quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Apita o comboio, lá vai a apitar...

Dum lado os Presidentes das Câmaras Municipais de Santiago do Cacém, Beja, Grândola, o professor Costa Lobo, do Instituto Superior Técnico, a REVER - Associação de Defesa do Montado, o presidente do núcleo da Quercus do Litoral Alentejano que lutaram e congratulam-se com a anulação da opção do traçado da ferrovia de mercadoria Sines – Elvas, no troço Sines – Santiago – Grândola.

Recorde-se que o troço do traçado Sines-Santiago-Grândola iria passar a cerca de 250 metros do Hospital do Litoral Alentejano, “ferir de morte o Badoca Safari Park, as quintas histórias do concelho de Santiago, para além do abate de 7 mil sobreiros”. Ainda segundo o autarca de Santiago do Cacém, “o traçado que a REFER quis impor condicionava para todo o sempre a paisagem, o ambiente e o turismo no Litoral Alentejano, particularmente em Santiago, Santo André, Melides e Grândola”.

Na reunião com o Secretário de Estado dos Transportes ficou claro que a mudança no traçado, optando-se pelo ramal de Ermidas, não atrasará as metas que a Secretaria de Estado tem para tornar a linha operacional em 2012.

Do outro lado, orgulhosamente só, o presidente da Câmara Municipal de Sines, que através de comunicado, manifesta a sua apreensão e incompreensão pelo anúncio do governo de anular o traçado previsto para a nova ferrovia de mercadorias entre Sines e Grândola Norte, considerando esta decisão grave e incompreensível, pelas suas consequências para o pólo portuário e industrial de Sines e para a economia nacional.

Ainda através do comunicado o presidente da Câmara Municipal de Sines afirma que “não compreende nem aceita esta situação, manifestando o seu desapontamento e preocupação pela decisão tomada e suas graves consequências para o futuro do Porto e do Complexo de Sines, assim como para a economia e o desenvolvimento do nosso país. Neste contexto, o presidente da Câmara Municipal de Sines pede uma clarificação urgente dos responsáveis políticos por esta decisão e a apresentação urgente de soluções que viabilizem a concretização rápida desta ferrovia, indispensável ao Pólo Portuário, Industrial e Logístico de Sines.”

Talvez devesse ter integrado o grupo de trabalho do novo traçado, talvez deva entender que depois de acabar a indústria continuará a existir vida no Litoral alentejano, talvez deva aceitar que a construção da ferrovia não se atrasará, ou que esse atraso nada significa perante aquilo que a sua mais rápida execução significava, por fim pode não compreender a decisão, já quanto a aceitá-la, nada a fazer.

Trata-se de compatibilizar uma localidade eminentemente industrial, numa região com cariz mais rural e turístico. Por vezes há momentos assim, onde o interesse colectivo da região se sobrepõe ao interesse local das empresas, em que o interesse das populações é superior aos das empresas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Na realidade é preciso entender esta região como um todo, só assim ela se pode afirmar no contexto nacional pelas suas especificidades, e não com posições individuais, concelho a concelho, quando, como neste caso, estão valores e mais-valias importantes em questão. De resto, a sub-região Alentejo Litoral, terá tudo a ganhar se apostar em mais projectos e parcerias envolvendo todos os concelhos. Sinceramente fiquei algo desapontada com a posição da câmara de Sines neste assunto em particular. Para mais sabendo-se o peso da industria deste concelho na qualidade de vida ambiental e natural da região, e nos seus habitantes.

Anónimo disse...

Segundo fontes normalmente bem informadas, ou não, a divergência originada pela "clarividência" do nosso MC, não é só com esse conjunto de personalidades nomeadas no post. Parece que se estende a alguém que lhe é muito próximo, e deu azo a um pequeno, diriamos, arrufo.

Jorge Pereira disse...

E eu como Sineense, gostava se saber quem é que se responsabiliza pela tomada dos terrenos junto à Costa do Norte para fazer todas aquelas quintas e quintinhas e barracas e barraquinhas e já agora aproveito a embalagem para saber quem é que se responsabiliza pela cada vez maior população da zona da Barbuda que supostamente devia ter ido viver para o bairro social?
Não tem nada a ver com o tópico, mas tem a ver com "terrenos" municipais e ou estatais não é?

Anónimo disse...

"Haja Paciência"

O Sr.Presidente para além de imcompetente no desempenho das suas funções,ainda encontra tempo para para me surpreender com mais esta tomada de posição.
Qualquer "Asno" ficaria envergonhado na presença deste senhor.
Demita-se Homem...coragem.

Anónimo disse...

Não entendo o MC, prejudicou alguma coisa para Sines!
Quem devia estar chateado era o rapaz Beato de Grandola. A linha com o traçado antigo não prejudica Sines.
Votaram nele, agora aturem-no!
Só lhe falta o gorro e o cajado, porque ovelhas já as têm!

Anónimo disse...

Concordo com o novo estudo que envolve mais concelhos e vai reabilitar de novo o troço que já está degradado...mas quanto a afirmação desse texto que diz " quando acabar a indústria na região" meu amigo quando isso acontecer é sinal que estámos todos a passar fome, infelizmente se a industria acaba-se aqui na zona de Sines e arredores,,, Todos nós iriamos encarar uma nova realidade na mesa de jantar,,,,Quem é que se iria preocupar com comboios.

Anónimo disse...

Especializado em sabujices solitárias ao Governo o Coelho protesta por Sócrates ter, ajuizadamente, cedido às posições dos outros autarcas.
Curiosa a participação do engenheiro Costa Lobo ao lado dos restantes autarcas. Não é este senhor que coordena a equipa do PDM de Sines? Vai sair uma bela caldeirada: Coelho com batatas com ossos de Lobo.