quinta-feira, 26 de março de 2009

Ontem como Hoje

Hoje por mero acaso encontrei estes textos de minha autoria, publicados no extinto Semanário Sudoeste, na qualidade de membros das listas do PS às eleições autárquicas. Apesar muito daquilo que o Partido Socialista à época ansiava e previa, se ter realizado, muitas das precupações mantêm uma preocupante actualidade, decorridos quase 8 anos.


"Ser Jovem em Sines

O nível de evolução dos povos não se deve medir somente pelos índices económicos, mas principalmente pela forma como honra a sua história e antecipa o seu futuro, preparando os seus protagonistas.
A política para a juventude tem de ser versátil, flexível porque nenhuma classe etária reflecte tanto as modas e os ventos da história como os mais jovens, com a consequente mudança de hábitos, desejos e anseios. É igualmente nos estratos etários mais jovens que se encontra uma força criativa que tem que ser potenciada e canalizada em prol da sociedade. Por isso, não só o poder central, mas também as autarquias devem ter um papel fundamental no desenvolvimento e inserção dos mais jovens na sociedade, criando as condições necessárias para a plena explanação das suas capacidades e conhecimentos.

Nunca a CDU em Sines demonstrou ter uma visão global e estruturada em termos de política de juventude para o Concelho de Sines. Quando hoje se fala na “sociedade de informação” e iletracia funcional, compete às autarquias criar condições que propiciem competências profissionais complementares ao ensino escolar promovendo a criação de centros de estudo multimédia e de tempos livres, com salas de informática, ensino de línguas, salas de estudos, formação profissional em áreas especificas direccionada para a sua envolvente, anfiteatros etc. O executivo CDU esgota a sua intervenção através da atribuição de bolsas de estudo que deixam muito a desejar na sua justiça e incompreensivelmente não contemplam mestrados e doutoramentos.
Mas a política de educação não se esgota no ensino, passa igualmente pela ocupação de tempos livres e actividade desportiva.

Os sucessos desportivos dos atletas de Sines, registados nos últimos 20 anos resultam do carácter e determinação dos seus desportistas e dirigentes. Pois doutra forma como era possível formar campeões numa terra com uma piscina sem as dimensões adequadas, um pavilhão de ginástica desportiva sem a altura suficiente, um pavilhão sobrelotado, não existem polidesportivos nos bairros da cidade (Bairro Marítimo e Quinta dos Passarinhos, por exemplo), não existe um parque de desportos radicais, etc. Há pelos menos uma década que Sines não vê surgir um equipamento desportivo no seu Concelho.

Todos nós reconhecemos que é reduzido o número de Sineenses que após a obtenção de um curso superior se fixam profissionalmente em Sines. É pois necessário que a autarquia promova uma discriminação positiva relativamente aos seus munícipes e que o faça não só dentro da Câmara Municipal de Sines – o que não tem sucedido, continuando a CDU a insistir na admissão de profissionais especializados fora de Sines – mas procure implementar este principio nas médias e grandes empresas do Complexo Industrial através da assinatura de protocolos de estágios profissionais e de inserção na vida activa. Contudo a dificuldade de manutenção dos mais jovens em Sines não se fica por questões profissionais, é reconhecido por quem conhece o mercado imobiliário que as habitações em Sines atingem valores exorbitantes. Também aqui a autarquia têm um papel a desempenhar como elemento regulador do mercado travando a especulação.

Por tudo isto se compreende porque os jovens Sineenses têm de demandar outras paragens para viver, onde possam realizar-se profissionalmente e procurar a qualidade de vida que não encontram na sua terra. É necessário inverter esta tendência, facultando aos mais jovens a possibilidade de se realizarem e contribuírem para o desenvolvimento da sua terra, fazendo com que Sines recupere de um atraso significativo na área da juventude exige um esforço concertado nas áreas da educação, criação de postos de trabalho, desporto e habitação que permita devolver à nossa cidade a qualidade de vida que a minha geração continua sem conhecer."
Sines, 07.09.2001
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BASTA

Hoje mais do que nunca os Sineense estão informados e percebem que uma viagem a Lisboa não resolve o problema da ampliação do Lar Prats. Hoje sabemos que a decisão de não aprovar o projecto foi meramente política e prende-se com o facto de Idalino José ser candidato à autarquia pelo PS. Tiveram medo que ficasse demonstrado que é fácil fazer obra, assim haja vontade e trabalho, mas apesar de todo o folclore político, ficou provado que é possível Sines aproveitar os fundos existentes e captar montantes na ordem de centenas de milhares de contos. Algo que a Autarquia teima em não conseguir.
Contem aos comerciantes o que correu mal com a candidatura ao PROCOM, em que muitas autarquias deste País recorrendo a este fundo requalificaram e revitalizaram as zonas comerciais e possibilitaram que os comerciantes recorressem a fundos perdidos. E Sines, desgraçadamente ficou de forma, houve candidatura?
Expliquem à população que o custo de abastecimento de água ao Paiol durante um ano é praticamente suficiente para realizar uma obra definitiva de abastecimento.

Acreditamos num modelo de gestão participada e por objectivos. Jamais alteraremos o trânsito, como foi feito na Rua Marques de Pombal, com um impacto tão significativo sem auscultar a população e os comerciantes da área afectada, não modificaremos um Bairro, como o Bairro Marítimo, sem reunir com os moradores e saber as suas pretensões, não derrubaremos um edifício como o Cine-Teatro Vasco da Gama de simbolismo afectivo para muitas gerações de Sineense sem saber a sua vontade, connosco não seria necessário a população fazer abaixo-assinados por causa da construção dos novos pombais junto à escola porque antes teria sido inquirida acerca da nossa decisão.

Acreditamos na sociedade civil, no associativismo e na sua independência e autonomização, não pretendemos criar ligações de subserviência e clientelismo. Basta de manter uma política de subsídios às associações e clubes de forma casuística assente no interesse e disponibilidade da Autarquia. Nós acreditamos e fomentamos protocolos anuais baseados no rigor e no cumprimento de objectivos propostos.

Não contem connosco para por motivos eleitorais ou incapacidade aumentarmos abruptamente os custos das obras em cursos devidos as constantes alterações e prolongamentos de trabalho para cumprir prazos eleitorais. Seremos rigorosos, connosco as obras serão para realizar ao longo de 4 anos não de quatro meses. è vergonhosa a forma como se concentrou obras tão necessárias para o período eleitoral.

Iremos manter e recuperar os monumentos e símbolos que nos ligam a Sines ao nosso passado. Não acreditamos que a mudança do Parque de Campismo, a demolição do Cine-Teatro, o abandono do Palácio Pidwell e do Palácio Santa Catarina signifiquem uma melhoria da nossa qualidade de vida. Queremos manter a nossa memória e identidade cultural.

Porque nos preocupa o futuro do nosso presente, chegou a hora de dizer basta, manter a situação actual é comentar um grave erro histórico, não se pode perpetuar um modelo de gestão que em 25 anos já demonstrou o que vale, vamos a partir de dia 16 de Dezembro começar a recuperar o atraso que hoje já se tornou visível em relação a muitos outros Concelhos.

Quando a Revista Visão e a revista Exame dizem que o Concelho de Sines é dos mais endividados do País e o Tribunal de Contas – entidade independente de forças políticas – aponta graves irregularidades de gestão, o PS não pode estar enganado nas criticas e denuncias que faz e por mais manobras políticas e boatos que a CDU protagonize nunca conseguirá esconder a verdade.
Sines, 16.01.2001

2 comentários:

Anónimo disse...

Há dias em que existe um excesso de posts, o que torna complicado acompanhar até porque existe sempre interesse em ir lendo os comentários ao longo do dia. Outros em que se colocam posts demasiado extensos, como este, que é quase um tratado e que quando chegamos ao fim do texto mal nos lembramos de como começou. Torna-se cansativo, sobretudo para quem o trabalho diário implica também ler e escrever ao computador durante muitas horas. Para quem não usa o computador durante o dia, é capaz de isto ser uma distracção e uma espécie de passatempo.

Estação de Sines disse...

Tem razão, mas este foi uma excepção, como aliás já houve outras.

deves compreender que não é fácil, definir o limite dos posts e o nº de colocações diárias, ou porque os aconteciemntos se precipitam, ou se ausentam, e depois depende dos escribas, nem sempre a vontade e a disponibilidade é a mesma.

Mas é sempre bom estas observações para irmos melhorando.

1 abraço e não hesites sugerir alterações