terça-feira, 5 de outubro de 2010

Não há Inocentes... são todos culpados!

No Centenário da República...
Isto foi dito hoje por um Ex-Presidente!

Durante as entrevistas de circunstância na fase que antecedeu as "cerimónias" de hoje em Lisboa , a propósito do centenário da República, há uma frase curiosíssima, a meu ver, proferida por um ex-presidente que diz, a propósito do estado actual da República Portuguesa:

SOMOS TODOS CULPADOS!

À primeira vista e no momento, cresceu em mim uma onda de indignação que me levaria naquele impulso a dizer: De onde veio este tipo, em que hospital ele esteve?

Pensando melhor no assunto, e ponderando aquela frase, é de concluir que, embora a Semântica da frase não tenha sido esta, MUITOS DE NÓS, SOMOS DE FACTO MUITO CULPADOS pelo que acontece hoje com a vida social e política do nosso País.

Mas SOMOS CULPADOS como já disse, não em função obviamente, da semãntica da frase daquele "EX".

O País chegou  ao que estamos a sentir, não pela "malandragem" de quem trabalha mas pelo mesmo adjectivo atribuído sem dúvida à Classe dirigente - SÃO FACTOS!

Cavaco diz: Abandonem o clima de crispação, Apelando aos entendementos ao Diálogo
Cavaco defende a coesão nacional para enfrentarmos as dificuldades...

POIS... já todos percebemos.

Voltando ás "vacas" frias, o tal "ex" acaba por ter toda a razão porque afinal, vivendo nós numa Democracia Representativa, e que se saiba, Cavacos, Sócrates, Coelhos, Portas, Constâncios, Barrosos, Teixeiras dos Santos, Santanas, Marcelos, e tantos outros, não tomaram os diversos poderes pela força ou por qualquer golpe de estado -  Foram Eleitos!
Daí, a culpa deste estado de coisas tem que, forcosamente ser repartida.

9 comentários:

Marius Herminius disse...

Quando alguém mete a pata na poça vira-se sempre para o lado à procura de alguém com quem possa repartir a culpa. Isso é dos livros e deixo aqui este exemplo:
Quando o barco encalhava, aquele comandante de Marinha dizia "NÓS encalhamos o barco".
Quando o barco desencalhava, ele dizia "EU desencalhei o barco".
O próprio José Sócrates interrompeu as férias em 2009 (?) para anunciar que o PIB tinha crescido 0,1% e que isso se devia à acção meritória do seu governo!
Decerto que todos nós recordaremos muitas aparições dele ou dos seus governos, na TV e nos Jornais, a cantar hossanas sempre que algo corria bem, ou até menos-mal.
E agora, que batemos no fundo, a responsabilidade é de todos?
Agora, que salta à vista a inépcia deste engenheiro de aviário, somos todos culpados?
TODOS? Como assim?
Leiam os jornais de 2010, 2009 ou de 2008 e vejam os avisos que gente entendida no assunto fazia ao governo deste salta-pocinhas e leiam também as respostas que davam, dizendo que eram “botaabixistas”; que eram negativistas; que eram sempre do contra.
Recordem o tempo que ele andou a insistir no TGV, na 3ª travessia do Tejo e no novo aeroporto, apresentados como dinamizadores do crescimento de economia Portuguesa!
Então e agora?
Se antes eram importantes, porque “Portugal até era o País que mais crescia na Europa” (lembram-se!), segundo o Primeiro-ministro, mais necessários seriam agora, que estamos mesmo de rastos!
Por isso eu não aceito a culpa colectiva!
…e na Islândia também não, segundo consta!
Já é tempo de os políticos pagarem pelos erros que cometem e não me refiro a castigos eleitorais. Sim, porque isso de se dizer que o Povo castiga os políticos não votando neles é apenas metade da verdade. A outra metade deveria passar pelos tribunais e tendo como destino a prisão. Tenho a certeza de que eles teriam muito mais cuidado quando gerem uma “coisa” que não é deles, mas sim de todos nós.
Hoje, dia 05 de Outubro, é uma data excelente para se pensar em mudar alguma coisa, tal como aconteceu há 100 anos!

Marta Marreiros disse...

Bom dia,

Eu concordo que a culpa é de todos nós. E também concordo que quando algo corre bem que é graças a quem toma as medidas que levaram a tal.
Vejamos bem, se o primeiro ministro não tomasse certas medidas, ninguém por iniciativa própria iria com certeza tomá-las (ou pelo menos não uma quantidade significativa de pessoas o fariam).
Chateia-me que toda a gente ande por aí a "mandar postas de pescada" e não contribuem minimamente para fazer avançar este País.
Temos de compreender que as pessoas que estão no governo têm uma enorme responsabilidade em cima, e acredito que seja muito complicado tirar o País do buraco, de que ainda poucos têm noção do tamanho.
A solução pode não estar em aumentos de impostos, que a meu ver não está, mas digam-me, se um partido apresentasse a proposta de corte de salários dos ministros, ou nas viaturas de luxo, e outras despesas duvidosas, haveria concenso na assembleia? É apenas um exemplo.
Quanto à nossa parte da culpa (Povo), quantos de nós alugam casas e não passam recibos? Quantos de nós falsificam as despesas que apresentam no IRS? Quantos de nós compram produtos Made In Portugal? Quantos de nós (desculpem a expressão) não fazem ponta de um corno no trabalho? Não contribuindo para o crescimento das empresas dos nossos empregadores que nos pagam os salários, não contribuindo ao pagar os impostos, e no caso da função pública, usar e abusar dos beneficios sociais e de saúde? Quantos de nós vamos à segurança social receber os subsidios, mas procurar trabalho que é bom, nada? E os que vão às entrevistas de trabalho e pedem uma assinatura para apresentarem no centro de emprego?
Nós temos de admitir que somos um povo preguiçoso, e que tal como os nossos governantes, gostamos de mamar nos peitos da cabritinha hehehe. Enquanto não houver mudança de mentalidades neste aspecto, e o povo estiver disposto a fazer um esforço para que o país comece a crescer, apesar das dificuldades, podem reclamar o que quiserem.
Uma pessoa muito importante para mim, costumava dizer-me que os jovens é que são o futuro, e que tinha pena de nós, pois ninguém nos dá qualquer tipo de crédito. Enquanto isso também não mudar, vamos continuar a cair mais fundo no buraco.
O nosso País precisa de pessoas que o amam a governar. Pessoas que estejam lá por Portugal e não pelo dinheiro. E os portugueses têm de entender que cada vez vai ser mais dificil, mais apertado, mas sem a ajuda do povo, nunca iremos ser capazes de ultrapassar esta situação.
E depois, o Povo pensa no assunto muito sériamente, vê que dá muito trabalho e gastos, e decide ir para África ganhar $5000/mês hehehe

Marius Herminius disse...

Há os que "mandam postas de pescada" e há também quem nos tente atirar com as escamas para os olhos.
O Primeiro-ministro não tomou as medidas que devia ter tomado em devido tempo. Preferiu, isso sim, andar a apregoar que estávamos muito bem, obrigado. Se ele as tivesse posto em prática quando devia, hoje não sofreríamos tanto já que o combate à crise teria sido gradual.
Quanto ao buraco onde estamos metidos, José Sócrates deve ser o único que desconhece a sua profundidade e largura, apesar de ele ser um dos principais cavadores.
Espanta-me que depois de tantos debates sobre este assunto, ainda haja tanta ingenuidade (?).
Depois, apresenta uma série de exemplos que os "maus" portugueses fazem, ou não fazem. Eu digo-lhe que, com estes políticos que temos, a minha vontade era mesmo não contribuir com mais um cêntimo que fosse! O exemplo deve vir de cima e todos nós sabemos - ou deveríamos saber - que o bem estar do Povo é a última prioridade dessa gente, ainda que digam que têm apertos no coração ou que dormiram mal devido a mais este aperto de cinto.
Pergunto:
- O que fez este governo para reduzir a despesa do Estado, para além da redução do salário dos funcionários públicos e a redução de apoios sociais?
- O que fez este governo para combater os offshore’s e a economia paralela?
- O que espera este governo para pôr os bancos a pagar o mesmo IRC que pagam as restantes empresas?
- O que fez este governo para reduzir os inúmeros assessores e os boys que pululam pelo governo/Estado?
Para terminar digo-lhe que acho imensa graça a textos que tentam contrariar outros textos sem que se pegue nos exemplos apresentados e se demonstre que são falsos.
Preferem os discursos redondos, tipo fato feito à medida e para todos os gostos.
Acho que já é tempo de chamarmos os bois pelos nomes e não termos medo das palavras.

Cumprimentos

Marta Marreiros disse...

Concordo que as medidas não são as ideiais, e muito menos o timming. Mas no entanto se fossem tomadas mais cedo, e se fossem as "correctas" havia tanta crítica e revolta como há agora. O problema deste país, é que quando o governo vê que estamos um pouco menos apertados, em vez de manterem as coisas como estão para que se veja cada vez melhores resultados, alteram tudo de novo para agradar e calar o povo por uns tempos. O povo adora, critica na mesma. Naturalmente as coisas voltam a piorar.
Às vezes temos também de tentar perceber se haverá alguma medida 100% certa, pois como em tudo existem prós e contras.
Mas paremos para pensar, se o governo fosse outro a situação estaria melhor ou pior?
Se o governo tomásse as decisões certas, o povo também iria tomar? E vice-versa...
Com tudo isto, quero dizer que dê por onde der, não acredito que alguma vez haja concordância entre o povo e o governo, as medidas tomadas nunca vão ser as melhores, e o país nem daqui a 50 anos saí do buraco.
Das duas uma, ou há uma grande revolta, ou as pessoas continuam a reclamar conformadando-se com a situação.
Enquanto não houver uma educação decente neste país nunca vai haver governo decente, porque o povo português não tem capacidade de sequer entender bem o que se passa (e acredite que não tem). Eu conto com os dedos das mãos a quantidade de jovens da minha faixa etária que percebem o mínimo de politica ou economia.
Posso estar a ser ingénua, mas eu vou continuar a contribuir com os meus cêntimos, e a tentar que os outros também o façam, pois não quero ter de fugir deste país como muitos fazem.
Ia dizer mais qualquer coisa mas varreu-se-me o pensamento.

efernandes disse...

Olá Marta Marreiros,
Agradeço-lhe o comentário e a expressão da sua opinião. No entanto, devo dizer-lhe que " as postas de pescada que eventualmente se refere" bateram ao lado até porque, quando refere também que: (passo a citar)

"Temos de compreender que as pessoas que estão no governo têm uma enorme responsabilidade em cima, e acredito que seja muito complicado tirar o País do buraco, de que ainda poucos têm noção do tamanho".

Eu estou de acordo consigo pela responsabilidade que atribui mas, apetece-me perguntar "QUEM NOS METEU EM TAL BURACO"

Há TANTOS ANOS que eu vejo este filme: Os pobres que paguem as crises.

É apenas uma opinião que pode de algum modo contrariar a sua mas que, certamente como jovem inteligente irá entender facilmente.
ef

Marius Herminius disse...

Ok, Marta

Como todos criticam sempre não se faz nada e também se critica quando se faz alguma coisa porque depois vêm as pessoas como a Marta dizer que assim é que está certo porque nada mais havia a fazer e que nenhum governo poderia fazer melhor e que temos todos de continuar a contribuir com os cêntimos para que um dia fiquemos todos bem e muito contentes por estarmos felizes apesar de nunca haver concordância entre o povo e o governo.
Ámen!

P.S.: Sendo assim, será que precisamos do governo para alguma coisa?

Marta Marreiros disse...

EFernandes, eu tenho noção de que foi o governo a meter o país nesta situação, mas não foi este. Isto já vem de há muitos anos atrás, só tem é vindo a piorar cada vez mais. E claro que grande parte do problema é serem só os pobres a pagar...

Marius, eu nunca disse que assim é que estava certo, disse que nunca nada irá ser certo. Julgo que estarmos sempre a mudar de governo só piora a situação. Você acha que se todos os portugueses de repente achassem que não devem contribuir ia ser bom, ou o inverso seria talvez, digo eu, uma boa atitude se tomada por uma maioria do povo?

Não me leve a mal, mas esta conversa teria de ser muito mais extensa para que pudésse entender o meu ponto de vista. Sei que não estou a ser explícita nem estou a desenvolver o suficiente, mas não pense que eu acho que está correcto o que está a acontecer. Simplesmente acho que, sendo estas as medidas que nos impõem, e visto não haver liberdade para que o povo dê a sua opinião, só temos duas alternativas: ou cumprimos e vemos alguma alteração (ainda que acredite que vai ser mínima) ou alguém se joga para a frente com boas ideias (que não se vê a acontecer porque este governo não tem uma mentalidade verdadeiramente democrática).

E já agora, obrigada pelas opiniões. Certamente vou e estou a reflectir sobre os vossos pontos de vista.

Marius Herminius disse...

Marta Marreiros

Volte sempre, porque eu acredito que da discussão nasce sempre a luz, por muito mortiça que esta seja.
Quanto aos seus pontos de vista, eu respeito-os mesmo não concordando com eles.
Admito que, tal como a própria Marta reconhece,não consiga fazer-se entender, mas continue que isto não dói nada e só faz é bem.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Para a Jovem Marta.
Todos os principais Orgãos de Comuni cação Social,só poem em "confronto"as
ideias,opiniões e propostas do PS e P
SD.Porquê,será por acaso?
Porquê o interior e os Campos cada
vez mais desertos e a produzir menos?
Porquê termos uma grande ZEE e importamos cada vez mais peixe e tudo
o que comemos e não só?
Precisamos de uma outra política
que de facto tenha em atenção os jo
vens,os mais necessitados,os traba
hadores e o povo.