quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pressão Patronal Intensifica-se...

O Presidente da CIP (Confederação da Industria Portuguesa) já começou a pedinchar o congelamento do salário mínimo em 450€. Lembro que em 2006, em sede de concertação social, o governo Sócrates, os sindicatos e a CIP de Van Zeller, acordaram que o ordenado mínimo teria de subir até 500€ em 2011. Esta posição do Patrão dos Patrões é sustentada, na sua análise, pela necessidade de apoiar as exportações portuguesas.Mas será que o argumento de Van Zeller tem alguma lógica?

Carvalho da Silva, Secretário Geral da CGTP, já veio repudiar estas afirmações dizendo que "o país deve ter vergonha dos empresários que lamentam não poder subir o salário mínimo 80 cêntimos por dia", e até a UGT vem defender que a subida em 2010 do salário mínimo para 475€ é obrigatória.Além disso, do impacto que esta pequeníssima subida poderá ter na vida de milhares de pessoas que são, por norma, as mais fracas e mais necessitadas, que impactos poderia realmente o congelamento dos salários mais um ano?
A inflação homologa em Portugal está negativa desde há 7 meses, o que representa a maior queda de preços ao consumidor dos últimos 50 anos: hoje compramos os produtos 1,6% mais baratos do que em 2008. Isto é resultado da crise económica nacional e internacional e também da recessão de que teremos saído apenas tecnicamente. Mas o que à partida nos pode parecer muito bem, a baixa de preços, pode levar a um período de deflação, o que teria o impacto desastroso nas empresas e nas famílias.Assim, o argumento de Van Zeller parece cair pela base. Se bem que o congelamento dos salários poderia ajudar as exportações esta politica iria arrefecer o consumo interno e logo criar condições ao aparecimento da deflação. Um dos poucos mecanismos que os governos têm para quebrar períodos deflacionários é justamente o aumento do salário mínimo e este novo governo Sócrates vai ter de pensar muito bem antes de aceitar a chantagem de Van Zeller. Se o fizer poderemos estar condenados a ainda mais falências das empresas e ainda mais desemprego.

8 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito da expressão: .."e até a UGT vem defender".
Como em muitas outras coisas:"nós os defensores da classe operária e os amarelos".
Não passa na censyra.

efernandes disse...

É que, de facto "OS AMARELOS DA UGT" até parece incongruente estarem do lado dos trabalhadores neste caso.
Será que o tal "patrão" ainda não lhes pagou a cota anual?
É que ainda não estao esquecidos os 600 milhões!

carlos andré disse...

"o país deve ter vergonha dos empresários que lamentam não poder subir o salário mínimo 80 cêntimos por dia".

O país só tem aquilo que merece!
Portugal é o país da Europa, em que as desigualdades ,entre os mais ricos e os mais pobres é maior.
E é para continuar!

Vamos ver o que Socrates tem para dizer...


PS - O apoio publico do Manuel ao mancha negra ainda me está atravessado...

Anónimo disse...

Este governo vai sem dúvida ceder às pressões do patronato, ou não seja este, o governo que mais desprezou os trabalhadores. Já alguém ouviu da boca do Sócrates uma palavra de conforto e de esperança para os trabalhadores que estão a perder os seus empregos? Não! Total indiferença! Só aparece para se elogiar.Não esperem nada de bom, vamos sim, assistir à continuação da destruição deste país. Se um dia, acabarem os milhões da UE que entram todos os dias no país, não sei o que vai acontecer a este povo. O despesismo deste governo continua a aumentar, basta andarmos atentos para nos apercebermos das despesas inúteis que andam por aí. Enfim! Temos o que merecemos!

Marius Herminius disse...

Anónimo das 12:32

Não tenha dúvidas que há diferenças entre a CGTP e a UGT.
Qual delas é melhor? Não respondo.
Quem quiser de facto saber que acompanhe as posições de ambas as centrais sindicais.
Deixo só três perguntinhas:
Quem aprovou o Código de Trabalho?
Quem aprovou a Lei da Reforma da Segurança Social?
Quem está sempre do lado do governo e dos patrões em sede de Concertação Social?

É evidente que se me disser que concorda com o Código de Trabalho e/ou com a Lei da Reforma da Segurança Social eu compreendo-o, mas nesse caso terá que aceitar que no mundo do trabalho existe a CGPT e os “outros”.

Anónimo disse...

E o Victor Constâncio já veio dizer que os apoia. Devia era de ter vergonha naquela cara. Devia ser obrigado a viver pelo menos 2 meses com aquele salário, só assim entendia os que estão nessa situação.

Quimíco disse...

Estes artistas sempre com as mesmas desculpas.
Agora tal como tínhamos dito vem o factor crise, deficit, e a inflação, para justificar não se querer subir salários.
Mas fazendo um pouco de história o salário mínimo quando foi criado através do DL 217/74 de 27 Maio que produziu efeitos a partir de 27.05.74 era de 3.300$00 equivalente a 16,46 €, e se tivesse tido uma evolução igual à da inflação verificada ao longo dos anos, seria hoje de 590,00€.
Neste momento pede-se que passe em 2010 para os 475,00€, segundo a lógica do Governo e do patronato alguém andou a "comer" os trabalhadores em 140,00€, pois se o problema é a baixa inflação!
Se 0,80 cêntimos de Euro por dia é muito para os patrões portugueses, então corte-se os prémios dos administradores de empresas, que assim certamente já dá para dar um aumento de 3 ou 4 euros por dia a cada trabalhador que recebe o salário mínimo, e assim vamos encurtar o foço entre os muito ricos e os muito pobres que é o que já vamos tendo neste país que insiste em não queres sair da cauda da Europa.
É vergonhoso que os que têm enriquecido de forma mais rápida no nosso país tem sido os que têm estado nos últimos 30 Anos no governo (e depois vemos questões como BPN, BPP, FREPORT, Oeiras, Felgueiras, Moderna, Independente, e outras mais que não se sabe).
É o país que temos, e que os portugueses gostão!!!

efernandes disse...

Constâncio veio dar hoje mais uma maozinha!
Se estivesse calado podia passar despercebido o chorudo salário que aufere e as mordomias que tem À custa de todos nós.
Bem prega Frei Tomáz