terça-feira, 20 de julho de 2010

Dunas, são como divãs

A Quercus exigiu a retirada dos equipamentos para actividades desportivas instalados pelo concessionário na praia da Ilha do Pessegueiro, em Sines, alegando estarem "a destruir áreas de vegetação dunar", o que é refutado pela Capitania do Porto local.


"A instalação e o uso de equipamentos de apoio para actividades desportivas de aventura estão a destruir áreas de vegetação dunar, junto à praia da Ilha do Pessegueiro", disse à agência Lusa Dário Cardador, do Grupo de Conservação da Natureza da associação ambientalista Quercus.

Dário Cardador explicou que estão montadas "estruturas de desportos de lazer, umas aquáticas e outras em cima das dunas", numa área de "70 a 100 metros quadrados" que está dentro dos limites do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina (PNSACV).

A Capitania do Porto de Sines explicou que a estrutura foi por ela autorizada, tendo sido informada a ARH do Alentejo e tendo também já decorrido uma reunião com o PNSACV e com o concessionário para que seja apresentado e analisado o projecto concreto.
 
Sem conhecer o caso em concreto, pois a Praia da ilha não é a "minha praia", só lamento que a Quercus não seja tão célere noutros casos, parece quase ridículo que com  a dimensão que a poluição na nossa região a Associação Ambientalista seja notícia por causa de um equipamento desportivo.
 
Mas falemos de dunas. As moto quatro e os jipes continuam a fazer destas o seu parque de diversão privado, as caravanas sempre que o seu rodado possibilita não hesitam a estacionar o mais perto possível da rebentação, como se estivessem arrependidos de comprar uma caravana em vez de um barco. 
Como em quase tudo a solução não tem um único caminho, é necessário por um lado criar parques de estacionamento para as caravanas e circuitos para os jipes e motos (bem longe das dunas, entenda-se) e depois punir quem prevaricar. Na ausência dos citados equipamentos, aplique-se a segunda medida, puna-se e exemplarmente.

11 comentários:

Anónimo disse...

Pois é Braz, mas a quercos é assim mesmo. Contra os grandes não pode fazer grande coisa. Mas também estou de acordo que aquele equipamento deve ser removido.

Anónimo disse...

O amigo Cardador da Quercus, também podia passar pela praia da Vieirinha e refilar pela falta da ponta da escada de acesso á praia, o que obriga a maior parte das pessoas a espezinhar as dunas e lentamente provocar a sua derrocada.
Mas aquilo deve estar para ser reparado com o mesmo plano da estrada do Porto Côvo, em Setembro.
Na zona das Pedras Amarelas, os amantes da natureza (pessoal do cross e moto quatro)esbagulham toda a zona dunar, não há chorão que se aguente, mas a Polícia Marítima não vê nada, só vê quem apanha lapas e percebes.
Amigo Bráz, desculpe-lhes metade que eu desculpo a outra.

Jorge Pereira disse...

Ainda gostava de saber porque é que contra os grandes não pode fazer nada???

Marius Herminius disse...

A Praia da Ilha também não é "a minha praia" mas desculpar um eventual erro com outro erro eventual também não me parece a melhor resposta.
Ou seja, se a Quercus não reparou em determinada situação, então não poderá reparar em mais nenhuma, por muita razão que - eventualmente - tenha.É isso?
Experimentem aplicar este raciocíonio no dia-a-dia para ver se gostam dos resultados.

Anónimo disse...

Até S. Torpes tudo é possivel: Criam-se estradas, estacionamentos em cima de dunas, passeios etc etc.
De Milfontes para Sul idem aspas aspas. Que porra de terra esta em que nada se pode fazer!!

Anónimo disse...

Ora ainda bem que a Quercus acordou. Só foi pena estar a olhar para o lado quando foi reparada a estrada de São Torpes (por quem, alguém sabe? penso que se trata de uma estrada municipal...), com a sua nova rotundazinha e novos estacionamentos construídos bem bem em cima de dunas. Mas tão úteis para os estabelecimentos comerciais aí implantados. Em cima de dunas, claro.
Olharam nessa altura para o lado a Quercus e o Instituto de Conservação da Natureza (e Biodiversidade, que também faz parte da natureaza, mas pronto)cujos técnicos são tão lestos a impedir que um qualquer desgraçado faça obras que violem o sagrado plano do parque natural. E lestos a aplicar a coima correspondente, que não é pequena. Imagine-se um particular a destruir quilómetros de cordão dunar...
A lei existe, é dura, mas não se aplica a todos.
MPDAguiar

Anónimo disse...

O anónimo das 12:32 está enganado.
Porque é precisamente nesta terra, é que tudo é possível.
É possível fechar a Avenida Vasco da Gama durante um mês que por acaso coincide com o verão.
É possível ter o acesso norte á "vila" condicionado há meses e ainda não se sabe quando será o fim daquela rotunda.
É possível fazer a feira de Agosto na Rua da Bitesga.
É possível fazer um FMM, quando a CMS não tem dinheiro nem para mandar cantar um cego.
É possível durante o FMM manter acordada toda a gente que mora nas imediações, durante toda a noite quer tenham ou não que trabalhar no dia seguinte.
É possível deixar uma mão cheia de chungosos ocuparem o "parque da Cidade" durante o FMM, mictando contra os pneus dos carros e defecando por detrás de qualquer árvore, enquanto o parque de campismo justamente ao lado, permanece fechado.
É possível a APS despejar águas de lastro no Cabo de Sines, provocando aquele cheiro nauseabundo que se sente em noites de calmaria e a Quercus não fazer nada por isso.
É possível mudar o nome do Largo do Castelo para Largo dos Galegos, porquê?. Eles vendem os pastéis de nata e eu pago-lhos, e depois?.
Enfim, o que é impossível, é arranjar uma coisa que não seja possível nesta terra.
Só temos a favor uma qualidade, somos os mais cultos do País.

Anónimo disse...

a quercus tem razao neste caso mas fecha os olhos a outras situaçoes graves no concelho de sines

João Claro disse...

É sempre curioso ler alguns dos comentários do tipo "Ora ainda bem que a Quercus acordou. Só foi pena estar a olhar para o lado..."

A Quercus e outras ONGA não são entidades públicas, com dezenas ou centenas de funcionários, viaturas de serviço, despesas de representação.
São uma ou duas pessoas aqui e ali, que têm o seu emprego e vida familiar e ao passarem por determinado local deparam com atentados à saúde pública, à violação de legislação, ao ambiente em geral. Alertam, denunciam, intervêm.

Quantos de nós têm coragem de ir preencher o livro de reclamações do município ou de formalizar queixa junto das autoridades quando está em causa um bem ou interesse público?

Tudo isto faz lembrar aquelas notícias sobre violência doméstica, quando os vizinhos confirmam que há muito assistiam a cenas de pancadaria ou ouviam gritos dentro de casa, mas nada fizeram.

A atitude do Dário Cardador é sobretudo um acto de cidadania e não uma obrigação de denunciar todos os factos que ocorrem no litoral e interior alentejano.

Anónimo disse...

Eu não concordo com a retirada do equipamento instalado na praia da lha do pessegueiro! Aquela praia tomou uma nova dinâmica este ano e não vejo que esteja a haver destruição de coisa alguma. Mas se o tal sr. da Quercus viu o equipamento, então não viu o lixo que se acumula todos os anos junto dos contentores mesmo ao lado do forte.. e mais à frente aquele senhor do turismo rural que pensa que o caminho de acesso à praia é seu e insiste em encurtar o caminho com pedras e entulho... o sr. da Quercus também não viu? Não sejamos hipócritas... É por causa destes fundamentalistas que cada vez mais temos a costa vicentina enterrada em m......

Observador disse...

O Sr. anónimo das 12:32, não está enganado não Senhor é precisamente como diz, na Freguesia de Sines tudo é possivel e de Milfontes para Sul idem, na Freguesia de Porto Covo tudo incomoda os Senhores, no entando não os incomoda que o Plano de Ordenamento tenha sido aplicado nesses sitios, com feitura escadas de acesso às prais em madeira, estacionamentos e arranjos paisagisticos enquanto em Porto Covo funcionam as escadas e estacionamentos que a Junta de Freguesia Porto Covo vai fazendo e reparando ás escondidas da Capitânia para os turistas poderem aceder ás praias.
Cumprimentos Luis Gil