terça-feira, 1 de junho de 2010

Água de Sines é novamente notícia

O abastecimento público municipal de água volta a ser condicionado com a actividade da refinaria petrolífera da Galp.

A Câmara de Sines denunciou, ontem, os impactes ambientais negativos decorrentes da actividade da refinaria de Sines, realçando os "resultados negativos" que estão patentes no relatório ambiental anual de 2009, elaborado pela Galp Energia no âmbito da sua licença ambiental.

A autarquia destaca a gravidade dos valores de chumbo observados em vários piezómetros (furos de observação do aquífero superficial), acima do valor máximo admissível.

Os problemas ambientais associados à actividade da Petrogal não são de agora. Em Maio de 2009, a câmara aprovou um parecer que constestava a declaração de impacte ambiental emitida pela Agência Portuguesa de Ambiente sobre o projecto de reconversão e loteamento da refinaria, por "não cumprir" o estipulado no plano de urbanização da Zona Industrial e Logística (ZIL), destacando a "insegurança ambiental e a possibilidade de colocar em causa o abastecimento público de água potável".

Em Dezembro de 2008, a autarquia queixava-se de ter sido informada da existência "de deposições de resíduos de hidrocarbonetos e consequente contaminação dos solos próximos da ZIL, assim como da possibilidade de contaminação de águas".

Mais poluentes

Igualmente grave para a Câmara de Sines é a ultrapassagem, por três vezes (Abril, Maio e Agosto), dos valores de óxido de azoto que se encontram estabelecidos na licença ambiental, pelo que "manifesta a sua preocupação" com os resultados do relatório, tendo já questionado a Agência Portuguesa do Ambiente e a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo "sobre as medidas que irão tomar relativamente aos valores que ultrapassam os limites legais".

O relatório ambiental faz igualmente referência ao "aumento da massa de poluentes" emitidos pelo sistema de queima de emissões gasosas, para o qual, por se tratar de um equipamento de segurança, "não está estipulado" nenhum valor limite para emissão de poluentes. Outro elemento preocupante foi observado pela autarquia no registo de concentrações de aditivo para gasolina, "acima dos valores limite" das normas de Ontário em dois furos de observação do aquífero superficial.

Do relatório ambiental anual de 2009 subtraem-se da actividade da refinaria alguns resultados que o município classifica de positivos, como é o caso da diminuição do consumo de água que é utilizada no funcionamento das indústrias, que passou de 869.113 m3, em 2008, para 391.180 m3, em 2009, e a diminuição das emissões atmosféricas da chaminé principal da refinaria.

Público


Qual o efeito do chumbo no ser humano?




O chumbo está presente no ar, no tabaco, nas bebidas e nos alimentos, nestes últimos, por contaminação e na embalagem. Está presente na água devido às descargas de efluentes industriais como também devido ao uso indevido de tintas, canalizações e acessórios à base de chumbo. Constitui um veneno pelo seu efeito cumulativo, provocando um envenenamento crónico denominado saturnismo, que consiste num efeito sobre o sistema nervoso central com consequências bastante sérias.
O chumbo toma o seu maior efeito em crianças pequenas. Mesmo em níveis muito baixos pode causar redução de QI, dificuldade de aprendizagem e problemas comportamentais, como a hipertensão e um défice de atenção em crianças.

Nos adultos o chumbo numa água potável causa pressão arterial elevada e reduz a produção de hemoglobina necessária para transporte de oxigénio. A exposição ao chumbo é cumulativa e duradoura.
Este metal tóxico é armazenado pelo organismo, principalmente nos ossos e dentes. Quando o corpo está sob stress físico, ou deficiente em alguns minerais, o chumbo armazenado é libertado em quantidades variáveis, dependendo do estado físico do indivíduo. Essencialmente, o chumbo tem um efeito muito prejudicial para o sistema nervoso.

A maior tragédia da contaminação de chumbo na água potável é que é totalmente evitável. Ao tomar algumas medidas simples, com início na filtragem da água potável no ponto de uso, podemos praticamente eliminar os efeitos do chumbo na nossa sociedade, e mais importante sobre as crianças.


O jornal Público publicou hoje uma notícia sobre a qualidade da água em Sines (“Água para consumo em Sines regista valores de chumbo acima do máximo admissível”- Carlos Dias) que, partindo de uma nota de imprensa enviada pela Câmara Municipal de Sines sobre os resultados do Relatório Ambiental Anual 2009 da Refinaria de Sines, confunde os dados nela fornecidos e tira conclusões sobre a qualidade da água no sistema de abastecimento humano que são exactamente o oposto do que consta da informação municipal.

Transcrevemos abaixo o texto do pedido de direito de resposta à directora do jornal:

"Inexplicável num jornal como o Público, o texto relativo às preocupações da CMS sobre alguns resultados do Relatório Ambiental Anual da Refinaria de Sines relativo a 2009 distorce informação emitida pela autarquia, acrescenta informação errada e contradiz-se nos conteúdos que transmite.

O erro mais grave é o título - “Água para consumo em Sines regista valores de chumbo acima do máximo admissível” - porque é exactamente o contrário do que a autarquia transmitiu na sua nota, onde explicita que, pese embora os resultados preocupantes do relatório da Refinaria relativo a 2009, as análises ao sistema municipal de abastecimento humano nesse mesmo ano registaram sempre valores de chumbo muito abaixo dos admitidos.

Os dados que o jornalista refere como sendo os “actuais” da água de consumo humano são efectivamente os valores do relatório da Refinaria de 2009, o que inquina a notícia. Ou seja, a autarquia explica que, em 2009, mesmo com os resultados preocupantes da Refinaria, os resultados do sistema de abastecimento humano foram sempre bons. O jornalista pega nos resultados preocupantes das análises da Refinaria em 2009 e utiliza-os como se fossem resultados “actuais” das análises do abastecimento humano, misturando datas e sistemas de natureza incomparável.

Já a entrada “O abastecimento público municipal de água volta a ser condicionado com a actividade da refinaria petrolífera da Galp” é pura imaginação, pois nem na nota da autarquia, nem através de outro meio (o jornalista não pediu nenhum esclarecimento aos serviços da CMS), se refere qualquer condicionamento ao abastecimento de água em Sines.

Acrescente-se que as deposições de hidrocarbonetos nos solos referidas no quarto parágrafo, e que motivaram o condicionamento preventivo do abastecimento de água em 2008 e 2009, não aconteceram no perímetro da Refinaria de Sines, mas noutra área do complexo industrial.

Finalmente, um esclarecimento sobre o objectivo da nota emitida pela autarquia. Ao contrário do que o jornalista escreve, a CMS não fez uma “denúncia”. Na realidade, seguiu a prática habitual de tratamento informativo dos principais temas de interesse público apreciados em sede de reunião de Câmara.

E este é, definitivamente, um tema de interesse público, pois a existência de poluentes como o chumbo e os MTBE’s, mesmo se em furos de monitorização superficiais dentro do perímetro de uma unidade industrial e distantes do local onde são efectivamente realizadas as captações municipais, é um dado preocupante, que deve ser conhecido dos munícipes e que merece estudo aprofundado e as medidas adequadas, conforme a autarquia solicitou à Agência Portuguesa do Ambiente e à ARH Alentejo.

A informação ambiental e de saúde pública é útil se for rigorosa. O Público prestou um mau serviço à informação, aos leitores e à população de Sines."
 site CMS

8 comentários:

Anónimo disse...

Hum!!!!!Não acredito nisto. Outra vez esta história da água. Isto devem ser outra vez os comunistas, esses malucos. Então a câmara não contratou o melhor cientista do mundo e arredores para identificar e resolver estes problemas da água? Então não decorreu já mais de um ano desde que se levantou o problema das contaminações? Então foi preciso aparecer o estudo interno da Galp para sabermos o estado a que isto chegou? Então onde param os resultados do estudo promovido pela câmara? O que têm a dizer a tudo isto a delegada de saúde? Está de consciência tranquila, pois os valores estão dentro dos parâmetros? Qual foi ou quais foram as iniciativas que tomou? Ou não é da sua competência tomar iniciativas que zelem de forma preventiva pela saúde da população de Sines?
Tenho cá para mim que isto não interessa nada, desde que haja 6000€ para comprar búzios.

Anónimo disse...

Acabei de mandar o texto para o programa NÓS POR CÁ agora é só esperar

Anónimo disse...

POR CADA DIA QUE PASSA VAI AUMENTANDO A QUALIDADE DE VIDA EM SINES.

Anónimo disse...

As multas deveriam ser pesadas para esses Senhores ,,,,, mas Esses Senhores têm Poder e estão no Poder e não se vão Multar a Eles Próprios.......Quem não cumpre tem que ser Preso.....O que será dos nossos filhos.......

Anónimo disse...

A notícia do Público contém várias incorrecções e deturpações graves feitas pelo jornalista Carlos Dias.

Aliás, a autarquia no seu site já publicou uma nota sobre o assunto e vários jornais, como o i (versão online) já abordaram o assunto de forma bem mais responsável. Mas claro, não há lugar para isso na estação, onde só o botato importa.

O problema da água refere-se à água usada na refinaria e não à água captada para consumo humano.

Anónimo disse...

Ano de eleiçoes e´ tudo uma maravilha.o povo vai votar eles ganham,onde tomam posse.passados ums meses as promesas nao sao cumpridas,os prdblemas anteriores saem debaixo do tapete.....onde foram escondidos um ano antes das eleiçoes.e a malta nao se farta...eu ja nao tenho pachorra e de alto a baixo......

Anónimo disse...

Afinal preocupam-se ou não se procupam? As águas estão poluídas ou não estão poluídas? Qual é a posição que vale a primeira ou a segunda (desmentido ou confirmação da primeira). Os valores são elevados mas são baixos relativos a.... Que confusão anda nas cabecinhas destas pessoas que pouco ou nada conhecem das fábricas que temos junto de nós e por isso, muito facilmente são indrominados. O que para já fica é a ideia da desorientação que reina no interior da autarquia e mais uma vez da incompetÊncia de quem a dirige. Mais isto somos nós aqui na Estação que apenas sabemos dizer mal.

Anónimo disse...

Uma pergunta
Será que faz bem há caspa
hahahahahahahahahahahahahahahahaha