sexta-feira, 19 de junho de 2009

Projecto de fábrica petroquímica Artenius Sines em risco por causa da crise

Está em risco um dos grandes investimentos anunciados pelo Governo: uma fábrica no complexo petroquímico de Sines no valor de 400 milhões de euros. O grupo espanhol promotor do projecto está em dificuldades e suspendeu os trabalhos.
A fabrica da Artenius Sines lançada em Março do ano passado previa um investimento na ordem dos 400 milhões de euros e prometia criar cerca de 150 postos de trabalho directos e 200 indirectos. O projecto foi por isso considerado como um Projecto de Interesse Nacional.
Um ano depois, o optimismo anunciado pelo Governo deu lugar a preocupação.
A La Seda, empresa espanhola promotora do projecto, vive hoje uma situação financeira grave. Tem uma dívida superior a 600 milhões de euros e no último ano acumulou prejuízos na ordem dos 350 milhões de euros. Por força desta situação com a La Seda, muitas empresas que participam na construção da Artenius Sines decidiram suspender os trabalhos. Apesar deste cenário nada animador, existe a convicção de que o projecto vai avançar.
Nesta altura, trabalham na obra 250 operários, quando o número deveria estar perto dos 600. A construção da Artenius Sines tem, por isso, um atraso de quase seis meses. Em causa está a construção da única fábrica na Europa dedicada, em exclusivo, à produção de matéria-prima para o fabrico de plástico.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Luis,

Corrige no teu post sff:

1 - A LSB foi sempre uma empresa dominada por capitais portugueses na sua fase de expansão - Imatosgil, BES e CGD. Eles foram na prática os verdadeiros promotores do projecto e até foi com base nisso que o Governo considerou a Arteniusines como um PIN.

2 - Dos 150 postos de trabalho prometidos, metade estavam destinados ao pessoal excedente de Portalegre do grupo Imatosgil por redução de actividades na área da produção de fibras sintéticas (Trevira Fibras). Tal como se pode ler em posts anteriores o Prof. António Ventura já trouxe ao conhecimento público a «qualidade» de alguns desses quadros que, sacudidos de uma empresa local, voltaram disfarçados de doutores e experts em MBAs.

3 – O acumulo de prejuízos da LSB durante 2008 deve ser da ordem dos 500 milhões de euros e não dos 350 referidos.

4 – A palavra «plástico» tem de ser bem explicitada como exigência dos «bem informados» da Estação de Sines. Politileno? Polipropileno? Poliuretano? Borracha sintética? …
No caso vertente, trata-se do PET, mais conhecido por Poliéster (reacção do monoetilenoglicol com o ácido tereftálico), industrialmente implantado em Portugal pela família Fino’s em parceria com o grupo inglês ICI. Desenvolvido inicialmente para a indústria têxtil (o célebre Terylene) foi depois aplicado na industria de embalagem (garrafas inquebráveis!) e outras aplicações industriais.
O rápido decréscimo no consumo europeu deste tipo de plástico em 2008 contribuiu em grande parte para o desastre financeiro da «nossa» LSB. Tudo leva a crer que essa redução terá tendência a aumentar a curto prazo.

Luis Maldonado disse...

A correcção está feita aqui.
De qualquer forma, esta informação foi enviada pela Agência Lusa de Negócios, e tomei-a como verídica. Fica então o reparo.