terça-feira, 15 de julho de 2008

Sines em dia de nevoeiro


23 comentários:

Anónimo disse...

talvez volte o "Stag" e corra com a ocupação...lol

Anónimo disse...

Bem que o stag podia voltar e levar daqui uns quantos que pouca falta fazem. Agora mais a sério, bem que podiam recriar esse episódio da História de Sines. Aliás Sines é tão rica em História que não se percebe porque é que não aposta nas recriações históricas que são uma das modas actuais do país.

Anónimo disse...

Quem é esse gajo ? Algum revolucionário tipo cheguevara! Temos cá poucos!!!!

Estação de Sines disse...

De acordo com o que sei a última casa onde pernoitou D.Miguel, antes de partir para o exílio, é a aquela casa amarela de 2 andar, que fica na esquina , junto à sede do Ginásio Clube de Sines, e que se encontra em ruínas.

Anónimo disse...

Essa casa devia estar arranjadinha e com uma placa a dizer isso para as pessoas saberem a história.

Anónimo disse...

o q é q o cu tem a ver com as calças?
O Sr. Dom MIguel não embarcou na Eiriceira?

Estação de Sines disse...

E sabias que no Largo Tomaz Ribeiro (antigo largo dos correios) o cavalo de D. Miguel, foi apedrejado, diz a história que por um liberalista, disse-me um sineense - resultado da tradição oral - que a pedar dirigia-se a um Sargento da Guarda que faria escolta a D. Miguel, e com quem o suposto liberalista tinha uma desavença. Como vês, ainda hoje as "Guerras Liberais" são polémicas. Quanto à casa, concordo que se deveria fazer algo, passados tantos anos não têm sentido estar identificada a casa de Daniel de Sines, o Raspalhista, liberalista envolvido nas guerras liberais, que desprezar a casa onde passou o expoente máximo do outro lado da barricada. Ideologia à parte, fazem parte da nossa história e constituiria um ponto de interesse histórico. Gostari de alguém que pudesse confirmar, se D. Miguel pernoitou de facto naquela casa.

Estação de Sines disse...

Prontamente foi corrigido, as estórias que conheço da dormida e refeição de D. Miguel em Sines, poderão ser somente isso mesmo estórias. Veja-se no site:

http://www.alvalade.info/miguel.html
Retomada a viagem, D. Miguel chegaria a Sines pelas 17 horas do dia 1 de Junho, onde é recebido tumultuosamente por numeroso povo, em grande parte mobilizado por um partido político, armado de espadas, chuços e punhais que o pretendiam assassinar, com gritos de “Viva a Carta” (a carta constitucional de 1826), “Viva o senhor D. Pedro, Duque de Bragança“, “Viva a Rainha”, “morra o tirano“, tendo alguns populares arremessado várias pedras, que por sorte não o molestaram. No relatório do comandante da escolta consta que uma das montadas chegou ainda a ser ferida "...com uma facada", e D. Carlos de Mascarenhas, capitão dos Lanceiros terá sido atingido por uma pedra, embora sem gravidade . Neste quadro de grande hostilidade, o comandante do Regimento de Lanceiros, Tenente-coronel Simão Infante de Lacerda, viu-se obrigado a tomar as ruas com guarda, apeando uma boa parte da guarnição, e abrir alas até ao sítio do embarque onde um escaler fez o transporte da comitiva até ao vapor inglês Stag que aguardava D. Miguel ao largo de Sines, juntamente com a corveta Nenod.

Aconselho a leitura do livro de Arnaldo Soledade.

Anónimo disse...

Quem é esse gajo ? Algum revolucionário tipo cheguevara! Temos cá poucos!!!!


Retomada a viagem, D. Miguel chegaria a Sines pelas 17 horas do dia 1 de Junho, onde é recebido tumultuosamente por numeroso povo, em grande parte mobilizado por um partido político, armado de espadas, chuços e punhais que o pretendiam assassinar, com gritos de “Viva a Carta” (a carta constitucional de 1826), “Viva o senhor D. Pedro, Duque de Bragança“, “Viva a Rainha”, “morra o tirano“, tendo alguns populares arremessado várias pedras, que por sorte não o molestaram. No relatório do comandante da escolta consta que uma das montadas chegou ainda a ser ferida "...com uma facada", e D. Carlos de Mascarenhas, capitão dos Lanceiros terá sido atingido por uma pedra, embora sem gravidade . Neste quadro de grande hostilidade, o comandante do Regimento de Lanceiros, Tenente-coronel Simão Infante de Lacerda, viu-se obrigado a tomar as ruas com guarda, apeando uma boa parte da guarnição, e abrir alas até ao sítio do embarque onde um escaler fez o transporte da comitiva até ao vapor inglês Stag que aguardava D. Miguel ao largo de Sines, juntamente com a corveta Nenod.

desculpa a repetição Braz é
para não ficar com duvidas....

Anónimo disse...

e mais um bocado da nosa história para não ficarmos com a ideia que este porto só é importante depois do 25 de abril de 1974 ou mesmo só por causa do Vasco.

a ler: http://www.angelfire.com/pq/unica/il_hr_evora_monte.htm

Conhecer o passado para inventar um melhor futuro.

Anónimo disse...

tá um bocado confuso mas tudo bem. já vi historias mais bem explicadas.

Anónimo disse...

A propósito do artigo em http://estacaodesines.blogspot.com/2008/07/sines-em-dia-de-nevoeiro.html importa esclarecer que o rei D. Miguel passou de facto a noite em Sines, mas dentro da Stag, ao largo de Sines, e não na vila como se refere a dada altura num dos comentários.
Não havia condições para D. Miguel pernoitar dentro da vila, porque corria o risco de ser assassinado.

A última casa em território nacional onde D. Miguel pernoitou foi efectivamente em Alvalade, de 31 de Maio de 1834 para 1 de Junho do mesmo ano.
Trata-se de um episódio importante da História Moderna de Sines, talvez pouco conhecido ou pouco divulgado.
Dai ainda persistirem algumas contradições ou desinformação, que eventualmente serão oportunamente resolvidas numa qualquer iniciativa local, como por exemplo um colóquio, um seminário ou uma qualquer publicação.

L.P.R.

Anónimo disse...

«…-
Na tarde de 31, D. Miguel, a sua comitiva e a escolta, chegaram pela força do calor, à vila de Alvalade,…
D. Miguel foi hospedado em casa do lavrador Luís da Lança Parreira e de sua mulher D. Teresa Luísa, família principal da terra, que agasalharam com o que tinham e com os melhores sentimentos de respeito o seu Real Hóspede.
D. Miguel ali ceou, dormiu e almoçou no dia seguinte, 1 de Junho.


Mais algumas léguas de caminho e avistariam o mar, outra planície a que não se adivinhava o fim... Às cinco horas, D. Miguel entrava em Sines, sentindo de todos os lados a curiosidade azeda do povo. Turvava-se a alma desse rapaz prisioneiro que estava na flor da vida e fora rei absoluto de Portugal.
Descansou em casa do padre Galufo durante uma hora. Em terra, já o esperava com os seus oficiais Nicolau Lockyer, comandante da fragata inglesa Stag, fundeada no porto desde a véspera, ida de Lisboa com a corveta Nemrod.
A multidão dos moradores da vila e arredores, juntos aos manifestantes idos de Lisboa, comprimiam-se ao longo da rua que levava ao porto.
O povo foi-se exaltando a tal extremo que se tornou necessário estabelecer um serviço de defesa das embocaduras, formando-se alas com os esquadrões apeados e de espadas nuas.
O comandante da Stag convidou o Rei a embarcar sem demora, persuadido de que a pessoa de D. Miguel corria risco em terra. Como na descida para a praia não se podia ir a cavalo, D. Miguel e o seu séquito foram descendo a riba, desde a matriz até ao escaler, entre os oficiais ingleses e os portugueses, aos gritos de assuada, insultos, vivas à Carta, à Rainha e morras ao tirano.
Durante este percurso, uma pedra ou bloco de caliça, arremessado de um telhado, veio atingir um pé do capitão D. Carlos, sem o molestar.
Averiguou-se mais tarde que esse projéctil se destinava ao general Lemos, por última vingança do seu antigo sargento, Francisco Maria Raposo, castigado em Lamego, injustamente, dizia ele, por ter deixado escapar um preso. Este facto gerou a lenda de que D. Miguel fora apedrejado em Sines, glória triste que a laboriosa vila por certo indignadamente repudiará.

….
A fragata levantou ferro na manhã seguinte, para vir fundear em Cascais, a meter víveres…»

(Hipólito Raposo In A Voz, 26 de Maio de 1934)

Anónimo disse...

Uma perspectiva da história marcada pelo fetichismo por personagens isoladas e pelos pequenos pormenores que as rodeiam - tipo revista Caras da história de Portugal - e pouco mais. Que relevância tem para a compreensão da história do país ou da história local a casa onde dormiu, comeu ou foi à casa de banho pela última vez o dito D.Miguel?

Anónimo disse...

Para quê o fetichismo com os pequenos pormenores relativos a determinada personagem? Que acréscimo pode trazer à compreensão da história do país ou da história local saber onde D.Miguel descansou, comeu ou foi à casa de banho? História de Portugal versão revista "Caras" ou mera miopia de quem olha assim o passado.

Anónimo disse...

É a mesma importância que tem em saber onde era a casa do Vasco da Gama, ou do governador de Sines dentro do castelo. É a mesma importância que tem em saber porque é que a ermida de Nª das Salas foi feita naquele sítio e não noutro. Todos os pormenores são importantes enquanto informação no contexto de um episódio, ou conhecimento de um facto histórico local. Que mal é faz conhecer os passos que o D. Miguel deu em Sines ? Porque é que esse episódio e esse percurso não há-de ser conhecido, incluindo os tais pormenores que diz fetichistas ?

Anónimo disse...

Tenho que dar a mão à palmatória e concordar com o comentário anterior. Eu é que não tinha percebido que o facto do senhor D.Miguel ter ou não dormido "naquela casa amarela de 2 andar, que fica na esquina , junto à sede do Ginásio Clube de Sines" foi determinante na passagem do sistema absolutista para o sistema liberal. Quem certamente ficou a perder com isto tudo foi o senhor D.Pedro que não só não pôde ficar sossegado a aproveitar o clima dos trópicos como nunca chegou a conhecer o padre Galufo. Sabes-se lá que consequências daí não adviriam para o nosso país.

Estação de Sines disse...

O facto de D. Miguel ter ceado e pernoitado ou não em Sines, é um contributo importante para entender a posição política das gentes de Sines, a existência ou não de uma elite, normalmente Miguelista, predominante, como no caso de Alvalade do Sado; o simples lançamento de uma pedra para D. Miguel ou arremessada como simples vingança a um oficial da guarda, é importante na medida ajuda a entender se a manifestação de repúdio que Sines assistiu foi organizada ou espontânea..

Já, terá por acaso pensado porque Sines sempre foi Liberal, Republicano, anti-fascista e mais recentemente, de esquerda? São pistas destas que ajudam a explicar, ou pensa que as massas, guiadas pela luz dos amanhãs que cantam decidiram, por livre e espontânea vontade ser de esquerda?

Certamente estudámos pelo mesmos livros, com os mesmos professores seguidores da “História dos Annales”, em que a História é feitas pelos Homens e não pelo Homem; a estrutura e a super estrutura, a influência de Karl Mark e do seu materialismo dialéctico no estudo da história, etc, etc, etc., agora não podemos negligenciar as estórias da história, para a entendermos.

Não compreender que o facto de D. Miguel ter dormido numa casa de rés-de chão e de terra batida, ou numa casa de 2º andar, faz toda a diferença, e sabe porquê? Pode indicarmos se o povo ou a burguesia o apoiaram.

Temos que pensar um pouco mais, que aquilo que nos ensinaram, senão é engolir uma cassete, e já andam por aí tantos gravadores.

Anónimo disse...

"Vejam lá que ele até sabe onde fica o mastoideu": Ora aí está uma demonstração de cultura geral daquelas que nos cortam a respiração e provocam um formigueiro pelo corpo todo. Ele sabe o que são os "annales". Ele sabe o que é o materialismo dialéctico. E pelos vistos já teve 80 anos desde da primeira publicação da "revue des annales" e 140 anos desde o "Capitalismo" para ultrapassar ambos. Mas, não fossemos nós suspeitar que anda a consultar a wikipédia, o nosso homem informa-nos que estudou, que leu livros, que teve professores e, acima de tudo, que pensa (é sempre bom chamar a atenção para tão peculiar característica). Enfim, todo ele transpira conhecimento. Agora, farto de "annales", pôs de lado os livros da escola e só quer saber das "estórias da história". Felizmente que ainda dão os programas do professor José Hermano Saraiva na RTP memória. Mas não percam a esperança frequentadores da "Estação de Sines", o nosso homem ainda acaba a citar Francis Fukuyama e o "The End of History …" (há uma entrada na wikipédia sobre o Fukuyama para aqueles que não tem a vasta cultura geral do nosso homem)

Estação de Sines disse...

O seu post, a coberto do anonimato, como são este género de posts, nada disse, nem acrescentou, ao assunto inicial ou a qualquer outro de relevo. Aqui o que se discute não é a minha pessoa, é o tema em debate, e quanto muito a minha/nossa opinião sobre o assunto, e sobre isso, você disse nada...

Anónimo disse...

Pois, é , amigo Braz, já te avisei. Os pseudo-intelectuais agitam-se, mexes com eles. Talvez pelo facto de tudo o que quer ser intelectual neste país têm que ser de esquerda, e a esquerda, deles é a esquerdinha, bem pequenina, ou seja o PCP. Olha que este até sabe umas coisas - apesar da pontuação, ser muito mázinha, são os novos modelosa de aprendizagem -, e tá danadinho por mostrar. Aposto que hoje vai para o FMM, fumar charros, mt cool, bué green, e os pais ou a sociedade a trabalhar para estes chulecos. São uns coltos.

Gande abraço amigão, a estes até os comemos de escabeche. tenho saudades do nosso Vasquinho.
Gana

Anónimo disse...

Deixe lá braz, este tipo de pessoas sentem-se felizes assim. E ainda bem que este blog dá um pequeno contributo para a felicidade de alguns. Enche-nos de satisfação saber isso!

Estação de Sines disse...

Não houve, nem haverá da minha parte argumentum ad hominem, ainda mais tratando-se de um anónimo. Pelo contrário, o mesmo já não se pode dizer de alguns comentários anteriores, que optam por falar da minha pessoas em detrimento da minha opinião. Enfim, cada um devia saber de si.
Quando se refere ao blog, do qual sou administrador, volta a não ter razão, este sempre foi e será um espaço de debate livre, dos assuntos que os visitantes entenderem. Veja que neste caso a entrada inicial, era sobre um dia de nevoeiro em Sines, e onde já vamos. Contudo, conforme refiro, não me parece que a minha pessoa, de per si , seja assunto que suscite um debate neste ou noutro blog. No entanto se assim o entender, ou ao dispor.
Por fim, no que concerne ao regime alimentar dos Comunistas, não entendo de todo, onde foi buscar, qualquer opinião minha acerca de tal assunto. No entanto, se o diverte, pois muito bem, mantenha-se divertido, é um direito que lhe assiste. Já vi gente a rir de tudo e de nada.

Em relação, ao que realmente interessa, concordo consigo no cômputo geral. Apenas com uma pequena diferença, que pode fazer toda a diferença,
Recuso-me a acreditar, primeiro que apenas o “povo” faz revoluções, e depois que estas sejam apenas por causa da fome e não, também, por ideias.
Se Sines foi (É) tendencialmente progressista, não será por uma questão “genética”, mas por razões que radicam, na estrutura do seu tecido económico, na sua estrutura demográfica e sócio-económica, na sua localização geográfica, de acesso e troca de culturas, etc.
Voltando ao episódio do D. Miguel, não achará no mínimo interessante, que em Alvalade do Sado, tenha sido bem recebido, e cerca de 50 kms, depois, se tenha assistido à pateada descrita. Do mesmo modo que acho interessante, que para uns D. Miguel foi apedrejado e não pernoitou em Sines, para outros pernoitou em Sines e o apedrejamento não se dirigiu ao D. Miguel. Duas faces da mesma estória, vista pelo ângulo de quem mais lhe agrada. Se em Sines, pelo menos para alguns, perdurou no tempo a história que D.Miguel, cá dormiu, significa que Sines não seria tão Liberalista, quanto isso, ou pelo menos existiriam franjas Absolutistas.
A intenção inicial era precisamente esta, mostrar que a história está sujeita às intepretações de quem a conta/escreve, que existem acontecimentos, não necessariamente de massas, que nos dão pistas para (re)pensar a história. E eis quando esperava encontrar um comentário, interessante como o último, deparo-me com um arrazoado à minha pessoa. Você lá saberá.