terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Impostos Municipais


Desde Janeiro de 2007 que a Lei das Finanças Locais conferiu aos municípios o direito, em cada ano, a uma participação variável até 5% no IRS dos sujeitos passivos (particulares e empresas) com domicílio fiscal na respectiva circunscrição territorial, relativa aos rendimentos do ano imediatamente anterior. Deste modo, as autarquias têm uma participação directa nos impostos do Estado, através do IRS. Assim, 5% do IRS gerado em cada concelho passa a constituir uma fonte de receita própria das câmaras municipais, que dispõem de autonomia para gerir essa verba, podendo optar por baixar o imposto aos residentes dentro da margem que lhes está atribuída. No Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) as taxas variam entre os 0,2% e os 0,5% para os prédios urbanos. Quem define os valores entre aquele intervalo são as autarquias, de que são beneficiárias na íntegra.

Na última Assembleia Municipal de Sines voltou a ser aprovada a taxa máxima para o IMI, proposta pelo SIM, com os votos a favor do PS e BE, a abstenção da CDU e os votos contra do PSD. Em relação ao IRS foi aprovada a taxa de 4,5%, uma redução de 0,5% em relação à taxa máxima e que vigorou no ano anterior.

O IMI vai sendo progressivamente aplicado a cada vez mais imóveis, devido ao fim dos períodos de isenção, o que tem vindo a acontecer também de forma cada vez mais célere atendendo a que a nova Lei encurtou os prazos de isenção anteriormente vigentes. Por outro lado, à medida que os imóveis são transaccionados, procede-se à sua reavaliação, o que mais contribui para o aumento da base tributável, independentemente de poderem vir a beneficiar numa fase inicial do referido período de isenção. Mesmo num cenário de manutenção das taxas, a tendência natural é para os contribuintes pagarem cada vez mais IMI e para as receitas das Autarquias aumentarem de forma muito significativa.

A gestão municipal do nosso Concelho tem-se baseada na galopante arrecadação de fundos, através de endividamento e da venda de património e agora - que a lei travou o recurso ao endividamento e a crise "esgotou" o recurso à venda de património - das receitas de impostos, que se tem feito acompanhar duma ainda maior subida das despesas, onde o aumento dos custos com pessoal é apenas um indicador. (nota: aguardo pela Prestação de Contas de 2009 para conferir as informações que disponho e que apontam para um aumento dos custo com pessoal perto dos 20%.) A solução para travar e reduzir um endividamento que já ultrapassou há muito os níveis adequados, pode passa por vender património, aumentar as receitas, nomeadamente de impostos e reduzir as despesas correntes e de capital.

Perante este cenário a aprovação, da proposta do SIM, de manter a taxa de IMI no máximo e a de IRS apenas 0,5% abaixo do máximo, pode ser correcta se previamente a oposição acordou com o executivo uma solução mista para o asfixiante endividamento da autarquia: aceitar a manutenção do nível de impostos, desde que haja o compromisso de reduzir a despesas corrente e consequentemente o nível de endividamento.


Resumindo a estratégia que melhor serve Sines passa por manter o nível de receitas, assegurar os investimentos prioritários, nomeadamente nas áreas da saúde, educação e respostas sociais, reduzir as despesas correntes e adiar os investimentos não prioritários, como na cultura e desporto.

A proposta de Orçamento para 2010 e o sentido de voto da oposição, dar-nos-á a resposta, se a aprovação das taxas, agora propostas, passou por uma inteligente e responsável estratégia da oposição ou se apenas pretendeu esvaziar o aproveitamento político do SIM, que perante o mais que provável estrangulamento financeiro que sentirá em 2010, não poderá alegar a redução da receita de impostos.

19 comentários:

Anónimo disse...

Eu sempre disse que entre o Eng IDALINO e o Dr COELHO não havia diferença politica
Os jovens que pretendam adquirir casa própria devem de pensar bem onde comprar
SANTIAGO ou ODEMIRA

Anónimo disse...

Pelo que me parece, analise-se o historial dos aumentos com a despesa, enquanto a Assembleia não obrigar o Executivo a reduzir os impostos Municipais, irá continuar a cultura do despesismo com pessoal e obras acéfalas, especialmente as assessorias que são demasiadas e obras sobredimensionadas, para um Concelho com tão poucos habitantes como Sines.
Pelo que se conhece, só caso a Assembleia obrigue a reduzir os impostos, o executivo será obrigado a reestruturar e potencializar o funcionamento da Câmara.
Precisa-se dum funcionamento mais racional e eficaz em todos os Serviços Camarários.
Um munícipe contribuinte.

Anónimo disse...

A leitura que faço é:

1 - Quem tem casa paga impostos no máximo (IMI).

2 - Quem ganha pouco e que nem tem valores para IRS, por ganhar pouco, não beneficia nada na baixa dos 0,5% do cálculo do IRS, agora aprovado pela Assembleia Municipal de Sines.

Eu concluo que:

1 - Os Senhores(as) Deputados(as) Municipais ganham todos bem e vão beneficiar do desconto no IRS.

2 - Os pobres de Sines nada ganham com esta Lei nem com estes Deputados Municipais.

3 - Concluo que o ditado "os ricos que paguem a crise" não se aplica em Sines.

Nota: sobre o "beneficio" aprovado para os armazéns da ZIL 2, não percebi se era só para as empresas aí instaladas ou se é também para as "moradias" aí existentes...
Novamente foi aprovada uma Lei que "descrimina" Sineenses...
Nada tenho contra quem mora na ZIL, não acho justo é eu pagar impostos no máximo por morar fora da ZIL, por ter comprado uma habitação com toda a legalidade e todas as exigências de construção...e fiscalizações.

Enfim, ainda agora começou a legislatura municipal e logo na primeira Assembleia fiquei desiludido com quem se diz "representante do POVO SINEENSE"...
Nem aqueles que levaram anos a votar contra o Imposto Municipal no máximo, mantiveram a sua coerencia...
Nem os partidos de esquerda votaram contra...
Já não sei o que diga...

Anónimo disse...

Esta de oposição responsável que controla o despesismo do executivo é uma boa teoria, Brás.
Não sei onde imaginaste isso! O que nós sabemos é que mais uma vez os impostos em Sines são tabelados pela taxa máxima, desta vez com a colaboração do PS, o que é uma novidade. "mudam-se os tempos muda-se a vontade".
Estamos mas é tramados com esta santa aliança. Já me parece a outra de tempos idos em que Guinote e Pimenta, eleitos pelo PS, tiveram uma colaboração relevante com a gestão de MC na altura.
Também estou curioso, para verificar as despesas com pessoal no ano de 2009. Deve estar bonita a conta. Mas para 2010, com as promessas de emprego que MC assumiu, a coisa deve também tomar dimensões preocupantes.
E com tudo isto o PS pasmado à espera de receber no seu regaço estes famigerados autarcas do SIM.

Anónimo disse...

Esta teoria do Braz não é nada.
É uma cretinice para desulpabilizar o PS e nada mais.
Dentro e de fira são todos iguais.
Cinheço-os há muitos anos.

Anónimo disse...

é o que temos com o Batalha na assembleia ainda pensei que mudava mas não continua a mesma palhaçada
e vá asesoras faz tanta falta

sineiro disse...

Os Impostos Municipais na sua maior parte só serve para fazer face aos gastos de horas extraordinárias,pagas a quem falta durante a semana ao trabalho e depois vai ao sábados fazer o que não fez de Segunda a Sexta!
Só não vê quem não quer--nos ultimos anos o trabalho só é feito nos dias em que deviam descansar...
Os trabalhadores da Câmara na sua maioria são uma desgraça a trabalhar...são bons a descansar nos cafés nas horas em que deviam estar a fazer alguma coisa de jeito!

Passando pelos serviços externos aos internos é uma Balda das Grandes-
Não há respeito-nem conseguem pensar que estão ali porque NÓS pagamos os impostos para pagar tanto trabalho extraordinário--tenham consideraçao por aqueles que lhes estão pagando as mordomias!

Não faltem tanto ao trabalho-- TRABALHEM--tanta gente naquela casa e não se vê alterações em nada-continua tudo igual ou PIOR !

Anónimo disse...

A maioria dos donos dos armazéns nunca estiveram colectados nem nunca passaram uma factura
Pois eles são trabalhadores da CMS EDP APS
Os armazém servem para alugar quartos para o pessoal das obras PETROGAL EDP

Anónimo disse...

Brás nem parece teu,nós não somos todos parvos,matém a tua imagem e não vás atrás das balelas e icompetência do PS já que o BE já percebi que não conta.Expl. na minha rua há várias pessoas que nunca pagaram IRS mas têrm uma casa por herança ou adquirida nos bons tempos,sendo assim vão continuar a pagar o IMI taxa máxima.Esta oposição é uma vergonha,só estou admirado contigo,não te vendas,defende o Povo de Sines.Quantas e quantas Câmaras reduziram substancialmente o IMI? muitas.O SIM que reduza as despesas das festanças,dos carros fora das horas de serviço a passearem-se e a levarem os meninos á escola,não adjudicarem para fora o que pode ser feito pelo pessoal da Câmara,venderem os terrenos municipais urbanizados para irem buscar mais valias etc,etc.È sobre isto que a oposição devia impor,mas não têm categoria para isso.Sabes porquê? porque não têm coragem,pensei que eras capaz de dizeres isto,será que a tua fedilidade ao PS não te deixa seres tu?
Um abraço.Já me esquecia os vereadores do PS neste assunto foram de uma incompetêncisa toda a prova,ou será que já fizeram o acordo de que se falava?

Estação de Sines disse...

Caro anónimo das 11,48, não conheço a estratégia do PS, como saberá estou afastado da politica activa.

O meu raciocínio baseia-se no facto de querer acreditar que para aprovar as taxas em causa o PS tem de ter uma estratégia que lhe permita impor a redução das despesas. Pois nos próximos anos será necessários manter as receitas e baixar os custos (infelizmente temos de pagar os erros do passado), caso contrário continuaremos a endividarmos cada vez mais.

Quero acreditar, e espero seja essa a estratégia do PS.
Se pode impor ou controlar a redução dos custos e posteriormente do endividamento? Muito provavelmente não, mas esgota-se deste modo o argumento político do executivo de Manuel Coelho e abre a porta para a oposição doravente ter legitimidade moral para chumbar os orçamentos e as propostas de taxas de impostos.

Se a decisão fosse minha, não esperaria para ver. Redução progressiva das taxas, sendo que o IRS chegaria a 0%. Quanto ao endividamento, quem o originou, encontre soluções para reduzi-lo sem ser à custa dos impostos sobre o nosso trabalho.

Mas esta é a minha opoinião, entendo e aceito que existam outras formas de lá chegar.

Anónimo disse...

Tão belo texto eu escrevi e o Brás não publicou. Porque foi assim?
Espero que não tenha sido por ser exageradamente critico do PS, ao qual agora pareces muito ligado.
Felizmente outros textos estão publicados que desmontam a ponta do véu.

Bom trabalho,se tiveres tempo!

Anónimo disse...

A CMS deveria reduzir as depezas (menos festa, menos tachos) de modo a não necessitar de aumentar as receitas.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 8.47. Não sou funcionário público, mas não concordo quando dizem que não trabalham e que somos nós que lhes pagamos os ordenados. A diferença é que uma grande parte dos portugueses necessitam dos seus serviços, logo seguem-lhes todos os passos. Quanto a sermos nós a pagar-lhes os ordenados, não é assim, eles também descontam e bastante. Por vezes, quem fala como este anónimo, não faz nada na vida. Como é que sabe que eles vão ao café? Será que também lá está em vez de estar a trabalhar? Estas invenções vêm sabe de onde? da boca de uma pessoa que nos governa, mas que não tem credibilidade nenhuma.

Anónimo disse...

Em protesto contra os impostos municipais a partir de hoje deixo de separar o lixo
Os vereadores que o façam
Eu já pago o suficiente

Anónimo disse...

Alguém sabe dizer quantos funcionários tem a CMS?
Alguém sabe dizer quantas viaturas tem a CMS?
Alguém sabe dizer quantas máquinas tem a CMS?
Alguém sabe dizer quantos edifícios tem a CMS?

TRABALHADOR DA C.M.S. disse...

PARA O SINEIRO DAS 8.47 DEVO SÓ DIZER QUE NEM COMENTÁRIO MERECIA POIS QUEM ESCREVE DESTA FORMA DEVE SER QUALQUER UM DOS PARASITAS QUE VAGUEIA PELA CIDADE E COME´TAMBEM COM OS ELEVADOS DESCONTOS DOS FUNCIONÁRIOS DA C.M.S.(NÃO EM NUMERÁRIO POIS GANHAM POUCO MAS EM PERCENTAGENS)MAS ENFIM DEVE SER UM BANIDO DA SOCIEDADE TALVEZ POR CULPA PRÓPRIA OU INCOMPETENCIA PROFISSIONAL POIS DOUTRA FORMA NÃO TINHA ATITUDES PORCAS COMO ESTA

UM PROFISSIONAL DA C.M.S.

C.F.D.A.

Anónimo disse...

Gostei da frase
Um profissional da CMS hahahahahahahahahahahaha

MLança disse...

Quanto aos impostos municipais, não vou desistir de dizer que foi mais um ano em que os municipes de Sines foram delapidados no seu orçamento por aqueles que aos sete ventos dizem cobras e lagartos do governo e com razão que nos atasca em impostos e mais impostos. O IMI agora aprovado pela taxa máxima é só o que vinha de trás ou seja sempre a CDU se juntou para com a sua maioria absoluta esmagar os municipes com impostos. O SIM é apenas uma CDU de 2ª.E mais impostos virão, sempre mais altos.
O que mudou agora foi ver-se o PS patrocinar esta coisa incrivel que é votar agora o que sempre votou ao contrário, ou seja contra, vejam as actas da AM no site da Camara. Antes era só um voto do PS a Juntar-se á CDU agora é todo o PS a juntar-se ao SIM. Em nome do quê? Por outro lado dão-se uns miseros 0,5% de desconto no IRS. Só para comparar a Camara de Odemira deu em 2009 2,5% ou seja 5 vezes mais.
Será que estes impostos vão finalmente custear as obras de reparação e conservação de estradas? Sines tem só o que de pior há em estradas municipais, é a par dos altos impostos a que nos destingue dos outros concelhos. Aliás quem vem do lado de Odemira e atravessa a ponte da Ribeira da Azenha percebe bem do que estou a falar, da vergonha que é ano após ano, e já passaram muitos anos, assistir-mos á degradação das nossas viaturas e mais importante expormo-nos ao perigo que é circular por caminhos de cabras transformados em estradas municipais. Que dirá disto o PS?
A discução do orçamento vai ser importante aguardemos.
MLança

Anónimo disse...

Sines, que tem um número reduzido de estradas municipais e de quilómetros de estradas municipais poderia ser um exemplo positivo a apontar...
MAS NÃO...é apenas mais um dos exemplos negativos, vá-se lá saber porquê...