domingo, 15 de março de 2009

Crise - Realidade virtual ou Virtualidade real?

Hoje gostaria de falar um pouco nesta crise que tanta tinta tem feito correr, que tantas páginas virtuais encheu, que tanto dinheiro deu a ganhar a alguns e a perder a outros.
O meu texto apenas reflete a minha indignação face a uma publicidade negativa constante ao nosso país, às nossas pessoas, às nossas instituições.
É sabido que houve broncas financeiras por esse mundo fora, desde o Sr. Madoff (com uma fraude avaliada em 50 000 milhões de euros), a bancarrota da Federal National Mortgage Association (FNMA), a queda do valor das acções em 60% da American International Group Inc.(AIG), a bancarrota da Islândia, após a queda da bolsa em 76%, etc.
Mas também é sabido, e é isso que me faz espécie, que alguns empresáriospor esse mundo fora, e também em Portugal, se aproveitaram destas notícias para "purgar" as empresas de pessoas consideradas por eles como indesejáveis, ou trabalhadores que tentassem lutar pelos seus direitos.
Sim, é verdade, existe uma crise, muita gente foi para o desemprego por causa dela, mas e aqueles que mantiveram o emprego? Aqueles que por causa da crise subiram os seus rendimentos ao fim do mês, principalmente devido ao abaixamento drástico dos valores da euribor? Aqueles que assistem a uma luta titânica entre as grandes superfícies comerciais, para baixarem os preços e ganharem clientes? O abaixamento dos combustíveis, as constantes enchentes de portugueses pelas estâncias luxuosas de Punta Cana, do México, de Cuba?
Meus senhores e minhas senhoras, sejamos sérios e coloquemos os pés na terra. Será que a crise é assim tão má como os telejornais a querem fazer, bombardeando os espectadores com as desgraças empoladas que se passam no mundo? Será que a culpa de muita coisa má será mesmo da crise, ou a "suposta" crise apenas serve de veículo de desculpa para tudo?
Eu falo por mim, e perdoe-me quem discordar, mas se isto é uma grande crise... venha uma igual todos os anos!

10 comentários:

Anónimo disse...

Há efectivamente uma CRISE DE VALORES apenas. E não é pouco!
Crise económica, financeira, onde está ela?
Vejam os exemplos das Administrações da Galp e EDP...
Não tenho pejo nenhum em estar de acordo com o autor do post, nem que seja apenas desta vez. Quem assim escreve, merece o meu aplauso.
O que falta neste momento é clarividência para separarmos o essencial do assessório. É que a luta de classes contrariamente ao que nos querem fazer crer, está cada vez mais acirrada. Veja-se a manif de sexta. (eram todos comunas e bloquistas segundo o 1.º ministro)

Anónimo disse...

Há Crise? Mas os portugueses cada vez mais vão de férias para o estrangeiro,não é? Então que explicação temos para o fenómeno de só se venderem as casas e os carros mais caros? Como explicar aqui bem perto de nós os restaurantes ditos de "luxo" estarem sempre cheios? Não percebo,no meu dia a dia oiço pessoas a dizerem que têm montes de problemas e depois são vistas no dito Cais da Estação!Isto é só um exemplo...porque há muito mais...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

deixa lá as exigências ortográficas porque não ´´e isso que está em discussão.
Em discussão mesmo está a rigorosidade ou não da crise. E se querem falar de crise, oiçam o FMI do Zé Mário Branco de 1979 porque está actual, actualíssimo!

Anónimo disse...

óh Maldonado...

A crise ainda não chegou. As grandes movimentações sociais estão para vir! O Forasteiro está perfeitamente dentro do assunto. Trata-se de VALORES!

Estão a tapar buracos com a terra sacada ao lado dos mesmos não reparando que para tapar um pequeno acabam por abrir um ainda maior.

Os circuitos financeiros já nada correspondem aos bens produzidos e transaccionados no mercado. É a falência total que acompanha a globalização.

A «crise» começou há dias quando inventaram o transístor e a comunicação se alterou radicalmente. A «crise» advém da essência dessa mesma comunicação.

Para saber a «verdade» o homem deixou de ler jornais e passou a ler blogs. Prefere os «boatos» às palavras escritas pelos «jornalistas» pagos principescamente pelos lóbis financeiros.

Deixa-os pousar...

Anónimo disse...

Ola'. Independentemente das causas da actual crise economica, quando assistimos a um impressionante aumento do desemprego, da reducao do investimento e da movimentacao de capitais. Temos, e os numeros confirmam, que afirmar que estamos a atravessar uma crise.

Se o Sr. Luis gostaria de ter uma crise igual todos os anos, eu desejaria que o Sr. Luis fosse despedido todos os anos na mesma altura. Talvez assim, modere um pouco as suas afirmacoes, que apesar de algumas fazerem sentido, outras sao completamente descabidas e que revelam uma mentalidade burguesa.

O Caranguejo!!!

Anónimo disse...

A crise é real e devastadora. A questão é que para quem mantém o emprego, a crise pode ser benéfica, porque essas pessoas sentiram a prestação dos créditos diminuir, viram baixar os custos com os combustíveis e talvez tenham notado alguma redução noutros produtos. Como os rendimentos são fixos, isso acaba por aumentar o rendimento real. Agora para os milhares que todos os dias são despedidos a crise é terrível.
Claro que continuamos a ver empresas com grandes lucros. Mas estranho era a EDP ou a Galp não apresentarem lucros. São empresas que dominam o mercado. Um mercado que quer se queira ou não, todos consumimos electricidade e mais ou menos combustivel.

Luis Maldonado disse...

Caro Sr. Caranguejo
Agradeço muito o seu comentário, como é sabido este é um espaço que se presta a isso mesmo, comentários e todo o género de opiniões. Mas peço-lhe, Sr. Caranguejo, antes de comentar, leia o artigo todo, senão acabo por parecer, aos seus olhos, como o diabo na terra!

Anónimo disse...

Olá!

Esteja descansado que não parece nada o diabo ao cimo da terra. :)

Acho que colocou factos correctos, mas infelizmente seguiu uma linha de raciocínio fácil e redundou numa conclusão mais fácil ainda.

Mas a sua última frase é que... enfim... se pensar melhor, chegará á conclusão de que cumpre exactamente o objectivo delineado pelos responsáveis pela mesma, pelos ditos empresários, pelas referidas empresas. Ajuda a branquear o verdadeiro impacto da crise. Enfim... opiniões. A Crise é grande, vai ser grande para todos empregados e desempregados. E todos andaremos a pagá-la por muitos em bons anos.

Quando aos preços mais competetitivos, de facto aparentemente a curto prazo é positivo. A ver vamos se não passaremos uma situação de valores inflacionados para uma situação de valores deflacionados. Com todas as implicações ainda mais negativas para a nossa economia.

O Caraguejo!!!

Marius Herminius disse...

Caro Luís Maldonado

O seu texto merece-me o seguinte comentário:
Começo por dizer que por muito terríveis que sejam as crises, haverá sempre pessoas que lucram com elas e não é por acaso que se diz que as grandes fortunas nascem em tempos de crise. Por isso – e em minha opinião - o facto de continuar a haver pessoas que vivem bem não nos permite dizer que a apregoada crise é uma falácia inventada pela Comunicação Social. Quanto mais não seja, o número de empresas falidas e a quantidade de trabalhadores desempregados devia fazer-nos pensar.
É verdade que a crise tem servido a muita gente para “levar a água ao seu moinho” e os exemplos que apresenta são verdadeiros, mas não entendo o que quer dizer com o parágrafo onde refere que:
“Aqueles que por causa da crise subiram os seus rendimentos ao fim do mês, principalmente devido ao abaixamento drástico dos valores da euribor? Aqueles que assistem a uma luta titânica entre as grandes superfícies comerciais, para baixarem os preços e ganharem clientes? O abaixamento dos combustíveis, as constantes enchentes de portugueses pelas estâncias luxuosas de Punta Cana, do México, de Cuba?”

Se li bem, acho que mistura vários conceitos.
Os que vêem subir os seus rendimentos devido à baixa das taxas de juro não estavam antes aflitos pela subida vertiginosa, uns meses antes, desses mesmos juros? Ora, a ser assim, essas pessoas nada ganharam mas antes recuperaram o que tinham perdido anteriormente.
Também não entendi o que a suposta luta entre superfícies comerciais é sinal de que não há crise, se o Luís refere que baixam os preços para atraírem os clientes. Ora, se não houvesse crise, os preços baixariam, ou subiriam porque haveria muita procura?
Depois compara o abaixamento dos combustíveis com ida maciça de portugueses para as estâncias balneares. Não vejo a relação causa-efeito, a menos que, e perdoe-me a ironia, esses nossos compatriotas fossem de automóvel para aqueles destinos turísticos.
A descida dos combustíveis beneficiou toda a gente, com excepção da Galp e dos seus accionistas.
Em minha opinião, a crise existe e é muito grave ao ponto de começarmos a ler e a ouvir dizer que ter trabalho hoje em dia é um exclusivo dos privilegiados, ainda que estes não aufiram mais do que o ordenado mínimo.
…e há quem diga que não ficaremos por aqui, que a crise é como a/o Toyota, passe a publicidade…