quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Orçamento da Câmara Municipal de Sines 2003

Um orçamento é a expressão financeira da estratégia e dos respectivos planos de acção que levarão à sua concretização. Este princípio é válido para o Governo, Autarquias, Empresas ou qualquer tipo de Organismo e Associações. Assim é razoável que todos que dependem, directa ou indirectamente, em maior ou menor grau desses orçamentos exijam verdade, até para saberem com o que contam no futuro próximo.
Apesar de parecer evidente, infelizmente, nem sem­pre se verifica esta lisura de procedimento. O Orça­mento Municipal apresentado em 2002, e aprovado na Assembleia Municipal pela CDU e PSD, não era realista, não porque fosse ambicioso, mas porque pre­meditadamente não era para ser cumprido. Como ha­bitualmente orçamentou-se um montante de despesas exagerado e, para o suportar, sobrevalorizou-se as receitas, prevendo-se arrecadar receitas que se sabe não ser exequíveis. Todos sabiam isto, quem apro­vou - CDU -, quem viabilizou - PSD -, e quem votou contra – PS. A título de exemplo, refira-se que em 2001 o grau de execução das receitas previstas foi de ape­nas 55%.
Quando se orçamenta está-se a dar um sinal, a apontar uma direcção, o executivo, e em particular o Presi­dente da Câmara, devem incutir esperança e coragem nos Sinienses e estimular os agentes económicos, e não promover um discurso de incapacidade e derrotismo. Pois se agora afirma não ser possível executar as obras que Sines carece em virtude do minguado Orça­mento de Estado o contrário também é verdade em anos de maior disponibilidade do orçamento do governo central.
A crise não se combate desinvestindo, mas sim combatendo o desperdício, com rigor e com firmeza.
É o momento de cada um assumir as suas responsabilidades, o executivo CDU definiu a sua política e fez o orçamento municipal, resta ver quem o aprova ou viabiliza sabendo que a despesa corrente manter-se-á e o propalado rigor será no investimento sacrifi­cando uma vez mais o desenvolvimento de Sines. Pede-se que quem ganhou com maioria decida e governe, não se aceitam tibiezas nem álibis de quem governa com maioria à mais de 20 anos. Temos que ter memó­ria e assumir o passado, não e um magro orçamento do governo central que pode comprometer tudo o que está prometido e por executar há muitos anos a esta parte.



“Texto publicado no extinto semanário Sudoeste, em 20 de Novembro de 2002, na qualidade de Vereador do Partido Socialista na Câmara Municipal de Sines.”

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