sexta-feira, 5 de março de 2010

A Guerra da Linha-Férrea

Pensavam alguns que depois do Secretário de Estado dos Transportes ter decidido que a linha férrea entre Sines e o Poceirão não seguiria o traçado proposto pela Refer através dos concelhos de Santiago do Cacém e de Grândola, ligando as Relvas Verdes a Grândola Norte, que as questões levantadas pelos municípios atingidos estariam ultrapassadas e que os estudos novos a elaborar pela Refer com base na actual linha entre Sines e as Ermidas-Sado iriam decorrer pacificamente.

Diziam estes municípios que o traçado ferroviário proposto, invadia o parque Badoca, incomodava o hospital do Litoral Alentejano, derrubava milhares de sobreiros, destruía pequenas propriedades, demolia habitações, e o mais grave de tudo seria que, na opinião daqueles autarcas e de técnicos contratados, tal não se justificaria, sendo possível a construção de uma nova ferrovia a partir do actual ramal das Ermidas, sem causar quaisquer prejuízos ao porto de Sines e à economia nacional.

O resultado de todo este processo é que o município de Sines não aceita a alteração do posição do governo, como já não aceitava as posições dos seus vizinhos de Santiago e de Grândola e ficou isolado, qual D. Quixote combatendo moinhos de vento.

E esta questão não é de somenos importância. Pode um qualquer município tomar posição contra decisões de municípios seus vizinhos e intrometer-se de forma gravosa nos assuntos internos de outras autarquias? Gostaria a população e os autarcas de Sines que os seus vizinhos viessem defender acções em Sines com as quais estivessem em total desacordo?

Nos termos da lei e da Constituição da Republica os municípios são organizações territoriais que prosseguem a defesa dos interesses das respectivas populações. Nestes termos os autarcas de Santiago do Cacém e de Grândola combateram o traçado daquela ferrovia na defesa do interesse das populações que os elegeram. E os seus argumentos foram de tal forma fortes que conseguiram alterar a posição do governo, sem prejudicar o interesse nacional, que ao governo compete defender.

Até onde irá a incoerência e a arrogância da Câmara Municipal de Sines?

Francisco do Ó Pacheco

8 comentários:

Anónimo disse...

Xiiii, tão amigos que eles eram e agora isto! Bem, lá que o Chico Pacheco tem razão, lá isso é verdade. Sines integra uma sub-região, e uma voz colectiva de todos estes concelhos tornará a região mais forte e com mais possibilidades de progresso. Sines isolada, numa espécie de orgulhosamente sós, é muito pernicioso para o próprio concelho e no relacionamento com os concelhos vizinhos e não sei até que ponto pode inquinar o "ambiente" de diálogo para futuros projectos conjuntos. O futuro certamente o dirá.
Gostei da posição do Beato, que sendo eleito pelo PS, o partido do governo, disse e repetiu que aquele traçado só seria feito por cima do seu cadáver. Esta independência, esta liberdade de tomar posições não aparelhísticas nem alinhadas com o governo do partido que o elegeu, é de salutar e mostra a fibra de um autarca que não se deixa vergar, contra ninguém, quando em causa estão interesses das populações. Esses sim, verdadeiramente os mais importantes na gestão de uma autarquia.

Anónimo disse...

Há semelhança do que acontece a um País que;resultante de comportamentos ardilosos e incompetentes,que lesam o interesse comúm,se sugeita há intervenção de organismos como o FMI, por forma repôr o regular e normal funcionamento de um Estado.

Pergunto-me se,no caso das Autarquias,e,em particular a Autarquia de Sines,que demostra total ausência de competência para gerir um municipio,quer pelas soluções que apresenta,ora pela forma como elabora as suas prioridades.Se não estamos na presença de um caso,onde se impunha a intervenção de um oú mais organismos,por forma a devolver ao munícipio, a credibilidade em primeiro lugar,e a estabilidade necessária para que se inverta o actual estado de coisas.

Julgo,que o problema em Sines,já ultrapassou em muito o campo politico,da mera divergência de opiniões quanto ás soluções para resolver os problemas da autarquia.

Muitos diram certamente,que vivemos em democracia,e que esta equipa foi escolhida nas Urnas.O que é verdade devo dizer.
Mas isto não significa que tenhamos que caminhar para o abismo em jeito de suicidio colectivo.

Embora não sendo conhecedor dos dispositivos legais existentes,não estou em crêr,oú melhor,não quero acreditar,que por via de existir na Assembleia Munícipal uma maioria,que tenhamos que aceitar como uma fatalidade,manter este statu quo.

Atenciosamente
PC

Anónimo disse...

"Nos termos da lei e da Constituição da Republica os municípios são organizações territoriais que prosseguem a defesa dos interesses das respectivas populações."


E não é o que o o Municipio de Sines está a fazer??? Então deveria-se de deixar de lutar pelos interesses dos Sinienses só porque podemos chatear os visinhos de Santiago??

Gostava de saber o que o Vereador Francisco do Ó Pacheco ja fez por Sines neste mandato???

TENHAM JUÍZO!!!

Anónimo disse...

Sobre este assunto estou em completo desacordo com aposição da CM Sines. Agora quero é saber qual vai ser a posição dessa maioria que existe na A.M..Dia 12 lá estarei para ver. Uma Camara que não consegue resolver a vergonha que são as nossas estradas municipais,e não digam que é do tempo que se faz sentir porque esse só veio piorar as coisas como é que se entende meter-se na questão do caminho de ferro, quando pelo nosso concelho passarão muito menos KM do que em Grandola e S. do Caçem?
Tenham TRAMBELHO.

Anónimo disse...

Esta linha férrea é de importância Nacional e Internacional e como tal, ultrapassa os interesses dos montanheiros de Santiago do Cacém e de Grândola e de alguns sobreiros (não os milhares que o sr. pacheco afirma).
Em minha opinião, a opção seria a mais económica em menor espaço de tempo.

Anónimo disse...

"Julgo,que o problema em Sines,já ultrapassou em muito o campo politico,da mera divergência de opiniões quanto ás soluções para resolver os problemas da autarquia."
Faço minhas as suas palavras. E penso que o tempo exacto para agir era agora, sob pena de se o fizerem mais tarde já não ser possivel inverter esta situação.

Anónimo disse...

O MC QUER O TGV A PASSAR POR SINES

Alexandre Rosa disse...

Este assunto é da maior importância e, por isso, mereceria ser tratado sem ser a coberto do anónimato..mas claro que respeito essa opção.
A minha opinião, face a esta matéria, tenho vindo a defendê-la e, em síntese, pode ser vista em

olharesdolitoral.blogspot.com