Nova refinaria em Espanha ensombra projecto da Galp para Sines.
Já é uma fonte de ‘atrito’ entre Portugal e Espanha. Aos mais variados níveis. A futura refinaria da Extremadura, um projecto independente que conta com o beneplácito do governo local, está em marcha acelerada.
Situada na região de Badajoz, a cerca de 50 quilómetros da fronteira portuguesa, a Refinaria de Balboa promete ensombrar a rentabilidade da unidade da Galp, em Sines, para onde estão a ser canalizados investimentos de modernização na ordem dos mil milhões de euros.
A sensibilidade do projecto obrigou a Junta da Extremadura a intensificar contactos com o Governo português. O presidente da Junta da Extremadura esclareceu apenas que serão feitos todos os esforços para resolver as críticas ambientais levantadas pelo projecto. “Demos todas as garantias de que estas questões serão resolvidas”. O presidente da Junta da Extremadura vai ainda pedir à ministra do Ambiente de Espanha que envie toda a documentação sobre este tema ao Governo português.
As atenções recaem nos riscos de contaminação atmosférica e hidrográfica, numa região em que estão previstos grandes investimentos turísticos e agrícolas. Preocupação idêntica é partilhada pela EDIA, a gestora das infraestruturas do Alqueva que aponta também o dedo à dispersão dos poluentes atmosféricos. Já o Instituto da Água (INAG) e a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo alertam para os impactes potenciais dos efluentes líquidos gerado pela refinaria na bacia hidrográfica do rio Guadiana e, em particular, na albufeira do Alqueva, fonte de abastecimento público para cerca de 200 mil habitantes da região do Alentejo.
Projectos prontos a arrancar no Alqueva
Seis anos após o enchimento da barragem do Alqueva, a região tem prevista a construção de projectos turísticos emblemáticos, como os PIN (Potencial Interesse Nacional) Parque Alqueva e Herdade do Barrocal, a que se junta o Vila Lago Monsaraz Golf & Nautic Resort. Com hotéis de cinco estrelas e turismo residencial de luxo, aliados a infra-estruturas de lazer, como golfe, os projectos têm o licenciamento praticamente concluído e as obras arrancam no próximo ano. Joel Santos, da Imoholding, promotora do Vila Lago, garantiu ao DE que a “refinaria preocupa” e pode pôr “todo o investimento em risco”, mas acredita que o Governo e a União Europeia irão saber acautelar os interesses do Alqueva.
Legitimas e salutares preocupações dos políticos e ambientalistas, nomeadamente porque está em causa os investimentos turísticos do Alqueva e a viabilidade económica da expansão da Refinaria da Petrogal de Sines. Doutro modo as preocupações como a refinaria de Badajoz decalcam-se para a Refinaria de Sines, com as devidas adaptações. Vimos agora os mesmos argumentos de quem justifica a poluição, serem esgrimidos do outro lado da fronteiras e quem pretende defender o seu investimento arremessa a mesmas justificações que outrora rebateu. Mais uma vez, e de novo, tudo resume-se a "desenvolvimento", economia, dinheiro...
Fonte Diário Económico
Já é uma fonte de ‘atrito’ entre Portugal e Espanha. Aos mais variados níveis. A futura refinaria da Extremadura, um projecto independente que conta com o beneplácito do governo local, está em marcha acelerada.
Situada na região de Badajoz, a cerca de 50 quilómetros da fronteira portuguesa, a Refinaria de Balboa promete ensombrar a rentabilidade da unidade da Galp, em Sines, para onde estão a ser canalizados investimentos de modernização na ordem dos mil milhões de euros.
A sensibilidade do projecto obrigou a Junta da Extremadura a intensificar contactos com o Governo português. O presidente da Junta da Extremadura esclareceu apenas que serão feitos todos os esforços para resolver as críticas ambientais levantadas pelo projecto. “Demos todas as garantias de que estas questões serão resolvidas”. O presidente da Junta da Extremadura vai ainda pedir à ministra do Ambiente de Espanha que envie toda a documentação sobre este tema ao Governo português.
As atenções recaem nos riscos de contaminação atmosférica e hidrográfica, numa região em que estão previstos grandes investimentos turísticos e agrícolas. Preocupação idêntica é partilhada pela EDIA, a gestora das infraestruturas do Alqueva que aponta também o dedo à dispersão dos poluentes atmosféricos. Já o Instituto da Água (INAG) e a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo alertam para os impactes potenciais dos efluentes líquidos gerado pela refinaria na bacia hidrográfica do rio Guadiana e, em particular, na albufeira do Alqueva, fonte de abastecimento público para cerca de 200 mil habitantes da região do Alentejo.
Projectos prontos a arrancar no Alqueva
Seis anos após o enchimento da barragem do Alqueva, a região tem prevista a construção de projectos turísticos emblemáticos, como os PIN (Potencial Interesse Nacional) Parque Alqueva e Herdade do Barrocal, a que se junta o Vila Lago Monsaraz Golf & Nautic Resort. Com hotéis de cinco estrelas e turismo residencial de luxo, aliados a infra-estruturas de lazer, como golfe, os projectos têm o licenciamento praticamente concluído e as obras arrancam no próximo ano. Joel Santos, da Imoholding, promotora do Vila Lago, garantiu ao DE que a “refinaria preocupa” e pode pôr “todo o investimento em risco”, mas acredita que o Governo e a União Europeia irão saber acautelar os interesses do Alqueva.
Legitimas e salutares preocupações dos políticos e ambientalistas, nomeadamente porque está em causa os investimentos turísticos do Alqueva e a viabilidade económica da expansão da Refinaria da Petrogal de Sines. Doutro modo as preocupações como a refinaria de Badajoz decalcam-se para a Refinaria de Sines, com as devidas adaptações. Vimos agora os mesmos argumentos de quem justifica a poluição, serem esgrimidos do outro lado da fronteiras e quem pretende defender o seu investimento arremessa a mesmas justificações que outrora rebateu. Mais uma vez, e de novo, tudo resume-se a "desenvolvimento", economia, dinheiro...
Fonte Diário Económico
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