domingo, 17 de maio de 2009

a ver os outros: Em Sines, só o CO2 não é controlado

Sines (Portugal) - Quinhentos metros adiante da Usina Termelétrica a carvão mineral desta pequena e balneária cidade do litoral Sul português, a praia de água muito fria tem a bandeira azul do Conselho da Comunidade Européia, espécie de atestado oficial de balneabilidade. As chaminés da usina - duas torres gêmeas de 225 metros de altura - soltam um filete de fumaça branca, que, segundo seu diretor-geral, Jorge do Carmo, “é vapor dágua”. Mas pelas mesmas chaminés, imperceptível ao olho humano, passa o CO2, o vilão do meio ambiente que agrava o efeito estufa que aquece o planeta. Aí é que mora o perigo. “Todas as tecnologias disponíveis estão aqui instaladas e por isto mesmo temos as certificações ISO para o meio ambiente e para a saúde ocupacional e no trabalho, válidas também para o nosso laboratório de carvão e cinzas. Só não temos a tecnologia que reduz ou elimina a emissão do CO2, porque esta, infelizmente, ainda não existe”, explica o diretor da usina, que foi construída e é operada pela Energias de Portugal (EDP), sócia da brasileira MPX na construção da Usina Termelétrica do Pecém. Para gerar 1.256 MW, a Usina de Sines consome, anualmente, 3,7 milhões de toneladas de carvão que vem da Colombia (70%) e da África do Sul (18%). O carvão, mesmo o de alta qualidade como o colombiano e o sul-africano, é considerado o mais poluidor dos combustíveis fósseis. Todos os cuidados ambientais que a EDP adota na UTE de Sines serão aplicados na UTE do Pecém, que ´terá, igualmente, uma rede de sensores para monitorar, ao redor da usina, a qualidade do ar.

Diário do Nordeste, Blog de Egídio Serpa, Brasil

Sem comentários: