
Dos 873 mil precários, 685 mil são contratos a prazo e os restantes 188 mil, recibos verdes. Os primeiros dependentes da renovação do contrato no seu termo, os segundos vivem um dia de cada vez, todos sem poderem projectar o seu futuro a médio prazo.
Como se não bastasse os patrões alegam que dada a rigidez da legislação laboral, esta é a única forma de assegurar o despedimento dos incompetentes e irresponsáveis. Contudo Portugal é um dos países onde a taxa de desemprego é mais volátil e sensível aos ciclos económicos, algo que somente se verifica em países como uma legislação laboral flexível.
Confuso? Não! Estamos em Portugal.
Muita e má legislação, que depois não é cumprida. De acordo com as leis da física todos os espaços não preenchidos, tendem a sê-lo, assim, se passa com a legislação laboral Portuguesa. Onde o legislador é omisso e hesitantes, as leis de mercado tendem a resolver de acordo com as necessidades e relação de forças do momento. Os trabalhadores precisam, aceitam qualquer vínculo laboral, o patronato aproveita, também cansado que com razão ou sem ela o Tribunal do Trabalho tome quase invariavelmente a posição do trabalhador.
Em suma, temos leis que não servem, não as aplicamos, gastamos o que não temos e endividamo-nos sem garantias de amanhã podermos pagar. Entre Portugal e África ou América do Sul, separa-nos um oceano de recursos naturais, e pouco mais.
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