domingo, 21 de junho de 2009

Reposição de post de 18.09.2008

É importante esclarecer definitivamente uma questão, que se arrasta e que demonstra a ligeireza com que se trata a questão da poluição em Sines.

Para alguns, parece que existem duas posições distintas, como se o mundo fosse a preto e branco:

- dum lado, aqueles que supostamente são contra o desenvolvimento, não querem investimentos em Sines, nem mais postos de trabalho;
- do outro, os visionários, os progressistas, que apostam no crescimento e desenvolvimento da Cidade.

A minha posição foi e continua a ser a mesma e baseia-se em dois princípios muitos claros.

Direito à informação.
Temos direito a possuir toda a informação, para podermos decidir. Somente sabendo o nível de poluição e os riscos inerentes à sua exposição, podemos decidir se estamos dispostos a usufruir de um determinado nível económico. Tendo como contrapartida, maior exposição a alergénos e susceptibilidade a doenças respiratórias, é uma coisa. Se para poder usufruir do nível económico que os investimentos de Sines possibilitam, tenho que estar exposto a elementos cancerígenos, com elevada probabilidade de ocorrência, pois seguramente irei embora para um sitio melhor.
Resumindo, o que ganhamos vale bem umas gripes, alergias, sinusites, rinites, mas nada paga um cancro. Depois toda esta questão do GISA e quejandos, é uma treta bem intencionada, pois à quantos anos que deveria e podia existir uma monotorização eficaz e credível? Investimento? Quando a Galp se dispõe a financiar o Complexo Desportivo com 12 milhões, o que é necessário para financiar, se necessário, integralmente, o GISA? Só vontade, nada mais.

Desenvolvimento Sustentável
Acredito que mais desenvolvimento industrial não rima necessariamente com mais poluição. Conheço as promessas não cumpridas, a forma impune co­mo se tem poluido, a impotência da autarquia e dos políticos locais para solucionar estes problemas, daí que o meu optimismo não resulte da ingenuidade, mas da existência de unidades industriais noutros países, que cumpridoras das regras ambien­tais, não sendo inócuas, são compatíveis com uma elevada qualidade de vida e respeito pe­lo meio ambiente.

5 comentários:

Fartíssimo de televisão disse...

Desculpa-me Bráz, sobretudo porque não faz parte do post, explica-me como se eu fosse muito burro, que forma tenho eu de aceder ao blogue sem ter que aturar a abertura automática da nova tv que acho que poderá ser uma mais valia num futuro próximo, mas não agora, porque farto de Coelhadas estou eu.

Anónimo disse...

Se Sines / Portugal continuar a "aceitar" a instalação de Industrias poluentes..., adicionado ao que já existe, devemos estar a ultrapassar as quotas impostas pela UE e mais uma vez vão pagar em vez de reduzir.

A poluição atmosférica não nos atinge apenas, mas todo o planeta. Sines e arredores preocupam-nos, mas por vezes esquecemos-nos que o ar não tem "grades" descola-se de livre vontade.

Refiro/relembro isto para reforçar que este tema é intemporal.

A Mixuguita

Estação de Sines disse...

a emissão experimental é um pequeno sacrificio, para logo, logo termos uma grande recompensa. Estou a apoiar o luis torres ( o menor da Sines TV - o seu a seu dono) para que no inicio de julho começarmos a ter emissão própria.
por enquanto é clicar no altifalante e... "mute"

Anónimo disse...

Continuo sem saber o que é que vai ser feito para não continuar a contaminação, nem o que vai ser feito aos solos já contaminados...

Sobre o ar que respiramos...continuo a saber exactamente onde estou, quando venho de fora e, mesmo de olhos fechados, me aproximo de Sines...e não é pelo perfume da channel nº5...é por outros perfumes...

ANCIÃO disse...

Não há, concerteza, quem não esteja preocupado com a poluição do ar que respiramos e a qualidade da água que bebemos. Eu também estou, tanto como o Braz e todos os outros. Estou principalmente preocupado com os meus netos e todas as outras criança e jovens que, infelizmente, têm de continuar a beber desta água e a respirar este ar. Mas, esta preocupação não é de agora ! É de há muito tempo. Talvez de 1978, quando tive que vir para cá trabalhar, para, como tantos outros, tentar melhor as condições de vida. Gostei logo da cidade e das suas gentes e por cá fiquei. Já nessa altura se falava dos perigos da poluição. Umas vezes, de forma mais exaltada, outras mais complacente, dependendo do tom imposto ou manifestado pelos responsáveis autárquicos, que, por sua vez, variava de acordo com os interesses dos poluidores. Infelizmente, sempre foi assim.
Agora, segundo me parece a guerra é outra: - CDU versus SIM -. Esta "guerra" não tem no seu cerne, a defesa da nossa saúde. Os interesses dos contendores não são os nossos.Esses teremos que ser nós a defendê-los, escolhendo gente diferente para gerir a autarquia. Gente que ponha acima dos interesses partidários os nossos interesses, mesmo que, para isso, tenha que afrontar o poder central, o poder das empresas ou os interesses dos seus partidos. Gente que não troque a nossa saúde por uns quantos Euros para realizar obras megalómanas, promover festivais para "elites" e outras manifestações meramente propagandisticas. Amigo Braz, por equanto, limito-me a assitir a esta "guerra" de galinhos, com um sorriso de desprezo. Eu sei que, felizmente para nós, nenhum deles voltará a lugares de decisão, se o povo de Sines quiser mudar de vez a qualidade de vida na sua cidade. Mas, atenção. Depois nós teremos que ser parte activa na gestão da nossa cidade. Temos o direito de ser ouvidos. Se queremos melhores condições, não poderemos continuar a ser meros espectadores, passivos e pacientes. Os políticos, são-no, porque querem, mas quando escolheram sê-lo, obrigaram-se a sevir.
SEMPRE PELA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
O ANCIÃO