quinta-feira, 23 de julho de 2009

Uma noite de FMM

Um compromisso familiar inadiável, impediu-me de assistir ao sucesso de Rui Vinagre, na abertura do FMM 2009, no palco principal (para quem duvidava da sua qualidade para assumir tão honrosa tarefa, ficou esclarecido), contudo cheguei a tempo de ouvir os restantes grupos do primeiro dia, em Sines, e partilhar com uma vasta e multifacetada multidão, muito jovem, mais um dia de enorme sucesso do FMM.

Como já aqui referi, não sou um particular apreciador de música, mas "devoro" o ambiente proporcionado por esta manifestação social, que extravasa o próprio FMM, um caleidoscópio de cores, sons, cheiros (por vezes desagradáveis), expressões, atitudes, , costumes, etc. Ou seja cada ano o FMM é uma repetição, desigual, contribuindo para o crescendo sucesso.

O FMM viaja do Castelo para a avenida, onde volta a caber "o mundo todo", e retoma o ritmo, com um público diferente, um sucesso sem sossego, num frenesim inesgotável.

Nos bares da avenida um insólito acordo entre a CMS e um fornecedor, impede os comerciantes de venderem a cervejas pretendem. Impedimento que julgo estar ferido de legalidade, mas que para além de muitas queixas dos comerciantes, não passará disso mesmo.

Depois temos mais uma vez, os funcionários da autarquia com uma mobilidade funcional, que lhe permite transitarem das mais diversas profissões para seguranças, porteiros, recepcionistas, etc. compondo a sua remuneração mensal, que agradando a todos, não comprometerá ninguém.

Acabei a noite, como normalmente acabam as noites mais longas de Sines. Um incauto visitante e seus amigos estavam no local errado, no momento errado, e em segundos rodavam pelo chão sendo pontapeados, socados e pisados por um bando de jovens sinienses, que de acordo com o dicurso politco vigente, estão devidamente "integrados".

O que mais me espantou foi que a fama - e proveito - de violência que Sines granjeou na região e que é um dos principais factores do "deserto" da noite siniense, não foi suficiente para evitar que mais alguns inocentes tentassem levantar os desconhecidos do chão, para dentro de pouco tempo estarem a substituí-los. Foi um fartote.
Tudo serenou da mesma forma que iniciou, por iniciativa dos agressores. Após longos minutos, eis que surge o segurança do recinto, agressores impávidos e serenos, agredidos desaparecidos, para certamente não regressarem a esta terra que tão bem acolhe a diversidade e os visitantes.

Mas a noite teimavam em não acabar. Entra em cena a GNR, com 4 ou 5 rapazes bem apessoados, em vestes de policia de intervenção que lhes conferia um ar dissuasor, cuja passividade ou impotência depressa desmentiu. Agressores tranquilos, agredidos nem vê-los, e por ali ficaram todos, enquanto mais um grupo actuava na avenida e numa roulete alguém gritava: é a fartura, é a fartura. Amanhã há mais.

12 comentários:

Luis Maldonado disse...

Rui Vinagre foi estrondoso, só se enganou nos agradecimentos, ou melhor, não se enganou, apenas se esqueceu de um apoio importante, talvez o apoio que fez com que a organização do festival o convidasse...

efernandes disse...

Sendo melómano, Gostei do Rui Vinagre como esperava!
Do Janinita, nem por isso, Já me vai faltando a paciência para ouvi-lo (gostos).
Ainda não consigo perceber porque é que há agressões impunes em eventos publicos.A segurança não é paga?
Os "copos" não justificam tudo, enfim...

Luis Maldonado disse...

É tão bom ouvir os discursos do Presidente de Câmara, e, algumas horas depois, ser o descalabro. Calha bem, assim como assim, aproveitou para fazer mais um momento de campanha política desnecessária e deslocada, em sentido de oportunidade e em teor.
Não aumentem o contingente policial de Sines que não merece a pena. Isto só visto!

Anónimo disse...

Bem isto é vão aqui umas confusões!

1º - O Rui Vinagre, pelo menos que eu lesse e ouvisse, ontem voltou a fazê-lo, já deixou bem claro para ai uma 10 vezes que o convite já estava feito pelo FMM muito antes da petição do Bráz.

2º - O discurso do Manuel Coelho foi dos mais curtos e simples de que há memória. Agora, uma coisa é certa, acho que o homem deve mostrar a sua obra porque a tem e deve dizer que o Festival também é obra dele, porque a é. Isso ninguem pode questionar, doa o que doe aos outros.

3 . Entristece-me a posição do Bráz. Chegou tarde ao concerto do Rui Vinagre, mas ainda assim veio embuído de uma missão de espião, a procurar os erros e o que correu mal, esquecendo-se do que correu bem, do ambiente fantástico, apesar da chuva e do excelente concerto de Rui Vinagre.

Observador disse...

Desta vez não ouço a opinião do Sr Mestre e restantes muchachos, também a Comunicação Social que tanto falaram de violência na Rave da Praia Grande em Porto Covo, ao ponto de acabar com um invento interessante " e do melhor" que se fez no Concelho de Sines em termos turísticos. Desta vez sendo na terra onde moram e junto à Praia Vasco da Gama também de bandeira azul, isso não os incomoda nem merece qualquer comentário assim como não incomoda a Comunicação Social as zaragatas que vão havendo em Porto Covo em noites de FMM que são pura e simplesmente ignoradas.
Vamos esperar no futuro, quer dos particulares, da comunicação social, das entidades e autoridades o mesmo critério e a mesma compreensão.
E fica registado.

Cumprimentos Luis Gil

Estação de Sines disse...

Caro anónimo, para que não viva confundido, pois deve ser um sentimento confuso, aqui vai:

1º - O Rui Vinagre, pelo menos que eu lesse e ouvisse, ontem voltou a fazê-lo, já deixou bem claro para ai uma 10 vezes que o convite já estava feito pelo FMM muito antes da petição do Bráz.

O convite ao Rui era para actuar no CAS, algo bem diferente do que sucedeu, se tal se deve à petição deste blogue e de todos os que a assinaram (e não do braz) ou não, pouco interessa, o importante é que quem assinou a petição, pretendia ver o rui vinagre, no palco do FMM, e viu.


2º - O discurso do Manuel Coelho foi dos mais curtos e simples de que há memória. Agora, uma coisa é certa, acho que o homem deve mostrar a sua obra porque a tem e deve dizer que o Festival também é obra dele, porque a é. Isso ninguem pode questionar, doa o que doer aos outros.

defendo que todos os presidentes da camara que se recandidatam sejam de que partido forem, devem se abster de participar em tos os actos que se confundam com campanha eleitoral. é apenas a minha opinião. Não ouvi o discurso e tenho a certeza que não perdi nada.

3 . Entristece-me a posição do Bráz. Chegou tarde ao concerto do Rui Vinagre, mas ainda assim veio embuído de uma missão de espião, a procurar os erros e o que correu mal, esquecendo-se do que correu bem, do ambiente fantástico, apesar da chuva e do excelente concerto de Rui Vinagre.

Anda mesmo confuso, não cheguei tarde, simplesmente não vi o Rui. Depois penso que fui bem claro em elogiar o FMM, como tenho feito em anos anteriores, o que não me impede de criticar o que está mal. E se um dia tiver o azar de estar no sitio errado à hora errada (ou seja no chão a levar pontapés de vários individuos embriagados), perante a acção tardia o suficiente para deixar impunes os agressores e incompetência da organização e forças policiais para evitar que sucedam tais actos, então nesse dias verá que o FMM não é cor de rosa, mas tem várias tonalidades.

efernandes disse...

Qualquer indivíduo, qualquer cidadão de bom senso, seja ele residente ou forasteiro, não pede permitir que a coberto da noite, da festa e/ou da bebedeira possa haver PORRADA e mais, que a mesma fique impune!Se numa dessas rixas vier um dia a acontecer o pior(oxalá que não), todos os eventos futuros estarão condenados. A SEGURANÇA é um dos primeiros direitos dos cidadãos-A LIBERDADE também...
(agora podem malhar)

Marta Fernandes disse...

O Rui Vinagre, de facto, surpreendeu-me e foi um momento espantoso. Se subiu ao palco foi por mérito próprio e não por privilégio de petições ou por compradio ou favorecimento da organização do FMM, que eu saiba já o tinha contactado mas para um espectáculo em Porto Covo e não para a abertura do festival em Sines. Foi uma excelente aposta e o Rui Vinagre está de parabéns.Esta terra só tem que se orgulhar do ''seu'' artista/músico que procurou o seu caminho, cresceu e «criou-se», como já disse, por mérito próprio. Pode ser que algumas pessoas aprendam o que é lutar pelos seus interesses ao invés de ficarem eternamente especados e de mão estendida à esmola alheia.

Deprimente o discurso que se ouviu, pois a campanha eleitoral tem locais e momentos próprios para se fazer e ali, onde está algum do eleitorado presente mas também muita gente que não vota em Sines nem conhece esta realidade, parece-me não ser oportuno. O discurso deveria ser sim direccionado para enfatizar a iniciativa do FMM e apontar o que de benéfico o festival contribui tanto para o concelho como para o alargamento dos horizontes culturais de quem o frequenta. Foi curto, como já se disse aqui, comparado com os demais, mas talvez por já não haver muito mais a dizer, começa a existir um certo cansaço de parte a parte. Ninguém retira o mérito da obra que efectivamente se vê feita, mas também ninguém tem a coragem e a frontalidade de assumir o que ficou por fazer ou ficou mal feito... curioso isso...

Não assisti ainda a nenhum momento de violência, porque também não frequento certos locais, mas oiço o que contam e ''onde há fumo há fogo'', não se pode confundir um «bom ambiente» festivaleiro (graças talvez à presença de pessoas de fora) com a realidade de que em Sines todos esperamos o momento em que a confusão comece, porque parece que inevitavelmente ela está sempre presente. E o que é mais curioso é que tem sempre elementos da terra envolvidos, e mais... são sempre os mesmos... mais ainda sabem-se quem são... melhor! «eles conversam e fica tudo bem. são amigos»... ok!

Anónimo disse...

Quando há confusão e porrada, o problema é a mal formação e a falta de civismo das pessoas, já para não falar no excesso de alcool.

Nenhuma organização de nhum evento pode espacar ou combater isto. São situações que vão sempre acontecer, enquanto o ser humano for ser humano. O resto é demagogia.

Anónimo disse...

TANTOMAR--- A MARTA FERNANDES DISSE TUDO . PARA O RUI VINAGRE OS MEUS PARABENS E MUITO OBRIGADO

Bruno Leal disse...

Concordo em absoluto com a Marta, de facto a violência não é um problema do FMM, mas sim de Sines, assim como a droga. Aliás, acho estranho que numa terra como Sines, os mais velhos se queixem por esse motivo do FMM, quando durante a semana se vende produto ali mesmo à frente da sede do SIM, bem agora talvez não...

Anónimo disse...

Parabens ao Rui Vinagre e aos restantes elementos da banda, são excelentes. O FMM está melhor a cada ano que passa, felicito a organização, no entanto, há que analisar os lapsos ocorridos durante o evento. Relativamente à violência em Sines, penso que é um problema a nivel nacional que poderá ser atenuada com mais policiamento. Sines é uma terra linda, aproveitem-na.
LM