domingo, 16 de maio de 2010

É o primeiro dia do resto da nossa vida...

Na semana que passou a autarquia de Sines reconheceu que está a atravessar uma crise financeira e que serão tomadas algumas medidas, como a não realização do FMM em Porto Covo e o Passeio Anual da Primavera, cortes substanciais no FMM em Sines e a contenção ao nível das horas extraordinárias.

Manuel Coelho, eleito pela CDU e mais tarde pelo SIM, governou Sines na última década, sempre com executivos maioritários. Se a estratégia poderia não ser integralmente sua, a gestão era, portanto Manuel Coelho é o principal culpado da divida incontinente, do galopante custo com pessoal, do desvario da despesa corrente, da incapacidade de acompanhar o desenvolvimentos dos outros Concelhos. Não se trata de opinião, trata-se de factos.

Tal como o bêbedo que corre o risco de morrer, resultado do seu excesso, asfixiado no próprio vómito, a autarquia corre o risco de ver o seu investimento e até a própria actividade asfixiada devido ao elevado endividamento. (07.05.2005)

Apenas pecando por tarde, talvez demasiado tarde, o executivo liderado por Manuel Coelho e eleito pelo Movimento SIM, começou a trilhar o caminho das pedras.

Para além das obrigações decorrentes da lei - aumento anual, progressões, etc - a autarquia não consegue travar os custos com pessoal, através da formação profissional e a promoção interna de técnicos qualificados conseguiria responder às crescentes exigências da sociedade. 
07.07.2008

As pífias iniciativas – porque conjunturais e não estruturais - de contenção de custos (redução do trabalho suplementar, não realização do FMM  no Porto Covo e do Passeio da Primavera) divulgadas pela autarquia confirmam apenas que tive razão antes de tempo e que agora é evidente que os Sinienses foram enganados por Manuel Coelho e quem o acompanha, arrastando na aventura um movimento de cidadãos, criado para se eleger. Lamento, por Sines e pelas gerações vindouras, o resultado das autárquicas e a gestão de quem tem comandado os destinos do Poder Local na última década.


O grande problema de Sines, que poderá comprometer o normal funcionamento da actividade autárquica, não faz parte do léxico eleitoral e chama-se endividamento.Quando assumiu o poder Manuel Coelho em termos médios, acrescentou mais de € 2.000.000 em cada ano de mandato. 
Considerando o festim que representam os anos eleitorais, a expectável politica de contenção pós-eleitoral do governo central, a dificuldade de venda de património municipal, a redução na arrecadação de imposto, devido à crise instalada e os custos de funcionamento das grandes "obras", como o CAS, Escola de Artes, Piscinas Municipais, etc, a asfixiante situação financeira da autarquia irá agudizar-se nos próximos tempos.
A vida adivinha-se muito difícil para o próximo executivo, mas para por agora é gastar como se não houvesse amanhã. 
11.08.2009

Estou de consciência tranquila por ter sempre dito a verdade, de ter tido discernimento para ver a evidência do abismo para onde nos empurravam. Escolhi o caminho mais difícil, o da contestação e da denúncia, a par da independência. Todos aqueles que escolheram o facilitismo do silêncio, do compadrio, da mão estendidas para as migalhas que caiam da mesa do orçamento, são também culpados do estado comatoso em que se encontram os cofres da autarquia e sentirão hoje um arrependimento sem retorno, nem solução (veja-se o exemplo das colectividades e instituições dependentes da autarquia para sobreviverem, que hoje estarão no limite da asfixia).

Vários visitantes lançaram-me o "desafio" de apontar caminhos para solucionar o endividamento. Curioso que muitos consideram o endividamento excessivo como natural e uma questão menor.
Duas questões prévias:
a) antes de mais a melhor forma de "reduzir" o endividamento começa por não aumentá-lo.
b) é natural e não pernicioso que as autarquias tenham um determinado nível de endividamento. Este nível numa perspectiva académica tem várias respostas, baseadas na taxa de esforço de cada organização, empresa, ou agregado familiar, e são indissociáveis da capacidade de solver a divida.
Basicamente as autarquias (tal como as empresas e as famílias) deverão ter um nível de endividamento, cujos encargos com a divida (capital e juros) e a inflação de preços (via fornecedores, que reflectem no preço o prazo de pagamento) não comprometa o seu objecto social, ou seja que não ponham em causa o normalmente funcionamento autárquico, nem estrangulem a sua capacidade de execução, nomeadamente em áreas prioritárias como a saúde, a educação e a segurança.
O equilíbrio orçamental terá de passar pela contenção orçamental e não pelo aumento das receitas, pois a venda de património municipal e os impostos continuarão em baixo nos próximos tempos e subsídios da Petrogal são uma receita extraordinária e de difícil repetição.
O próximo executivo deverá adoptar medidas de contenção responsáveis, que permitam garantir o futuro (pois o endividamento não é infinitamente elástico) e preservar o bom nome da autarquia como agente económico (cumprindo prazos de pagamento razoáveis).

1. Ao contrário do que sucede, reduzir as assessoria a funções cujo quadro de pessoal não permita responder;
2. Reduzir o trabalho suplementar, a utilização de viaturas e as despesas de representação ao estritamente necessário;
3. Canalizar o investimento para as áreas de educação, saúde e apoio social, adiando nas restantes áreas de intervenção como por exemplo o novo complexo desportivo;
4. Eventos como o FMM, as despesas de funcionamento e os custos com a programação cultural do CAS devem ser auto-sustentáveis e baseadas no mecenato;
5. A autarquia deverá retomar o seu papel de loteador, captando as mais-valia que doutra forma ficam como os privados. (13-08-2009)

 
Em democracia os eleitores têm razões que não se discutem, mas é lamentável quando descobrem tarde de mais que foram enganados.

A actual situação – não de pré-insolvência, mas de falência caso se tratasse de uma empresa - era previsível, era evitável e foram avisados atempadamente, quem foi eleito e quem elegeu. 

O fingido desconhecimento da situação da autarquia e do panorama económico-financeiro mundial, plasmado nas promessas eleitorais e nos orçamentos municipais, assim como a medriocridade de quem nos governa eram conhecidos, previsíveis e evitáveis (medriocridade, entenda-se, na capacidade de gerir, porque como políticos são exímios, do melhor que o nosso país tem).

internacional, antes até contribuíram para ela. Atribuir-lhe a culpa pela diminuição das receitas, sendo o ano de 2009 aquele em a autarquia de Sines mais receitas arrecadou, não pode resultar de desconhecimento, mas antes  fruto da propaganda em que assentou a vitória deste executivo. Mas nem o mais estupidificante optimismo ou inúmeros jornais municipais laudatórios e apologéticos da obra feita, em curso, prometida e do seu autor, apagaram o desbaratar de 235 milhões de euros, nem o Tribunal de Contas se comoverá com o incumprimento do endividamento.

É do mais elementar conhecimento que quando se gasta mais do que se recebe, gera-se défice e endividamento, ou aos prestadores de serviços/fornecedores ou à Banca, e o défice de hoje será pago pelos nossos impostos de amanhã.
Como sair deste labirinto? Contenção de custos, rigor na despesa, adiar investimentos não essenciais (cultura e lazer) manter os essenciais (manutenção de equipamentos, estradas, escolas, etc, preferencialmente feitos por empresas da região), reforço da componente de apoio social.
Prescindir do acessório, para manter o essencial, será assim o ano de 2009, para a maior parte das famílias e empresas e assim deveria ser para a Autarquia de Sines. 
29-12-2008

Sabia que tinha razão, e que este tempo chegaria, assim como também  dos enormes custos de ter razão antes de tempo e divulgá-la. Podemos não ter força para vencer a corrente, mas não nos permitir a ter medo, nem nos faltar coragem de a enfrentar.


Nota: a sombreado excertos de textos da minha autoria publicados aqui na Estação de Sines ou na imprensa 

8 comentários:

Anónimo disse...

Mas não devia ser só no FMM que devia de haver cortes devia haver também nos apoios aos clubes que todos os anos lavam balurdios alguns deles só querem o subsidio da camara de resto não fazem mais nada.

Anónimo disse...

o mal de alguns ( eu auto me incluo) é ter razão antes do tempo. Chamam os agoirentos a esses. Mas o agoiro está à vista de todos ... estes ´que por comodidade, tachismo ou ignorância, vêm nestes Srº s o Salvador da Pátria,. A razão antes do tempo é incomoda para quem sabe a verdade, mas capaz de conseguir ainda "ajeitar" para quem vota, depois com o tempo e a manifestação crua e dura dessa realidade o encanto esvai-se e os culpados são os ficam para trás... que são os mesmos que apontam, mas isso não interessa, porque quem fala é o "salvador da Pátria" e porque ele mudou, evolui, regenerou-se que nem uma Fénix. A desculpa de ser e ter uma dupla personalidade é de facto a maior que um politico hábil consegue utilizar. O Coelho mau era antes, agora é o bom, qual dupla personalidade ou sintoma de esquizofrenia. É estranho ver que alguns ainda não consigam ver.. Qual senhora que via o filho marchar ao contrário do restante batalhão, mas os outros todos é que iam na direcção errada...

estou contigo Braz. Estou com quem percebe que isto tudo é um embuste de agradar a quem vota da forma mais fácil,e não mais que isso. Não é uma gestão para todos os Sinienses, é só para os que votaram na maioria. Em linguagem económica parece uma "joint venture", nós TODOS criamos um porco e só alguns é que vendem o presunto e ganham o dinheiro.

Tenham a dignidade de assumir a má gestão. Não se escondam atrás dos votos que obtiveram, porque "uma ideia errada apoiada por um milhão de pessoas continua a ser uma ideia errada" ou um pouco mais popular: "até um milhão de moscas pode gostar, mas continua a ser merda." (sem nenhuma conotação ou adjectivação directa aos visados, fica a ressalva porque existem umas pessoas muito sensíveis...)

Leitor devidamente identificado com o Braz.

Anónimo disse...

O braz tem razão, ele sabia, mas nós também sabíamos.

Quem votou neles sabia que isto ia acontecer, mas tinha interesses os seus interesses a defender, outros que foram enganados não admitirão e arranjam desculpas, ou utilizam aquelas que os politicos do SIM apresentarem.

Manuel coelho e a sua equipa também sabiam que isto ia acontecer, claro que sabiam, mas tinham de ganhar a qualquer preço, mesmo que hipotecassem o futuro.


sines, tem o que merece. as associações vão ficar de mão vazia sem pingar um tostão e não chiam, sempre com medo, os siniienses continuarão com uma terra que mete nojo e não bufam, os trabalhadores da cms ainda vão ficar sem receber vencimento e aí.... eu que nunca nada comi do orçamento, vou rir à gargalhada, hoje ainda só riu para dentro, quando os SIM's baixam a cabeça e fingem que não é nada com eles, quando a malta está a denunciar a falência da camara

Anónimo disse...

Braz onde está a oposição? O PS onde se encontra? Os vereadores o que dizem cá para fora?O P.Comissão Politica Sr.Carlos Silva o mesmo que acompanha o PResidente Coelho por todo o lado,como agora da visita do Sócrates á Petrogal que diz?Será que também tem medo de perder o lugar que ocupa no turismo do Litoral Alentejano?E o PSD o que manda cá para fora?Será que foram todos ás migalhas do chefe?Sineenses o que se passa em Sines é a vergonha das oposições?Braz também é preciso denunciar isto.

Anónimo disse...

Fazemos como os clubes. Montamos outra autarquia. hahahahahahahahahaha

Anónimo disse...

Ao anónimo das 12:16 Maio de 2010.Já que está a afirmar que os clubes não fazem nada de a cara e diga quais são.Tanta ignorancia!!!!

Anónimo disse...

ACABEM COM O FMM
ACABEM COM A VADIAGEM QUE O FMM TRAZ
ACABEM COM A DESPESA QUE O FMM TRAZ
ACABEM COM OS BÊBADOS E DROGADOS QUE O FMM TRAZ
ACABEM COM O LIXO QUE OS RASCAS FAZEM

Anónimo disse...

Não passa por acabar o FMM mas sim fazer um grande FMM e fazer esta terra crescer, os comerciantes estão sempre a dizer que não dá, porque a rua esta assim porque o tempo não ajuda, porque a crise bla...bla... façam alguma coisa por voces e por esta terra...
FMM é possivel...
Não acabem o que levou 12 anos a ser feito...