Quando vi a ordem de trabalhos da reunião da Câmara Municipal de Sines do passado dia 5 de Agosto de 2010, e constatei que um dos pontos da agenda dizia “ Protocolo de cooperação que visa definir os termos e condições subjacentes à colaboração entre o município de Sines e a Administração Regional de Saúde do Alentejo IP, ARSA tendo em vista a edificação de um novo Centro de Saúde em Sines”, fiquei deveras curioso. Será que é desta? E rapidamente recordei as dezenas de vezes que junto de vários responsáveis ministeriais foi exigida tal obra desde que a câmara municipal de Sines a suas expensas construiu, vai para vinte anos, as actuais instalações no Cemetra.
Numa das iniciativas junto da actual Ministra da Saúde, então presidente da região de Saúde de Lisboa e vale do Tejo, tivemos azar porque Sines estava em vias de passar para o Alentejo e não fora essa situação, dizia Ana Jorge, Sines iria ter um novo centro de Saúde que dele bem precisava havia muito.
Depois tinha sido já no inicio deste ano de 2010, quando perante uma proposta de protocolo da ARSA para os mesmos fins o colectivo da Câmara Municipal de Sines a havia recusado por unanimidade essencialmente porque se propunha construir o novo centro de saúde de Sines no prazo de cinco anos.
Fazia todo o sentido a minha curiosidade e logo que cheguei ao local de trabalho agarrei o dito protocolo. Primeira estranheza o protocolo já estava assinado por Manuel Coelho, em nome da Câmara Municipal e por Rosa Zorrinho em nome da ARSA desde 21 de Julho de 2010. Mau, pensei. Então não é para discutir!?
Fui ler o documento e depois de uns considerandos de que retiro as seguintes palavras “ … a ARSA consciente das reais necessidades do concelho de Sines decorrentes do avançado estado de degradação das actuais instalações do centro de saúde tem vindo a desenvolver esforços no sentido de promover pela construção de um novo equipamento susceptível de garantir na íntegra a realização da sua missão”;
Passei então dos considerandos aos finalmente e aí é que a porca torceu o rabo, como diz o povo. Nos deveres do município de Sines, na cláusula segunda obriga-se a “disponibilizar de imediato uma parcela de terreno com "2769 m2" . Na cláusula quarta, dá o dito por não dito e obriga-se transmitir a propriedade do terreno para a ARSA no prazo de dois anos. Por sua vez a ARSA obriga-se nos pontos um e dois da cláusula terceira, a fazer os projectos e a iniciar as obras de edificação do novo centro de saúde no prazo máximo de três anos contados da data de assinatura do protocolo. Mas não vá o diabo tecê-las acrescenta nessa cláusula um terceiro ponto em que diz que o disposto anteriormente, o tal prazo máximo de três anos para iniciar a construção, “não prejudica eventuais reprogramações resultantes de atrasos não imputáveis à ARSA, IP. À cautela tem uma cláusula de reversão do terreno para o município se ao fim de quatro anos houver incumprimento do ministério.
Ou seja nem daqui a cinco anos teremos novo centro de saúde. A meu ver não existem nenhumas razões para que não se inicie a construção do novo edifício já no próximo ano de 2011. Terrenos existem. Projectos devem existir dado o número de anos que já passaram desde que começaram a ser feitos. Verbas comunitárias existem. Dinheiro camarário existe desde que não se façam uns quantos concertos musicais e uns quantos jantares durante um ano, acho que o povo compreenderia e até aplaudiria.
Portanto para mim estão reunidas todas as condições para que se inicie em 2011 a construção do Centro de Saúde que a população de Sines precisa e merece. A não ser que faça jeito às eleições municipais de 2013, manter “o avançado estado de degradação das actuais instalações do centro de saúde” .
Francisco do Ó Pacheco
Ver notícia "CM de Sines fixa prazo para construção de Centro de Saúde" na Antena Miróbriga
13 comentários:
"Não gozem com o povo de Sines"
Não seria inédito caro Chico Pacheco. Eu própria já me senti gozada muitas vezes, noutros mandatos, com outros protagonistas políticos. Quanto ao centro de saúde, só acredito nele quando os meus olhos o verem.
Ah...já agora onde é que andam as demais forças partidárias que concorreram à CMS? Estão de férias e a banhos? Mas que ricas férias, que até agora não se pronunciaram sobre nada acerca da gestão camarária desde as eleições, o que nos leva a pensar: Afinal há oposição em Sines para além da CDU?
uma siniense,
Venha o Centro de Saude mas já
Não façam disso bandeira de campanha eleitoral
Muito bem sr Francisco Pacheco
quando ouve a propaganda politica o candidato da CDU prometeu caso fosse eleito a primeira obra seria o Centro de Saude foi as eleições e foi o que se viu poucas pessoas acreditaram no grande projecto da CDU.
Não vale a pena "embadeirar" ou "abanar" com promessas a médio prazo. A verdade é que se realmente quizesse este centro de Saúde já tinha sido construido. Não é, não foi, uma prioridade politica. Não é necessário aparecer acordos para se concretizar, é vontade de o fazer que faz falta.
Isto independentemente da cor politica. Uns porque estiveram, outros porque ainda estão e outros ainda não o fazem ( através do poder central) porque os louros seriam recolhidos pelos dois primeiros. Quem perde é a população de Sines.
Nestes casos penso que a politica não serve a população, mas serve-se.
Esta tarde o meu computador resolveu pregar-me uma partida, quando tinha um comentário escrito, o magno bloqueou e só lá foi com crtl+alt+del, vamos lá ver se desta ele me deixa comentar este post.
Xico, prepara-te que lá vai vir a história do art.47 e mais a vala e mais e mais... falar do que realmente interessa, o Centro de Saúde, e a forma pouco correcta, na perspectiva das necessidades dos sinienses, de como o Dr. Manuel Coelho encara este problema, vai ser dificil.
Atendendo à sua formação, o Dr. Manuel Coelho, devia ser o primeiro a exigir para Ontem a construção e dotação com quadros suficientes do centro de Saúde de Sines.
Mesmo que ele afirme que o faz o protocolo assinado desmente-o.
Este novo protocolo, para além de poder ser considerado como mais um faltar à verdade em relação ao propagandeado na altura das eleições, representa uma desconsideração pelas reais necessidades dos Sinienses. Quer da parte do poder central quer do presidente da CMS.
Muito mais urgente que uma nova escola das Artes, sabendo nós que a actual se revela um sorvedouro de dinheiro, mesmo com os preços exorbitantes, segundo se diz, que os alunos terão de pagar, e com resultados amplamente duvidosos, importava antes construir um centro de Saúde que servisse eficazmente a população de Sines.
Mas na visão do Dr. Manuel Coelho a escola é mais importante.
Muito mais importante do que a requalificação da Avenida da praia, importava requalificar e ampliar, dentro das capacidades financeiras actuais, as instalações para a prática desportiva. (não a megalomania da cidade desportiva)
Para o Dr. Manuel Coelho e o seu executivo é mais importante a avenida.
E mais poderiamos apontar, não é essa a intenção. O elencar destas duas necessidades, reais para a vida dos sinienses, são tão somente um exemplo concreto do desfasamento entre aquilo que importa, e que acrescentava qualidade de vida aos sinienses, e a visão muito própria e desfasada da realidade que o Dr. Manuel Coelho e o seu executivo tem em relação a Sines.
Ora, este desfasamento, canaliza para obras de fachada os recursos da CMS inviabilizando os investimentos em equipamentos necessários à população de Sines, de que o Centro de Saude é um dos exemplos.
Daí não acreditar na capacidade de um executivo que sabendo que uma das necessidades mais prementes da sua população é um Centro de Saude, se volte para a procura de fundos comunitários para concertos (lá vou levar com o pessoal da cultura) e para apoio a espetaculos. Mas mesmo aqui o intuito é só o de esconder as suas debilidades, pois não existe uma planificação, foi uma forma expedita de arranjar uma "cortina" para esconder a sua grave situação financeira, que já não lhe permite cumprir com a sua obrigação de apoiar as colectividades da cultura.
É urgente que o povo de Sines acorde!
SR francisco deve-se preocupar mas é com a renovação da CDU em sines isso é que o sr se devia preocupar porque o sr sabe a idade que tem e a idade dos seus companheiros de luta se assim continuar passam de um vériador e 3 deputados secalhar a 1 simples deputado isso é que o sr devia ter em atenção não esquecer que as eleições são daqui a 3 anos e mais estou a prever pela situação que vejo o SIM vai ter um candidato de peso que ainda se encontra num partido politico.
sobre o centro de saude o sr tambem esteve na camara muitos anos ou já não se lembra secalhar é da idade.
Oh Chico então não vês que eles (Sócrates e MC) são farinha do mesmo saco. Vais ver que o MC vai aparecer como grande negociador e salvador do povo de Sines e o Sócrates como benévolo mandarete do acesso a cuidados de saúde dos sinienses. Dizem as más línguas que nem os vereadores do SIM foram tidos nem achados no acordo, o que tem tudo a ver com as personagem em apreço. Será que este acordo representa uma alteração da táctica do PS para as próximas eleições autárquicas? Talvez, sempre com a tal cláusula de salvaguarda que lhe reserva margem de manobra a qualquer momento em favor dos seus interesses eleitorais.
Em resumo, o PS manobra à vontade, o MC tenta a sobrevivência política por mais um aninho e o Povo de Sines fica a ver navios sem Centro de Saúde.
Ó Chico não é que estão mesmo a gozar connosco!
Cumprimentos
Nepumoceno Guedelhas
já chegou ao fundo nunca mais se levantam só é pena é alguns trabalhadores levarem com aquilo
Eu nunca acreditei que alguma vez se construisse um novo Centro de Saúde em Sines.
Primeiro porque não há interesse de quem nos governa em construi-lo.
Segundo porque os sineenses só têm o que merecessem... pois continuam calados...mudos...sem reacção...e enquanto assim se mantiverem cada vez têm menos, mas se calhar o que têm chega-lhes ... !!!
A oposição de Sines é uma vergonha.O PS são todos uma cambada de oportunistas,nas próximas eleições os Sineenses nem lhes deviam olhar para a cara,DEMITAM-SE .
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