quinta-feira, 4 de março de 2010

Greve


Trabalho à cerca de 15 anos, nunca fiz greve. Não o digo com orgulho ou vergonha.
Talvez por sempre ter desempenhado cargos de chefia, talvez por algumas vezes não concordava com os motivos da greve, talvez por outros motivos pontuais, nunca fiz greve.

Do mesmo modo nunca insinuei, coagi ou exerci represálias sobre quem decidiu fazer greve, ou quem decidiu não o fazer. Várias vezes apoiei quem fez, como procurei evitar discriminação sobre quem decidiu não fazer. Várias vezes representei as empresas em reuniões com os sindicatos.
Maioritariamente foram reuniões em que cada parte zelosamente defendeu os seus interesses, que ao contrário do que possa pensar nem sempre são contraditórios. Encontrámos soluções conjuntas muitas vezes e divergimos outras tantas. Mas sempre a amizade foi alheia ao resultado final.

Entendo os sindicatos como organizações fundamentais na sempre difícil resolução dos conflitos laborais. Assim os patrões e os sindicatos o entendam.

Por tudo isto não compreendo as notícias que me chegam, e que creio verdadeiras, que hoje nos Paços do Concelhos existiram funcionários impedidos de exercer um direito fundamental: a liberdade de exercer a sua profissão, no seu local de trabalho, auferindo a compensação respectiva.

A proibição de deixar trabalhar quem pretende é pelo menos tão grave como impedir a greve. Nem sempre os sindicatos tem os representantes ou grevistas que merecem.

Existem motivos de consciência, opiniões políticos-partidárias ou imperativos de ordem económicas que tem de ser respeitados.

23 comentários:

Anónimo disse...

pois eu trabalhei e houvesse alguém que me impedisse (...)o sindicato nunca se preocupou com os trabalhadores antes agora é que se preocupam eles não sabem que há trabalhadores que nem ordenado minimo recebem

Estação de Sines disse...

A informação ( e confirmei com 2 funcionários) que disponho refere-se ao edificio principal, nos Paços do Concelho

Anónimo disse...

no pavilhão fui lá inscrever os meus filhos e estava a funcionar normalmente

Anónimo disse...

eles bem tentaram mas não conseguiram quem tem medo compra um cão no fim do mês o sindicato não me paga o dia de greve é pouco mas é meu não trabalho para passar o tempo e mais querem fazer greve faziam no local de trabalho não trabalham mas tão la em protesto não é assim no passeio

Anónimo disse...

Já pensei de forma idêntica à do Braz, actualmente nestas coisas de greve estou mais inclinado a aceitar a forma como os nossos "hermanos" a encaram. Quem não luta por melhores condições de vida, não merece o respeito e a complacência daqueles que dão a cara e lutam por melhor. E como estamos numa sociedade onde cada dia que passa o sentido ético e moral vai perdendo o seu peso, porque raio numa situação de excepção exigimos que os grevistas a mantenham? Os tempos estão dificeis e cada vez mais se nota que isto não vai lá com rosas. É preciso endurecer algumas posições mesmo que origine alguma incompreensão. Não esquecer que este ano se comemoram 100 anos de uma efemeride de luta dos trabalhadores onde algumas pagaram com a vida. Os tempos são outros, é certo, mas a regressão social a que estamos a assistir, mais cedo ou mais tarde irá originar que se vá viver novamente situações de conflitualidade bastante dura, e que pensariamos nós, já não ser possivel em pleno seculo XXI.

Anónimo disse...

Em Sines sempre assim foi qd há greve a Camara obriga os funcionarios a fazer.

Anónimo disse...

Ora aqui está um pergunta a fazer a um sindicalista que costuma andar por aqui a defender os "oprimidos"!

Anónimo disse...

Desistam de lutar pelos Vossos interesses e daqui a uns tempos não se queixem que não ganham nem para a luz...
Voltam ao tempo do candeeiro...
Se,quando os sindicatos conseguem ganhar alguma luta, fossem só beneficiados "aqueles que lutaram" por isso, de certeza que havia mais gente a fazer greve, mas no nosso sistema ganham todos, os que se sacrificam e os "outros"...
Por isso alguns lutam e perdem dias de salário e são perseguidos quando fazem greve e outros "gabam-se" de nunca terem feito uma greve...mas também nunca recusaram receber aquilo que foi ganho com o sacrifício dos "grevistas"...
Ao menos tenham respeito por aqueles que lutam para que todos tenham uma vida melhor...

Anónimo disse...

eu trabalho na câmara e nunca me obrigaram a fazer greve

Anónimo disse...

mas fez sempre? ou já tentou não fazer? ou impediu os outros de não fazer?

Anónimo disse...

Só nas camaras é que se fazem greves em casa, pois em todas as empresas normais estas são feitas e bem nos locais de trabalho

Anónimo disse...

Eu tenho muito anos de câmara e à excepção de uma unica vez, sempre fiz greve, nunca fui obrigada a faze-lo nem nunca sofri alguma represália pela vez que não fiz, porque sentido de greve é faze-lo em consciência nos valores e no que se acredita. Acho engraçado virem para aqui falarem do que não sabem... será que aqueles que não aderiram à greve demonstratram vontade de ficar com a chave e abrir o edificio? é que depoos assumem essa responsabilidade, muitas vezes negam-se a faze-lo, mas depois é muito engraçado vir para fora dizer que foram impedidos de trabalhar. É mais conveniente irem ao terraço da Câmara marcar presença e como sabem que não entram acabam por ter um dia de folga à custa dos que estão lutando, sim porque nestas lutas o conseguido é para todos, deveria só abranger os que ainda lutam e dão a cara com dignidade.
Por isso digo não falem do que não sabem

Santiago disse...

Greve? Que greve? Que se saiba a maior parte dos trabalhadores da Câmara meteram 3 a 4 dias de férias,ou não foi assim?
Só 2 ou 3 têm a coragem de comparecerem ao PORTÃO...os outros que têm muito medo das consequências( O Presidente não é para brincadeiras) esses resolveram ir de férias...assim ficam todos satisfeitos e o sindicato já pode dizer que mais uma vez houve grande aderência à Greve--todos os anos a mesma coisa...

Anónimo disse...

fiz uma vez e nunca mais fiz mas não sou contra quem faz eu não faço

Anónimo disse...

cada qual é livre de fazer ou não fazer quem sou eu de impedir alguém e acho que ninguém tem esse direito

Anónimo disse...

Sou funcionário publico, não trabalho na Câmara Municipal de Sines e fiz greve! Sim...porque em Sines além dos trabalhadores da Cãmara também existem outros funcionários públicos, caso algumas pessoas ainda não tenham dado por isso.
No meu local de trabalho existem pessoas que não fazem greve por medo - uns porque são contratados, outros por causa do chefe. Sim, porque há quem tenha medo do chefe, seja ele qual for. Estamos a regredir no tempo e as pessoas começam novamente a ter medo de represálias.

Anónimo disse...

Sou funcionário público e faço sempre greve. Conheço muita gente que não faz, por medo. Medo de ser penalizado na avaliação, medo de ser prejudicado na profissão... Existe muito medo neste país. O Chico Espertismo lá de cima, está a espalhar-se na sociedade. Quem tem algum poder oprime os que considera inferiores. Não podemos ter medo porque é isso que estes senhores pretendem. Tentam Manipular os trabalhadores através do medo. Temos de lutar, está em causa o futuro das novas gerações. Que governem melhor, que não protejam tanto os poderosos, que não andem por aí a gastar sem rumo os dinheiros do estado. Os sindicatos necessitam de ter força e isso só acontece com o nosso apoio. E parem de culpar os trabalhadores pelo estado em que está o país. Não somos nós que governamos! Porra!

Anónimo disse...

Todo o trabalhador tem direito à greve assim como o de direito a não fazer greve. Respeitem-se !!!

Anónimo disse...

Ao senhor que se intitula por Santiago quero lhe dizer para não falar às "carradas" quando afirma que fazem greve por medo do presidente, qual medo, sou funcionária e eu não tenho medo de assumir as minhas atitudes, quer faça ou não faça greve. Quanto aos que metem férias esses sim são o prototipo dos cobardolas que não tem coragem de admitir o que quer que seja. por isso deixe a pessoa presidente de fora. Não fale do que não sabe, e pelos vistos não sabe o que é a luta de classes, ou então deve de estar muito bem na vida para vir para aqui julgar os outros.

Anónimo disse...

À senhora funcionária da Câmara de Santiago:
Será que a porta de entrada dos Paços do Concelho deve manter-se fechada, mesma que haja greve.
Será legal!

Anónimo disse...

Quem é fura-greves está a proteger os donos de Portugal. Sim, neste país, uns são donos outros empregados. Uns são portugueses de 1ª, outros de 2ª, mas se se sentem bem assim, continuem!
Eu pessoalmente, não idealizo o mundo tal como está. Uns vivem à grande, outros contam os "tostões". Temos de nos livrar do passado, esquecer que fomos reprimidos ou não iremos a lado nenhum. Se quem tem o poder nos rouba tanto, é porque somos pouco reivindicativos. Abram os olhos de uma vez por todas. Nós não pertencemos ao outro lado. Muitos de nós nem imaginamos como é estar do outro lado. Então porque é que defendemos os seus interesses? Eles não são assim connosco, ou será que não os ouvem?

florabiodiversidade disse...

Não consigo perceber....
Que há na Câmara de Sines quem faça greve, por medo????
Nunca assisti a tal.
Já houve vezes que não fiz greve, por não concordar com os motivos, por achar que greve é assunto demasiado sério para se partir para ele de forma leviana....nunca tive qualquer abordagem por assumir tal posição. Nem nunca senti que me olhassem de vies!!!! Nessas situações, apresentei-me ao serviço (à porta, porque os edificios se encontravam encerrados), e o piquete de greve tomou nota do meu nome, posto, etc. e só não trabalhei,como dia normal, porque considero que o insistir para entrar, significaria furar a greve. E isso não farei. Respeito muitissimo as posições de cada um, mas exijo que as minhas decisões também o sejam.
Não farei greve, nem hoje, nem nunca, apenas para "seguir os restantes".
O que me parece é que há falta de coragem, que muitos se "escondem" por detrás de argumentos como o serem perseguidos, para justificarem o injustificável.Em pleno seculo XXI, é inaceitavel que aleguem o fazer, ou não fazer, por medo de represálias....a ser verdade, é assunto sério !!

Na Quinta-Feira, aderi à greve, em consciencia. Infelizmente, para todos nós, a actualidade politica e social do nosso pais, a isso obriga. Não poderia ficar "na minha", deixando os outros a lutarem por questões que também me afectam.

Anónimo disse...

Concordo perfeitamente com a func. da camara subretudo quando se refere á falta de coragem dos colegas que se escondem por detrás de desculpas esfarrapadas.
fiquei indignado quando me chegou aos ouvidos que certos trabalhadores depois de terem aderido á greve justificaram esse dia e foi aceite a justificação dada pelos serviços de rec. humanos
com algumas desculpas de que os seus vencimentos eram muito pequenos (para uns fez greve para outros teve que faltar e teve justificação)
ora eu parece-me que no geral os vencimentos de todos os funcionários publicos são pequenos ou será que são só desses
parece-me uma falta de respeito para com todos os outros e para com eles próprios pois se não queriam aderir bastava darem a cara e apresentarem-se ao serviço e tinham o dia pago.
pensem bem no que fazem
Obrigado