Sonega

Terra das três Freguesias

A Sonega situa-se à beira da estrada que faz a ligação entre o Cercal do Alentejo e Sines, em plena serra, numa zona onde os terrenos são férteis, argilosos e, portanto, bons para o cultivo do trigo, principalmente.
Terra nascida num lugar onde em tempos os homens se juntavam para jogar vários jogos a dinheiro (batota). Com os jogos surgem os mercados ( venda ou troca de animais) e as feiras, onde se vende de tudo um pouco. Por causa das feiras e mercados a povoação foi crescendo pouco a pouco.
Após o 25 de Abril e com o aparecimento de novas Associações e Comissões de Moradores em todo o país, na Sonega surge também uma Comissão e um grupo Desportivo.
A população começa, então, a preocupar-se com o bem estar e por isso são exigidas a luz eléctrica e a água (as quais actualmente já são possuídas por todos).
Terra de poetas, artistas e trabalhadores, desde a agricultura à industria existente em Sines.
Porém, a Sonega é um caso caricato; terra pequena mas dividida em três. Pertence simultaneamente às Juntas de Freguesia de Sines, Porto Côvo e Cercal do Alentejo.
O seu nome deriva de uma lenda, segundo os habitantes mais idosos. Conta-se que um dia um indivíduo que morava neste local (onde talvez só existisse uma casa) um dia foi a tribunal como réu e a todas as perguntas que lhe eram feitas, ele só respondia “não”, ou seja, só negava. A certa altura o Dr. Juiz já farto de tantas negações, disse :” Então o Sr. Só nega, só nega ”. Desde essa data os amigos desse indivíduo começam a chamar-lhe o “só nega “. Talvez daí o nome dado ao monte onde ele morava, e mais tarde à povoação: SONEGA.
Actualmente a Sonega é uma terra muito interessante, já que pertence a três freguesias, como já dissemos ( e por este facto político- geográfico talvez não se tenha desenvolvido tanto como se desejaria). De qualquer maneira, e devido ao complexo Industrial de Sines, o número de habitantes tem crescido, os espaços culturais surgem, as estradas são melhoradas ( é o caso da estrada para o Porto Côvo) enfim, uma terra sem progresso: Já se fala também, numa Igreja, numa biblioteca, o centro comunitário foi recentemente inaugurado, e tantas outras aspirações irão surgir.
Para finalizar deixamos expresso o desejo mais profundo dos habitantes: que os organismos competentes resolvam “ o caso caricato “ da Sonega, para que esta terra seja uma realidade no cimo de uma serra.

J.M.S. Cavalinhos e Helena Pinela

I Encontro de Poetas Populares na Sonega 5 Outubro 1991- Transcrito por L.B. em 12.06.2010