sábado, 17 de outubro de 2009

Parabéns

Oportunamente critiquei a posição que a Escola Secundária Poeta Al Berto, de Sines, ocupava no ranking nacional. Como disse na ocasião o Ministério da Educação limita-se a divulgar os resultados dos exames nacionais, sem elaborar qualquer ranking, levando cada órgão de comunicação social a elaborar o seu próprio ranking, partindo da mesma informação, mas interpretando-a de forma diferente.

Considerando o ranking elaborado pelo Semanário Expresso - que considera apenas as escolas com mais de 100 provas elaboradas e comparando-o com o ano anterior, regista-se uma melhoria substancial dos resultados alcançados na Secundária de Sines.

Da 366º posição em 2008, sobe para 168º em 2009 (uma das maiores subidas nacionais), num total de 495 escolas. Os factores que contribuem para o sucesso e desempenho educativos são inúmeros e transversais à sociedade, sendo obviamente a comunidade educativa - alunos, professores, pais, encarregados de educação, pessoal não lectivo - os que mais contribuem para os resultados finais. Tendo sido eles os mais visados na minha opinião negativa, hoje tem de ser na mesma proporção os que merecem os maiores elogios.

Longe de ser uma classificação de excelência, trata-se de uma recuperação a todos os níveis notável, a merecer consolidação. O nível de exigência no ensino não deve ser relativizado, pois se pretendemos combater um certo facilitismo e laxismo vigente na sociedade portuguesa em geral, é precisamente no ensino que deveremos iniciar esse combate.


Ranking Litoral Alentejano

1.º Escola Secundária Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém, 41º em 2009, 51º no ano anterior. A única de todo o litoral alentejano a ocupar uma posição de destaque a nível nacional, o que de resto, se tornou um agradável hábito.
2.º Escola Secundária Poeta Al Berto, Sines: 168º (366º)
3.º Escola Secundária Padre António Macedo, Santo André 202º (298º)
4.º Escola Secundária Dr. M. Candeias Gonçalves, Odemira: 230º (308º)
5.º Escola Secundária António Inácio da Cruz, Grândola 277º ( 287)
6.º Escola Secundária de Alcácer do Sal: 415º (446º)
7.º Colégio Nossa Senhora da Graça, em Odemira: 491º (362º)


A quem que oportunamente critiquei pelos resultados passados, aqui fica a minha justa homenagem pelos resultados presentes, extensível à autarquia de Sines, por aquela que considero a mais conseguidas das suas políticas - embora nem sempre da forma mais correcta -, uma aposta clara na educação.

12 comentários:

Anónimo disse...

A educação em portugal está a caminhar para o abismo, é esta a verdade. Cada vez exige-se menos dos alunos. Os exames são cada vez mais fáceis e as aprendizagens que permitem formar cidadãos autónomos e preparados para a vida estão a ser substituídas por educação sexual, nutrição.... No 1º ciclo, o importante agora é o Inglês (para crianças que não sabem o português), a música (onde não se aprende música nenhuma), os magalhães para fazer joguinhos, entre outras coisas que não valem nada. Os alunos chegam às aulas esgotados destas tretas e não conseguém aprender a ler a escrever, a MAT. etc. Se se fizesse uma avaliação das aprendizagens nestes últimos anos, então aí, os portugueses ficavam surpreendidos com os conhecimentos dos alunos. Os professores continuam mergulhados em burocracia: reuniões de ano; reuniões de departamento; reuniões de conselho de docentes; actas, planos de recuperação; relatórios de alunos problemáticos; relatórios de alunos com dificuldades de aprendizagem; actas de todo o tipo de reuniões; comemoração de todas as datas importantes; projectos escolares; Plano anual de actividades; planos para visitas de estudo; planos de apoio ao estudo; um sem número de tretas, que o professor perante tanta papelada, fica sem tempo para trabalhar para os alunos. Depois admiram-se que todos andem esgotados e que os alunos não aprendam. Hoje, o professor limita-se a ser um pau mandado, tudo lhe é imposto. Vai nesta onda desenfreada e assiste com tristeza ao desmoronar da escola pública, sem que nada possa fazer. Estes senhores politicos, que nada entendem de educação, não percebem ou fingem não perceber que está em jogo o futuro do país. Como os seus filhos estudam em bons colégios, onde os alunos são seleccionados, não se preocupam com a ignorância dos outros, secalhar até lhes convém.

Anónimo disse...

E acrescentaria ao comentário do anonimo das 11:53, Gradual e paulatinamente estamos a assistir ao fim do serviço publico de educação sem que nos preocupemos. Desde os governos de Cavaco, e todos os outros que se lhe seguiram, que assistimos ao degradar do sistema de ensino sem que nada seja feito para inverter estas situação. Mas o mais estranho, nesta situação, é que existe uma quase unanimidade nas analises que são feitas ao actual sistema de ensino. Quer as analises internas quer as analises feitas por diversas entidades externas às escolas, são unanimes em afirmar que o ensino em Portugal está péssimo. Então porque não muda? Se calhar o anónimo das 11:53 têm razão quando diz que existem interesses que lhes covém a ignorância de uma grande franja da sociedade. Será que esses interesses são os que o Van Zeller representa?

Anónimo disse...

parabéns à escola e a todos que contribuiram para esta melhoria. O meu reconhecimento ao braz, por saber critica e parabenizar quando de direito.

Anónimo disse...

Aos anónimos das 11.53 e 8.40 ,

Está tudo mal ?
Vocês não encontram nada bem feito?
Que fácil é destruir !!!!
Finalmente alguém manda nos Prof's,acabou-se a mama dos 3 meses de férias +15 dias no Natal +15 dias na Páscoa + 1 semana no Carnaval.
Eu tenho 22 dias úteis de férias , será que vocês são Portugueses de 1ª e nós os outros somos de 2ª?
Isto cheira-me a comentário de derrotado, agora ja não escreve no blog dele vem para aqui largar o veneno.
Sócrates faz-nos um favor não desistas, mete-os na linha.

Anónimo disse...

O comentário do anónimo das 6:00 AM, Outubro 19, 2009, é a prova de que a metodologia seguida pelos sussessivos governos, acentuada no ultimo do Socrates, está a dar os seus frutos. Baliza-se a discussão em volta de questões mesquinhas, acessórias, deixando para segundo plano o essencial. O confronto iniciado pelo governo do Socrates com as mais diversas classes profissionais, com o enfase maior nos professores, em vez de nos trazer uma melhoria dos serviços por estes prestados teve um efeito contrário. Os argumentos e as razões utilizadas mais não foram do que capas para tapar a razão essencial dessas medidas: Razões puramente economicistas. Depois a ignorância a mesquinhez a que se soma a inveja faz o resto, como prova o comentário do anonimo das 6:00 AM, Outubro 19, 2009.

João disse...

É sempre impressionante o ódio/inveja destilado contra os professores.
Na Espanha, Alemanha Suécia e em todos os restantes países europeus, os professores têm o mesmo horário e o mesmo número de dias de férias, mas são socialmente valorizados.
Em Portugal, parece que uma profissão intelectual é um crime lesa-pátria e que os docentes são uns incapazes.

Quantos dos pais deste país têm conversas com os filhos para além do futebol? Quantos dedicam umas horas por semana para falar de literatura, arte ou história? Quantos levam os seus filhos a um museu e com eles conversam sobre aquilo que estão a observar?

Ou será que tudo (educação cívica, alimentação correcta, prazer em ler, descodificar o quotidiano, etc. etc.) tem ser apenas concretizado na escola?

Anónimo disse...

Ao anónimo das 6:00 AM, gostaria de deixar um email que me enviaram e que responde às imbecilidades que profere.

O caro anónimo mostra-se indignado (apesar de não aceitar que os professores também se possam indignar - dualidade de critérios deste nosso estimado anónimo..., mas passemos à frente) com o excesso de descanso dos professores: afirma que descansamos no Natal, no Carnaval, na Páscoa e no Verão, (esqueceu-se de mencionar que também descansamos aos feriados e fins-de-semana). E o nosso prezado anónimo insurge-se veementemente contra tão desmesurada dose de descanso de que os professores usufruem e de que, ao que parece, ninguém mais usufrui.

Ora vamos lá ver se o nosso atento e sagaz anónimo tem razão. Vai perdoar-me, mas, nestas coisas, só lá vamos com contas.

O horário semanal de trabalho do professor é 35 horas. Dessas trinta e cinco, 11 horas (em alguns casos até são apenas dez) são destinadas ao seu trabalho individual, que cada um gere como entende. As outras 24 horas são passadas na escola: a leccionar, a dar apoio, em reuniões, em aulas de substituição, em funções de direcção de turma, de coordenação pedagógica, etc., etc.

Bom, centremo-nos naquelas 11 horas que estão destinadas ao trabalho que é realizado pelo professor fora da escola (já que na escola não há quaisquer condições de o realizar): preparação de aulas, elaboração de testes, correcção de testes, correcção de trabalhos de casa, correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo, investigação e formação contínua.

Agora, vamos imaginar que um professor, a quem podemos passar a chamar de Simplício, tem 5 turmas, 3 níveis de ensino, e que cada turma tem 25 alunos (há casos de professores com mais turmas, mais alunos e mais níveis de ensino e há casos com menos ¬- ficamos por uma situação média, se não se importar). Para sabermos o quanto este professor trabalha ou descansa, temos de contar as suas horas de trabalho. Vamos lá, então, contar:

1. Preparação de aulas: considerando que tem duas vezes por semana cada uma dessas turmas e que tem três níveis diferentes de ensino, o professor Simplício precisa de preparar, no mínimo, 6 aulas por semana (estou a considerar, hipoteticamente, que as turmas do mesmo nível são exactamente iguais - o que não acontece - e que, por isso, quando prepara para uma turma também já está a preparar para a outra turma do mesmo nível). Vamos considerar que a preparação de cada aula demora 1 hora. Significa que, por semana, despende 6 horas para esse trabalho. Se o período tiver 14 semanas, como é o caso do 1.º período do presente ano lectivo, o professor gasta um total de 84 horas nesta tarefa.

2. Elaboração de testes: imaginemos que o prof. Simplício realiza, por período, dois testes em cada turma. Significa que tem de elaborar dez testes. Vamos imaginar que ele consegue gastar apenas 1 hora para preparar, escrever e fotocopiar o teste (estou a ser muito poupado, acredite), quer dizer que consome, num período, 10 horas neste trabalho.

3. Correcção de testes: o prof. Simplício tem, como vimos, 125 alunos, isto implica que ele corrige, por período, 250 testes. Vamos imaginar que ele consegue corrigir cada teste em 25 minutos (o que, em muitas disciplinas, seria um milagre, mas vamos admitir que sim, que é possível corrigir em tão pouco tempo), demora mais de 104 horas para conseguir corrigir todos os testes, durante um período.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

4. Correcção de trabalhos de casa: consideremos que o prof. Simplício só manda realizar trabalhos para casa uma vez por semana e que corrige cada um em 10 minutos. No total são mais de 20 horas (isto é, 125 alunos x 10 minutos) por semana. Como o período tem 14 semanas, temos um resultado final de mais de 280 horas.

5. Correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo: vamos pensar que o prof. Simplício manda realizar apenas um trabalho de grupo, por período, e que cada grupo é composto por 3 alunos; terá de corrigir cerca de 41 trabalhos. Vamos também imaginar que demora apenas 1 hora a corrigir cada um deles (os meus colegas até gargalham, ao verem estes números tão minguados), dá um total de 41 horas.

6. Investigação: consideremos que o professor dedica apenas 2 horas por semana a investigar, dá, no período, 28 horas (2h x 14 semanas).

7. Acções de formação contínua: para não atrapalhar as contas, nem vou considerar este tempo.

Vamos, então, somar isto tudo:

84h+10h+104h+280h+41h+28h=547 horas.

Multipliquemos, agora, as 11horas semanais que o professor tem para estes trabalhos pelas 14 semanas do período: 11hx14= 154 horas.

Ora 547h-154h=393 horas. Significa isto que o professor trabalhou, no período, 393 horas a mais do que aquelas que lhe tinham sido destinadas para o efeito.

Vamos ver, de seguida, quantos dias úteis de descanso tem o professor no Natal. No próximo Natal, por exemplo, as aulas terminam no dia 18 de Dezembro. Os dias 19, 22 e 23 serão para realizar Conselhos de Turma, portanto, terá descanso nos seguintes dias úteis: 24, 26, 29 30 e 31 de Dezembro e dia 2 de Janeiro. Total de 6 dias úteis. Ora 6 dias vezes 7 horas de trabalho por dia dá 42 horas. Então, vamos subtrair às 393 horas a mais que o professor trabalhou as 42 horas de descanso que teve no Natal, ficam a sobrar 351 horas. Quer dizer, o professor trabalhou a mais 351 horas!! Isto em dias de trabalho, de 7 horas diárias, corresponde a 50 dias!!! O professor Simplício tem um crédito sobre o Estado de 50 dias de trabalho. Por outras palavras, o Estado tem um calote de 50 dias para com o prof. Simplício.

Pois é, não parecia, pois não, caro anónimo? Mas é isso que o Estado deve, em média, a cada professor no final de cada período escolar.

Ora, como o Estado somos todos nós, onde se inclui, naturalmente, o nosso prezado anónimo, (pressupondo que, como nós, tem os impostos em dia) significa que o estimado anónimo, afinal, está em dívida para com o prof. Simplício. E ao contrário daquilo que o nosso simpático anónimo afirmava, os professores não descansam muito, descansam pouco!

Veja lá os trabalhos que arranjou: sai daqui a dever dinheiro a um professor.

Mas, não se incomode, pode ser que um dia se encontrem e, nessa altura, o amigo paga o que deve.

É com esta educação em casa e opiniões contra os docentes que os alunos vão para a escola desrespeitar a classe docente (docentes e não só).

Anónimo disse...

O anónimo das 6.00 AM tem os mesmos traumas que o seu amiguinho Sócrates em relação aos professores. essas fobias curam-se. Nunca pensou em tratá-las? E não tem só os mesmos traumas, tem também o mesmo dom de mentir. É claro que este anónimo não entende nada de educação, porque se entendesse, não encontrava uma única medida que tivesse mudado a escola para melhor. Mas enfim, continuem a acreditar nas mentiras e na propaganda que lhes impingem e estejam atentos às aprendizagens dos seus educandos. Vejam por exemplo, se as notas correspondem realmente aos conhecimentos que possuem. É que as ordens é "subir para cima".

Anónimo disse...

Ao Anónimo das 6.00

Os professores é que puseram o seu amigo na ordem. E sto foi apenas um pequeno aviso, depois se verá... Os professores têm um papel muito importante na sociedade e apesar dos maus tratos, a que, pela primeira vez, foram sujeitos, continuam a ser uma classe muito bem vista e sabe porquê? Porque todos os portugueses passam pelas "suas mãos"! Já pensou que sem os professores você não podia estar neste blog a defender o seu amigo?
E também porque se dedicam ao seu seu trabalho com toda a honestidade, o que não acontece com certos seres que por aí há. O dono do seu partido qualquer dia está de saída, mas os professores vão continuar por cá.

Anónimo disse...

O início do ano lectivo


Vale a pena ler...realmente é mesmo uma visão da realidade

Imprensa - do director do Sol-

O início do ano lectivo

Como ainda é raro ler um jornalista que escreva alguma coisa de
jeito sobre Educação, considero da mais elementar justiça citar este
excerto tirado daqui. As palavras são de Mário Ramires, subdirector do
Sol.


"O ano lectivo começou esta semana, com os costumeiros problemas e
mais um: esse, o da campanha contra a gripe A, eleito matéria
extracurricular de frequência obrigatória e prioridade máxima. Ai do
menino, mesmo do primeiro ano, que desde o primeiro dia de aulas não
saiba o bê-á-bá da gripe. O resto tem tempo.

As escolas mobilizaram-se para distribuir panfletos aos estudantes e
pais, trataram de arranjar salas de isolamento para os casos suspeitos
mesmo quando nem para as aulas há instalações de jeito, esgotaram o
stock de gel desinfectante, perderam horas de trabalho em reuniões de
professores e funcionários para pôr em prática os planos de
contingência.

E as normas procedimentais aí estão, feitas à medida das
possibilidades e do zelo de cada um. E, por isso, variam de escola
para escola.

Nalgumas, os pobres miúdos são obrigados a lavar as mãos a cada
espirro ou tossidela. Noutras, os desgraçados professores são
obrigados a manter em cima da sua secretária um boião de gel que cada
aluno é obrigado a utilizar imediatamente a seguir à entrada na sala
de aula e antes de sair para o recreio - em turmas de quase 30 alunos
não é difícil de imaginar o cenário - e ainda sempre que alguém vai ao
quadro e pega no apagador, no giz ou no apontador que outrem usará a
seguir. E por aí fora.

Ainda está para se saber como será num jogo de voleibol, basquetebol
ou andebol numa aula de educação física duma dessas escolas mais
zelosas: cada jogador terá de lavar as mãos a correr depois de passar
a bola?

Um absurdo é o que é. Perda de tempo e de dinheiro.

Anónimo disse...

"Cont.
Rodrigues já vá lavando daí as suas mãos.

Mas as nódoas que deixa na Educação não saem com gel, nem com sabão
macaco ou pedra-pomes... só com lixívia, que é receita antiga mas
eficaz." O respeito das regras básicas de higiene e alguns cuidados acrescidos
são como os caldos de galinha: não fazem mal a ninguém.

Mas pensar em travar a propagação do vírus por usar e abusar de um gel
desinfectante nas salas de aula é o mesmo que acreditar que o vírus
também faz intervalo durante o recreio - ou os miúdos vão deixar de
cumprimentar-se, beijar-se, empurrar-se, cuspir-se, embrulhar-se à
bulha, de beber do mesmo copo ou da mesma garrafa por causa duma coisa
chamada H1N1?

E bem podem dizer-lhes que as pessoas responsáveis guardam distância
de pelo menos metro e meio em relação aos seus interlocutores - nas
outras campanhas, não andam todos aos beijos e abraços nas feiras, nos
mercados e nas ruas, indiferentes aos riscos pandémicos?

A prova de que tudo não passa de um excesso de zelo e descabido
contra-senso é que, esgotado o milagroso gel e face à sua inexistência
em algumas escolas que não deixaram de abrir, a própria ministra da
Saúde veio descansar os professores, técnicos auxiliares, estudantes e
pais com a garantia de que lavar as mãos com o tradicional sabão azul
é, afinal, suficiente.

Tanta preocupação e tanto investimento com o raio do gel xpto e vai de
lá bastavam umas barras de sabão macaco...

...E, já agora, umas garrafinhas de lixívia. É que as nódoas na
Educação e nas escolas vão muito para além dos excessos com a gripe A.

E devia fazer parte das mais elementares regras de higiene mental
acabar com elas.

Cabe lá na cabeça de alguém, por exemplo, que um professor tenha um
conjunto de turmas de diferentes anos com um total de mais de duzentos
alunos e, destes, quase uma vintena em regimes especiais - que
implicam apoio pedagógico individualizado, adaptações curriculares ou
avaliações diferenciadas - e que ainda tenha de dar aulas de
substituição, receber pais, fazer relatórios individuais sobre os
discentes e o mais a que está obrigado? Por junto, não dá para se
dedicar a cada aluno nem um dia por ano.

Já para não falar das aulas em escolas em plenas obras e em tantas
outras que delas tanto precisam e nunca mais as têm ou daquela em que
o amianto foi retirado das paredes e deixado esquecido no pátio.

Em final de legislatura, é natural que a ministra Maria de Lurdes
Rodrigues já vá lavando daí as suas mãos.

Mas as nódoas que deixa na Educação não saem com gel, nem com sabão
macaco ou pedra-pomes... só com lixívia, que é receita antiga mas
eficaz."