sábado, 26 de julho de 2008

Bairros Sociais

O recente tiroteio no Bairro da Quinta da Fonte, apenas foi uma novidade e ensinamento para os menos atentos. Vi com muito agrado que a comunicação social, nomeadamente a escrita, e a maior parte dos opinion makers deste país, passaram do discurso politicamente correcto para a realidade pragmática, provavelmente muito devido a também eles terem sido atingidos na sua torre de marfim, estilhaçada pela delinquência, principalmente de minoria étnicas.
O excesso de proteccionismo e paternalismo, praticado pelos governantes e pago com os nossos impostos, tornou Portugal numa ditadura de minorias.
Finalmente foi necessário a televisão mostrar que o racismo não é a preto e branco, pelo contrário é feito de muitas cores. E muitos dos escribas, frutos de uma esquerda extremista e cega, viram que existe racismo entre mais etnias e brancos e pretos, existe entre minoria, e pasme-se dentro das próprias etnias.

Durante anos confundiu-se tudo, em prol de alguns votos e de uma ingenuidade lírica, que a realidade desmente todos os dias. Não tenhamos ilusões São maioritariamente, aqueles que mais protegemos e beneficiam de apoio social que prevaricam, são aqueles que mais usufruem do Estado Social que mais problemas de segurança trazem ao Estado de Direito.

A política social colapsa, quando se vê carros de alta cilindrada, plasma, parabólicas, em casa de habitação social, onde se recebe o rendimento mínimo, circula sem carta de condução e usa-se armas como quem usa telemóvel.
A Justiça falha quando se anda na rua aos tiros, se trafica e consome à luz do dia, sendo um dos principais envolvidos um foragido da justiça e um delinquente relapso, insiste em falhar quando manda para as ruas, indivíduos, que nos foram servidos à hora de jantar, de arma na mão aos tiros em plena via pública
A política de habitação erra quando encerra em bairros imensos centenas de famílias, desenraizadas do seu meio e em que a maior parte transporta passados de violência, droga, alcoolismo, etc.
A comunicação social falha, quando casos destes são comum, e o despertador do país foi um vídeo amador.
Resta-nos esperar que a politica de segurança não falhe. Fraca esperança, pelos exemplos que temos.

Depois dos pais e avós sofreram explorações várias, sem que fosse dado um décimo das oportunidades, que hoje estão ao alcance das gerações mais novas, esta resolver trocar as oportunidades e a liberdade, por uma impunidade arrogante e negligenciar a responsabilidade devida. Se temos consciência que muito foi feito, é altura de exigir algo dessa gente: civilidade, urbanidade e respeito, é o mínimo.

Não tenhamos ilusões, sendo os acontecimentos do Bairro da Quinta da Fonte, quase uma rotina em muitos bairros sociais do país, o que está a ser feito para que não suceda o mesmo em Sines?

4 comentários:

Anónimo disse...

caro amigo
as minorias em portugal têm sido geridas com incompetência pelo poder político. de governo em governo atribuem-lhes as prestações sociais e abandonam-nos à sua sorte. temos o país que merecemos

Anónimo disse...

Penso que o estado não deve limitar-se a atribuir o rendimento de inserção social, subsídios de desemprego, por baixa médica e voltar as costas às pessoas. Os organismos de apoio social têm que estar permanentemente no terreno e não fechados em gabinetes climatizados e com poltronas de executivo. Depois dá azo ao mau uso das prestações sociais e atribuições indevidas. Penso que é o modelo social deste país que está cada vez mais em causa.

Anónimo disse...

Há bué de gente que não gosta de vergar a mola, e o rendimento minimo encaixa na perfeição para esses que fazem da ociosidade um modo de estar na vida. E os seus votos valem o mesmo que os outros e mais não digo.

Anónimo disse...

deixo-vos aqui uma letra duma banda de garagem duns amigos meus:

'Bairro Social'

Nos refúgios da cidade
Há um bairro de lata
É mal frequentado
E a renda é barata

Na tasca do Zé
Há sempre porrada
Pai, filho
E também a namorada

(Refrão)
Neste bairro social
Só nos querem fazer mal
Prostitutas, vinho verde
Para o pessoal

Quando o medo é sujeito
A ser solução
Há sempre alguém
Disposto a dizer não!

Os putos não pensam
Vivem na ilusão
De um dia serem alguém
Longe desta podridão

Refrão

A toxicodependência
É uma forma de viver
Gastam a guita toda
E não têm pra comer

Na tasca do Zé
Há sempre porrada
Pai, filho
E também a namorada