segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Estados de Alma

Politica em 3 Actos


É consensual o afastamento dos portugueses da coisa politica.
É notória uma certa crispação social em relação aos políticos.
É generalizado o sentimento de descrédito na política e nos políticos.
Acto I - "O que dizem"
Numa recente entrevista o ex-presidente da República Jorge Sampaio, manifestou-se profundamente indignado afirmando que o seu filho, após um estágio e o consequente convite, para trabalhar na Portugal Telecom não aceitou, porque não queria ser "aporcalhado" (sic).
Estranhamente a irmã deste jovem rapaz, nomeada como assessora de um ministério, assim como milhares de boys não se sentem aporcalhados ao ponto de prescindir das nomeações. Acto II - "O que fazem"
Chegam-nos exemplos de todo lado de que as eleições autárquicas são, cada vez mais, a eleição de um candidato e não de uma equipa ou projecto. Quando votamos desconhecemos quem será o vice-presidente, a quem serão atribuídos os pelouros e a maioria nem conhece o programa eleitoral do partido em que vota. Regra geral votamos no candidato, no indivíduo que conhecemos e confiamos. Até ao dia em que percebemos que não é assim, os partidos mandam nos presidentes e consequentemente nas autarquias. Imaginem que em Sines, acontecia como em Setúbal, os eleitores CDU, acordavam um dia, e o presidente que tinham escolhido mudara. Por decisão partidária era agora um dos vereadores, Sentir-se-iam legitimamente defraudados e quem assumisse a presidência dificilmente poderia augurar um promissor futuro político a nível local.
Acto III - "o que pensam"
Recentemente embalados pela aprovação unânime do Plano de Urbanização de Porto Covo, a oposição lembrou-se que agora falta elevar Porto Covo a Vila. Ou desconhecem a legislação que rege estas matérias, ou tem uma expectativa de um crescimento de eleitores no Porto Covo, absolutamente absurda.
Durante os anos que estive, primeiro, na Assembleia Municipal e mais tarde como Vereador uma das constatações, foi a falta de tempo, para quem está na oposição, de preparar matérias cada vez mais complexas.
o que contudo, não desculpa a ignorância u ingenuidade de certas afirmações.
A que se deverá o afastamento da sociedade civil em relação à Politica.

“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 9 deSetembro de 2006.”

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