmo tuga na acepção que o próprio dá ao já por si pejorativo termo??
Sim, porque só alguém com uma deficiente relação com a Cultura (com maiúscula, claro) pode confundir a "perda" com o mui ilustre peixe "perca".
Apareça, apareça...pode haver umas postinhas de perca frita...

Bruno Leal disse...

Nepumoceno Guedelhas, que à falta de coragem para colocar o próprio nome, coloca outro qualquer,

De facto estou por Sines e já tinha lido este post, se bem que nada mais tinha a acrescentar, até porque também a mim me custou perder o antigo Cine-Teatro e uma pessoa já tem tantas pequenas dores na vida, que às vezes, principalmente em véspera de FMM, nem apetece falar nas que outros se lembram de desenterrar, e pelas palavras que escreveu tenho a certeza que me percebe neste silêncio.
Ao contrário da projecção distorcida que tem de mim, em relação a cinema sou um "iletrado", vejo os filmes da Lusomundo e pouco mais e felizmente tenho a sorte de viver numa terra onde há cinema, porque cá ao contrário de que diz o anónimo das 2:29 AM não existe, existe isso sim, um ciclo de cinema levado a cabo por alguém que pertence a um centro de artes, com tudo o que de limitador isso tem. A arte, como todas as coisas suponho, tem caminhos que têm de ser percorridos até chegar ao grande público e como em tudo, no cinema, há quem o faça, quem o veja e analise de forma apaixonada e dele se faz entendido, mas há aqueles que apenas o querem consumir sem grande esforço e por norma são esses que no final produzem ou não o reconhecimento público do artista. Em Sines estamos ao contrário da maioria dos locais, temos telhado mas não temos paredes, mas não é só no cinema, é em quase tudo. Os que querem e conseguem, porque o saber exige tempo, paciência e gosto, conseguem tirar partido da oferta cultural do Município, os outros, a maioria fica na mesma senão pior, mas afinal não é isso que dá jeito aos pedantes que nos custam dinheiro?