quarta-feira, 3 de março de 2010

O Juiz decidiu, está decidido


Os debates públicos em Sines, são uma farsa. Seja qual for o tema ou assunto, passam invariavelmente por uma ideia pré-concebida e já definida, sustentada por uns académicos, supostamente remunerados regiamente, e por uns desgraçados munícipes interessados e bem intencionados, que se não concordam com as propostas apresentadas o presidente e os seus vereadores se jogam como gato ao bofe, marcando o interveniente como um alvo a abater na próxima esquina.

Existem coisas que teimo em não aprender, neste caso em boa hora ganhei juízo para não pôr os pés em debates públicos na nossa terra. O debate sobre o centro histórico não foge a esta regra, que aliás não permite excepções.

Bem podem vir os académicos e estudiosos que entenderam para caucionar as ideias já definidas desde há muito. De tudo o que li e contaram sobre as propostas apresentadas, não existe um rasgo de novidade ou criatividade. Todas já conhecia como pretensões do Presidente da autarquia, muito antes da vinda dos génios universitários e dos seus estudos e inquéritos.

O jardim nas traseiras do Centro de Artes como elo de ligação ao Largo do Areeiro, a alteração das calçadas, o patético elevador de acesso à avenida da praia, a destruição da avenida Vasco da Gama - a única avenida, digna desse nome na nossa terra -, o impedimento de estacionamento e circulação automóvel e a criação de bolsas de estacionamento nos arredores do centro histórico que matará definitivamente este espaço (conhecem alguém que não frequente o centro histórico devido ao trânsito? e o contrário?).


Segundo o site da autarquia o arquitecto João Cabral, docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, afirmou que o declínio do centro histórico de Sines é semelhante ao que ocorreu noutras cidades do país, tendo, neste caso, sido agravado pelas roturas provocadas pela instalação do complexo industrial.

Esqueceu-se apenas de referir que após o inicio do complexo industrial na década de 70, o centro histórico de Sines viveu períodos de vitalidade e florescimento. Agora a especulação imobiliária, a criação de contínuos anéis imobiliários à volta da urbe histórica, que alimentaram os cofre da autarquia, as grandes superfície, o fecho da rua Cândido dos Reis e as festividades na avenida da praia em detrimento do castelo, os imperativos legais e outros que impediram de construir e modernizar as habitações, esses sim, são os factores que debilitaram o centro histórico de Sines, sendo alguns comuns com os de outras localidades.

Outro génio das catedras lusas e outra iedeia que ultrapassa a minha capacidade de compreensão. Walter Rossa, o arquitecto responsável pela elaboração do Ante-plano, disse que está a ser pensada a criação de um fundo de investimento, constituído pela Câmara e pelas empresas que mostrem interesse em participar". Caso a ideia de fundo de investimento a que se refere não seja o de uma quermesse, um fundo de investimento representa um investimento financeiro, com a espectativa de um retorno, normalmente financeiro. Investiria, você caro leitor num fundo de investimento do Centro Histórico de Sines? e uma empresa com gestão profissional, fá-lo-ia? E o arquitecto Walter Rossa, está disposto a subscrever o fundo?
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Frases Soltas

"...o inquérito domiciliário que, entre outras conclusões, revelou o envelhecimento da população do centro histórico mas também sinais de que cresce o número de residentes jovens, bem como o facto de ainda existir muitos proprietários a habitar nas suas casas, o que poderá facilitar o processo de recuperação." Carmem Francisco, Vereadora

A esmagadora maioria dos residentes jovens foram atraídos pelas rendas baixas que os seus parcos rendimentos suportam, e os proprietários que ainda resistem devem ter uma média de 70 anos. Não me parecem que sejam potenciais investidores, mas nada como fazer um novo estudo para avaliar o perfil de investidor dos habitantes e a sua aversão ao risco.
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"A instalação de uma cúpula em algumas ruas do centro histórico, “que funcionariam quase como centro comercial”, trazendo para Sines um modelo já existente noutros países da Europa. Havendo esse abrigo, acrescentou, “as pessoas já podiam estacionar mais longe e Sines seria viva de Verão e de Inverno”. Luís Venturinha, residente
"A solução da galeria coloca problemas à estrutura dos edifícios onde é instalada." Professor Walter Rossa, Arquitecto autor do Ante–Plano.

Como será a estrutura instalada noutras cidades, será que não está apoiada nos edificios? Hummmm???!!!. Isto requer outro estudo.
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"a volumetria e o alçado serão os aspectos prioritários a conservar, acrescentando que o regulamento vai “permitir e até obrigar a introdução de todos os elementos necessários ao conforto numa casa moderna”. A proposta vai contemplar restrições, mas “não vai haver uma ditadura forte, muito menos na questão das cores”. Arquitecto Walter Rossa

Elucidativo. Basicamente será analisado caso a caso, uns haverá em que se pode derrubar e construir de raiz, outros em que nem uma telha pode ser removida. Quanto a ditaduras, caro arquitecto, estas não são fortes, ou fracas, simplesmente são. E dessas já basta.
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A substituição do actual pavimento em pedra rolada por um pavimento mais suave mereceu a discordância da munícipe Jorge, por considerar que, apesar de incómodo, o mesmo faz parte da identidade do centro histórico. É essa, porém, uma das intervenções já previstas, e com co-financiamento aprovado, no programa de Regeneração Urbana. Do ponto de vista de Manuel Coelho, estas obras melhorarão a acessibilidade e a atractividade do espaço público do centro histórico.

Discorde ou não, tá decidido. Existem centros históricos que preservaram as calçadas originais, nivelando e enchendo estas, com soluções que permitem a drenagem das águas pluviais. Mas cá, está decidido. Ponto final.
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Quanto às soluções de trânsito, Walter Rossa disse que (…), o princípio deverá ser vedá-lo a quem não vive na zona histórica. De acordo com o presidente da Câmara, está planeada a construção de bolsas de estacionamento no Largo 5 de Outubro, na zona antiga fábrica “Socor”, na zona do Mercado Municipal e, possivelmente, no futuro Pátio das Artes (envolvente do Centro de Artes).

Outra questão que estranho ninguém abordar é o estacionamento do CAS, que já na ocasião era uma bolsa de estacionamento de apoio ao centro histórico. Contudo parece-me interessante deixar a viatura no Largo do IOS e, por exemplo, num dia de chuva ir até um dos futuros serviços públicos localizados no centro histórico a pé.
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A propósito da construção de um elevador como solução de acesso entre o centro histórico e a Avenida Vasco da Gama.
"...os elementos arquitectónicos podem ser dissonantes e, se tiverem beleza, valorizam o espaço."
Manuel Coelho, Arquitecto, perdão, Presidente da CMS

24 comentários:

Anónimo disse...

Caro Braz, louvo a tua paciência...
Pegando no titulo de um teu anterior post diria:
"FMM já mexe, isso é que importa".

Anónimo disse...

Ai moços, voces nã percebem nada disto. Atão, p....a os Srs. Doutores Arquitectos e o Sr. Doutor, mais a moçita que é Vereadora, aquilo é que é saber! Moços a nossa terra tá cheia de progresso , pois atão até tem um Centro de Artes que arraza esses prédios que há em Lisboa,ganhou um prémio dos Arquitectos.
Estas reuniões é que a gente aprende, não é verdade!

Anónimo disse...

Bráz, a sua presunção já irrita. Enquanto munícipe estive presente no debate e o que vi foi um executivo a querer dialogar e a recolher ideias de munícipes. Se não recolheu as suas ideias foi porque, como sempre, não as deu, pois raramente aparece quando se discute algo com substância, pelo menos nunca o vi em debates, fóruns, apresentações.

Prefere esconder-se atrás deste blog, onde manipula os factos como quer e constrói a sua verdade.EStá no seu direito, mas duvido que este seja o melhor contributo de cidadania que possa dar.

Anónimo disse...

Cuidado. Olhe que o seu conterrâneo do PS, Idalino´José, também defende a ideia do elevador. Lá se vao o lugar na próxima lista.

Anónimo disse...

Você fala, fala, mas não diz nada e depois quando pode fazer valer a sua opinião, não aparece. Boa estratégia.

Anónimo disse...

Só não percebo porque é que ao invés de apenas criticar as ideias dos outros, não apresente as suas, ainda mais quando lhe são disponibilizadas ferramentas para isso.

Isso é que era ajudar na construção da solução.

Anónimo disse...

O futuro dirá se o debate foi para recolher E APROVEITAR IDEIAS DOS MUNICIPES, ou se foi um debate camuflado, de uma pseudo-participação pública. Vamos ver quantas das ideias apresentadas pelos cidadãos anónimos vão ser aproveitadas, ou se as intervenções já estão definidas e devidamente blindadas a outras interferências. Vamos ver.
Quanto ao ante-plano, não traz nada de novo, como diz e bem o A. Braz. O elevador é igualmente polémico e supérfluo.

Estação de Sines disse...

Quanto ao facto de irritá-lo, tem uma clara vantagem sobre mim. Você pode sempre não ler o que escrevo, já eu grande parte daquilo que me irrita nesta terra não posso evitar.

"viu foi um executivo a querer dialogar e a recolher ideias de munícipes." Diga-me quantas ideias colher junto do executivo. Quantas ideias dos munícipes lançaram a mais pequenas dúvida no executivo?

Como digo no post, já ganhei juízo. Foram 8 anos a calcorrear tudo onde se tomava decisões e debatia (???) ideias. Será que nunca, nem uma vez, quem não estava no poder não tinha razão. Não é possível. De todo modo encontrará neste blogue centenas de ideias e opiniões sobre variados temas da nossa terra, incluindo o Centro Histórico.

Quanto a esconder-me, basta ver a minha foto e identificação no blogue, não me escondo, nem nunca me escondi, mal estaremos se um dia precisar de me esconder.

Todos nós temos a nossa verdade, "a minha verdade" tem a particularidade de aceitar o contraditório e de ser debatida publicamente, até com anónimos.

Tenho hoje a certeza que "o melhor contributo de cidadania" que posso dar é em instituições e associações, onde a minha opinião é acolhida, como a Cáritas, Santa Casa, associação de pais de forma voluntária e gratuita.

Quanto ao resto é um peditório para o qual já dei.

Permita-me que lhe coloque uma questão: nos últimos 15 anos quanto se gastou em estudos, projectos, ante-projectos, diagnósticos, inquéritos? Nos últimos 15 anos o que foi feito para travar o processo de abandono e degradação do centro histórico?

Estação de Sines disse...

Só não percebo porque é que ao invés de apenas criticar as ideias dos outros, não apresente as suas, ainda mais quando lhe são disponibilizadas ferramentas para isso.

Isso é que era ajudar na construção da solução.
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Somente quanto à questão do elevador, recordo-me de 3 posts sobre o tema, incluindo fotos tiradas noutras localidades.

Basicamente sugeria uma solução que passava por uma escada rolante, semelhante à existente na Praia dos pescadores em Albufeira, ou tapetes rolantes como em muitos aeroportos da Europa, accionados por sensores e utilizando energia solar. Permitia inclusive ter patamares que serviam como pontos de vista sobre a baía.

Permitiam o acesso à avenida e ficavam integrados na falésia, com todas as vantagem económicas de construção e manutenção e redução do impacto visual.

Consulte os posts que estão lá fotos.

Trata-se de uma sugestão, existirão outras, provavelmente melhores. Mas a principal critica que faço é que para o executivo existem 3 hipótese: elevador, elevador ou elevador.

Anónimo disse...

O que irrita solenemente esta "gentinha" é que alguém tenha ideias. Se elas ainda por cima forem contrárias as suas então a coisa adensa-se. Mas isto não deverá ser surpresa pois está na sua genese. Se tivessem vontade de uma participação aberta da sociedade siniense, não tinham excluido à partida que algumas instituições de relevo ficassem de fora. Estes debates são areia para os olhos dos incautos que ainda correm atras de ilusões. Mais um projecto que devia ser aglutinador das gentes de Sines, e que vai acabar, tal como o centro de artes, por dividir ainda mais. Mais uma brilhante medida deste "brilhante executivo."

Anónimo disse...

Boa resposta sr. Bráz.

Será que o comprade do contra arranja resposta para alegrár-mos o nosso centro Histórico que cada vez está mais degradado???

Tenham vergonha sobrinhos do Padrinho que está no PODER CAMARÁRIO:

Anónimo disse...

Cada vez mais penso que estou louco ou sou governado por loucos, vocês já viram que esta M…. é um conselho tão pequeno que se vê todo dos moinhos.
Já imaginaram se vocês vivessem em Santiago
Um elevador …….bolas ainda temos paragens de autocarro em chapa de zinco para não falar do resto..

Anónimo disse...

Caro Braz, já alguma vez estudou planeamento? Sabe que etapas ou conceitos é que isso envolve? E quanto à Av. Vasco da Gama será melhor devolve-la aos peões limitando a faixa de rodagem a duas vias para cada sentido ou será melhor ter aquela auto-estrada para se poder acelerar à vontade e nem se dar conta que existe ali uma praia, perto de uma av. totalmente desabitada e inutilizada? E as pessoas com mobilidade reduzida como os idosos têm direito a lá ir mesmo que queiram? Só de carro porque o inútil elevador não faz sentido.. E acho estranho que alguns programas polis XXI lançados com o objectivo de dinamizar e inovar as cidades portuguesas até mudem as pedras das calçadas!! Não há soluções certas nem erradas em planeamento, mas sim soluções boas, menos boas ou más; daí fazerem-se inquéritos, e esse mesmo planeamento só faz sentido se for feito em conjunto, neste caso av. da praia centro histórico. Quanto aos tempos áureos de 70 do centro histórico de Sines não nos esqueçamos que as gentes eram outras...porque são as pessoas que fazem os lugares! Pois não é só com projectos que alteramos a face de uma cidade...mas sim com a gente que a habita...e há muita de qualidade que saiu e não voltou!! Por isso, na minha opinião, o problema não se resolverá com "pedras de calçada"...é "um pouco" mais abrangente que isso!

Estação de Sines disse...

Caro anónimo,

obviamente que nã estudei planeamento urbanístico, o que é impeditivo de ter opinião. Também é claro que dos que estudam nem todos terão a mesma opinião.

Qaunto à Avneida Vasco da Gama, tenho muitas dúvidas quanto ao efeito daquilo que se pretende. Neste momento é dos principais eixos rodoviários de Sines, utilizado por muito trânsito de "vocação" industrial, não sei se a solução proposta/imposta das 2 vias articula a necessidade rodoviária com a turistica, poisa alternativa ZIL/zona portuária continua adiada. Quanto aos peões, não vejo dificuldade na sa utilização hoje em dia, agora o alargamento do passeio permitirá outra coisa: a colocação de comércio/restauração, que será provavelmene um fiasco e retirará ainda mais gene do centro histórico.

Defendo a melhoria de acesso À avenida, o que não defendo a solução do elevador.

Quanto aos programas polis, não estranhe as soluções, pois como diz e bem, existem más e boas soluções.

Concordo, as "pedras de calçada" talvez sejam o menos importante no meio disto tudo.

A minha critica é a forma como são "impostas" as soluções. Grande parte delas fazima parte de propostas políticas que curiosamente os estudos vieram caucionar. Ou temos um visionário politico, ou estudos feitos à medida, ou uma grande coincidência. Como não acredito em coincidência e de visionários estamos mal serviços.

Anónimo disse...

O anónimo das 1:24 AM, Março 05, 2010 disse tudo!

O Bráz fala, fala, mas não percebe nada disto. A Avenida agora deve ser para as indústrias/logísticas e não para as pessoas!! Excelente ponto de vista.

Restauração na Avenida tb não!! Assim os turistas que queiram beber ou comer qq coisa com vista para a excelente baía, que se lixem. Outra boa estratégia.

Anónimo disse...

O centro histórico de Sines é em minha opinião, o melhor local de Sines para se viver pela sua posição geográfica, pela luz ... - benfeitorias, necessita, espero que a CMS consiga melhorar nesse aspecto (recuperação de edifícios históricos que estão entregues a partidos politicos,transito, arruamentos, limpeza, animação ... era bom que se conseguisse recuperar também o trambelho desta gente que só diz mal)

O centro histórico de Sines (como qq outro), necessita de gente para o reabitar, depois disso, vem o comércio, a loja, o bar o café ... a vivência ... mas por agora são necessárias pessoas.

Pelo que sei, existem muitos jovens de Sines a comprar casas para recuperar no centro histórico, a comprar não a alugar porque os preços são mais baratos.

Outros preferem o apartamentozinho - o que é perfeitamente legítimo, não pelos preços, mas porque preferem.

A iniciativa privada também é importante ... por exemplo, como é possivel o edificio da Cooperativa se encontrar naquele estado? quem são os responsáveis? pelo menos uma pintur. O CCEN? já merece pelo menos 2 demão. Quem são os responsáveis?
As casas e o abandono do centro histórico como "centro" comercial de Sines - consequência do CAS?
Nao me parece!
Consequência da mudança dos tempos (isto acontece em todos as vilas e cidades), da transformação de Sines - agora é tempo de revitalizar, e tudo o que vier será bom, até o Hotel que o Idalino sugeriu na zona da falésia, não cheguei bem a perceber onde, mas também não tive paciência de lhe perguntar.

Quanto aos debates, acho que o sr. Bgás deveria participar, o buog vale o que vale, é apenas um buog ..., mais vale o cara a cara, os olhos nos olhos ... assim é que se debate, meus caros, um dia destes teremos as AM e a AR a funcionar on line, com anónimos e antónimos a hostilizarem-se permanentemente. Não me parece.
Obrigado.

Anónimo disse...

"A Avenida agora deve ser para as indústrias/logísticas e não para as pessoas!!" A afirmação é sua, o que digo é que neste momento a avenida da praa não é uma via como vertente turística, mas uma via rodoviária importante para a economia de Sines, que necessita de alternativa.

Quanto à restauração na Avenida, poderá ser que como outra configuração as coisas resultem, mas quem diria que os bares da praia eram um flop, em pleno verão.

Parece-me que estamos a tentar replicar casos como caraterísticas diferentes.

Mas oportunamente faraei um post com a minha opinião.

Anónimo disse...

A APS teve que desmontar um dos bares que tinha na praia, porque deixou de ter interessados na sua exploração, porquê?
Porque não tinham clientes que gostassem de ver o mar, bebendo um copo...
O restaurante da Lota está sempre cheio de clientes que gostam de comer a ver o mar? Não me parece...
O restaurante Mexilhão está sempre cheio de clientes que gostam de comer a ver a baía? Não me parece...
Fazer mais um restaurante na avenida da praia, só se já há "algum" interessado no mesmo, tal como aconteceu noutro local de Sines...sem concurso...se calhar...

Hotel na falésia?...
Só depois de ver o projecto é que acredito...

Anónimo disse...

alguém se lembra de um famoso restaurante que era para ser feito na avenida onde hoje a malta está à pesca.

Porque será que não foi feito, ninguém lhe pegou.

A história da avenida é uma teimosia do presidente, que vai dar barraca.

Anónimo disse...

Hei-a pá, que belo conjunto de comentários encomendados. Braz, parece que te fostes meter num ninho de vespas. Mas quem te manda a ti sapateiro queres tocar rabecão. O que precebeste tu de planeamento? Quem te mandou a ti teres a noção exacta do que é efectivamente a realidade da avenida da praia. Quem te mandou a ti duvidares de todo este processo em que tudo o que agora é, antes dos estudos já o era? Quem te mandou a ti ter a opinião que a restauração na avenida pode vir a ser um flop, e que por outro lado afecta a vida do centro histórico? Resumindo quem te mandou a ti ter opinião?
Vê lá se te emendas, já tens idade para isso, acalma-te, deixa-te ir na onda, acredita que a luz é o caminho, ele é o sol, ele tem sempre razão, ele é ele. Converte-te!

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com o Braz quando se opõe aos planos da Câmara para a AV. da Praia. É a única avenida digna que existe em Sines, e querem destrui-la para a "devolver às pessoas" ... Como pessoa, costumo usá-la em vez de ir andar numa esteira num qualquer ginásio; como pessoa costumo sentar-me no muro a ler o jornal ao sábado. E como eu, tantas outras pessoas. A largura dos passeios, principalmente o do lado do mar, dá para o gasto e diria até que supera a largura da maior parte dos passeios da cidade.
Os carros aceleram? pois, há alguns casos de falta de civismo, mas há já muitos anos que a marginal de Cascais resolveu o problema - instalou semáforos que fecham quando se transita acima do limite legal de velocidade. Ah, pois, não pode ser, o senhor presidente é contra os semáforos em geral, prefere passadeiras de peões sem serem assinaladas nem pintadas... E já agora, os carros aceleram muito mais na Humberto Delgado, desde os bombeiros até à D. Pedro I.
Restauração na praia?? haja juízo. Quem conhece Sines sabe que a terra sempre teve esta estranha relação com o mar - e bom ir lá abaixo, e gostamos de ir lá abaixo passear, mas ainda gostamos mais de contenplar a baía, cá de cima. E aquilo que mais nos fazia ir lá abaixo foi morto na década de setenta pelo complexo do porto , e enterrado com a instalação da marina com a configuração que lhe deram. Podem garantir-me com todas as análise possíveis que a praia tem bandeira azul, que nem eu nem família, nem conhecidos a frequentamos. Pois é, a areia branca e a praia de banhos segura, embora de água fria, era o que nos fazia ir lá abaixo. Almoçar e jantar? em casa, em S. Torpes, no Porto Covo, e agora no Cais da Estação. A Lota está às moscas. A Varanda do Oceano, quando era nas primitivas instalações, estava sempre cheia - cá em cima, pois então.
A ideia peregrina do presidnete de devolver a praia a Sines não faz qualquer sentido. Elevador? e o impacto visual, e o custo de construção e de manutenção? vai ser mais um elefante branco como o parque de estacionamento do CAS? Se as pessoas com deficiência e os idosos têm dificuldade de deslocação para a praia, e acredito que sim, faça uma carreira de transporte colectivo rodoviário, com terminal atrás do Castelo, e terminal na Docapesca, ou alargue-a até S. Torpes, que as pessoas também gostam de ir a S. Torpes- melhor, aproveite o transporte colectivo rodoviário municipal já existente e modifique o respectivo circuito de forma a servir a praia.
E quanto aos pavimentos das ruas, só mesmo que não tem qualquer sensibilidade para a história e a cultura pode encarar uma hipótese dessas. Como diz o Braz, noutros sítios preserva-se, aqui destrói-se. A técnica de pavimentação de ruas com pedra data pelo menos da época medieval, e existe noutros locais do país, como Silves, Ulme, Santarém, Alfama. Existia também em Tomar antes de alguém curto de vistas a ter mandado arrancar - e ainda hoje algumas pessoas de Tomar se questionam sobre o destino das pedras roladas e paralelípipedos de granito que pavimentavam vielas e ruas.
E existe na Madeira (por exemplo, Funchal - Zona Velha - é caso para dizer que nem o Alberto João nem o Albuquerque são tão atrevidos como o Coelho), nos Açores, em Malta, na Croácia, enfim, seria fastidioso enumerar, basta indicar aquilo que eu conheço.
Querer mudar os pavimentos da zona histórica é destruí-la.
Presidente, Sines tem uma história centenária e os sineenses gostariam que a localidade sobrevivesse ao seu mandato, que não foi dado para destruir aquilo que caracteriza a "vila". Não, não estou a baixar de categoria a urbe, estou só a usar a palavra que os naturais de Sines usam para se referirem ao centro. Esse, o histórico.
MPDAguiar

Anónimo disse...

"Hei-a pá, que belo conjunto de comentários encomendados"
Esqueci-me no meu anterior comentário, de elogiar a qualidade deste, que acerta no alvo.
Nesta terra é visto com maus olhos ter opinião e não ser subserviente. Face a uma sociedade civil apática e dominada por uma teia de interesses é fácil a alguns fazer valer a sua vontade.
E que não nos venham com os Polis, mesmo os XXI. Andamos fartos de asneiras cometidas pelos (e com a benção dos) poderes central, regional e autárquico.
Esqueci-me também, de forma imperdoável atendendo ao estatuto patrimonial de que goza, de apontar o centro histórico de Évora como outro daqueles em que a pedra impera na pavimentação das ruas. Praça do Geraldo, Rua Romão Ramalho, Rua do Cicioso, e mais um grande etc, porque teria de mencionar quase todas as ruas daquela zona. E que eu saiba o centro histórico de Évora é pujante e continua a ser o centro da vida da cidade. Será que o José Ernesto de Oliveira não estará disponível para ser presidente da câmara de Sines?? Mesmo em "part time"??
Na previsível impossibilidade de contarmos com o JEO, o que anda a fazer a oposição sineense? Concordam com o presidente? Ninguém sabe - pois meus caros, assim não. Vir pedir o voto de 4 em 4 anos, apontando o dedo âquilo que foi feito ou deixou de ser, mas desaparecer nos intervalos de tempo e, por omissão ou acção ,ser conivente com a actuação da maioria não vos granjeia a confiança nem o apoio de ninguém.
E se manifestam oposição nas sessões de câmara,ou da assembleia municipal, façam chegar isso ao conhecimento da população, prestem contas do vosso trabalho. Não é remunerado, mas ninguém vos apontou uma arma para serem vereadores ou deputados - são-no por escolha, e o respeito devido a quem vos elegeu deveria levar-vos a informar o que se passa e o que fazem. Sob pena de os eleitores pensarem que não fazem nada, e depois será o que já se viu...
Neste aspecto têm muito a aprender com o SIM, que manteve o site. O que foi feito dos sites do PS, PSD, BE ? o último fechou imediatamente depois das eleições (mas pelo menos avisou), os outros pararam no tempo, antes da data fatidíca das eleiçoes.
O tempo não é para amadores, e os erros pagam-se.
MPDAguiar

Anónimo disse...

Relendo o que escrevi, quero precisar um aspecto: o que data pelo menos da época medieval é a pavimentação de ruas com pedras ou seixos rolados. É que já os romanos pavimentavam as ruas com pedra, mas era com lages de grandes dimensões.Que sorte tem Roma de o presidente da câmara de lá não ser o Coelho! Era homem para mandar alcatroar a Via Appia, para ter um pavimento mais suave e assim atrair mais turistas. Não turistas de pé descalço, mas sim turistas de salto alto, como aquela moçoila que não resistiu à tentação de lhe gravarem em video o que ela pensava sobre o centro histórico, e não encontrou nada mais profundo do que queixar-se que lá não se pode usar saltos altos...
MPDAguiar

Anónimo disse...

"...os elementos arquitectónicos podem ser dissonantes e, se tiverem beleza, valorizam o espaço."
Pois está encontrada a resposta quando quisermos alterar as fachadas e os arquitectos da câmara não deixarem. É só encomendar o projecto a um arquitecto de nome, de preferência dos que ganham prémios, que é para os da càmara não levantarem cabelo et voilà- projecto aprovado, mesmo que de tradicional não tenha nada. Nem de funcional. Mas pode ser dissonante... se o argumento serve para o elevador tem de servir para tudo. Espera-se o pior.
E espera-se também a arbitrariedade e os chumbos dos projectos dos arquitectos sem nome no mercado. Porque apesar do que o arq. rossa disse, o que está no projecto de plano que ele fez, é que se tem de manter as fachadas, e as cores. Caramba, o homem já não se lembra do que escreve?