"Nestas coisas da cultura, felizmente que ainda há quem resista, ainda há quem vá contra poderes instituídos.
O Centro Cultural Emmerico Nunes é uma das mais reconhecidas instituições culturais, não só em todo o litoral alentejano, mas também no sul do país. E claro de reconhecidíssima importância e relevância para a sua cidade berço – Sines.
Foi e ainda é aos olhos dos principais agentes e divulgadores de arte, um dos principais promotores, a sul do Tejo, da arte contemporânea feita em Portugal. Anualmente produz a “Verão Arte Contemporânea”, o seu evento de divulgação dos mais considerados artistas plásticos nacionais. De Paula Rego a Graça Morais, de Júlio Pomar a Pedro Cabrita Reis, de Assis Cordeiro a Pedro Calapez, inúmera a lista. De jovens artistas e menos tal, sem excepção, todos reconhecem ao CCEN uma enorme valia na divulgação das artes e da cultura deste país.
Parceira de instituições como a Fundação Gulbenkian, CCB ou Colecção EDP/Culturgest, o CCEN de Sines continua a constar como uma das mais prestigiantes cooperativas culturais no sul do país.
Ninho de sensibilidades artísticas, por ele passaram jovens de diferentes gerações que, ao longo dos anos, foram valorizando uma instituição que actualmente recebe da autarquia, sua promotora, nem mais nem menos que o absoluto desprezo.
Apoiada no passado pelo município de Sines, onde aliás, consta ainda oficialmente como cooperante, o Centro Cultural segue indiferente ao garrote sufocante a que foi votada pela actual autarquia há vários anos, continuando com a sua programação possível. Indiferente não é bem assim…
Há coisas que doem. Que magoam profundamente, sobretudo para quem se dedica à cultura com paixão, espírito solidário e de sociedade. Mais que a dívida (monetária), custa o desprezo.
O CCEN é uma cooperativa cultural na melhor acepção da palavra. Vive do voluntariado dos seus cooperantes e do apoio económico de alguns mecenas (instituições públicas e empresas privadas), que reconhecem ao Centro, um passado e um presente de importância cultural relevante. É por isso e por muito mais, que lhe foi reconhecido o estatuto de utilidade pública.
Recentemente, em 10 de Outubro passado, inaugurou a exposição “Sines – Três Séculos de Cartografia” e apresentou oficialmente o livro “Alexandre Massai: A Escola Italiana de Engenharia Militar no Litoral Alentejano (Séculos XVI e XVII)” do historiador António Martins Quaresma.
Entre os dias 18 e 19 de Outubro levou a efeito na cidade de Sines um - Encontro de História “Alentejo Litoral”, que reuniu naquela cidade, historiadores, arqueólogos, professores de história e outros interessados. Sete (7) conferências, 27 comunicações, dezenas de participantes. Um concerto de harpa céltica e outro de guitarra portuguesa. Durante dois dias o centro histórico da cidade esteve vivo e movimentado como raramente está.
Se disser que em nenhum dos eventos relatados esteve representado, apesar dos convites, algum membro do actual elenco municipal, digo rigorosamente a verdade. Em termos institucionais autárquicos, apenas a presença da Junta de Freguesia e do actual presidente da Assembleia Municipal.
Como qualquer instituição cultural, também o Centro Cultural Emmerico Nunes de Sines, precisa de apoio. Económico e solidário. Sobretudo pelo reconhecimento de mais de vinte anos ao serviço e em prol da cultura.
Assim não entende a autarquia de Sines. Desde que construiu o seu Centro de Artes, o apoio a instituições culturais como o CCEN acabou. Perante a sua política cultural, centrada umbilicalmente nas suas realizações e produções, tudo o resto secou. Como se a cultura fosse propriedade de quem tem poder. Político e económico. Como se a cultura tivesse dono. O município tem a sua política e o Centro também.
Resta apenas uma pergunta: - a ser assim, porque razão é ainda a Câmara Municipal sócia cooperante (???) do CCEN?
Resposta muito simples: - para o Centro, as instituições são isso mesmo. As pessoas vão e vêm, mas as instituições ficam. E essas quando funcionam bem é que merecem respeito."
O Centro Cultural Emmerico Nunes é uma das mais reconhecidas instituições culturais, não só em todo o litoral alentejano, mas também no sul do país. E claro de reconhecidíssima importância e relevância para a sua cidade berço – Sines.
Foi e ainda é aos olhos dos principais agentes e divulgadores de arte, um dos principais promotores, a sul do Tejo, da arte contemporânea feita em Portugal. Anualmente produz a “Verão Arte Contemporânea”, o seu evento de divulgação dos mais considerados artistas plásticos nacionais. De Paula Rego a Graça Morais, de Júlio Pomar a Pedro Cabrita Reis, de Assis Cordeiro a Pedro Calapez, inúmera a lista. De jovens artistas e menos tal, sem excepção, todos reconhecem ao CCEN uma enorme valia na divulgação das artes e da cultura deste país.
Parceira de instituições como a Fundação Gulbenkian, CCB ou Colecção EDP/Culturgest, o CCEN de Sines continua a constar como uma das mais prestigiantes cooperativas culturais no sul do país.
Ninho de sensibilidades artísticas, por ele passaram jovens de diferentes gerações que, ao longo dos anos, foram valorizando uma instituição que actualmente recebe da autarquia, sua promotora, nem mais nem menos que o absoluto desprezo.
Apoiada no passado pelo município de Sines, onde aliás, consta ainda oficialmente como cooperante, o Centro Cultural segue indiferente ao garrote sufocante a que foi votada pela actual autarquia há vários anos, continuando com a sua programação possível. Indiferente não é bem assim…
Há coisas que doem. Que magoam profundamente, sobretudo para quem se dedica à cultura com paixão, espírito solidário e de sociedade. Mais que a dívida (monetária), custa o desprezo.
O CCEN é uma cooperativa cultural na melhor acepção da palavra. Vive do voluntariado dos seus cooperantes e do apoio económico de alguns mecenas (instituições públicas e empresas privadas), que reconhecem ao Centro, um passado e um presente de importância cultural relevante. É por isso e por muito mais, que lhe foi reconhecido o estatuto de utilidade pública.
Recentemente, em 10 de Outubro passado, inaugurou a exposição “Sines – Três Séculos de Cartografia” e apresentou oficialmente o livro “Alexandre Massai: A Escola Italiana de Engenharia Militar no Litoral Alentejano (Séculos XVI e XVII)” do historiador António Martins Quaresma.
Entre os dias 18 e 19 de Outubro levou a efeito na cidade de Sines um - Encontro de História “Alentejo Litoral”, que reuniu naquela cidade, historiadores, arqueólogos, professores de história e outros interessados. Sete (7) conferências, 27 comunicações, dezenas de participantes. Um concerto de harpa céltica e outro de guitarra portuguesa. Durante dois dias o centro histórico da cidade esteve vivo e movimentado como raramente está.
Se disser que em nenhum dos eventos relatados esteve representado, apesar dos convites, algum membro do actual elenco municipal, digo rigorosamente a verdade. Em termos institucionais autárquicos, apenas a presença da Junta de Freguesia e do actual presidente da Assembleia Municipal.
Como qualquer instituição cultural, também o Centro Cultural Emmerico Nunes de Sines, precisa de apoio. Económico e solidário. Sobretudo pelo reconhecimento de mais de vinte anos ao serviço e em prol da cultura.
Assim não entende a autarquia de Sines. Desde que construiu o seu Centro de Artes, o apoio a instituições culturais como o CCEN acabou. Perante a sua política cultural, centrada umbilicalmente nas suas realizações e produções, tudo o resto secou. Como se a cultura fosse propriedade de quem tem poder. Político e económico. Como se a cultura tivesse dono. O município tem a sua política e o Centro também.
Resta apenas uma pergunta: - a ser assim, porque razão é ainda a Câmara Municipal sócia cooperante (???) do CCEN?
Resposta muito simples: - para o Centro, as instituições são isso mesmo. As pessoas vão e vêm, mas as instituições ficam. E essas quando funcionam bem é que merecem respeito."
Texto (adaptado) de João Pereira da Silva
In Setúbal na Rede
1 comentário:
É um facto. João Pereira da Silva tem razão. Esta matéria é para mim um dos calcanhares de aquiles onde discordo 100% da postura deste executivo camarário. E é daquelas questões que só não faz mais mossa eleitoral na CDU porque o eleitor tipo da CDU não é suficientemente esclarecido e tem habitualmente baixa escolaridade.
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