domingo, 22 de março de 2009

Entrevista Albino Roque

Leio a entrevista de Albino Roque ao Noticias de Sines, sem nenhuma novidade. A sua amargura, o clima de tensão existente na autarquia, o timming (após a aprovação do orçamento) da saída de Manuel Coelho do PCP, a forma de agir profissionalmente do Presidente, etc, nada constitui surpresa.

Assumindo como verdadeiras as questões levantadas pelo ex-vice-presidente, elas não são de hoje. Então o que o levou a caucionar a forma de agir do Presidente? Onde estava quando os trabalhadores tiveram “medo” e tinha poder efectivo? Porque se calou quando existiram atropelos debaixo dos seus olhos? Estava do lado do poder, onde tudo era válido para manter a CDU à frente dos destinos de Sines, independentemente de quem presidia e de que forma, talvez aguardando a sua vez, em silêncio cúmplice.

A afirmação de que em mais de 30 anos de CDU na autarquia nenhum trabalhador foi perseguido ou marginalizado, denuncia um certo autismo político e compromete as restantes afirmações de uma entrevista até então bastante conseguida. Se é muito difícil encontrar uma organização, instituição, empresa, etc, que ao longo de mais de três décadas não tenha cometido injustiças com os seus trabalhadores, mais será numa organização politica, e impossível numa autarquia como a de Sines, em que sobram as histórias de injustiças profissionais, reconhecimento profissional baseado em critérios políticos e despromoções por ajustes de opinião, como aliás na maiorias das autarquias por este país.

Para o bem e para o mal, Manuel Coelho, Francisco do Ó, Albino Roque e o PCP são indissociáveis, naquilo que tem sido Sines nos últimos 30 anos. Do mesmo modo que vereadores, deputados, presidentes de Junta que por acção ou omissão aprovaram, apoiaram e votaram a favor, mesmo que por vezes contra a sua vontade.
O próprio Manuel Coelho enquanto deputado Municipal da CDU, quando vezes votou contra ou absteve contra as propostas do seu partido e de Francisco do Ó? Nenhuma.

Quem ninguém se iluda, em Outubro que votar escolherá entre PSD, PS, BE ou CDU (versão oficial ou pessoal).

Sem comentários: