sábado, 31 de janeiro de 2009

Aliança Atlântica - actualizado



A crise que se instalou para ficar, como visitas incómodas, na nossa sala de estar e o caso Freeport, quase fizeram passar despercebida mais um capítulo entre as nações subscritores da mais antiga aliança diplomática do mundo, ainda em vigor.

Operários das refinarias britânicas fazem greve contra o desemprego e a contratação de Portugueses e Italianos, mais baratos do que os Britânicos que estão no desemprego.

Nunca simpatizei com os Ingleses. Se não bastasse a sua sobranceria, a história das relações de Portugal/Inglaterra seriam suficientes para não morrer de amores por aquela gente. Este meu sentimento não impede que reconheça a sua importância na História Mundial e no contributo para o desenvolvimento da sociedade ocidental, nomeadamente o seu papel na 2.ª Guerra Mundial.

Faz cerca de 4 anos por motivos profissionais, desloquei-me a Inglaterra, concretamente aos arredores de Manchester, onde a empresa onde trabalho, cumpria um contrato de empreitada numa refinaria. Os sindicatos locais recorriam a todos os argumentos legais para impedir as empresas portuguesas de lá trabalhar, usando precisamente os mesmos argumentos de hoje.

A recorrente afirmação “This is a fight for work” das autoridades e sindicatos, não coincidia com os cartazes “Portuguese workers, go home”, empunhados por centenas de pessoas que se juntavam nas saídas da refinaria e afirmações como os portugueses serem os "pretos" da Europa denunciavam os que pensavam de nós e dos africanos.

Esgotados os argumentos legais e administrativos, optaram com sucesso pelos argumentos físicos, agredindo os portugueses que se aventuravam na cidade. Se desde cedo o que nos mantinha era mais uma questão de principio, do que o aspecto económico, todas batalhas tem limite, e o nosso era a integridade física dos trabalhadores.

Aquela região era então, como hoje, assolada pelo desemprego, e ensina-nos a história que o recrudescimento do racismo está intimamente ligado às dificuldades económicas.

Mais uma noticia preocupante para o rol de preocupações que a crise trará ao nosso país e particularmente a Sines, onde a bem sucedida emigração sazonal de técnicos qualificados da indústria para países que hoje enfrentam taxas de desemprego elevadas, sofrerá um forte revés.

É nos momentos dificeis que conhecemos os nossos aliados e quem nos presta solidariedade, os ingleses já tiveram várias oportunidades de comprová-lo e desperdiçaram.
Greve contra estrangeiros levou grupo de dez portugueses a regressar ontem
“A situação está muito má"

8 comentários:

Anónimo disse...

Esta situação vai começar a ser prática na grande maioria dos Paises.

Já agora em Portugal estamos assim :

"Cerca de sete mil trabalhadores foram despedidos durante o mês de Janeiro ou viram os seus postos de trabalho ameaçados devido ao encerramento das empresas ou à redução de pessoal"

"A crise não se manifesta apenas nos despedimentos, mas também nos salários em atraso. No primeiro mês de 2009, mais de três mil trabalhadores de cerca de 60 empresas tinham os seus salários em atraso, a maioria dos quais relativos ao mês de Dezembro e subsídio de Natal"

Anónimo disse...

São as chamadas reacções primárias do homem… No fundo trata-se da luta pela sobrevivência!
A Europa tem um slogan: «… a livre circulação de pessoas e bens…». But…
Com a condição de que essa circulação se dê fora do nosso território!
Pondo de lado todos os nossos idealismos temos de estar preparados para o pior: que a breve prazo em Manchester abra a caça ao portuga e que em Sines haja umas corridas atrás dos ucranianos e moldovos.
Isto, claro, enquanto o verdadeiro problema não seja atacado nos seus alicerces!

Anónimo disse...

Que P de confusão que alguma gente faz da "suposta" Crise.
Continuam a pensar segundo a lógica do capitalismo selvagem.
Esta suposta crise tem causas bem conhecidas de todos.
o Gamanço de alguns ao longo de vários anos, só podia dar nesta confusão generalizada entre os ricos que tentam e estão a conseguir atirá-la para os pobres para que seja estes a levantar-se das cinzas. Há uns cinco anos atrás, quando as empresas propagavam aos quato ventos os seus lucros fabulosos, os bancos abriam-se todos, a iniciativa privada era a mais valia do mundo muderno, dizia-se, menos estado e melhor estado. Ao mesmo tempo, porque os fundos de pensões eram presa fácil, incentivavam-se os seguros de saúde em detrimento da segurança social porque esta estava falida. É bom lembrar que, durante os anos de D. barroso, bagão Felisx e S. Lopes, nem um tostão foi metido na Segurança Social no F E F.
Agora, nesta aldrabada crise, aparece dinheiro para subsídiar os prevaricadores, dinheiro dos contribuintes. Para além disso, o mundo é uma bola fechada e, se havia dinheiro, para onde foi ele?
Américo Amorim dizia ha dias que está na hora de ganhar muito mais dinheiro comprando empresas em pré-falencia ou falidas. Quem está a provocar estas falência? Já sabemos...
Mas não tyenham receio porque, os senhores do mundo, os BIELDERBERGERS" estão reunidos em Davos e irão resolver o problema do universo já no corrente ano. Onde é a próxima Guerra?
Abram os olhos porque eu também quero ser feliz PORRA!
___________________________________
Se tiverem tempo e paciência oiçam este texto de 1979 e comparem o que é dito com os tempos actuais.

Anónimo disse...

Cortou o link porquê? Não é obesceno!

Anónimo disse...

Caro forasteiro,

Quando citar textos que não sejam de sua autoria pelo menos indique a fonte. Senão é mais dos comunas que eu conheço que vivem à custa do trabalho dos outros.

Anónimo disse...

hehehehehe até tenho pena de ti, oh forasteiro levas de todos os lados , tira as palas toino....rsrsrsrs

Anónimo disse...

Para o último comentário anónimo parvo, nem vale a pena tecer mais alguma consideração. É que há comentários que, nãotrazendo qualquer valia ao Blog, mais valia não terem aparecido por aqui.
Quanto ao comentário do autóctone, há afirmações e acusações que a fazerem-se carecem de algum suporte, sob pena de se tornarem descredibilizadas, como foi o caso infelizmente para ele.
É estranho que alguém com nítidas "palas" pelo menos virtuais, queira atribuir o que escrevo a alguém que eventualmente ele conhece. Se mantém a atoarda e tem tanta certeza do que diz, refira você a dita fonte se a encontrar. Aliás, esse tipo de postura e de conversa, bem a conheço de outros "carnavais" quando os temas não interessam, desvia-se a conversa com um ruído de fundo. Meu caro, tenha paciência e vá gozar com outro, não seja como o que se seguiu...

amorais disse...

O meu genro foi um dos portugueses contemplados pelo boicote dos trabalhadores ingleses na refinaria da Total em Lindsey Lincolnshire England.Diz ele testemunha dos acontecimentos que mesmo que quizessem trabalhar os ingleses boicotavam não trabalhavam com a grua quando fosse preciso nem montavam os andaimes quando fossem necessários.Foi uma greve selvagem á margem dos sindicatos tendo por trás elemntos da extrema direita da National Front e para além de tudo ficaram instalados num batelão onde os barcos de pesca que iam e vinham para Grimsby o maior porto de pesca de Inglaterra quando passavam junto ao mesmo faziam gestos obscenos e tocavam as sirenes de bordo.Quando saiam apareciam viaturas a cortar o caminho e a mostrar placards resumindo se esta bola de neve não é travada a nível da Europa e Portugal há milhares de famílias em Sines e resto de Portugal que podem ficar sem o pão que os alimenta.Ainda bem que as autoridades portuguesas se manifestaram pela boca do ministro do negócios estrangeiros e ao indígenas do burgo não cuspam na sopa que os alimenta e começem a retaliar contra os trabalhadores estrangeiros em Portugal porque há muitos mais portugueses a trabalhar lá fora.Tenho dito