As campanhas eleitorais, nomeadamente o contacto porta a porta, são uma das experiências sociais verdadeiramente enriquecedora. Mesmo num meio pequeno em que muitos têm a presunção de tudo e todos conhecerem.
Numa das duas campanhas eleitorais autárquicas que participei, conheci um caso que nunca tinha pensado, e ainda hoje recordo com frequência.
Na visita a um bairro misto de barracas e algumas construções em alvenarias ilegais, a família proprietária de uma das barracas de madeira e zinco, albergava solidariamente – o sentimento de solidariedade é mais forte nas classes mais pobres, mais um dos estranhos fenómenos da natureza humana – um familiar distante, cujo sonho era possuir uma barraca. Foi então que percebi o significado da música de Gabriel o Pensador, com o refrão: “Eu só queria morar numa favela”. É o grau zero da existência humana.Numa das duas campanhas eleitorais autárquicas que participei, conheci um caso que nunca tinha pensado, e ainda hoje recordo com frequência.
Existe pelo menos três tipos de Barracas: a dos necessitados, dos aproveitadores e dos expectantes. De todos encontramos exemplo em Sines.
A dos necessitados, que continuam a existir em Sines. E que sem qualquer demagogismo, não se devia fazer nem mais uma Festa, equipamento de lazer, ou outro investimento sem resolver este drama. Este é o investimento prioritário, que todos devemos aos mais desfavorecidos, é para isso que pagamos impostos, o principio da solidariedade, é um dos pilares da sociedade desenvolvidas. Aproveitadores. Tantos que existem no nosso concelho, começa na horta, no armazém de apoio à horta, e temos a barraca que em poucos anos se transforma num anexo em alvenaria, no projecto aprovado, porque o filho casou e precisa dum local para viver. A atitude de praticamente todos é uma afronta para quem verdadeiramente têm de viver numa barraca.
Os expectantes. Vão existindo no Concelho e muitos com sucesso, muitas das vezes por inacção de quem de direito. Vem trabalhar para Sines, normalmente em trabalhos de paragens das unidades industriais, mal remunerados, findo o trabalho vão ficando, começam qual formiguinha a montar a sua barraca. Quando se dá por isso, temos mais uma barraca no Concelho.
Das muitas fotos possíveis, publiquei somente aquelas que encontrei entre o restaurante e o regresso ao trabalho, mas não é possível deixar de referir locais como a Ribeira dos Moinhos e a Barbuda.
Nota: É impressionante o "bairro" que a autarquia permitiu junto à estrada da Costa do Norte, o percurso foi o normal, primeiro horta, depois armazém e agora barracas e casas, veremos se o comodato, não dará origem a direitos adquirido, à moda da boa e velha tradição.
2 comentários:
Passo a citar" A dos necessitados, que continuam a existir em Sines. E que sem qualquer demagogismo, não se devia fazer nem mais uma Festa, equipamento de lazer, ou outro investimento sem resolver este drama. Este é o investimento prioritário, que todos devemos aos mais desfavorecidos, é para isso que pagamos impostos, o principio da solidariedade, é um dos pilares da sociedade desenvolvidas. "
A. Braz não estou de acordo com esta tua opinião, quem define, quem é necessitado ou não ?
Onde começa um necessitado e onde deixa de ser necessitado?
Eu ,em relação a um Belmiro de Azevedo também sou um necessitado.
Não estou de acordo que a autarquia dê qq coisa seja a quem for,ajudar sim 100% de acordo dar nunca.
A resolver o problema a essa gente , nunca mais acabam os necessitados
«Ciganos Sim, Filhos da Terra Não!»
Não, não é racismo nem xenofobia, é a realidade de um concelho que cada vez mais alberga descendentes de etnia cigana. Cada vez mais penso que o post da noite de sines estará relacionado com este das... 'barracas'
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