A horta urbana. Essa Instituição!
Os metros quadrados de hortas urbanas e clandestinas por habitante, deveria ser um dos indicadores de desenvolvimento humano. Existe em nós, portugueses, um sentimento atávico de exigir de todos os pedaços de terra algo em troca, como se a natureza estivesse em dívida connosco. Transformar canteiros em pequenas hortas, plantar couves no jardim da vivenda ocupar terrenos públicos, é um acto legitimado pela passividade das autoridades.
Uma horta requer vedação e arrecadação, construídas com redes de pesca, paletes, telhas de zinco, sucata diversa. Mais, um "horteiro" que se preze têm a sua criação - galinhas, coelhos, porcos, etc - e respectivas casinhotas.
A ocupação de espaços púbicos com a aprovação tácita ou consentimento formal das autarquias, para além do impacto visual de degradação e questões de saúde pública, traduz um sentimento de injustiça e desconfiança sobre a sua atribuição e/ou autorização.
Tal como quem nasceu próximo do mar sente o seu apelo, quem nasceu para a terra necessita do seu contacto. Com o advento da migração dos meios rurais para os centros urbanos, muitas pessoas, sentiram a necessidade de "arranjar" uma horta. Mas a par destes, coexistem, os chico-espertos, estes apressam-se a transformar o zinco em alvenaria, a arrecadação em moradia, o provisório em definitivo, alegam morada e quem sabe por direito conquistam uma habitação, ou o reconhecimento legal da posse do terreno que ocupa. Depois recomeça, arranja um terreno de "ninguém", instala-se, planta......
Para acabar com as hortas urbanas, arbitrárias, mal amanhadas e quantas vezes mal; intencionadas, é necessário a autarquia criar um parque de hortas colectivo, constituído por uma área devidamente planeada e atribuir terrenos de acordo com critérios definidos.
Estes parques cumprem funções:
Pedagógicas - as crianças deixam de pensar que a fruta nasce nas prateleiras dos supermercados
Lúdico/terapêutico - contribuem para a ocupação dos tempos livres e criam um sentimento de utilidade, nomeadamente em indivíduos de idade mais avançada
Económico - podemos ter dificuldade em aceitar, mas estes pequenos espaços tem um peso significativo em orçamentos familiares diminutos.
“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 20 de Janeiro de 2007.”
Os metros quadrados de hortas urbanas e clandestinas por habitante, deveria ser um dos indicadores de desenvolvimento humano. Existe em nós, portugueses, um sentimento atávico de exigir de todos os pedaços de terra algo em troca, como se a natureza estivesse em dívida connosco. Transformar canteiros em pequenas hortas, plantar couves no jardim da vivenda ocupar terrenos públicos, é um acto legitimado pela passividade das autoridades.
Uma horta requer vedação e arrecadação, construídas com redes de pesca, paletes, telhas de zinco, sucata diversa. Mais, um "horteiro" que se preze têm a sua criação - galinhas, coelhos, porcos, etc - e respectivas casinhotas.
A ocupação de espaços púbicos com a aprovação tácita ou consentimento formal das autarquias, para além do impacto visual de degradação e questões de saúde pública, traduz um sentimento de injustiça e desconfiança sobre a sua atribuição e/ou autorização.
Tal como quem nasceu próximo do mar sente o seu apelo, quem nasceu para a terra necessita do seu contacto. Com o advento da migração dos meios rurais para os centros urbanos, muitas pessoas, sentiram a necessidade de "arranjar" uma horta. Mas a par destes, coexistem, os chico-espertos, estes apressam-se a transformar o zinco em alvenaria, a arrecadação em moradia, o provisório em definitivo, alegam morada e quem sabe por direito conquistam uma habitação, ou o reconhecimento legal da posse do terreno que ocupa. Depois recomeça, arranja um terreno de "ninguém", instala-se, planta......
Para acabar com as hortas urbanas, arbitrárias, mal amanhadas e quantas vezes mal; intencionadas, é necessário a autarquia criar um parque de hortas colectivo, constituído por uma área devidamente planeada e atribuir terrenos de acordo com critérios definidos.
Estes parques cumprem funções:
Pedagógicas - as crianças deixam de pensar que a fruta nasce nas prateleiras dos supermercados
Lúdico/terapêutico - contribuem para a ocupação dos tempos livres e criam um sentimento de utilidade, nomeadamente em indivíduos de idade mais avançada
Económico - podemos ter dificuldade em aceitar, mas estes pequenos espaços tem um peso significativo em orçamentos familiares diminutos.
“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 20 de Janeiro de 2007.”
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