domingo, 13 de junho de 2010

Sines capital da "Coltura"

Em mais uma noite varrida pelo frio vento norte, Sines consegui numa mesma noite de sabádo reunir em escassos metros dois eventos. Dentro das muralhas do Castelo a louvável iniciativa do Andebol Clube de Sines, no Largo do Castelo as audições de Verão da Escola das Artes de Sines, inseridas num estranhissímo projecto de Dinamização Musical e Artística do Programa de Regeneração Urbana de Sines.

Quanto ao contributo de iniciativas como a actuação de um quarteto de cordas, que tocou um repertório clássico inspirado na água (???), as sessões de “jam session”, as audições de Verão da Escola das Artes de Sines as obras eruditas para piano e violino, no CAS, ninguém as contabilizará pois serão menos que zero.

O que torna tudo isto mais absurdo e incompreensível é que o Programa de Regeneração Urbana de Sines é comparticipado pelo FEDER.

Se reparassem as ruas, ordenassem o trânsito, promovessem esplanadas, estacionamento, criassem e cuidassem de espaços verdes, incentivassem verdadeiramente a recuperação habitacional do centro histórico, se o reforço da segurança acompanhasse as inconscientes políticas de integração, talvez o vento norte não fosse desculpa suficiente para espectáculo e iniciativas de regeneração urbanas despidas de público.

Quanto aos parceiros deste programa para além da Câmara Municipal de Sines, são os suspeitos do costume Associação Pro Artes, a Associação Centro de Incubação de Empresas de Base Tecnológica Vasco da Gama, a Associação do Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, a que se juntam Associação Contra-Regra e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

Indigna-me a aplicação de fundos em projectos não prioritários numa localidade tão carente do essencial, quase tanto como a presunção de educar o povoléu.

11 comentários:

Anónimo disse...

isso só serve para sacar dinheiro...
e dar dinheiro a escola das artes...

Culto á força disse...

Ena, ena, estamos muito finos sr. Brás.
Quer-se dizer, para acrescentar ainda mais coltura á terra, muda-se o visual do blogue com opção de busca e tudo. Mas tenho muita pena de termos perdido a televisão por estas bandas, tanto que eu gostava daqueles programas que eles davam, muito melhores que essa mixórdia que passa nos canais portugueses.
Só não gostava muito era do piavô, que volta e meia lá aparecia com aqueles qui pro quo que na maior parte das vezes era pior que os trinta minutos de publicidade que passam nos outros canais.
Pois é, mais uma noite de coltura em Sines fria e ventosa como um granda pífaro, mas não interessa o que realmente conta são as multidões que aquilo arrasta e ver depois o efeito que causa sobre o povoléo, qual Viena de Áustria qual carapuça, aqui em Sines quer se queira ou não, está o povo mais culto de todo o país, fruto de um trabalho árduo da autarquia e que ainda por cima sai quase de borla aos contribuintes cá do burgo.
Então que espanto é esse do concerto de cordas sobre a água, sr. Brás???? Se não soubesse que é uma pessoa culta, chamava-lhe analfabeto. Ora pense lá, Largo dos Penedos, em frente a água e em cima dela os barcos, fundeados, logo cordas para os manter no sítio, na água, tá a ver? Tem tudo a ver.
Claro que estamos a falar de água salgada, porque a doce em Sines tem um preço que quando chega a conta, só me apetece é tocar violino, tá a ver?

Anónimo disse...

Dar dinheiro à escola de artes e não só: a associação contra-regra também corta uma boa fatia da coisa. talvez fosse bom sabermos quem vive á conta do orçamento... suspeito que todos lá apoiaram o SIM (embora nem todos explicitamente, nas listas...) e quais as actividades que a associação em causa tem a amabilidade de desenvolver para nos "inducar".
O meu avô dizia que quem não trabuca não manduca, mas o pobre senhor tinha um conceito de trabalho que está nitidamente desactualizado.

Anónimo disse...

A coltura imposta em Sines, traz-me á memória aquele pai inflexível que dizia ao filho, meu filho quer queiras quer não, tens que ser bombeiro voluntário.
O homem livrou-se das grilhetas e atou-nos com as cordas, á coltura.
Mas uma vez que votámos nele, há que aguentar até a corda partir, ou ele.

Anónimo disse...

Gosto mesmo de ver discursos sobre Cultura vindo de quem não faz a mínima ideia do que está a falar. É mandar postas de pescada para todo o lado a ver se alguma acerta.

Falem antes de futebol que para isso têm agora aí comentadorzinho todo supimpa.

Anónimo disse...

O único comentário de jeito sobre este tema é do anónimo das 1:05 AM, Junho 14, 2010, os outros comentários são de uma cambada de ignorantes a querem "botar" "faladura" sobre "coltura". Esta terra não progride por causa desta "gentinha", sempre, mas sempre a dizerem mal, mesmo não tendo conhecimentos, neste caso "coltura" para o fazerem. Deixem trabalhar quem sabe.

Anónimo disse...

Gosto mesmo de ver discursos sobre Cultura vindo de quem não faz a mínima ideia do que está a falar.

Falem antes de futebol que para isso têm agora aí comentadorzinho todo supimpa.

caro anónimo das 1:05 AM, é mesmo pedante. deve andar na escola de arte, ir ao fmm e olhar como um burro para um palácio nas exposições do CAS que alias ninguém entende nem se interessa.

a propósito, futebol é cultura, e auto-sustentável ao contrário dos pseudo-intelectuais ridículos que pululam pelo orçamento central e das autarquias mamando como bezerros recém nascidos.

depois "impor" cultura, a quem quase tudo falta, é uma boa recordação dos tempos sovietes.

tou fartos de minorias, dos coltos do país, dos freaks com cães pulgas e charros atrás, world music e quejandos, vão mas é todos trabalhar e não mamem os impostos dos "ignorantes".

volta salazar tás perdoado.

Anónimo disse...

Não nutro qualquer simpatia pela política partidária. Considero que os ódios que alimenta têm comprometido seriamente relações importantes, pessoais e de trabalho, com prejuízo para Sines, e constrangido, por consequência, uma acção, que deveria ser conjunta, pelo desenvolvimento do concelho e pelo bem estar da nossa população. Acredito no trabalho, numa crítica sustentada e construtiva, no debate de ideias e na partilha. As animosidades e a ignorância dos factos geram o equívoco, o boato e injustiça.

É mais do que óbvio que quem aqui escreveu, desconhece muito do que verdadeiramente se passa. Em vez de serem atiradas setas de forma indiscriminada, com um pouco mais de atenção, poder-se-ia facilmente verificar que, entre muitíssimas outras questões, há quem possa associar-se livremente a qualquer movimento ou partido político, sem quaisquer consequências ou até mesmo retirar disso alguns benefícios, e há também quem não possa dar-se ao luxo de tomar partidos ou recusar solicitações de trabalho.

Talvez o facto de não se promover publicamente um espaço de discussão e partilha, e a pouca transparência e divulgação de alguns processos, contribuam para provocar o que neste Blog se escreveu sobre este assunto, e as eventuais injustiças que daí possam advir para quem honestamente trabalha e não tenha tido, nem agora, nem nunca, facilidades nem favoritismos.

Talvez alguém de direito, um qualquer eleito, devesse pedir informações detalhadas e efectivasse a sua pública divulgação. Quem não deve não teme e desse modo, talvez ficássemos todos esclarecidos. Até mesmo cada uma das partes envolvidas, também elas ignorantes da totalidade das questões inerentes aos processos, e dos critérios que assistiram às suas respectivas decisões.

Assina: Zé Povinho da “Coltura” - porque também os há. Depende sempre da perspectiva.

Anónimo disse...

Estamos a falar de um Programa no qual a Câmara Municipal de Sines ficou em primeiro lugar a nível nacional com a sua candidatura e que irá subsidiar, a 3 anos, com 9 milhões de euros, um projecto de Regeneração do Centro Histórico de Sines.
Só se fala aqui das dotações financeiras para a Animação Musical e a Animação de Rua, que serão investidas, e fiscalizadas pelo FEDER, em múltiplas iniciativas ao longo de 3 anos, com contrapartidas humanas e financeiras das associações referidas. Mas ainda falta falar dos outros 8 milhões e muitos milhares que "sobram". A cultura tem a parte financeira mais pequena de todo o projecto, é paga contra-factura pelo FEDER e não foram as Instituições quem dividiu e discutiu o orçamento.

Só para acrescentar algumas informações à questão aqui manifestada.

Anónimo disse...

e qual a participação do FEDER?

e da CMSines?

isso em dinheiro?

vai dar banho ao violino vai

Anónimo disse...

A participação do FEDER, que se saiba, é 80% dos investimentos. Mas porque não se pergunta a quem sabe, ou seja, à Câmara Municipal?
Eu nem sou assinante nem simpatizante do SIM, mas acho que tem mérito a Câmara ter feito uma candidatura e ter ganho, conseguiu mesmo o primeiro prémio a nível nacional. E acho que, provavelmente, ao convidar as Associações, estas terão que ter trabalho e investimento e não me parece que fosse recusável. Recusar trabalho, em tempo de crise, seria suicídio. Ainda mais com os Protocolos anuais reduzidos, ou mesmo ainda nem assinados. Perguntei por aí e parece que nenhuma Associação local ainda assinou Protocolos ou recebeu quaisquer verbas no ano corrente. E algumas têm funcionários, que trabalham e têm famílias e não têm culpa destas politiquices. Como é que acham que têm estado a viver e a pagar aos seus funcionários sem protocolos nem verbas da Câmara? O que sugeriam que se fizesse? Em nome do quê? Não entendo. Sou um mero observador e conheço algumas pessoas, o meio é pequeno. Não sei o que se tem contra as associações culturais, as que existem há anos, que eu saiba, têm ainda muitas dificuldades financeiras. As mais recentes, não sei, são recentes e não conheço as pessoas. Mas sei que as associações desportivas também precisam de apoios para viver e já houve tempo em que eram as privilegiadas. No fundo, o que quero dizer é acho que todas são importantes e necessárias e enriquecem a cidade. Até acho que é provável que existam situações de desigualdade nas verbas anuais que recebem, mas quem toma essas decisões é a Câmara e seria bom conhecer os critérios. Aqui até vejo serem atacadas associações que existem há décadas e com trabalho honesto e comprovado e que nunca mostraram tendências SIM ou SOPAS. É tudo medido pela mesma bitola. Não acho justo. Se não aceitassem, sem Protocolo nem dinheiro, num ano de crise, provavelmente fechariam portas e despediam pessoas. Aceitando, é porque são do SIM? Por favor, eu acho que é uma questão de trabalho e de sobrevivência.
Creio que as Associações devem saber trabalhar com a Câmara seja quem for que lá esteja a mandar. E trabalhar para merecer verbas que serão investidas, ou não fosse o FEDER uma entidade que fiscaliza, e bem, os seus Programas.
Cuidado com o que se diz, concordo com um Anónimo acima, podem-se estar a cometer algumas injustiças, no meio de algumas verdades também possíveis. O melhor é tirar isto a limpo com quem pode fazê-lo, também acho.