quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Porque a crise também mora em Sines

Vivemos uma crise financeira a nível mundial, que rapidamente pressionou a estrutura económica das empresas, e num mundo globalizado atingiu a economia real num ápice, o nosso dia-a-dia.

Em Sines um conjunto de felizes coincidências, ou antes investimentos, tem o condão de atrasar ou atenuar a referida crise, que contudo se vai sentido no comércio e na restauração, mas principalmente junto dos mais desfavorecidos. A pressão junto das instituições de solidariedade, câmara municipal e assistentes sociais aumenta diariamente, não apenas com as situações típicas, mas com uma outrora classe média, agora endividada, muitas vezes desempregada a engrossar a lista dos mais pobres dos pobres, “a pobreza envergonhada”.
É função do poder político, central e local, atenuar e diluir os impactos económicos nos momentos de crise, como a que atravessamos e que se agravará, sem que seja ainda possível adivinhar-lhe o fim.
O executivo camarário unanimemente - porque com a miséria não se faz politica - deverá constituir um gabinete de crise para monitorizar o seu impacto no Concelho e procurar soluções para os mais desprotegidos, entre muitas outras soluções deverá:
- a autarquia reforçar as verbas a atribuir às instituições de solidariedade, que trabalhem juntos dos idosos, desempregados e “novos” pobres;
- adiar os investimentos que não respondam a necessidades básicas da população como a solução dos esgotos;
- pelo menos os investimentos autárquicos a realizar, devem ser efectuados preferencialmente por empresas de Sines, ou que empreguem, preferencialmente, pessoas do Concelho de Sines, de forma a garantir postos de trabalho.
Não creiam em argumentos que existem normas nos concursos públicos que não permitem blindar as respectivas consultas, que me recorda o processo das piscinas municipais, em que uma empresa de Sines apresentou o melhor preço, obedecendo aos requisitos do caderno de encargos e por “opção técnica” a obra foi entregue a outra empresa, que trouxe os seus trabalhadores, máquinas e capital, e regressou sem criar riqueza no Concelho para além da própria, pelo menos que se saiba. Na ocasião, na qualidade de vereador, manifestei a minha admiração e indignação, mas prevaleceu a decisão técnica, porque politicamente quem podia, não quis assumir, de tudo resultou, mais um voto vencido.
É nos momentos difíceis que se vem de que massa é feita quem nos dirige, e situações drásticas exigem medidas drásticas, haja coragem.

6 comentários:

Anónimo disse...

um bom post, com propostas interessantes dignas de reflexão, infelizmente em ano eleitoral, gasta-se o que não se tem, promete-se o que não se cumprirá. sempre foi e será assim.

Anónimo disse...

belo post e muito oportuno. parabéns Braz. Sempre actual e em cima do acontecimento.

Anónimo disse...

Crise, Qual crise!' Não ouviram o primeiro ministro hoje? Our way...
Votem no PS que eles pensam por nós!

Anónimo disse...

só para alguns. só para alguns. Em sines há grandes vidas....de aparencia pelo menos!

Fundamental e o Acessório disse...

Não podias estar ais certo.

Em 1º o bem estar de todos, só depois o "encher o olho".

Eu penso que devia existir uma Lei que não permitisse às Câmaras construir bens de segunda necessidade sem ter assegurado em primeiro os de primeira necessidade. Ex: Esgotos antes de um Centro de Artes; Manutenção e equipamneto decente das escolas antes de um festival.

acho que estás no bom caminho. desde que mantenhas os principios básicos.

abraço

Pedro Ventura

Anónimo disse...

A crise chegou à Assembleia Municipal,não se entendem os CDU's, ontem mais uma demonstração de democracia.