Balada a um Palhaço pobre
Disformes rompões, de ilusões, remendos da vida
Que perdida e já esquecida, chora em roldões.
Mundo disforme, riso que dorme p'ra fazer rir,
Foge da vida, sua, comprida, ou pensa fugir.
Dentro da arena, ou sob os céus,
Ri, que poema de rir p'rós filhos que não são seus,
Embora deles tenha um pouco, talvez,
O rir louco ou a pequenês.
Em casa, sozinho, chora de mansinho e reza à ilusão...
E o Palhaço chora, e a alegria mora no seu coração!
E porque chora então o Palhaço?
Porque é um homem, e não o vêem como tal,
Mas como um animal que não temem,
Que olham nos momentos de prazer,
Do bom da vida para depois esquecer na ilusão perdida.
E o Palhaço chora, e o Palhaço ri, e o Palhaço pula,
E o menino aplaude, e o homem despreza,
Porque com certeza não se olha a si,
Não vê que é Palhaço, como aquele ali, na arena comprida,
Só que a sua arena é a entrada da Vida!
Luis Maldonado
3 comentários:
Parabens, gostei. Todos já fomos crianças e deviamos ter momentos de reviver a criança que há em nos
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