terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Apoio às Colectividades



Com o argumento de que as autarquias é que conhecem a realidade local, grandes empresas do Complexo Industrial de Sines assinaram protocolos com a Câmara Municipal, para atribuição de verbas às colectividades, instituições e clubes do Concelho.

Estes protocolos devidamente embrulhados e vendidos aos Sinienses, como um feito político relevante, fruto da arte e engenho do executivo camarário, não passa disso mesmo, um feito político, que serve alguns interesse, mas não os das colectividades e de Sines. É a verdeira imagem do lobo com pele de cordeiro, que ilustra este texto.

As grandes empresas desresponsabilizam-se da distribuição dos apoios financeiros que concedem, e simultaneamente garantem com esta uma boa relação institucional. para além de se demitirem, em parte, da sua responsabilidade social. Ficará sempre por apurar se o montante total hoje concedido é superior à soma das partes atribuidas anteriormente.

A autarquia surge como a promotora, retirando dividendos políticos sem gastar um cêntimo, e agarrada ao subjectivismo da atribuição de subsídios permite-lhes manter as instituições no silêncio da dependência.

As instituições recebem algum dinheiro, atolando-se cada vez mais na dependência e subjectividade da autarquia e sem precisar de mover uma palha, para além de se dirigirem à autarquia tirar uma foto e distribuir uns apertos de mão, encaixam mais uns euros. Tornando-se uma benese o que é seu por direito.

A oposição tem espaço para acolher as queixas de todos, que querem sempre mais, e apoiada no legítimo facto do subjectivismo político, grita favorecimento e manipulação das instituições.

Ao invés desta falácia de apoio ao associativismo de Sines, é obrigação das grandes empresas, através dos seus gabinetes de comunicação e marketing, conhecer o meio envolvente, e apoiar as colectividades que se insiram na sua lógica de incentivo à sociedade civil.

A estratégia actual da autarquia passa por apoiar em montantes diferentes, quase todas as colectividades, desde as de muito mérito, até às mais descabidas. E é "nos montantes diferentes" e no "quase todas", que reside a sua atitude discricionária.

Devem os vários partidos com representação autárquica discutir até à exaustão e aprovar unanimemente um regulamento, que defina rigorosamente em que circunstâncias e montantes as instituições são apoiáveis, sustentado numa estratégia de desenvolvimento do associativismo. Pretende-se que Sines seja um pólo cultural e desportivo de referência, quere-se reforçar o apoio social? como não se auto excluem, em que percentagem cada sector deve ser apoiado? e quais das instituições? as que tem maior penetração na sociedade siniense, as mais antigas, as de maior sucesso, as mais bem geridas, os clubes que tem mais formação, a aquisição de equipamentos, etc?

Deste modo as instituições não pediriam, exigiam aquilo que é seu por direito, sabendo de antemão com o que contam, sem estarem dependentes dos ventos e vontades politicas ou pessoais, mas sim da qualidade e alcance do trabalho desenvolvido. A ausência de regras e definição de critérios, serve sempre, mas sempre, somente os medíocres e promove a injustiça. Clima que beneficia alguns, mas não a Sines.

9 comentários:

Anónimo disse...

A ausencia de comentários neste post diz tudo. Parabens pelo post, braz.

Estação de Sines disse...

Dá que pensar

Bruno Leal disse...

Também fiquei à espera que alguém comentasse este post, uma vez que reflecte um dos mais graves problemas da nossa terra. Este, apesar da ausência de comentários, é um tema que deve continuar a ser debatido e aprofundado. Eu faria-o se pudesse e soubesse como. A minha ideia sobre o assunto é geral e julgo que para se ter uma má opinião sobre o estado de coisas bastará isso. No entanto é importante que aqueles que são mais conhecedores de situações absurdas (e penso que haverá muitas por onde pegar), deverão continuar a informar os demais, que apenas ouvem zumbidos, que de quando em vez, lhes parecem estranhos.

Anónimo disse...

A ausencia de comentários a este assunto significa duas coisas-1-Uns não têm ideias e nem sabem como se deveria fazer,2 - outros não acham interessante, uma vez que é mais fácil "malhar" na desterrada porque o é, não pelo que fez de mal a alguém, já que ninguém se queixa, mas porque ganhou o dinheiro correspondente à categoria que tinha, e cobrou o valor das escrituras que fez aos privados, mas sobretudo porque teve coragem de se ir embora, e diz que não sentiu apoio de ninguém, nem do partido do poder nem do outro que lhe está mais príximo! Vai daí todos estão contra, e não dá geito nenhum que ela fale, por isso é melhor não se expôr, pois, ficar caladinha é que é fixe!Se todos estiverem calados, fica tudo mais organizado e calmo,como sempre!

Anónimo disse...

a falta de conhecimento de algumas coisas faz com que isto aconteça.
existe um documento que regulamenta o apoio ao desporto, se está bem elaborado já é discutivel, para mim podia estar muito melhor pois não contempla alguns pontos importantes, e promove pouco quem tem formação.
esse documento é do conhecimento de todas as associações, foi apresentado numa reunião pelo sr josé manuel barambão e pelo sr engº albino dos presentes poucos foram aqueles que deram opinião, portanto, quem cala consente.
eu, mantenho a minha opinião que esse documento devia ser refeito e acredito que isso irá acontecer.

Estação de Sines disse...

Curto argumento caro visitante.
O alcance do post é muito mais vasto, pois o associativismo não vive só do desporto. Alguém sabe qual´o montante que a CMS pretende atribuir a cada uma das colectividades desportivas, culturais, de apoio social, do Concelho - se estiver a pensar no orçamento municipal, veja primeiros os desvios dos anos anteriores. falta a definição estratégica do que a CMS pretende apoiar, porquê e em que montantes.
Qual o critério da atribuição dos subsisios extraordinários?
Mas mais importante qual o critério de atribuição das verbas?
Quanto ao silêncio, santa ingenuidade, quem se queixa fá-lo em privado ao presidente, ou a quem possa chegar ao presidente, não o faz em público conjuntamente com as restantes associações.
o principio dividir para reinar, assenta que nem uma luva , na gestão da atribuição de subsídios em Sines, até o dia em que as asscoações e colectividades se unam para falar a uma só voz, os montantes fossem atribuidos por grandes calsses (desporto, cultur, apoio social) e esta federação em conjunto com os associados tivesse um regulamento unanimemente, ou largamente maioritário aceite para atribuir as verbas. Mas isto significabva uma importante perda de influência politica para o executivo, como tal, continuarão de bocas abertas à espera das migalhas que caem da mesa do orçamento.

Anónimo disse...

bráz, tudo o que disseste está correcto, talvez não me tivesse exprimido bem, mas penso que referi a falta de pontos importantes, é claro que o regulamento não deve ser para o desporto mas sim para as associações, sejam elas desportivas, culturais ou sociais.
devem prever e apoiar todas, mas com critério.
mantenho o que disse atrás, tenho a certeza que agora deverá aparecer um regulamento como deve ser.

Anónimo disse...

Bom post Braz!
É bom que estes assuntos venham surgindo à superfice, para que os sineenses menos preocupados, aqueles que pensam que o poder local resolve tudo da melhor maneira e de boa fé para com a cidade, associassões e sineenses, se vão aos poucos apercebendo de algumas atrucidades
"O tapar o sol com a peneira"
que têm vindo a ser cometidas ao longo de 32 anos.
Com todo o cenário politico que se tem desenrolado em Sines por estes dias, chegou a hora de os sineenses reflectirem em inumeros assuntos que por ai vêm surgindo.
Será a hora da mudança!(não politica) A mudança das mentes destas gentes que levaram muitos e bons anos ibernadas.

Anónimo disse...

" TAPAR A POLUIÇÃO COM EUROS "