sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Poema de agradecimento à Corja

Obrigado, excelências.

Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade de vivermos felizes e em paz. Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade. Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada. Por não nos darem explicações.  Obrigado por se orgulharem de nos tirar as coisas por que lutámos e às quais temos direito. Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria. Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero. Obrigado pela vossa mediocridade. E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer. Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber. Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera. Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias um dia menos interessante que o anterior. Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar. Obrigado por nos darem em troca quase nada. Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade. Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço. E pelo vosso vergonhoso descaramento. Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer, o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar. Obrigado por serem o que são. Obrigado por serem como são. Para que não sejamos também assim. E para que possamos reconhecer facilmente quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa

10 comentários:

Anónimo disse...

Estou à espera que apareça um qualquer partido político de esquerda que nos proporcione tudo aquilo que Joaquim Pessoa diz que a direita não consegue ou nos tirou.
É muito fácil pedir quando a responsabilidade de dar cabe a outros.
Pelo que leio fico com a certeza de que se o PCP estivesse no poder estávamos todos ricos e felizes. Mas que pena, que eles só têm direito a 7 ou 8% dos votos.
Pode ser que o dia 1 de Outubro seja o “1º dia do resto das nossas vidas”, tal como aconteceu em 1917.

Anónimo disse...

O anónimo das 5.12 está satisfeito com toda a roubalheira e corrupção que tem destruído o nosso país. Eu não sei se o PCP conseguia fazer alguma coisa deste país, mas estou convicta que não ia para lá para se encher.Eu penso que os governantes não são os donos do país.Deviam dar satisfações, não? Nós não sabemos porque é que portugal se endividou desta forma. Onde estáo os milhões que desapareceram? E esta da responsabilidade de dar cabe aos outros, tem muito que se diga.Dão do dinheiro deles, é? Francamente! Há cada um! Nós é que temos dado a eles. A prova é que estamos cada vez mais pobres e eles, coitados! Estão a passar tantas necessidades.

Anónimo disse...

À anónima das 3:44 quero apenas recordar que Portugal está como está não devido aos políticos "que se encheram" mas sim às suas políticas erradas e que custaram o dinheiro que nós não tínhamos e por isso tivemos que o pedir. Por outro lado, o PCP era, não há muito, adepto da construção do TVG. Ou seja, também o PCP foi conivente no gasto de milhões que Portugal não tem, para além da sua duvidosa vantagem custo/benefício.
É por isso que me revolta esta posição do PCP, ou pensam que é só pedir dinheiro? Agora tem que se pagar.
Digo mais: O PCP sofre, infelizmente, da mesma lógica partidária que o PS, PSD e do CDS. Ou seja, na oposição são todos muito responsáveis, reivindicadores e amigos do Povo. O pior é quando vão para o governo. Aí, como têm a “batata quente” nas mãos é que as coisas se complicam. Por isso eu costumo dizer que o PCP devia participar no governo. Essa seria a melhor forma de desmistificar muitos dogmas que por aí andam, mais ou menos ortodoxos.
O PCP tem razão quando afirma que o Capital não contribui para a resolução da crise porque não paga os impostos condizentes; tem razão quando afirma que as mexidas nas leis laborais só penalizam os trabalhadores; tem razão quando afirma que muitas das medidas tomadas não resolvem o problema, antes o agravam.
Mas o PCP errou ao não ter aceitado conversar com a Troika; erra ao atribuir a culpa de tudo em exclusivo ao Capital; erra ao fechar os olhos a uma realidade que já passou há muito; erra ao manter uma postura que nunca lhe dará mais que os 7 ou 8% dos votantes. Ter razão é bom mas pode não ser suficiente.
Repare: este governo, gostemos dele ou não, foi eleito em eleições livres e democráticas. Daí podemos concluir que o Povo está de acordo com esta política, ou acha que os 160 mil manifestantes de ontem, ainda que sejam significativos, são suficientes para mudar políticas? Bem sei que as políticas deste governo não prejudicam só estes 160 mil, mas aqui eu pergunto: Porque razão a maioria ficou em casa? Sabe a resposta?
Queria apenas mostrar-lhe que tenho razões que sustentam a minha opinião e que não escrevo só para “ser do contra”.

Anónimo disse...

Desculpem lá mas este poema é sobre a corja e sobre os vampiros que nos querem sugar o tutanos pelo que não percebo que alguns inteligente venham para aqui falar do PCP. Não compreendo mesmo.

Anónimo disse...

Anónimo das 12:47

Se você não compreende isso então também não compreende nada mas, se você é feliz assim, então não tem que se preocupar. Deixe essas questões para quem as entende.

Anónimo disse...

O anónimo das 11:07 sabe certamente,de muitos que se encheram, mas enfim, adiante. Muitos portugueses não foram à manifestação, não por estarem satisfeitos com esta governação, mas sim, por falta de dinheiro. Outros por terem deixado de acreditar. O PCP não quis negociar com a Troika e fez muito bem. Já nos bastava os Troikanos de cá.Se o PCP estivesse no governo, tudo isto era resolvido internamente. Há muito dinheiro por cá. Ele não evaporou. Está certo que uma grande parte está no estrangeiro, mas eles iam descobri-lo.
Quando o anónimo diz: Pensam que é só pedir dinheiro? Refere-se ao PCP? Para a direita, a esquerda é a culpada de tudo.

Al disse...

O partido comunista, na minha opinião, faz um excelente trabalho na oposição e nunca pretendeu o poder, exceptuando no pós 25 de Abril. O dinheiro que caiu no buraco está no bolso de alguns oportunistas, perdido por incompetentes que não são responsabilizados. Penso que uma das condições para haver justiça social é haver responsabilização dos "governantes" e "gestores publicos" pelos seus actos.
X está á frente de uma empresa publica por pagamento de favores politicos e é incompetente. Faz má gestão de dinheiro, maus negócios, perde milhões. O pior que lhe pode acontecer é deixar o cargo e ir dar conferências para um lado qualquer ou ter outro cargo com menos visibilidade mas igualmente bem remunerado. Nunca será responsabilizado pelo nosso dinheiro que perdeu estupidamente e impunemente. Enquanto continuarmos assim, não vamos lá.
Depois temos a grande irmandade maçon, que tudo controla e se ajudam uns aos outros. São ricos, poderosos e influentes, com raizes na economia, politica, etc. Igualmente se encobrem e uma mão lava a outra. Os tempos mudaram, nada voltará a ser como antes e acho bem que o poder politico se compenetre que, apesar de sermos um povo de brandos costumes, tudo tem um limite.

Anónimo disse...

Anónimo das 11:17

Claro que eu sei de muitos que se encheram mas você também sabe, ou devia saber, que a nossa dívida externa vai muito para além disso e a principal razão são as políticas erradas que desde 1989, pelo menos, os nossos governantes aplicaram em Portugal. Dei como exemplo o TGV, projecto do qual o PCP foi apoiante.
Você parece esquecer que este governo tem apenas cem dias de governação e que tem uma maioria absoluta no Parlamento, ou seja, ele foi eleito pela maioria dos portugueses e há muito pouco tempo. Você não gosta? Eu também não, mas esta é a realidade.
O PCP só tinha a ganhar em conversar com a Troika. O que poderia perder? Nada. Mas ganharia respeito por ter aceitado conversar com os nossos credores e fazer valer os seus pontos de vista e calaria muitas vozes que o criticam por isso. Mas se o PCP luta apenas para ter os 8% do costume, então não tem que se preocupar.
Tente explicar-me de que forma o PCP resolveria o caso internamente. Estou muito curioso em saber. Vou tentar adivinhar: Faria uma revolução e nacionalizaria toda a riqueza existente em Portugal? Seria assim? E depois, quanto tempo acha que Portugal sobreviria sem apoio externo? Repare que estamos em 2011 e não em 1917 e hoje nem sequer tem a URSS para “ajudar”.
Ao ler que “Está certo que uma grande parte está no estrangeiro, mas eles iam descobri-lo” sinto vontade de apagar tudo e nem lhe responder. Você leu bem o que escreveu? Iam descolori-lo e depois? O PCP nacionalizaria também os offshore e os bancos suíços? Tenha juízo. Pobre PCP, quando tem gente que o tenta defender com argumentos tão patéticos.
Não, quanto a mim a Esquerda não é a culpada de tudo, nem pouco mais ou menos! Mas a Esquerda é culpada pelas posições rígidas que continua a adoptar e ao arrepio da forma de pensar do Povo Português.
A Esquerda continua a pensar que é o farol que levará o Povo a alcançar a felicidade extrema, caminhado alegremente para o abismo.
A Esquerda continua a pensar que é o Povo que tem que se adaptar a ela e não o inverso.
Terminei, com o sentimento de que estive a escrever para o boneco, mas eu até gosto de estórias da Carochinha…

Já quanto ao Al, até escreve umas coisas acertadas e com as quais concordo, apesar da grande mistura que faz, e essas poderiam muito bem ser bandeiras de esquerda porque são exemplos que quase todos nós conhecemos são altamente vergonhosos!

Anónimo disse...

Concordo com praticamente tudo o que disse o Al. Penso que o PCP nunca quis o poder porque nunca encontrou ninguém à altura, para se coligar. Quanto ao anónimo das 12.39, é um defensor das politicas contra os trabalhadores, logo não me identifico com ele. Não entendo por exemplo,porque é que continua a falar do TGV. Na minha modesta opinião, esse projeto nunca foi para avançar, serviu apenas para ir distraíndo e animando o povo, enquanto eles iam fazendo as trapalhadas que lhes dva na gana. Este governo vai pelo mesmo caminho. Só não entendo é como é que há pessoas que ainda acreitam nestas manipulações. Quanto a resolver internamente, o nosso PCP não é de agir como o sr. pensa. Não ia comer criancinhas ao pequeno almoço, não ia tirar tudo às pessoas, mas poderia talvez negociar a juros acessiveis, com os portugueses que têm dinheiro. Afinal, segundo dizem, cada português tem uma dívida de três mil e tal euros. Não seria possível resolver internamente e sem sobressaltos? Isto digo eu, que não entendo nada de economia.
Sinceramente, incomoda-me ver Portugal a ser governado pela Troika. Chego a pensar que querem levar o país à destruição, para depois comprarem as poucas empresas que temos a dar lucro, ao desbarato. Refiro-me como é lógico, aos países ricos. Alemanha...

Anónimo disse...

ao anonimo das11.17 só quero dizer mas que medo o srº da da esqerda mas quewm o tem roubado mesmo sem nacionalizações tem sido a direita