A 30 de Março de 2009, ficou registado na acta da reunião extraordinária da Câmara Municipal de Sines, sobre a Candidatura ao Programa de Acção para a Regeneração Urbana de Sines, um diálogo interessante e esclarecedor entre o executivo e a posição dos diversos membro, de então, sobre o Centro Cultural Emmerico Nunes:
"O Sr. Vereador Nuno Mascarenhas referiu que estranha o facto de o CCEN ter sido retirado da candidatura ao Programa de Acção para a Regeneração Urbana, questionando o Presidente sobre o motivo para esta decisão.
Relativamente ao CCEN disse que quando a CMS propôs a parceria com este não esperava nem previa a apresentação de uma série de exigências, designadamente a inclusão de uma cláusula de acompanhamento e “inspecção” das obras, ao qual a Câmara não pode permitir isso, sendo essa a razão pelo qual o CCEN não se encontra como parceiro neste Projecto, esperando-se que venha a integrar o projecto após a aprovação da candidatura.
O Sr. Vereador Carlos Silva, perante a justificação do Sr. Presidente disse que o mesmo tem uma visão da política cultural do Município que era bom não confundir com a visão de o Município fazer tudo, sendo salutar a existência de diversos “actores” nesse sentido. Mais referiu que o CCEN tem prestado ao longo dos anos um bom serviço ao Município, sendo que uma razão deste tipo não justifica o afastamento de uma colectividade.
O Sr. Presidente respondeu que a Câmara tem políticas definidas para a cultura, para o desporto, para a educação, etc., sendo que tem a obrigação de as concretizar, sendo que aquilo que entender não conseguir fazer deve contratualizar com terceiros. Agora, o que se passa é que o CCEN foi criado para fazer a politica cultural da Câmara aquando dos mandatos do Sr. Francisco Pacheco, e ao longo do tempo foi-se desvanecendo, acabando por ter uma actividade muito reduzida, praticamente a exposições e palestras.
Mais disse que com a construção do Centro de Artes a Câmara propôs uma parceria com o CCEN, à qual não aceitaram. Acrescentou dizendo que a Câmara tem a obrigação de apoiar as colectividades, mas apoiar em projectos com interesse para o Município, sendo que aquela não é diferente das demais, nem tem direitos especiais.
O Sr. Vereador Nuno Mascarenhas reiterou que o CCEN deve-se manter como parceiro neste projecto, e sugeriu que com o decorrer do mesmo fossem encontradas soluções conjuntas de modo a resolver eventuais obstáculos.
Os Srs. Vereadores Carlos Silva e Nuno Mascarenhas, disseram que só aprovariam o proposta apresentado se fosse incluído o Centro Cultural Emmérico Nunes. Idêntica posição foi aquela apresentada pelo Sr. Vereador Albino Roque
Deliberação: Aprovada a candidatura, por unanimidade, com a condicionante de ser incluído como parceiro o Centro Cultural Emmérico Nunes"
5 comentários:
Não vejo o minimo interesse em reabilitar o CCEN e havia tanta coisa que se podia fazer naquele espaço...Já agora aproveito para referir a muito fraca qualidade das obras expostas no Centro das Artes. Uma das ultimas exposições que fui ver, penso que era de obras da colecção da CGD e infelizmente o que estava representado era o "piorzinho" de cada artista. Não se compreende.
Manuel Coelho MENTE com quantos dentes tem na boca.
Mente quando se refere ao protocolo em discussão, porque confunde propositadamente imposições com pedidos de esclarecimento e MENTE escandalosamente quando afirma que propôs a colaboração do CCEN com o CAS. Numa leitura rápida cheguei a pensar que havia no texto da citada acta um “pequeno lapso”, pois, segundo sei, aconteceu exactamente o contrário. MC não pode iludir a realidade. A sua raiva visceral em relação a esta instituição, de que é sócio, começou quando percebeu que jamais conseguiria manipular muitos daqueles que sempre se opuseram ver o CCEN ao serviço de ambições pessoais ou partidos, mesmo quando estes ocupam o poder. Em relação ao CCEN este homem tem apenas uma obsessão EXTREMINÁ-LO.
Por fim, quanto às “políticas para a cultura” do presidente da CMS, elas assentam em critérios de “chavascal” cultural que quanto mais visível for e mais dinheiro se estoire melhor é o evento. A participação e o envolvimento das pessoas não interessam muito ou mesmo nada. É uma política cultural inspirada na “cartilha” dos governos totalitários soviéticos e da Europa dos anos 30/40 do século passado, cuja palavra de ordem era “secar tudo o que existia/pensava” fora da sua esfera de poder absoluto. Hoje, tal como antes, as pessoas que exercem o seu direito de participação cívica, à margem da alçada do poder instituído, não se deixarão vergar facilmente, porque todos somos capazes de pensar e de agir!!
O centro cultural emmerico nunes estará sempre na memória dos sineenses, são 24 anos que o Manuel Coelho não pode apagar...bem queria mas a persistência e a qualidade das pessoas que têm dado uma vida à cultura para Sines tem sido um exemplo de coragem e de civismo na cidade.E devido ao seu trabalho de grande qualidade o CCEN é reconhecido por artistas e instituições culturais. Como é possível que um Presidente não recoheça este valor que existe na cidade e para a cidade, tentando antes a todo o custo esquecê-la e denegrindo-a...é esta política mesquinha e miope que consome o nosso país, é a imoralidade , a postura de servir o bem comum com sentido de estado e de exemplo ...como sineeense queria aqui prestar aminha homenagem ao CCEN e às pessoas que há anos conhecemos a trabalhar lá
Quero aqui agradecer ao CCEN por, há alguns anos, me ter proporcionado um curso de fotografia, que despertou em mim ainda maior interesse por esta "arte".
O CCEN fará sempre parte das minhas "boas" memórias de Sines.
O problema ainda não é o que faz com o edifício. Isso poderá estar sempre em discussão com aquele ou com outro qualquer edifício de um qualquer sítio. O problema é a ideologia subjacente às actuações e factos que têm sido protagonizados, de forma sistemática, pela câmara. E os factos são muitos e todos no mesmo sentido.Devagar e sorrateiramente a asfixia começou com a redução e grandes atrasos de apoios que culminaram com dois anos sem cumprir protocolo. Manuel Coelho, confrontado com esse comportamento, mentiu numa sessão pública, dizendo que iria pagar tudo e de imediato. Resultado dessa mentira o CCEN teve de despedir os dois funcionários e ficar sem nenhuma estrutura que garantisse o apoio mínimo ao trabalho voluntários dos seus sócios e sem contacto com o público. Claro que nessa situação as actividades foram reduzidas e o mentor da estratégia vai dizendo que o CCEN não faz nada. Apesar dessa asfixia extrema e da inevitável redução das actividades ainda não conseguiu o que queria.O CCEN RESISTIU e conseguiu voltar a abrir portas e ter programação anual credível para merecer apoio do Ministério da Cultura/DGartes e de algumas empresas com independência suficiente para resistirem, elas também, às pressões da câmara para não apoiarem o CCEN... Alguns dirão que isto não pode ser verdade. Eu também se não o tivesse vivido o acharia...
O CCEN e o Centro de Artes: Desde o início do processo de concepção e construção do centro de artes que, apesar de muitas manifestaçõs de disponibilidade e interesse do CCEN, nunca houve oportunidade de esta instituição poder contribuir, entenda-se só SER OUVIDA, para poder ajudar na definição do programa de arquitectura ou qualquer oportunidade de reequaccionar as possibilidades de articulação ou parceria.Talvez por isso os espaços expositivos sejam o que são.... É ABSOLUTAMENTE mentira que o CCEN não tenha querido articular com a Câmara ou com o Centro de Artes. A exposição com a Fundação C. Gulbenkian foi uma iniciativa do CCEN que, nessa altura, com uma vontade férrea quis demonstrar aos espiritos REACCIONÁRIOS que trabalhar em conjunto era possível, desejável e necessário.Parece que ainda foi pior a emenda que o soneto porque o "senhor todo poderoso e detentor da verdade" teimou em não querer qualquer tipo de articulação. Porque mente tanto o presidente da câmara? Só pode ser porque tem medo de discutir ideias, só porque está envenenado com a sua própria má fé. Como pode confundir uma proposta de redação para um protocolo se, em cima do prazo limite, sem nenhuma reuniãozinha, o CCEN era confrontado com um articulado que era assinar ou largar. Apenas se quis salvaguardar a possibilidade de a instituição vir a ser ouvida na definição do programa de requalificação. Acham que era pedir muito? Uma instituição reivindicar ser ouvida não significa definir ou ter o poder de decidir sózinha.... Significa poder PARTICIPAR que é aquilo que o "senhor todo poderoso" mais odeia.
O CCEN é um símbolo do Centro Histórico de Sines. Mesmo degradado e abandonado RESISTE...
Percebo que alguns não entendam a importância de instituições como o CCEN, o que não consigo entender é porque o presidente da câmara continua a mentir.
Continuo com ESPERANÇA que esta onda passe e que o bom senso volte a esta terra. Discordar é bom e saudável, faz-nos crescer e torna-nos, a todos, menos ignorantes. E a ignorância da ignorância é a pior e a mais perigosa de todas.
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