De manhã, quando acordava, era desde logo impossível esquecer o local para onde teria de se dirigir, dia após dia, semana após semana, mês após mês, tendo apenas como único refúgio deste suplício matinal, os fins-de-semana e as férias que ainda se adivinhavam demasiado longe.
Sabia de antemão, todos os absurdos que iria viver durante aquelas 8 horas, separadas por o seu cada vez mais valorizado almoço na companhia da sua mulher.
De frente para o Mar, que se estende como um retrato vivo, nas janelas, que iluminam diariamente aquela sua sala, sentia-se perdido no meio de tantas pressões e jogos de interesses. Pela surdina, cochichos desdenhosos impediam-no de se concentrar nas suas funções, como se de propósito se tratasse. Pura ilusão da sua mente, perdida em suposições sobre pensamentos alheios. Ao ponto que tinha chegado, pensava ele, como esta gente me consegue fazer sentir, dizia ele ao seu eu, bravo e destemido, que continuava a guardar apenas para si.
Uns eram amigos de um, outros fiéis, talvez verdadeiros, condenavam-no pela traição aos ideais que julgavam mútuos, os outros andavam para ali, indiferentes a tudo isto e, era estes quem ele mais invejava.
Nada daquilo lhe interessava realmente, até porque nunca dera muita importância a politiquices, talvez pela ilusão perdida na sua forçada, fria e crua proximidade com a nobre causa pública, a realidade dos defeitos de cada um de nós, tinha-o tornado um homem descrédulo e pior que isso, conformado.
Cínicos! pensava ele ao sê-lo também, cumprimentando educadamente e de sorriso nos lábios, todos os seus colegas de trabalho. Esquecera os sonhos de jovem, nos quais tudo era possível ser feito, nos quais os bichos papões de agora, não lhe provocavam qualquer ponta de medo, ao contrário de agora, em que se sentia, a muito esforço, cobarde.
14 comentários:
Olha Bruno tu é que antes de escrever aqui alguma coisa deverias de tomar GROSAN, faz bem, ilumina as ideias, cura as ressacas e depois sim podes dormir.
Assim não escreves tanta asneira ou coisas parvas.
as lágrimas corriam-me pela cara abaixo enquanto lia isto...
eram do tamanho de ovos de pomba!
de acordo..."xanta ingunurancia"!
Bruno:
Para a próxima vez escreve com recurso a "bonequinhos", pode ser que assim os "iluminados" entendam alguma coisa. O problema, é que este tipo de texto deixa-os tão baralhados, que ficam sem saber para onde devem dirigir os seus habituais impropérios "construtivos".
Tal como disse determinado indivíduo: "xanta ingunurancia"!
Cumprimentos
a metafora é uma forma eloquente de escrita, que nos obriga a pensar, ao contrário de muitos comentário enviado para este blog.
parabéns bruno, pena que o FMM anida não tenha "inducados" esta gente, como o sr. educador dos povos pressupunha
É realmente muito estranho, que um texto deste tipo provoque este tipo de reacções...
Escrito com muita categoria.
Se lido com atenção leva-nos imediatamente a pensar um nome, Idalino.
Janelas para o mar...... edifício da APS, fácil.
Continue Bruno, esqueça as bocas que nunca se calarão.Bom sinal.
Leu só o inicio suponho.
Adorei o "Aqui entre nós"--gostei mesmo-
E não consigo perceber certos comentários que foram feitos a seguir.
Este pessoal só gosta do tema"vamos falar mal de alguém", porque tudo o que faz pensar --eles não gostam e é pena que seja assim...eu gostei e penso que este espaço não pode nem deve ficar confinado ao diz que disse da politica.
Se a isto que aqui foi escrito alguém resolve dizer que é asneiras,já estamos a vêr o resto...
Muitos parabens Bruno. Grande texto, continua assim, já estava farta de politiquices baratas. Realmente há muitos ignorantes e cuscus nesta cidade. Os textos que dão que pensar nunca têm comentários mas qd é pra falar mal dos outros,....
Como diria o outro, aqui temos um texto bem "esgalhado".
TODOS OS COMENTÁRIOS REMOVIDOS, RLATIVAMENTE A ESTE POST SÃO RESULTADOS DE MINHA DECISÃO E AUTORIA, SEM CONHECIMENTO PRÉVIO OU AUTORIZAÇÃO DO AUTOR BRUNO LEAL.
António Braz
Aqui entre nós - Gostei sinceramente, e acho que o Bruno escreve bem, e sabe muito bem usar alegorias e metáforas! Não compreendo porque é que ficam tão incomodados. Sabemos qual a sua orientação política, necessário se torna respeitar, mas usar insultos, e até palavrões é de muito mau gosto, e de baixo nível. Não me parece que se chegue a algum lado com agressões verbais descabidas, e não terá sido essa a intenção do Autor do blogue quando o criou. Sei de muitas pessoas que não estão em Sines e sabem as novidades pelo blog, pelo que não acho correcto usar este meio para a crítica pela crítica.Gostaria que todos dissessem de sua justiça sem cair no calão. Fiquem-se pelo bregeiro!
Ninguem me encomendou o sermão e só serve a quem o quiser vestir.
L.M.
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