Estados de Alma
Francisco Pacheco e Manuel Coelho
são duas figuras incontornáveis da política Siniense. Longos anos de poder maioritário, faz com que cada um á sua maneira marcasse Sines de forma indelével.
Separados por um mar de diferenças, o aparelho partidário e a lógica de manutenção do poder fornecem o combustível necessário para evitar lutas fratricidas.
Enquanto Francisco Pacheco emana carisma desde a primeira hora, Manuel Coelho adquiriu-o através do poder; o primeiro é um político hábil que age por intuição, astúcia e afectividade, já Manuel Coelho revela-se mais cerebral, tomando decisões de forma a minimizar eventuais ciscos. Se o actual presidente procura consensos evitando a confrontação, com poderes superiores, o anterior assume carácter de combatente, usando como arma de arremesso o povo e a sua força de cada vez que fareja a prepotência de poderes maiores.
Quando Manuel Coelho não evita a crispação e impaciência - o seu maior defeito político - perante o antagonismo da oposição, Francisco Pacheco demonstra uma atitude desconcertante, quase paternal, com a oposição. Francisco Pacheco mais popular, ostenta uma vertente mais saudosista e forte ligação umbilical à raízes Sinienses, Manuel Coelho mais elitista detém uma visão progressista e urbana da cidade. Naturalmente condicionados pelos respectivos contextos temporais, onde um era inspiração, o outro é transpiração. Separados à nascença, convivem pouco convictos, até que algo mais que o Mercado Municipal os separe.
Assembleia Municipal, sobre o CCEN e o Mercado Municipal, cheia de muitos interessados e alguns interesseiros. Com algumas - raríssimas -, excepções a Oposição apresentou-se sem chama, sem rasgos com intervenções a raiar o medíocre. A CDU com mestria assumiu o papel de poder e oposição, esgotando o papel dos adversários políticos. Fê-lo sem comprometer a união ou pelo menos criar divisões insanáveis. Aos que acreditam em votos CDU ao lado do PS e PSD no momento da decisão, um conselho: a ingenuidade não è um defeito, excepto quando em excesso.
Em Sines a CDU continua a marcar a agenda política. Não se conhecia a opinião da oposição relativamente ao mercado municipal, assim como não se conhece relativamente ao destino do estádio municipal, do parque campismo, etc.
A oposição continua a não definir as suas ideias força, age por reacção e não por antecipação. Perguntem aos socialistas e sociais-democratas sobre política local e invariavelmente o que sobra de críticas ao executivo falta em ideias. Diz-nos a história que regra geral não são as oposições que ganham as eleições, mas quem está no poder que as perde. Tirem as ilações para Sines.
“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 25 de Novembro de 2006.”
Francisco Pacheco e Manuel Coelho
são duas figuras incontornáveis da política Siniense. Longos anos de poder maioritário, faz com que cada um á sua maneira marcasse Sines de forma indelével.
Separados por um mar de diferenças, o aparelho partidário e a lógica de manutenção do poder fornecem o combustível necessário para evitar lutas fratricidas.
Enquanto Francisco Pacheco emana carisma desde a primeira hora, Manuel Coelho adquiriu-o através do poder; o primeiro é um político hábil que age por intuição, astúcia e afectividade, já Manuel Coelho revela-se mais cerebral, tomando decisões de forma a minimizar eventuais ciscos. Se o actual presidente procura consensos evitando a confrontação, com poderes superiores, o anterior assume carácter de combatente, usando como arma de arremesso o povo e a sua força de cada vez que fareja a prepotência de poderes maiores.
Quando Manuel Coelho não evita a crispação e impaciência - o seu maior defeito político - perante o antagonismo da oposição, Francisco Pacheco demonstra uma atitude desconcertante, quase paternal, com a oposição. Francisco Pacheco mais popular, ostenta uma vertente mais saudosista e forte ligação umbilical à raízes Sinienses, Manuel Coelho mais elitista detém uma visão progressista e urbana da cidade. Naturalmente condicionados pelos respectivos contextos temporais, onde um era inspiração, o outro é transpiração. Separados à nascença, convivem pouco convictos, até que algo mais que o Mercado Municipal os separe.
Assembleia Municipal, sobre o CCEN e o Mercado Municipal, cheia de muitos interessados e alguns interesseiros. Com algumas - raríssimas -, excepções a Oposição apresentou-se sem chama, sem rasgos com intervenções a raiar o medíocre. A CDU com mestria assumiu o papel de poder e oposição, esgotando o papel dos adversários políticos. Fê-lo sem comprometer a união ou pelo menos criar divisões insanáveis. Aos que acreditam em votos CDU ao lado do PS e PSD no momento da decisão, um conselho: a ingenuidade não è um defeito, excepto quando em excesso.
Em Sines a CDU continua a marcar a agenda política. Não se conhecia a opinião da oposição relativamente ao mercado municipal, assim como não se conhece relativamente ao destino do estádio municipal, do parque campismo, etc.
A oposição continua a não definir as suas ideias força, age por reacção e não por antecipação. Perguntem aos socialistas e sociais-democratas sobre política local e invariavelmente o que sobra de críticas ao executivo falta em ideias. Diz-nos a história que regra geral não são as oposições que ganham as eleições, mas quem está no poder que as perde. Tirem as ilações para Sines.
“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 25 de Novembro de 2006.”
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