quarta-feira, 18 de março de 2009

Correio dos Leitores


Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas

O êxito da greve dá-nos força para continuar a luta!

Manindústria é uma “capa”

Com apenas dois dias de luta deu para termos a percepção da importância que a EDP dá à prestação de serviços que executamos continuadamente há muitos anos.

É de facto uma prestação de serviços que só é importante mesmo do ponto de vista do trabalho que aparece feito, muitas vezes em condições de salubridade deficientes. Mas quanto à responsabilidade social, que é isso para a EDP.

Provado está também que a EDP, é o primeiro responsável pelo trabalho que executamos no dia-a-dia, todos os dias do ano. A figura da Manindústria aqui de pouco mais serve do que para pagar os salários de todos nós, depois de receber o que lhe é dado pela EDP, sempre aceite e depois utilizado como argumento para criar um quadro de precariedade cada vez mais acentuado.

Mas está também provado o nível de envolvimento da EDP em todo este processo, pela assunção das responsabilidades pelos equipamentos que normalmente conduzimos, ao substituir trabalhadores em Greve (ilegalmente), pelos trabalhadores de uma das suas empresas.

De facto esta luta só existiu porque desde Outubro do ano passado que nos são devidas actualizações salariais, sem que EDP e Manindústria tenham demonstrado na prática qualquer vontade em rever efectivamente os salários, demonstrando desprezo pelos trabalhadores.

Independentemente de sermos trabalhadores precários, disponibilizámo-nos desde o início da greve para assumir a responsabilidade das instalações e garantir a sua segurança como todos os dias. Mas, a resposta foi a arrogância, provocação, afronta e total desrespeito, onde até o recurso a trabalhadores da Efacec foi também utilizado para contornar seguranças dos equipamentos, o que, conjuntamente com a situação acima referida, levou à solicitação da intervenção dos serviços da ACT/ Beja que esteve no local e constatou os factos, aguardando-se os resultados.

Não pretendíamos, como erradamente foi aflorado por alguns responsáveis da EDP no local, parar a Central e muito menos pôr em risco a segurança de equipamentos e pessoas.

O que queríamos - e queremos - é respeito, condições dignas de trabalho e salários condicentes com o custo de vida.

As empresas envolvidas neste negócio - e não se pode falar apenas em quem detém os contratos com os trabalhadores - têm condições para satisfazer as nossas reivindicações e só não o fazem para manter a precariedade laboral obtendo daí uma parte dos seus chorudos dividendos. Nós prometemos que VAMOS CONTINUAR A LUTAR por salários dignos que nos são devidos deste Outubro de 2008.

Estamos unidos e dispostos a não abdicar do que temos direito. A EDP não pode ser um mero símbolo na entrada da Central e quem se apropria da riqueza criada e depois esconder-se atrás de terceiros. Tem de olhar para a situação, ter uma palavra e, principalmente, agir!

Sines, 16 de Março de 2009
A Direcção

4 comentários:

Anónimo disse...

CORAGEM, UNIÃO
Ainda bem que à gente assim!

Anónimo disse...

Nem tudo é mau neste mundo de individualismo. Ainda há gentes que se unem em torno de uma estrutura e lutam pelos seus direitos.
Gente que sendo precária dá um Grande exemplo a muitos "cocós"

Marius Herminius disse...

Pela parte que me toca, desejo à União de Sindicatos de Sines, assim como a todas as uniões sindicais, o maior sucesso na defesa dos trabalhadores, sem esquecer os desempregados e os reformados, embora estes tendam a esquecer-se dos sindicatos, pensado que já não precisam deles.
Como a precariedade laboral é o "pão nosso de cada dia" nas empresas, lutemos todos para que esta situação seja apenas a excepção que confirma a regra.
Por muita dificuldade que haja em obter um emprego estável, tal não nos deve fazer baixar os braços.
Na maioria das vezes, a precariedade é artificial, no sentido de que os trabalhadores andam anos e anos a ser precários, ou seja, o "trabalho" existe e tem que ser feito.
Eu só concebo a precariedade nas actividades sazonais - tais como o Turismo ou a Agricultura, por exemplo - mas nunca em empresas como a Manindústria, que labora todo o ano e durante 24 horas por dia.
Por isso e porque só a união faz a força, também só a força dos trabalhadores fará a União de Sines mais forte e vice-versa, é evidente

Anónimo disse...

Devido a reivindicações destes trabalhadores, por melhores condições de trabalho na area se shst,iniciou-se uma obra que irá durar cerca de ano e meio e que durante esse periodo irá "dar" trabalho a cerca de 60 pessoas.

Há que lutar!