quarta-feira, 18 de junho de 2008

Penso, logo insisto

A recente visita a Sines duma comissão de deputados Socialistas da Assembleia da República, serviu para mostrar o que podemos esperar da secção local do Partido Socialista, hoje e nos tempos próximos e do desconhecimento da realidade sócio-politica do nosso Concelho, por parte da Federação Socialista de Setúbal. Pior, demonstrou que o PS Sines não aproveitou os ensinamentos que a experiência oferece e insiste numa estratégia de oposição desadequada e estéril.
O PS de Sines vive preso na teia que ele próprio teceu: aplaudir, inquestionavelmente, o Governo Central (enquanto este for Socialista) e criticar o poder local (enquanto não for PS), independentemente das circunstâncias ou dos interesses da população. Sempre e sempre a mesma regra. Esta estafada estratégia têm criado situações embaraçosas quando existe coincidência entre as posições do Governo e do executivo camarário Siniense, ficando o PS num labirinto, próprio de quem não tem um rumo definido. Sabiamente disse Séneca: “Quando um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe é favorável”.

O PS Sines, enquanto partido com legítimas aspirações ao poder local tem a obrigação de ser parte da solução e não parte dos problemas, para o que usufrui de uma oportunidade única que lhe oferece a actualidade, com a maioria Socialista no poder.
E o que faz? Troca esta oportunidade ímpar de afirmar-se como um partido que apresenta soluções e que encara o futuro como seu.
A presença de deputados nacionais e do presidente da Federação de Setúbal, era a ocasião para abordar a solução de um programa Polis para a zona histórica de Sines, de discutir a posição do governo na questão das pescas e o seu impacto socio-económico no Concelho de Sines, de exigir meios e medidas efectivas de combate à poluição no nosso Concelho, etc. Em contrapartida estes vem falar da eventual venda do Mercado Municipal, do problema dos esgotos e da desertificação do centro histórico, conseguindo no limite, criar um pífio facto político. Deste modo ainda voltaremos a ouvir falar do Cine-Teatro Vasco da Gama.

Esta falta de profundidade politica, tem permitido que a CDU habilmente chame a si os problemas de dimensão supra municipal – localização Galp Power, art.º 47 Porto Covo, poluição, etc - e vá conseguindo junto do Governo encontrar soluções para problemas que o PS de Sines deveria reclamar ser o actor principal.
O PS Siniense continua sem saber utilizar, o acesso privilegiado que supostamente terá e utilizá-lo como trampolim para ascender ao poder local. Pelo contrário opta por uma política de cordel. Se porventura o acesso aos centros de decisão politica é uma miragem, eis um bom caminho para se aproximar da população, que tão enjoada anda da politica neo-liberal, deste Partido Socialista, que não conhece o seu passado e de futuro incerto.
Mas o presidente da comissão politica do PS Sines, o veterano Idalino José, sabe tudo isto e muito mais. Sabe que os principais problemas de Sines não radicam actualmente em questões objectivas e materiais. Sabe que Sines possui hoje a maior parte dos equipamentos que necessita, que a questão fulcral do desenvolvimento de Sines consiste em evitar a desagregação social através da manutenção da identidade histórico-social, desenvolvendo mais “vila” e menos “cidade”, lançando pontes entre a modernidade e a tradição, seduzir a população jovem e de estratos sociais mais elevados a manter-se no Concelho, criar elevados padrões de qualidade de vida para a 3ª idade, assegurando a existência de um tecido social critico e de uma sociedade civil activa e actuante.
E isto alcança-se, principalmente encontrando soluções, com criatividade, e não, caindo no facilitismo da critica.
Definitivamente este PS de Sines fala demasiado nos problemas e pouco nas soluções e nunca se ganhou eleições deste modo.
Publicado no "Notícias de Sines", de 1 de Julho de 2008

4 comentários:

Anónimo disse...

lufada de ar fresco. è assim que classifico este post. Os partidos da oposição limitam-se a criticar. Sugerir, intervir, encontrar soluções é pro partido que ganhou. De preferência que as coisas corram muito mal, neste caso em sines, é a alegria da oposição. Eis uma das razões da CDU, ganhar, ganha e ganhar. parece-me que é do que fala este post e mais mostra o caminho da vitória.

Anónimo disse...

Sou levado a concordar porque tenho um pensamento identico...
Mas descordo do post anterior: a CDU sempre encontrou soluções dos outros ( é só comprarar programas autarquicos...) a intervenção é desajeitadae e ineficiente maioria das vezes e tem acima de tudo um gestão das finanças de todos nós que é um desastre autentico.

não corras muito braz

Anónimo disse...

Percebo o alcance do post do Braz. O PS desde há muito, inclusivé, enquanto andou lá, e á excepção dos tempos do Eng.º Guinot, que não apresenta soluções para Sines. Qual é o socialista que questionado consegue apontar 2, 3 soluções para Sines, não limita-se a criticar as da CDU. À quanto tempo não ouvimos uma proposta inivadora para Sines vinda da oposição. Até acredito qu governassem melhor a autarquia, mas primeiro têm de fazer por prová-lo. Alguém sabe de que forma o PS resolvia a questão vergonhosa das contas municipais. Não ninguém sabe. Agora de duas uma:
ou o próprio PS tambem não sabe, o que é mau;
- ou tem sugestões e não as apresenta porque estava a dar trunfos à CDU. O que é muito mau, porque entretanto prejudica sines.

Socialista sineense, completamente desiludido com a comissão politica fantoche

Anónimo disse...

O dr Coelho está nas suas sete quintas, com esta comissão socialista concelhia. Quando abrem a boca é para criticar. Propostas, projectos, soluções e ideias novas que possam açambarcar eleitorado e desmistificar o executivo cdu, são pura miragem. Enfim, aí vem mais uma vitória do dr. Coelho em 2009, sem surpresas.