quinta-feira, 25 de junho de 2009

CGD, La Seda e os milhões

Está marcada para hoje uma reunião do conselho de administração da La Seda de Barcelona, em que a CGD vai apoiar uma proposta de constituição de um grupo de trabalho para a avaliação estratégica dos activos fabris da empresa.

Depois da paragem da unidade fabril de Barcelona (El Prat), por falta de liquidez, a CGD arrisca-se a ver comprometido o investimento e os empréstimos concedidos para a construção da fábrica de Sines, assim como o financiamento de 25 milhões de euros, concedidos a semana passada, para suprir as dificuldades imediatas de tesouraria.

São mais 25 milhões cuja prioridade é questionável, quantos PME's portugueses seriam viabilizadas com a capitalização da sua tesouraria?

7 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Braz,
Pode ler-se no Diário de Noticias de hoje – ultima hora:

Espanha: La Seda aprova contas de 2008 com perdas de 565 milhões de euros

* * * António Sampaio, da Agência Lusa * * *

Barcelona, Espanha, 25 Jun (Lusa) -- O Conselho de Administração do grupo La Seda, que conta, entre outros, com uma participação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), aprovou hoje, em Barcelona, as contas da empresa relativas a 2008, que registam perdas de 565 milhões de euros.
Em comunicado, depois da reunião de várias horas do Conselho de Administração, a empresa química explica que a dívida ascende já a 868 milhões de euros, face a um património líquido de 475 milhões de euros e um fundo de manobra negativa de 649 milhões de euros.

Convidava todos os leitores deste esplêndido blog a recuarem umas páginas atrás, mais exactamente até ao dia 4 de Junho do ano de 2008,

http://estacaodesines.blogspot.com/2008/06/comunicado-artenius.html

Permita que tire umas enormes chapeladas a si, ao anónimo que denuncia a falência do grupo LSB e sobretudo ao professor António Ventura.

Anónimo disse...

efectivamente este blog têm antecipado a realidade de forma hábil, inteligente e perspicaz.
não é um orgão de comunicação social e espero que nunca tenha essa pretensão. pois aqui antecipa-se e correctamente os acontecimentos que os outros noticiam muito tempo depois.

parabéns

Anónimo disse...

Só existe, para mim, uma situação que não consigo ver muito bem: Como é que o Millenium BCP aparece metido em tudo isto?

Segundo julgo saber, o ultimo balão de oxigénio injectado na LSB do 25 milhões foi pago pela CGD e BCP. A injecção vai continuar até aos 40 milhões. Destina-se sobretudo a arrancar com a fábrica de El Prat que irá produzir 100 mil tons de PET, sendo que sua capacidade total é de 170 mil.
Ora com fábricas paradas, sem fornecimento de glicol pela IQA, qual vai ser o resultado de exploração da LSB durante o ano corrente? E, quem se abotoou afinal com todas estas perdas agora aceites pela Imatosgil e CGD?

Parece-me que estou a ver uma luzinha ao fundo do túnel. Como o Director Técnico da Artenius Sines declarou recentemente que os trabalhos da planta de TA iriam ser retomados a pleno em Julho de 2009, tudo leva a crer que seremos nós os TROXAS, OS PEDINTES, OS DESERDADOS PELA SORTE, OS FAMINTOS, OS ETERNAMENTE ROUBADOS, que iremos pagar a factura final de um roubo de mil milhões, levado a cabo no reino da Catalunha.

Por favor amigo Braz: alerte o CDS, o PSD, o BE, o PCP, os Verdes, da vergonhosa situação criada em Sines para que mais tarde nenhum politico possa dizer que «não sabia»...

Anónimo disse...

Caro anónimo das 9:36

Vejo que está muito bem informado... não trabalhará no Grupo, pois não? a cuspir no prato?

Percebo, um pouquinho, do negócio dos 'plásticos' e ainda mais do negócio financeiro que permitirá construir uma fábrica como esta.

Não tenhamos ilusões, estamos a falar de 'commodities' onde as margens são de um digito e é a capacidade produtiva que conta.

Este investimento veio para Portugal porque o governo/AICEP deciciu (e muito bem), atrair com incentivos financeiro e fiscais. Vai criar riqueza e vai gerar ocupação numa região onde não há emprego... vamos esperar 10 anos até que o secto financeiro esteja (outra vez) com biliões para gastar? vamos esperar 5 anos até que o sector turistico recomece os investimentos previstos?

Dilema: continuamos os provincianos ou damos um passo na direcção da industrialização do país...

... ofensas e conotações politicas à parte, acho que é positivo que a nossa região mexa... alguém que faça algo para além de dizer mal.

Anónimo disse...

Caro anónimo das 3:11 PM,

Como verá pela resposta, é irrelevante que eu trabalhe ou não no Grupo…

Vejo também que está muito bem informado e certamente ligado ao Grupo, não um peão mas provavelmente um bispo, uma torre… a dama.
O investimento veio para Portugal porque a LSB não tinha banha financeira para a levar para outro lado. Veio para Portugal porque o grupo da frente da Imatosgil sediado em Madrid/ Barcelona/ Lisboa, ainda está convencido que o GAS é uma realidade, ainda mexe, numa terriola alentejana de seu nome Sines. Estão atrasados 50 anos… Além disso, porque avançaram até onde depois não é possível voltar para traz, tentam agora deitar poeira nos olhos abanando o espantalho do «desemprego», da «perda dos postos de trabalho», do desenvolvimento que não avança.
Repare, meu caro Senhor, que não estou a dizer mal de Manuel Matos Gil da mesma forma que noutros blogs nunca critiquei Manuel Fino de ter dado a volta à nossa CGD. O que eu lamento é que um homem (família) empreendedor como ele, tenha como assessores certas caricaturas ou melhor, certos cromos como é usual dizer-se agora, que de competência só têm o penacho político que os partidos lhe colocaram no alto das cabeças. Estou-me a lembrar, por exemplo de um que, acabando por ser corrido do partido que o elegeu para a Câmara de Lisboa, acabou também por fazer as malas da LSB e ir à vida.
Temos pois que reconhecer que não está em causa a competência daquele(s) empresário(s) – porquanto já deram provas que são merecedores de toda a nossa confiança – mas sim a falta de visão dos seus os generais que teimam em arrastar o grupo português para um beco sem saída.

Vejamos uma grave contradição contida nas suas palavras: trata-se de uma «commoditie» onde a capacidade instalada é de suma importância. E o custo da matéria-prima? Compras por contrato? Em spot? E que clientes para as 700 mil tons produzidas? A Indorama? A Eastman? É que, ao que me informam, a fábrica de Portalegre apenas consome 30 mil tons anuais a trabalhar a 100%. E quanto às unidades espanholas nunca tiveram viabilidade técnica nem financeira pelo que se não fecharam já, devem estar muito perto do arrastar dos portões.
Os PX, meu caro Senhor, são dos produtos petroquímicos mais difíceis de gerir para quem os não produza directamente. Por isso será sempre uma aventura investir em Portugal numa fábrica de PTA. Claro que me estou a referir a investimentos com os nossos próprios euros porque se for com os milhões da «nossa» CGD então o risco é nulo - fora os 2 ou 3% do aumento que teremos no IRS se a coisa correr para o torto.

Concordo que a nossa região deva mexer mas… não com terramotos que no final não deixem pedra sob pedra.

Anónimo disse...

Bem, parece que somos os unicos a comentar a noticia...

Não entendo as conotações com o xadrez e garanto-lhe que não conheço ninguém no Grupo, muito menos assessores politicos ou não... continuo a dizer que o caro bloguista é muito bem informado?!

Pergunta: qual a ligação do PX de Sines com a fábrica de Portalegre?

Segundo minha pesquisa existem apenas dois produtores de PTA na europa e um deles está em 'phase-out'... com a manutenção/recuperação dos niveis de produção de resina na europa e resto do mundo, não haverá mercado para 700 mil ton de Sines?

Será que os investidores e os bancos financiadores e seus assessores são tão 'distraidos' que não veem o que o senhor vê tão claramente?

Cump.,

Anónimo disse...

Permita então que o esclareça nos seguintes pontos:

1 – a minha luta não é pessoal, contra esta ou aquela pessoa, contra esta ou aqueloutra organização. A minha luta é POLITICA. Estou contra o Estado Português, ou melhor, contra o Governo actual porque está a jogar com o meu (e o seu!) dinheiro sem previamente fazer uma avaliação global da situação.

2 – as fabricas de poliéster de Portalegre – pertença de Imatogil – não consomem para-xilenos. Como matéria-prima compram PTA dentro do grupo LSB em condições vantajosas porquanto o responsável pela gestão dessa área em Barcelona, é português e tem dado provas de elevado desempenho. Não foi por aí que o grupo está às portas da falência técnica.

3 – os dois produtores de PTA a que se refere são a Artenius UK que passou de 670 mil tons em 2007 para 500 mil tons em 2008 e a CEPSA –Interquisa com capacidade de 500 mil tons anuais incluindo DMT e IPA. A última está parada, acompanhando a fábrica da IQA – produtora do MEG. Dito doutra maneira: - a LSB numa fase agonizante com falhas de tesouraria, encerra duas fábricas do grupo para abrir uma outra paga pelos portugas.

4 – os investidores em questão já deram à sola há muito tempo. Citarei apenas dois: - Deutsche Bank e BES. Quando o banco alemão se retirou do grupo as acções da LSB caíram de 2,6 para 0,50 euros cada. O «nosso» BES discretamente, e seguindo as suas práticas usuais, retirou-se pela porta do cavalo deixando dependurada a CGD e seus acompanhantes.

5 - por ultimo: nas suas pesquisas veja bem quem controla e defende na praça pública esses magnânimos projectos, autenticas árvores das patacas. Vai lá encontrar, não um, mas muitos A. Varas!

Saúde.