domingo, 9 de novembro de 2008

Falta de Ar

A Câmara Municipal de Sines será (e espero que sempre) o sócio maioritário, como garante do funcionamento e êxito deste grande projecto (Escola das Artes de Sines).
Presidente da CMS, in Informação à População de 5.11.2008


Penso precisamente o contrário, e espero que a CMS possa rapidamente deixar de ser o sócio maioritário, porque existem instituições da sociedade civil que garantem o funcionamento e o êxito da Escola de Artes de Sines. Isto porque acredito na capacidade dos indivíduos e nas instituições, e porque entendo que as competências das autarquias devem ir somente até onde não chega a sociedade civil.
Da política do actual executivo autárquico a centralização da vida social, com o consequente controlo das suas instituições e esmagamento da iniciativa privada da sociedade civil, é aquele que irremediavelmente mais me afasta.
Esta relação de domínio, directo ou indirecto, sobre algumas instituições e de menosprezo com aquelas onde não consegue exerce a sua influência, tem sofrido um agravamento nos tempos recentes. Recentes atitudes – como a recusa da CMS apoiar iniciativas do Centro Cultural Emmerico Nunes, a exclusão de parcerias na gestão da pré-escolas - superaram o bom-senso e dificilmente se justificam ideologicamente (a este propósito ver aqui) ou um fundamento estratégico que não seja a perpetuação do poder, através do controlo das instituições e do esvaziamento da sociedade civil.
Sou acérrimo apologista de uma sociedade civil livre, independente e vibrante, competindo às autarquias promover a sua dinamização, garantir e assegurar o seu funcionamento e regulação, constituindo um complemento à iniciativa da sociedade civil e não à sua substituição.
O mais recente acto desta dispendiosa politica é a criação de uma bolsa de emprego, criada pela autarquia. Ultrapassa-me de que forma poderá a autarquia substituir, suprir ou melhorar o mesmo serviço prestado pelo Centro de Emprego de Sines.
Menos grave, mas igualmente preocupante, são os custos que tudo isto significa para e que em última análise os nossos impostos suportam. De cada vez que a autarquia ocupa o espaço da sociedade civil, canibalizando as suas instituições, “engorda” a sua já obesa estrutura de pessoal e de custos.
Se para alguns a iniciativa privada continua a ser um pecado, para muitos mais, a ineficiência da gestão pública é um inferno.

2 comentários:

Anónimo disse...

Braz nunca falas-te tão bem e verdade como agora , eles querem tomar conta de tudo e depois é o que se vê , sufocam e acabam por estragar.Essa da bolsa de emprego nem merece comentário

Anónimo disse...

Realmente a ideia deles é tomarem conta de tudo e de todos. penso que não vão ter hipoteses para isso, mas se tiverem vai ser um descalabro, a prepotência cada vez se nota mais,começa a preocupar o cidadão mais atento ,tempos virão em que se vai vêr o que muito boa gente entende por Democracia---Quanto áquela feira de emprego é mais uma das gracinhas dos nossos maiores---quem estiver á espera de emprego por aqueles meios pode ficar sentado até aos 7o anos, aquilo só serve para meia duzia se pavonearem....