quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Programas Eleitorais (?)

Com o final das férias, chegarão os programas eleitorais, o que em ano de eleições duplas não deixará muito espaço para a silly season.

Vulgarmente tratados como moeda de troca, os programas eleitorais não representam as verdadeiras necessidades e soluções para as populações, mas interesse individuais ou colectivos, que servem um objectivo imediato, a satisfação desses grpos e a eleição de quem promete satisfazê-los.

Verdadeiras raridades são os programas eleitorais que falem de contenção, todos sabem que anunciar reduzir despesas, é reduzir votos. Assim promete-se como se não houvesse amanhã.

Por cá a quem estará reservada a coragem de propor a necessária redução dos custos da autarquia como forma de equilibrar a estrutura deficitária e travar o endividamento? Pois, ao contrário do praticado, a redução do défice não pode ser feito unicamente pelo lado do aumento da receita, nomeadamente com a venda de património municipal e aumento dos impostos.

Sabendo que a politica séria raramente se conjuga com vitória, quem estará disposto a trocar alguns votos pela necessária redução de custos com o pessoal, a redução das horas extras, as assessorias? quem falará das taxas de impostos para o próximo mandato, tarifários da água e RSU? quem assume a resolução definitiva da habitação ilegal da ZIL 2, quem confrontará as grandes empresas com o problema da poluição (aqui o BE leva já uma substancial vantagem)? Quem proporá regras às despesas de representação e utilização de viauras? quem alertará que a situação financeira da autarquia não se compadece com as inúmeras festas e subsídios praticados?

Nós eleitores devemos exigir que os programas eleitorais de cada candidatura sejam acompanhados do respectivo custo e explicação do seu financiamento. Mas para tal, sendo as eleições autárquicas em Outubro e estando decorrido praticamente um ano desde as últimas contas municipais, era fundamental conhecer a execução orçamental e o valor da divida actual. Doutro modo ninguém se obriga a explicar onde arranja o financiamento para o que promete, do mesmo modo que ninguém fiscaliza a execução do que se prometeu.

A propósito alguém se lembra do programa eleitoral da CDU de 2005? Quase apetece dizer que nós (eleitores) temos os políticos e o executivo autárquico que merecemos.

7 comentários:

Anónimo disse...

Um assunto tão sério e sem comentários. Se fosse uma trica de mal dizer era um corropio.
O post no entanto revela alguma inocência.
O eleitor não tem o poder de controlar quando muito tem o dever de avaliar o mandato. A beleza da democracia é que passados uns anos vota outra vez e aí é soberano.
Não havendo ilegalidades, e muitas vezes mesmo que as haja, o eleito governa e poderá ser reeleito ou não.
Penso que o eleitor, em particular numa Câmara tão endividada como a de Sines, deve desconfiar quando os mesmos actores do passado prometem maravilhas caidas do céu ou alimentam o status actual voltando ás origens.

Anónimo disse...

Nós eleitores temos os politicos que merecemos e por culpa de uns e doutros de memória extrememente curta poderemos levar com mais do mesmo. Pena que ninguem se lembre de mundos e fundos que foram prometidos sem efeitos práticos que benificiem a autarquia e a população em simultaneo (neste capitulo tb sou culpado pq tb não me lembro). Parece mesmo que resta esperar que se veja o que foi feito e depois de uma longa reflexão, cada um tenha a coragem de dizer basta. Mas pelo que já vi e ouvi em diversos bares e cafés de Sines, isto ou fica na mesma, ou fica pior...

Anónimo disse...

Já aqui referi uma vez, é curioso como posts, com reflexões muito válidas, suscitam poucos ou nenhuns comentários. Parabéns a quem tenta no meio de tanto ruído e poluição, ir semeando alguma ideias bem válidas e que mereciam uma boa discussão.

Anónimo disse...

Este post tem toda a razão de ser e levanta questões relevantes no entanto falta-lhe um comentário prévio.
Penso que no caso de Sines um dos planos de acção de qualquer programa partidário deveria ser o saneamento financeiro da autarquia.
A estação tem tocado neste ponto algumas vezes mas penso que nehum dos programas o aborda sequer.
Não tendo a obcessão endividamento do CAVAnela ou da MANEvaco o estrangulamento financeiro da Câmara de Sines vai ser um factor prioritário na actividade autárquica do próximo mandato com impacto em todo o concelho quer ao nível de investimento quer ao nível de dívidas a fornecedores locais.
Por uma questão de coerência, entre o nacional e o local, pelo menos o PSD devia analisar este assunto com detalhe.
Tirem as conclusões.

Anónimo disse...

A diferença, na, até agora apresentação de projectos "com viabilidade de serem concretizados", com o dinheiro que hipoteticamente estará disponível para ser investido, por parte da câmara, está no projecto apresentado pelo BLOCO de ESQUERDA.
Depois há outros com obras megalómanas, que toda a gente sabe que não há dinheiro para serem feitas...portanto, são só promessas para não cumprir...

Anónimo disse...

Nós eleitores deviamos ser mais exigentes, penalizando no acto eleitoral seguinte, todos os partidos ou movimentos que não cumprissem o que prometeram nos seus programas eleitorais. Esta deveria ser a postura de nós todos enquanto cidadãos. Infelizmente tal não sucede, a maioria de nós vota mais com o coração do que com a razão. Seja porque apoiamos o partido A ou o B, seja porque apoiamos o fulano C ou o D, descurando o que cada um deles prometeu e depois concretizou. Acreditamos nas desculpas por eles apresentadas, damos sempre o beneficio da duvida, damos sempre mais uma oportunidade de agora é que é. Neste ciclo vicioso, por nós criado, os unicos prejudicados somos nós enquanto cidadãos. Mas, não nos podemos queixar, pois somos nós proprios que alimentamos e deixamos que este sistema subsista.
Por exemplo, no próximo actual eleitoral autarquico, deviamos olhar para os diversos programas que nos irão ser apresentados e optar por aquele que reunisse um conjunto de medidas e projectos futuros que o bom senso nos indicasse que era possivel em 4 anos eles serem executados. Se daqui por 4 anos nada ou muito pouco estivesse concretizado, só existia uma posição a tomar: eliminar das nossas opções de voto essa nossa anterior escolha. Possivelmente se esta utopia fosse realizavel daqui por 10 anos estariamos muito melhor do que estamos hoje.

Anónimo disse...

Nós eleitores deviamos ser mais exigentes, penalizando no acto eleitoral seguinte, todos os partidos ou movimentos que não cumprissem o que prometeram nos seus programas eleitorais. Esta deveria ser a postura de nós todos enquanto cidadãos. Infelizmente tal não sucede, a maioria de nós vota mais com o coração do que com a razão. Seja porque apoiamos o partido A ou o B, seja porque apoiamos o fulano C ou o D, descurando o que cada um deles prometeu e depois concretizou. Acreditamos nas desculpas por eles apresentadas, damos sempre o beneficio da duvida, damos sempre mais uma oportunidade de agora é que é. Neste ciclo vicioso, por nós criado, os unicos prejudicados somos nós enquanto cidadãos. Mas, não nos podemos queixar, pois somos nós proprios que alimentamos e deixamos que este sistema subsista.
Por exemplo, no próximo actual eleitoral autarquico, deviamos olhar para os diversos programas que nos irão ser apresentados e optar por aquele que reunisse um conjunto de medidas e projectos futuros que o bom senso nos indicasse que era possivel em 4 anos eles serem executados. Se daqui por 4 anos nada ou muito pouco estivesse concretizado, só existia uma posição a tomar: eliminar das nossas opções de voto essa nossa anterior escolha. Possivelmente se esta utopia fosse realizavel daqui por 10 anos estariamos muito melhor do que estamos hoje.