quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Gestão autárquica em 6 lições


1. Novos equipamentos desportivos
O novo pavilhão desportivo de Vila Nova de Santo André vai “reforçar a rede de equipamentos desportivos” disponibilizada pelo município de Santiago do Cacém, permitindo “praticar múltiplas modalidades”.

2. Equipamentos eficazes e funcionais em detrimento de privilegiar a estética
Vítor Proença, presidente da câmara municipal, afirma que o novo equipamento, a ser gerido pelo clube Estrela de Santo André, “ultrapassa as expectativas do município”, uma vez que, “não sendo luxuoso, será bastante sóbrio, eficaz e funcional”.
Este equipamento não ganhará certamente nenhum prémio de arquitectura, mas também não é isso que é suposto alcançar, mas antes a utilidade pública eficaz e funcional.

3. Contrapartidas transparentes
Orçado em cerca de dois milhões de euros, surgiu como uma contrapartida que a autarquia exigiu ao Lidl, “depois de esta querer abrir em Santo André uma das suas lojas”.

4. Acesso deficientes em equipamentos municipais
Distribuído ao longo de dois pisos, o equipamento desportivo de Santo André tem uma bancada com capacidade para 400 pessoas, além de ter uma zona específica para a comunicação social e de possibilitar o acesso a pessoas com mobilidade reduzida. Os deficientes físicos também poderão ter acesso ao primeiro piso, onde estará localizada a direcção do clube, a secretaria, a zona técnica, que inclui caldeiras e outro equipamento que apoiará as águas quentes e sanitárias, e duas salas polivalentes “para a práticas de inúmeras modalidades desportivas”.
5. As instituições enquanto gestoras de equipamentos municipais
A autarquia cerca de 80 por cento de todas as facturas”, cabendo à entidade gestora, o Estrela de Santo André, o pagamento dos restantes 20 por cento. A autarquia deverá pagar também as despesas de manutenção e transferirá uma verba, que “poderá ser trimestral”, para pagar o salário “de um vigilante, que tratará de tudo o que for inerente ao espaço”.

6. Quem não tem, paga
O clube será responsável pela “cobrança dos bilhetes e da publicidade”, estando desde já estipulado que o Estrela de Santo André não poderá cobras às entidades valores acima do regulamentado pelas taxas do município. Para entidades sedeadas fora de Santiago do Cacém, como é o caso da autarquia de Sines, que já pediu para usar o espaço até que o tecto do seu pavilhão desportivo seja reconstruído, o Estrela de Santo André “poderá cobrar acima dos valores regulamentados, depois de consultar o vereador com a pasta do desporto."

4 comentários:

Anónimo disse...

Ahaha, a do prémio de arquitectura foi muito bem metida. Ai este Vitor saiu-me cá um rebelde!

Anónimo disse...

a frase é do autor do blog - braz. não do vitor proença

Anónimo disse...

Estes comunas, estes comunas, são sempre iguais...vejam lá que com uma contrapartida de 2 milhões fizeram um Pavilhão que, até é funcional, preocuparam-se em que tenha acessos para deficientes, serve os interesses da população e é gerido por uma colectividade, mesmo sendo uma obra da autarquia.
São mesmo subdesenvolvidos estes camaradas.
Com obras como esta nunca conseguirão ganhar o prémio do Expresso... mentalidade de pobrezinho... coitados...
O que lhes vale é que o cliente que lá vão ter durante +/- um mês lhes vai pagar uma parte "substancial" da manutenção do próximo ano.
Ele há telhas que ficam caras. óh se ficam!
Como dizia o outro:
- É uma questão de fazer as contas!

Anónimo disse...

Abram os olhos...SIM!?